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História A Fúria de um homem gentil. - HIATO - Ponto de partida.


Escrita por: T_Corbyn

Capítulo 11 - Ponto de partida.


=== ===

 

 - ACORDA, MARRENTA!! - Gritei da cozinha.

 - JÁ VOU, CABELO-DE-ÁRVORE!!

Que amizade saudável, essa nossa…

Estava terminando de preparar o café-da-manhã. Ainda acho engraçado chamar de café-da-manhã, sendo que são duas da madrugada, mas enfim…

Não demorou muito para que Yuki descesse com a mesma cara de sono de sempre, da qual eu nunca me canso de rir.

 - Não vai na Silverback, hoje? - Ela disse, ao perceber que eu ainda estava de pijama.

 - O Erick me falou que dava conta de tudo. - Respondi. - Mas vou dar uma passadinha lá, depois do teste. Aaron disse que queria falar comigo.

Terminamos de tomar café, e seguimos para a sala ver TV para passar o tempo, até chegar a hora de irmos - finalmente - para o teste da U.A. Yuki decidiu que faria o teste também, mas de forma séria. O objetivo dela é se infiltrar na turma das heroínas, e conseguir informações úteis para a Alcateia.

 - Agora, as notícias. - Disse a repórter de um canal aleatório. - A Associação de Heroísmo, em trabalho conjunto com a polícia, investiga mais um ataque do suposto vigilante que vem assombrando as madrugadas na cidade. Um esquema gigantesco de tráfico de homens, investigado pela polícia há tempos, foi completamente dizimado em menos de uma hora, sem deixar sobreviventes. Nas paredes do local, pintado com sangue, havia um símbolo identificado pelos peritos como a primeira letra do alfabeto grego, Alpha. O paradeiro dos homens capturados continua um mistério, mas a polícia garante que prosseguirá com as investigações pelo tempo que for necessário.

 - Hmmm… quem será esse vigilante? - Yuki me encarou de canto de olho, com um sorriso.

 - Também queria saber. Ele deve ser gente-boa. - Devolvi, com um sorriso brincalhão.

Já se passaram mais cinco meses e, mesmo que pareça pouco tempo… muita coisa aconteceu. 

No que diz respeito à minha vida pessoal, ocorreram algumas coisas bem interessantes.

Infelizmente, eu estava certo sobre o Masaru. Parece que a Katsumi conseguiu impedi-lo a tempo. 

Ele foi levado para uma casa de repouso, bem isolada de tudo e todos. Eu o visito sempre que posso, contei sobre o meu segredo e, a pedido do próprio, consegui cobrar uns favores aqui e ali... e Mitsuki foi proibida de fazer visitas. Os únicos que podem são eu e Katsumi, mas a loira só pode vê-lo se ele permitir… o que ele nunca faz.

Quanto a mim e Katsumi… bom, o casamento arranjado continua de pé. Parado, obviamente, já que não há praticamente nada para se fazer se eu não estiver junto. Não tive problemas com a Inko ou a Naomi me incomodando no meu cafofo, o que significa que a loira não revelou o meu endereço, por alguma razão. No quesito social, quase nunca nos falamos, a não ser quando ela tenta me convencer a desistir do teste.

Mas chega de falar merda. Não é a minha vida “social” que interessa.

Demorou alguns dias para que eu aceitasse que o que aconteceu não foi só uma pegadinha do Aaron. Eu realmente sou o novo Alpha do território japonês.

Fiquei muito assustado no princípio, mas Aaron realmente cumpriu o que havia falado, e me orienta sobre TUDO o que eu preciso saber, tanto sobre a administração da boate, que está em minha posse, quanto sobre a liderança da Kadosh. Aliás, parece que quando um Alpha passa seu cargo adiante, ele se torna um Ancião, e sua função é justamente auxiliar o novo líder com o que for necessário, até que o mesmo esteja pronto para liderar sozinho.

Já me acostumei a chamar ele de “Vovô”. Ele odeia.

Quanto ao meu objetivo… estamos progredindo.

Começou com algumas reuniões, onde tive a oportunidade de conhecer os líderes de cada raça sobrenatural do território japonês. Tudo correu muito bem, eles entenderam meu ponto e não hesitaram em me apoiar. Consegui firmar alianças realmente duradouras, especialmente com o Clã dos Vampiros - que eram a minha maior preocupação, pois eles eram os responsáveis pelo Impergium - e a Ordem dos Feiticeiros.

E então, o plano teve início.

Os ataques, os homens resgatados… é só o começo. 

Só a ponta do Iceberg… que vai destruir a Estrutura.

