História A fúria da luz - Como treinar o seu dragão - Capitulo 1

Soluço está mais uma vez sobrevoando as ilhas perto de Berk. E nada. Em algumas horas, irá anoitecer e, ainda não encontrou sua irmã. Banguela murmura mais uma vez. Está cansado, voou a tarde inteira.

— Onde essa garota pode estar, hein, amigão? — o viking pergunta ao seu fiel dragão amigo — Terei que escutar papai brigando comigo mais uma vez.

Banguela soltou seu riso, que fez Soluço bufar. Ele decide pousar na ilha a sua frente, para que o Fúria da Noite possa beber água antes de voltar a Berk.
Soluço pega o mapa riscando mais uma ilha em que não achou Apple. Sua irmã está sempre se aventurando por aí, mas sempre sozinha. E como consequência disso, o mais velho tem que escutar os berros de seu pai, vinking líder de Berk, por perder a irmã de vista.
Enquanto pegava um copo para poder beber da água, Soluço escuta um galho se quebrando. Banguela fica em alerta. Pelo seu sentido aguçado, o dragão reconhece o quebrador de galho. Com um tiro de plasma, um galho grande cai no chão com um grito feminino.

— Ah, então é aqui que você está toda vez que some? Numa ilha atrás de Berk e distante? — Soluço começa o sermão enquanto dá a mão para Apple que recusa.

— E continuaria sendo se você não viesse aqui.

— Papai está doido te procurando. Você simplesmente sumiu depois de almoçar.

— Eu só sai para explorar. Que mal tem? — a garota se defende.

— Você tem sumido a semana inteira e mês passado dormiu dois dias fora. Como acha que papai ficou? Se pensou louco, está certa.

Apple bufa e vai até a outra árvore que continha seu caderno de anotações.

— Se estiver interessado, achei um ninho de lagartas de fogo. Elas estão mudando de ilha com a rainha e aqui foi uma parada. Estava as estudando.

— O ano inteiro?

— Talvez. Pode ir embora, irei voltar para casa ainda hoje.

— E vem cá, como você chegou nas ilhas se não tem um dragão.

— Ótima observação, maninho. Se o grande Stoico, líder de toda Berk, pai do domador de dragões, vulgo você, me deixassem ter um dragão, eu não fugiria e não demoraria dias para voltar.

— Você já foge demais de algum jeito.

Apple olha para soluço com revolta. Com sua faca, corta a corda, que suspende a capa de proteção de seu bote, seu veículo de fuga.
Soluço faz uma nota mental para lembrar de provar para seu pai que estava certo, que sua irmã usa um barco para sair por aí.
Como demoraria para Apple chegar em Berk no bote, Soluço faz um suporte de cordas e prende a Banguela, para que eles cheguem juntos em casa.

— O bote é pesado, amigo?

Soluço pergunta para Banguela que alça voo sem nenhum problema. Apple sobe no dragão e abraça Soluço quando o alado voa rápido.

Assim que pousam no centro de Berk, já se escuta o grito de Stoico. Apple desce e passa direto pelo pai que a repreende. Ela seguiu o caminho até em casa o ignorando.
Astrid se aproxima de Soluço e apoia a mão em seu ombro, logo dando um abraço.

—  Estava com saudades.

— Fiquei apenas cinco horas fora daqui — Soluço responde mostrando o número com a mão.

— Viu?! Foi muito tempo — Astrid deixa um selar na bochecha — Bocão fez seu outro pé.

— Maravilha. É difícil voar com Banguela com um pedaço de pau preso a perna.

— É só você não quebrar todas as pernas de novos que não precisará usar um pedaço de madeira — Bocão diz.

— Como se eu pudesse impedir.

— Mas agora Bocão e eu usamos ferro de gronckle — Perna de peixe acariciou Batatão, que cuspiu mais do ferro. 

Soluço olha para o ferro sendo soldado e lhe vem uma boa ideia. Uma ótima ideia.

— Perna de peixe, me dê um pouco do ferro. Tenho uma ideia que tenho que colocar em prática.

— E o que seria? — Apple questiona entrando na ferraria.

— O pai já acabou de brigar com você?

— Ele ficou gritando na porta do quarto e... — Apple deixa a frase no ar.

— Como você saiu de casa? Seu quarto é no terceiro andar e longe das pedras, não tem como... Ah, não. Você amarrou cordas lá de novo?

Apple dá de ombros e vai Banguela que ronrona. Soluço olha confuso.

— Você nunca ronrona.

— Para mim sim. E aí, mas qual sua ideia?

— Bem — Soluço começa — Estou sempre quebrando minhas pernas mecânicas. Digamos que foi sorte de eu ter usado a perna de pau só hoje, é muito difícil manobrar a cauda do Banguela com isso e, para evitar essa situação, quero montar uma cauda em que ele possa voar sozinho.

— É uma ótima ideia — Astrid concorda — Vocês já se colocaram em muitas situações perigosas.

— Para não dizer mortais — Apple interfere — Se você não tivesse aquela ganância de dois anos atrás, não teria cortado a cauda de Banguela — Banguela arregala os olhos — Não teria colocado Banguela em perigo quando escondeu seus truques de domar dragões e o usaram para encontrar o ninho.

— Pare de criticar Apple, além do mais, eu te contei do Banguela e deixei você me ajudar com ele.

— Eu sei, eu apenas fiz observações.

— Que são bastante relevantes. E se Banguela guardava mágoa pela cauda — Soluço sentou na cadeira e tirou a perna de pau, encaixando a nova perna de metal — Ele devolveu e estamos quites hoje. Não é, amigão?

Banguela concorda com um murmuro. Apple ri da expressão de confuso de Banguela. Mas seu riso cessa ao ver Stoico adentrando a oficina.

— Soluço, a sua irmã... — Stoico vê sua caçula — Por onde você saiu mocinha?

Apple sobe os ombros, se fazendo de desentendida.

— Vou colocar o Quebra-miolos para vigiar você a partir de hoje. E alguém tire aquele bote do meio caminho.

— O bote que Apple usa para fugir?

Soluço diz rindo para a irmã, que o fuzila com os olhos. Banguela empurra Apple para ir para casa. A garota abaixa a cabeça e passa pelos amigos.

— Ah. Pai, deixe Perna de Peixe ir lá em casa. Tenho pesquisas para nerdarmos.

— Uh, sério? 

— Okay. Perna de Peixe, pode ir lá e espero que vigie essa garota.

— Pode deixar, Stoico.

Perna de Peixe acompanha Apple até em casa. Eles se sentam na sala e Apple mostra suas anotações e desenhos. O vinking admira os papéis com brilho nos olhos. Aquilo era o paraíso para Perna de Peixe.
Na porta, Stoico observa a filha falar sobre dragões, ele está orgulhoso. Mas como pai, como homem que perdeu a pessoa amada, teme algo acontecer com os filhos.