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História A garota do calendário - Clace (EM REVISÃO) - Desentendimento


Escrita por: Cassie_fray e gio_gioo

Notas do Autor


Oioi meus dengos, como cês tão? Meu Deus, gente, nós pedimos mil desculpas por toda a demora, mas a gente realmente tá sem tempo. É tão triste não poder escrever, que nossa...
Enfim, aproveitem esse capítulo ~

Capítulo 23 - Desentendimento


{Clary}


Novamente eu abria os olhos, tentando me acostumar à claridade. Minha visão não estava mais turva, o que me permitia ver claramente, porém, minha cabeça doía demais.

— Até que em fim a dondoca acordou — escutei a voz ansiosa de Izzy. Lá estava ela sentada, em uma poltrona ao lado da minha cama.

— É bom te ver também — falei com um pouco de dificuldade, devido a garganta seca. Izzy entendeu e pegou um copo de água para mim. — Que horas são?

— Deve ser umas seis da tarde, a sua sogra foi comprar alguma coisa pra comer — falou simplesmente. — Você já sabe a novidade? Você vai ser mãe de gêmeos — sorriu e eu arregalei os olhos ao me lembrar de Sebastian. — Pensei que ficaria feliz.

— Eu estou feliz — dei um sorriso amarelo. — É que acho que sonhei com o Sebastian. Ele vinha aqui e falava muitas coisas das quais eu não me lembro exatamente, mas deu parabéns pelos gêmeos e foi embora. Eu não conseguia ver o rosto dele, só que eu posso te dar a certeza de que aquela voz era dele. Mas… como ele sabia que eu estava grávida de gêmeos? Ai meu Deus, e se ele realmente veio aqui, Izzy?! E se ele me drogou e…

— Ei, ei, ei! — Izzy colocou a mão sobre minha cabeça e acariciou — Foi um sonho, ok? Só saí daqui uma vez para ir buscar Celine no térreo, Clary, e foi bem rápido. Sobre ele ter te parabenizado no sonho pelos gêmeos, pode ser que você, mesmo que delirando um pouco, tenha escutado o médico falar sobre isso quando veio de manhã. Fica tranquila, amiga, tá tudo bem.

— Izzy, a tia Estella… — senti as bochechas ficarem molhadas.

— Eu sei, eu sei — disse a morena, cabisbaixa. — O-o que aconteceu exatamente, Clary?

— Bom, nós paramos para conversar a sós e… do nada… — comecei a soluçar — alguém atirou de cima de algum prédio, Izzy.

— Minha nossa — Isabelle chorava também. — Nós vamos descobrir quem fez isso, tá?

Assenti.

A tristeza reinava soberana sobre mim. Eu ainda não conseguia acreditar no que estava acontecendo. Aquilo ia além das provocações de Sebastian e ele não ia sair ileso. Mas ele disse que não matou Estella. É, só que foi apenas um sonho, não?

Minha mente estava tão confusa e eu tão cansada, não aguentava mais.

— Eu preciso ir, Clary, meu horário terminou — disse Isabelle com tristeza, me dando um beijo logo em seguida.

— Oi querida, eu trouxe pão de queijo e suco de laranja, o médico liberou — Celine entrou no quarto com uma sacola na mão.

— Obrigada, Celine — sorri fraco. Eu estava realmente com fome.

— Imagina. Olha Clary, eu sinto muito pela Estella, muito mesmo. — ela se sentou na beira da minha cama e colocou sua mão sobre a minha. Assenti e abaixei a cabeça.

— Onde está o Jace? — perguntei.

— Bem aqui — disse ele entrando pela porta do quarto, a voz grave — Oi, meu amor.

— Oi — falei e me aninhei em Jace quando ele se sentou ao meu lado. — Celine, se não for incomodo, você poderia deixar eu e Jace a sós? — olhei para ela.

— De forma alguma. — se levantou, sorrindo. — Qualquer coisa eu estou na recepção. — saiu do quarto.

O silêncio se instalou no ambiente, apenas ficamos nos olhando. Eu estava pensando se deveria falar sobre o meu sonho com Sebastian para Jace, mas vi que era melhor não, principalmente quando ele decidiu quebrar o silêncio.

— Clary, eu nem sei por onde começar. Você deve estar arrasada com tudo que está acontecendo na sua vida e eu me sinto inútil por não conseguir proteger você desses ocorridos. Sinto muito pela sua tia, sei que ela era importante para você. — Jace fixou o olhar em mim. Meus olhos já estavam se enchendo d'água.

— Sou eu quem sinto muito em levar meus problemas para sua vida. — desviei o olhar. — Desde que eu cheguei você só tem problemas e mais problemas. Eu queria que tudo isso sumisse, mas não dá. Eu não aguento mais. — desabafei.

— Eu queria dizer que entendo sua dor, mas eu estaria mentindo. Tudo que eu queria era tirar você disso, e eu vou. — disse.