Depois do teste de aptidão, a primeira parte vai estar concluída. Vamos plantar a primeira semente.

Ficamos assistindo aleatoriamente, mais ou menos até umas cinco da manhã. Desliguei a TV, fui para a cozinha e comecei a preparar duas garrafas de Gala-Häd para tomarmos antes de ir. Yuki foi rapidamente para o andar de cima, logo voltando com um caderno, no qual eu havia organizado para ela praticamente toda a parte teórica que ela precisava estudar para a primeira prova.

Terminei de preparar as duas garrafas, e segui novamente para o sofá.

 - Pensa rápido! Os três fundamentos do heroísmo!

Atirei uma das garrafas na direção dela.

 - Resgate, Supressão e Combate! - Ela gritou, usando seus reflexos para pegar a garrafa.

 - Nada mal, pra um filhote. - Zombei, depois de quase secar a minha garrafa com um único gole.

 - Culpa do meu Alpha, que ainda não me disse qual vai ser meu rito de passagem. - Ela devolveu, fazendo uma careta, enquanto abria sua garrafa e dava um gole demorado.

Como o Alpha centrado e maduro que eu sou… eu obviamente devolvi à altura, apertando suas bochechas levemente.

Ajudei ela a estudar por mais algum tempo, até que chegou a hora de ir.

 - Ok. Vamos nos preparar. - Afirmei, com seriedade.

Yuki assentiu, coloquei as duas garrafas vazias na pia da cozinha, e fomos cada um para o seu quarto. Lavei o rosto rapidamente e troquei minhas roupas, colocando uma camiseta branca de malha, uma bermuda preta e um par de tênis verde-escuro.

E por último, mas não menos importante… um presente que recebi de Natal.

Uma dogtag militar, com as credenciais do meu pai, que havia sido atingida por um tiro que ele tomou, ao proteger Aaron de um franco-atirador.

 - Começa hoje, Pai. - Encarei o espelho, apertando a dogtag com força. - Por Gaia.

Saí do meu quarto, já encontrando Yuki perto das escadas. Ela usava uma camiseta vermelha, uma calça preta que ia até metade do tornozelo e um tênis branco de marca. Assim como eu, ela carregava seu maior tesouro no pescoço: um colar de contas, feito pelas meninas que ela resgatou do seu antigo orfanato. Foi o meu presente de Natal para ela. Eu dei meu jeito, tenho meus contatos.

 - Pronta, Marrenta? 

 - Pode apostar, Cabelo-de-Árvore.

Descemos as escadas e fomos para o elevador. Cumprimentamos Tony na entrada, e seguimos para a rua.

 - Como você acha que vai ser o teste prático?

 - Provavelmente, vai ser algo para destacar individualidades próprias para combate. - Deduzi. - Lutar contra robôs, provavelmente.

 - Que chato. - Ela fez beicinho. - Eu prefiro um alvo que possa sangrar.

 - Somos dois. - Respondi, calmamente.

Continuamos conversando pelo caminho, até chegarmos aos portões da U.A.

 - Aí, o que tá acontecendo ali? - A morena apontou para algo, logo à frente.

Olhando para o prédio da U.A, dava pra perceber duas coisas. Primeiro, havia mais mulheres do que homens por ali, obviamente. E segundo, ao entrarem no prédio, era evidente que os homens seguiam pela direita, enquanto as mulheres iam para a esquerda.

 - Lembra que eu te disse que o teste era pago para os homens? - Perguntei, e ela assentiu.

 - Eles vão fazer o teste também?

 - Infelizmente, não. - Suspirei. - Provavelmente, eles se inscreveram simplesmente por rebeldia. Mas aí o dia do exame começou a ficar cada vez mais e mais próximo... e eles acabaram arregando.

 - Mas então, o que eles fazem aqui?

 - Você acha mesmo que a U.A iria dar reembolso para eles? - Rebati. - Essa é a estratégia da escola, pra lucrar em cima deles. Quando eles desistem e tentam pegar o dinheiro de volta… a U.A dá a volta por cima, oferecendo a chance de eles assistirem ao teste.

 - E por que eles aceitariam?

 - Eles devem ter alguém para quem torcer. - Respondi. - Namoradas, noivas arranjadas…

 - Ou “donas”. - Yuki complementou. - Nem pense em passar pra lá.

 - E perder a chance de me vingar daquela vez em que você roubou minhas kills? - Retruquei, fazendo a garota rir. - Além disso…

Assumi uma expressão séria, permitindo que meus olhos emitissem um leve brilho vermelho.

 - … A primeira semente será plantada hoje. - Afirmei.

