História A Fúria das Quatro Estações - Estrela Negra

Sonho on / P.O.V Pata Negra

   "Meus olhos se abriram e tudo o que eu via era uma enorma pedra, a qual parecia-me extremamente familiar. Uma fina luz cobria a mesma, o que dava a estranha impressão de que em seu topo havia algo ou até mesmo alguém.

   Fui aproximando-me lentamente da pedra e acabei tenho uma inacreditável surpresa: era a Grande Pedra do Clã do Inverno! Não me restavam mais dúvidas. Deduzi então que tal sombra que colocava-se em seu topo seria um gato ou uma gata importante, mas que agora fazia parte do lendário Clã das Estrelas, que era para onde os mortos íam quando perdiam suas vidas.

   De repente parei. A figura de gato que estava sentada no topo da Pedra Grande virara-se para mim e me encarara com seus olhos verdes penetrantes, fazendo-me congelar no mesmo instante e ter medo de mover um membro sequer; não parecia ser uma gata ou gato perigoso, mas algo naquele animal me fazia sentir calafrios.

   A criatura exclamou de súbito e com uma voz estrondosa: Você tem medo de mim?

   Movi minha cabeça em sentido negativo e encarei a criatura com meus olhos roxos, fitando-a sem tentar demonstrar o mínimo de hesitação sequer.

   Eu: Não, não tenho.

   ???: Ótimo. Pois então venha até mim. Quero que suba aqui e sente-se ao meu lado.

   Eu estava com bastante medo, mas respirei fundo e apenas assenti, dando um passo de cada vez até aquela criatura que parecia não ter tanta pressa.

   Quando finalmente comecei a subir pela Pedra Grande, pensei que a criatura viraria-se para mim e que me diria alguma coisa, mas nada disso aconteceu. O gato apenas continuou olhando diretamente para frente, esperando que eu me posicionasse ao seu lado, assim como o fiz.

   O gato então finalmente voltou-se para mim e começou a me encarar com olhos sérios, mas que transmitiam uma certa emoção que aparentemente parecia de compaixão. Eram olhos verdes realmente muito lindos, tanto que vidrei-me neles e me perdi nos mesmos, fascinada por seu brilho de ar selvagem e animalesco.

   ???: Quer saber quem sou eu?

   Assenti firmemente com minha cabeça, balançando minha calda com um pouco de nervosismo, o que a do gato misterioso não possuía.

   ???: Eu era conhecido como Estrela Selvagem. Já ouviu falar de mim?

   Eu: Sinto muito, mas não.

   Estrela Selvagem: Não é de se espantar. Meu irmão de sangue, agora nomeado Estrela Vampírica, traiu a mim e tomou meu lugar como líder de Clã do Inverno, mas seu reinado está chegando ao fim. E tudo isso graças a você. Posso saber como ele a nomeou?

   Eu, assustada: P-pata Negra.

   Estrela Selvagem: Devo adimitir que é realmente um belo nome, mas agora ele ficará muito melhor... Estrela Negra.

   Fiquei extremamente assustada naquele momento. Como assim? Quem era realmente aquele gato e o que ele estava dizendo? Pergutas como tais rodeavam minha mente e bagunçavam meus pensamentos, fazendo com que minha calda quisesse entrar em estado de euforia.

   Eu: O-o-o que isso quer dizer...?

   Estrela Selvagem: Escute, Estrela Negra: há muito tempo fui morto pelo meu irmão, como já lhe disse, mas, antes disso, nós tivemos três lindos e saudáveis filhotes. No dia em que a tragédia da minha morte ocorreu, ele também tentou matar todos os meus sucessores, mas sua mãe lutou bravamente. Ela, Pelo de Coruja, pegou você e seus dois irmãos e levou-os para a pequena vila dos humanos, mas no caminho acabou sendo apunhalada pelo antigo Presa Vampírica e foi morta, junto de seus irmãos: Filhote de Cobra e Filhote Erva. Você foi corajosa e forte e conseguiu figir, mas era pequena demais para sequer lembrar-se do que acontecera.

   Todas aquelas informações que eram ditas pelo gato despencaram sobre mim como um deslizamento de neve das montanhas frias do Clã do Inverno. Aquilo poderia mesmo ser verdade? Nem sei como deveria me sentir e nem mesmo agir numa situação como a que estava.

   Estrela Selvagem: Bem-vinda de volta ao lar... filha. Você é a próxima a sentar-se sobre esta pedra e liderar o Clã do Inverno. Meus parabéns. 

De repente senti como se meu corpo fosse envolvido por uma brisa fresca e calorosa, mas era, na verdade, Estrela Selvagem, meu falecido pai, dando-me um gentil e reconfortante abraço.

   Estrela Selvagem: Agora vá, minha pequena gatinha negra. Derrote Estrela Vampírica, tome seu devido lugar como líder do Clã do Inverno e traga novamente a paz ao mesmo, salvando a todos da escuridão.

   Eu: Mas não conseguirei fazer tudo isso sozinha!

   Estrela Selvagem: Não se preocupe, Estrela Negra. Particularmente eu visitei os sonhos de todos, os curandeiro e curandeiras dos outros Clãs e os avisei da ameaça de meu irmão aos mesmos. Todos eles disseram-me que providenciariam seus gatos e gatas para um combate, caso fosse ou não necessário usar a força bruta. Boa sorte, minha filha.

   Eu: Obrigada... papai.