— Como? Eu admiro que você queira me proteger, mas isso é inevitável. Sempre que eu me apego a alguém, ela se machuca. Minha mãe, meu pai e agora minha tia. Nunca tive a oportunidade de conhecer minha mãe, mas meu pai foi espancado até entrar em coma e minha tia está morta por minha culpa. Percebeu? Eu sempre deixo um rastro de dor e sofrimento por onde eu passo, isso me assusta. Tenho medo do que possa acontecer com você, sua mãe, seu pai e seus irmãos. Por pouco não perdi os nossos filhos há horas atrás. — falei, entre o choro.

Eu realmente estava cansada de sempre magoar ou ser o motivo da dor de alguém. Aquilo doía de mais.

— A culpa disso tudo não é sua, Clary. Nada disso é culpa sua. — apertou a minha mão. — Vamos superar tudo isso juntos e ser felizes. Eu, você e nossos bebês. — sorriu fraco.

— É tudo que eu mais queria. — limpei as lágrimas que ainda caíam dos meus olhos.

— Eu tenho que te falar uma coisa.

— Pode dizer. — falei.

— Amanhã minha mãe vai para Punta Cana, quero que vá com ela. Antes que diga que não, as passagens já estão compradas e é melhor para você se afastar de tudo que possa te machucar. — disse. Eu arregalei os olhos, incrédula.

— Jace, eu não posso simplesmente viajar assim. Sei que você quer isso para a minha segurança, mas não é o melhor. E se acontecer alguma coisa e a gente estiver fora? Você tem o seu filme para terminar de gravar. O que fazer em relação a isso? — perguntei, alterando o tom de voz.

— Na verdade, eu não vou. A passagem é para você, minha mãe e minha irmã, e a última fica com o meu irmão que vai acompanhar sua gravidez durante quatro meses. — falou.

— QUATRO MESES? Jace, você pirou, né? Eu não vou ficar quatro meses longe, eu não quero isso! Você não pode me obrigar!

— É para o seu próprio bem, para o bem dos nossos filhos, Clary! — suplicou ele.

— Jace, eu não posso simplesmente sumir do mapa. Você acha mesmo que essas pessoas que estão fodendo com a minha vida vão parar de me atormentar só porque estarei longe daqui?! Pelo amor de Deus, Jace. Não, eu não vou pra Punta Cana. — falei, um pouco nervosa.

— Por favor, Clary, deixe de teimosia — ele fechou a cara. — Você não vê tudo o que tá acontecendo?! Que porra! Eu te amo, eu não quero te perder!

— Você não vai! — me sentei, observando Jace andar de um lado para o outro.

— Não tem como você saber disso! — esbravejou.

As lágrimas se formaram em meus olhos, mas não permiti que elas caíssem.

— Jace, você tem que entender… — comecei, mas ele me interrompeu.

— Não, Clarissa, você é que tem que entender! Eu te amo pra caralho, sabia?! Eu não consigo ficar em paz sabendo que esses filhos da puta estão cercando você! Eles estão sempre, sempre um passo a nossa frente… Eu não sei se você vai ser a próxima, quero que fique segura, longe dessa merda toda. Eu não gosto da ideia de mandar você fazer alguma coisa, sou contra qualquer coisa que afete uma mulher tanto quanto você, mas você tem que pensar nos nossos filhos, na sua saúde e no meu amor por você! — Ele estava desnorteado, notei suas lágrimas cristalinas desceram por suas bochechas.

Meu coração pesou. Não, eu não queria ir para Punta Cana, não queria deixar minha vida em Paris, não queria ficar longe das pessoas que eu mais amava na vida, minha família.

Eu queria ser compreensível em relação ao ponto de vista de Jace, mas eu não podia largar tudo e sumir simplesmente. Não queria…

— Jace, eu não vou para Punta Cana.

— Clarissa… — suspirou, passando as mãos nos cabelos.

Mas Jace não terminou sua frase, pois Celine entrou no quarto, encerrando aquela discussão.

Olhei para ele, seus olhos brilhavam, deixando cair algumas lágrimas. Jace balançou a cabeça em negativa e se retirou do quarto, me deixando com os pensamentos fervilhando.




{Jace}


Talvez eu tenha sido um pouco autoritário com Clary. Não, talvez não. Eu fui autoritário com Clary, e não gostava muito da ideia de ter feito aquilo, principalmente quando se tratava de uma mulher. Me arrependi de ter falado daquela maneira com ela.

A verdade era que eu estava desesperado. Quero dizer, a pessoa que estava atrás de Clary não estava de brincadeira. Mataram alguém. A tia de Clary. O que virá a seguir?! Tudo o que eu mais queria, era proteger Clary de todas as intempéries do mundo, mas enquanto eu não soubesse das coisas, isso não poderia acontecer, e nada melhor do que manter ela longe de toda essa merda.