Continuamos seguindo até a entrada do prédio, calmamente. Quando nos aproximávamos das portas, percebemos uma mulher parada entre as duas portas, com os braços cruzados e as costas apoiadas na parede.

 - Esse uniforme, essa cara de sono… - Observei. - Eraser-Girl.

 - Quem? 

 - Uma heroína underground. - Respondi. - Não curte muito os holofotes, por isso não é muito conhecida pela população. E as heroínas também não vão muito com a cara dela.

 - Só por ela não gostar da fama? - Yuki questionou.

 - Ela apoia grupos ativistas que defendem igualdade de gênero. - Respondi. - É uma das poucas heroínas que, talvez, e só talvez… tenham uma chance de ficarem vivas. 

 - Bem-vindos ao teste da U.A, não importa quem eu sou, e blahblahblah… - A insone revirou os olhos, entediada, enquanto pegava um maço de fichas e se virava para a garota ao meu lado. - Me diga seu nome, garota.

 - Yuki Takami.

A heroína sonolenta ergueu o olhar, com um certo interesse em seu olhar.

 - Aqui. - Ela disse, entregando uma ficha para a garota e se virando para mim. - E quanto ao seu namorado, ele pode…

 - Ele pode pegar a sua ficha, também. - A interrompi, com expressão neutra. - Izuku Midoriya.

Um tanto surpresa, a heroína começou a verificar o maço de fichas, parando mais ou menos na metade e me entregando um papel com o meu nome.

 - Boa sorte. - Ela disse.

 - Eu não preciso.

E assim, Yuki e eu passamos pela porta da esquerda. Percebi que algumas garotas começaram a murmurar ao olharem para mim, enquanto algumas me devoravam com os olhos.

Não demorou muito para chegarmos em um grande auditório, que mais parecia uma sala de cinema. 

 - Sentem-se nos lugares determinados em suas fichas. - Uma voz ecoou pelo local. - Iremos iniciar em cinco minutos.

Senti Yuki apertando meu antebraço com força, enquanto caminhávamos. Ao olhar para a morena, vi seus olhos emitindo um leve brilho dourado.

 - É ela. - Yuki rosnou, logo respirando fundo e relaxando.

Encontramos nossos lugares e nos sentamos, esperando que o teste começasse. Perto de nós, percebemos algumas alunas da Aldera Junior High nos encarando.

 - Organizaram os lugares de acordo com a escola de origem. - Afirmei.

 - Quer dizer que a sua irmã e a loira raivosa vão ficar perto?

 - Apenas a Bakugou. - Respondi, me acomodando na cadeira. - A Naomi deve ter recebido recomendação da Inko. Devem estar na sala de câmeras, esperando pelo teste prático.

E parece que eu estava certo. Não demorou muito para que um certa loira de olhos escarlates se sentasse ao meu lado.

 - Parece tensa, Katsumi. - Comentei.

 - E parece que você não desistiu. - Ela rebateu, evitando me olhar diretamente. - Você sabe se…?

 - Melhorou. - Respondi. - Mas as enfermeiras me disseram que ele ainda não confia totalmente nelas… apenas nos homens que trabalham por lá.

Ela suspirou, como se um grande peso fosse tirado de suas costas.

 - Ele… falou algo sobre mim?

 - Disse que não odeia você. - Suspirei. - Mas não tem certeza se está pronto pra te ver.

Ela assentiu, com a cabeça baixa, como se já esperasse por algo assim.

 - Escreva uma carta. - Disse, a surpreendendo. - Posso levar para ele… mas não posso te garantir uma resposta.

 - O-obrigada.

Mais alguns minutos depois, a heroína Ectoplasm surgiu, criando vários clones e distribuindo as folhas do teste, enquanto Hawks subia em um grande púlpito.

Ectoplasm terminou de distribuir as provas, e:

 - Vocês encontrarão lápis e caneta embaixo de suas mesas. - A Heroína das Asas afirmou, e todos nós confirmamos. - Vocês terão quarenta minutos. E… comecem.

Yuki e eu nos encaramos… e então a prova começou.

Bom… se é que dava para chamar aquilo de prova.

 

=== ===

 

 - Tempo esgotado! - Hawks ordenou.

Ectoplasm usou seus clones para recolher as provas, enquanto a Heroína das Asas descia do púlpito, e uma figura loira com óculos tomava o seu lugar.

Hawks seguiu para uma saída ao lado, passando na frente de nós. Percebi um certo olhar de surpresa ao me ver, seguido de uma cara de nojo e desprezo, que eu apenas ignorei.