— Ela vai para Punta Cana com a gente — minha mãe se aproximou, os brincos chacoalhando nas orelhas.

— Como você a convenceu? — perguntei.

— Assunto de mulheres, querido. — Celine se sentou no banco ao meu lado — Jace, você sabe que eu amo você, mas você errou com a Clary hoje. Sabe, filho, você não podia ter falado daquela maneira com ela, ela acabou de perder a tia e está sofrendo. Eu ouvi a discussão de vocês do lado de fora do quarto e ela tem razão de ter agido daquela maneira.

— Eu sei, eu fui um idiota. Mas ela é tão teimosa! Isso é para o próprio bem dela… — falei, irritado. 

— Ela pode até ser teimosa, mas isso não justifica seu autoritarismo.

— Tem razão, eu não deveria ter falado daquele jeito com ela. Tenho alguma chance de conversar com ela agora?

— Acho melhor deixá-la sozinha um pouco. — Celine apertou minha mão e saiu.

Que merda, Jace!



                                   ***



A noite anterior foi monótona. Brigar com Clary era horrível, ela enchia aquela casa de luz e de alegria, e ficar sem falar com ela era uma droga.

Tentei puxar assunto, mas ela estava brava ainda, então desisti.

Na hora de dormir, Clarissa ficou de costas para mim e nem boa noite me deu.

Eu também estava irritado por ela ser tão teimosa, mas não tirava sua razão de estar brava comigo pelo jeito como falei com ela. Mandando. Eu não devo mandar nela, isso é muito, muito errado. Merda!

— Quer que eu pegue a mala? — perguntei tentando puxar assunto mais uma vez naquela manhã monótona e fria de segunda-feira.

— Não. — respondeu secamente.

Ignorei e peguei a mala mesmo assim, colocando-a no porta malas.

O caminho até o aeroporto foi silencioso, Clary encostou a cabeça na janela e eu liguei o rádio, tentando não pensar que a mulher da minha vida iria embora brigada comigo.

Mas éramos dois orgulhosos, Clary ainda mais do que eu.

Chegando no aeroporto, vimos minha mãe e meus irmãos. Stephen não participaria da viagem por conta do trabalho, assim como eu.

Antes de irmos até eles, parei Clary no caminho e a olhei no fundo dos olhos. Eu vi mil coisas ali, coisas das quais não conseguiria colocar em palavras.

— Boa viagem — falei.

— Obrigada? — disse em tom sarcástico.

— Sei que você tá brava comigo, mas…

— É, eu tô.

Suspirei. Ela era tão cabeça dura às vezes…

— Bom… eu te amo. — falei e antes que ela pudesse responder, uni nossos lábios em um beijo rápido.

Quando nos separamos, notei suas sobrancelhas contraídas. Ela não estava esperando por aquilo. Me agachei e beijei sua barriga, acariciando logo em seguida. 

Clary fungou e desviou o olhar do meu. 

Sem dizer mais nada, saí andando, sem olhar para trás.

Ao chegar no carro, deixei minhas lágrimas escorrerem. Eu já estava morrendo de saudade daquela mulher teimosa que fazia dos meus dias os melhores.

Meu celular apitou, indicando uma mensagem de texto com uma localização.

“Não enrola, temos muito o que fazer, cunhado”.

Era Jonathan, nós combinamos de nos encontrar quando Clary fosse embora. Estávamos dispostos a pegar o filho da puta que estava acabando com a vida da minha namorada.

Dez minutos depois estava estacionando o carro em uma rua deplorável, cheia de buracos e remendos. Desci do veículo e bati à porta de uma casa pequena e em estado decadente.

Jonathan atendeu, um canivete em mãos.

Assim que entrei, vislumbrei uma sala e uma cozinha minúsculas, sem nem um móvel. Havia tanta poeira ali, que quando Jonathan fechou a porta, ela subiu, me fazendo espirrar algumas vezes.

No andar de cima, atrás da única porta de madeira lascada que tinha, havia um computador sobre uma mesa grande e vários papéis espalhados pelas paredes. Fotos de Sebastian e Raphael decoravam parte delas e fios azuis e vermelhos ligavam fotos com papéis impressos.

— É aqui que a mágica acontece — caçoou Jonathan e eu ri.— Vamos pegar esses filhos da puta?

— Vamos.

Me sentei ao lado de Jonathan e comecei a ler alguns dos papéis impressos, enquanto ele digitava rapidamente no teclado.

De uma coisa eu tinha certeza: nós não iríamos descansar enquanto a justiça não fosse feita. Estava na hora de fazer o mundo daqueles otários desabar.

E nós faríamos, com certeza.


Notas Finais


O que será que o Jonathan e o Jace estão aprontando???? Hmmmmm
Foi isso, gente, esperamos que tenham gostado, viu? Vamos tentar atualizar o mais rápido possível, estamos SUPER ansiosas.
Até o próximo capítulo, um beijão ~


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