Mas, ao ver Yuki ao meu lado… ela parou por alguns segundos. Seu rosto ficou levemente pálido, e pude escutar a heroína engolindo em seco. 

A garota simplesmente a encarou, sem expressão alguma. Porém, pude sentir a mesma segurando minha mão com força, por baixo da mesa, e relaxando um pouco quando Hawks seguiu seu caminho.

 - Heeyyy, galerinha! - A voz de Present Mic se fez presente no local. - Agora começa a segunda parte do teste! Quem tá animada, diz HEEEYY!

Silêncio total…

 - Plateia difícil, hein… mas ENFIM! - Ela disse, enquanto um enorme telão atrás dela era ligado. - O desafio desse ano vai ser um combate contra robôs!

Encarei Yuki, de canto de olho, com um sorrisinho vitorioso, e a mesma simplesmente me mostrou a língua, enquanto cruza os braços.

 - Vocês serão divididos em grupos, e enviados para cidades falsas, onde haverão três tipos diferentes de robô, cada um valendo um ponto, três pontos e cinco pontos, respectivamente.

 - Com licença! - Uma garota alta, com cabelos azuis e curtos, se levantou. - Nas instruções da ficha, é dito que haverão quatro robôs no campo de batalha, e não três. Se for um erro, a U.A deveria se envergonhar. E além disso… o que você está fazendo?

A garota apontou para mim, e então um holofote foi ativado, jogando luz forte na minha cara. Todas ao meu redor, ao me verem, começaram a murmurar.

 - Em primeiro lugar… vai jogar luz forte na cara da sua mãe! - Respondi, pegando meu lápis e atirando na lâmpada com precisão e velocidade. - Em segundo lugar… cala a sua boca, e deixa a Present Mic terminar de falar.

 - Ah, b-bem… - Ela disse, enquanto me encarava, aparentemente surpreendida. - Realmente há um quarto robô, mas ele serve apenas como um obstáculo, já que derrubá-lo é quase impossível e, mesmo assim, não afeta a sua pontuação.

 - Percebeu o mesmo que eu? - Yuki cochichou, perto de mim.

 - Sim. - Respondi, enquanto encarava a loira no púlpito.

 - Verifiquem suas fichas, e descobrirão para qual campo de testes vocês foram designados.

 - Ground Alpha. - Respondi, lendo a minha ficha.

 - Quem diria, não é? - Yuki brincou, dando uma cotovelada em meu braço. - Deixa eu ver o meu… Ground Alpha também.

 - Ground Beta. - Disse Katsumi, encarando sua ficha.

 - Sorte sua. - Respondi.

Seguimos caminho, saindo do local de acordo com as instruções das heroínas no local. Haviam três ônibus esperando por nós, cada um devidamente identificado. 

Sem dizer uma única palavra, Katsumi simplesmente seguiu em direção ao seu respectivo ônibus, enquanto Yuki e eu seguíamos para o nosso.

Nos sentamos no fundão. Yuki colocou seus fones de ouvido, enquanto eu observava o movimento do ônibus pela janela, e ignorava os vários olhares que caíam sobre mim.

Demorou mais ou menos uns dez minutos, até chegarmos no suposto Ground Alpha.

Saímos do ônibus e ficamos esperando na frente do enorme portão.

 - Ei, você!

Olhei para trás, encontrando a mesma garota de cabelos azuis se aproximando de nós. Ao lado dela, havia uma garota baixinha, com cabelos castanhos curtos e rosto redondo, que também nos observava com curiosidade.

 - Você não está pensando em fazer o teste, está? - A garota mais alta questionou, com uma expressão séria no rosto.

 - Eu fiz a inscrição, assim como todas aqui. - Respondi. - Não tem nenhuma regra que me proíba de fazer o teste prático.

 - Eu apenas estou preocupado com a sua segurança. - Ela disse, balançando seus braços de forma robótica. - O que vai acontecer daqui a pouco pode ser muito perigoso para homens. Eu recomendo que você fale com alguma heroína, para que você possa assistir ao teste em segurança.

 - Pois então permita-me dar uma dica para a sua segurança. - A encarei com seriedade. - Quando aqueles portões abrirem… não fique no nosso caminho.

Virei as costas e segui para o portão, com Yuki ao meu lado.

 - Pronta? - Questionei.

Ela respirou fundo, fechando seus punhos.

 - Aprendi com o melhor. - Ela respondeu, com um sorriso discreto.

 - Siga o plano.

 - Sem transformações, apenas Kailindô e Fúria bruta. - Ela confirmou.

 - A queda da Estrutura…

Nos posicionamos e, poucos segundos depois… os portões se abriram.

 - ...Começa agora.

 

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