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História A garota do calendário - Clace (EM REVISÃO) - Surpresa!


Escrita por: Cassie_fray e gio_gioo

Notas do Autor


Oioi dengos <3

Capítulo 7 - Surpresa!


Fanfic / Fanfiction A garota do calendário - Clace (EM REVISÃO) - Surpresa!

{Clary}


Sebastian andava de um lado para o outro, as mãos levemente trêmulas e o rosto atingindo um tom de vermelho vivo. Ele parou, respirando fundo; tive a impressão de que as engrenagens de seu cérebro estavam rodando velozmente pela sua cabeça. 

Os dois homens parados à porta encaravam Valentine jogado no chão, as expressões vazias, como se meu pai não fosse absolutamente nada. 

— Sebastian, por favor... — supliquei. — Você não tem que fazer isso. 

— Só cala a boca, Clarissa — ele disse friamente. Senti um arrepio sombrio transpassar meu corpo e fazer minha pele doer. 

Minha visão estava embaçada, tudo o que eu conseguia distinguir, era a cabeleira loira de Sebastian. Até sua voz parecia um pouco diferente. Talvez fosse a raiva que tivesse mudado seu tom, mas por um segundo cogitei pensar que não fosse ele ali na minha frente. Apenas por um mísero segundo. 

Algo estava acontecendo comigo ali, talvez os calmantes estivessem fazendo efeito. Meus batimentos cardíacos aceleraram ao passo que minha visão começou a ficar mais embaçada. Desespero me invadiu. 

— Não, você não... Olha, a gente pode fazer um acordo — minha voz exalava medo e senti que ele havia notado. 

Ele emitiu um ruído estranho pela boca, indicando sua total ira.

— Você não pode simplesmen... — comecei, mas parei ao escutar um grunhido alto vindo dele

Rapidamente, ele levantou Valentine e posicionou uma faca em seu pescoço. Eu via tudo como um borrão, mas foi o suficiente para me fazer tremer dos pés á cabeça. Arregalei os olhos, a boca secou. Senti tudo o que havia de luz dentro de mim se esvair em questão de segundos. 

O grito que subiu pela minha garganta parou quado a faca afiada percorreu seu pescoço em um movimento extremamente rápido. Um corte longo se abriu, e o rubro sangue jorrou para fora, manchando suas vestes e o chão. Minha garganta se fechou, e meu âmago girou, a náusea de tal visão transpassando por todos os meus poros. O corpo desvanecido caiu no chão, como se fosse um nada. Os olhos arregalados, e as lágrimas que ainda não tinham deixado as orbes...






— NÃO, NÃO, NÃO — senti um esforço enorme vindo da minha garganta e escutei minha própria voz se propagar no ambiente escuro. 

— Senhorita! Clary, senhorita Clary! — a voz de Judi chegou aos meus ouvidos. 

Suas mãos me chacoalhavam quando arregalei os olhos e me sentei de súbito na cama. 

— Você está bem? — perguntou. — Me desculpe, ouvi você gritar e entrei correndo.

— Eu... Está — murmurei, atônita. — Foi só um sonho ruim, está tudo bem, obrigada Judi. 

— Se precisar de alguma coisa, qualquer coisa — frisou ela —, pode me chamar. 

— Obrigada Judi, de coração. 

— O senhor Herondale está a sua espera, venha tomar café. Saco vazio não para em pé — brincou, mas eu sabia que estava tentando me distrair. 

Agradeci

Judi se levantou e aproveitei para fazer minhas higienes matinais. 

O sonho rodopiava pela minha mente. Já não era a primeira vez que eu sonhava com aquele dia, mas daquela vez... Daquela vez ele usou a faca. Ele usou a droga da faca e me fez pensar que aquele sonho foi um sinal. Um sinal de que Sebastian mataria Valentine. 

Embora minha visão estivesse embaçada, me lembro perfeitamente de Sebastian segurando aquela maldita faca contra o pescoço do meu pai naquele dia. Mas ele não a usou. Ao invés disso, bateu nele até deixá-lo em coma. Pensar naquilo me causou calafrios. 

O sonho me causou calafrios; o medo me causou calafrios. 

Vesti uma calça confortável e uma blusa de frio, descendo para a cozinha em seguida. 

Jace estava sentado à mesa, uma xícara de café nas mãos. Ele sorriu quando me sentei a sua frente e me cumprimentou. Herondale usava uma camisa cinza amarrotada e seus cabelos loiros como ouro estavam bagunçados. Senti meu coração vacilar diante da visão daquele homem que mexia com todas as minhas estruturas. 

— Nós temos outro jantar de negócios essa noite — anunciou calmamente enquanto passava manteiga em sua torrada. 

— Certo — murmurei. 

Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Isabelle entrou na cozinha. Os cabelos negros estavam presos em um rabo de cavalo e ela carregava uma bolsa grande nos ombros. 

— Bom dia — cumprimentou.

— Bom dia  — respondemos em uníssono.

— Come alguma coisa — eu disse, indicando a mesa cheia de comida. 

— Eu vou passar essa, mas muito obrigada mesmo — ela sorriu. — Preciso ir ver o Alec. 

— Fala que mandei um abraço — sorri de volta. 

Isabelle assentiu e pegou um pedacinho de brownie que estava disposto à mesa, depois saiu da cozinha mais rápido do que havia entrado, mas pude escutar seu celular tocando no cômodo ao lado e ela atendendo radiante. Ouvi ela dizer o nome de Simon. 

Eu e Jace nos estreolhamos e sorrimos. Aparentemente Simon e Izzy haviam se aproximado um pouco depois de Londres. 

— As gravações para o novo filme começam amanhã — anunciou Jace. — Eu... Não vou passar tanto tempo em casa. Tem algum problema para você? 

— Claro que não — eu sorri e seus ombros se relaxaram. — Arrase nas gravações, dê o seu melhor e eu vou ter mais um filme excelente para assistir. 

— Muito obrigado — murmurou radiante. 

Eu gostaria de descrever em detalhes o quanto Jace era espetacular, mas isso nunca aconteceria. Não quando nenhum adjetivo no mundo era capaz de expressar tamanha bondade e alegria que ele emanava. Que eu sempre tive uma quedinha por ele nas telas, era fato, mas estar ao seu lado, compartilhar o mesmo ambiente, acompanhar sua rotina, viver ao seu lado... Era uma experiência extraordinária. Ele se tornou, em pouco tempo, alguém importante. Ganhou um espaço no meu coração que só era reservado para ele. Não que eu estivesse apaixonada, isso não. Absolutamente não. Mas eu sentia um carinho enorme por Jace Herondale, e que ele me atraía das formas mais quentes e curiosas possíveis, era inegável. 

— Quero saber mais sobre você — quebrei aquele silencio confortável que nos envolvia.

— O que você quer saber? — ele me olhou com um sorriso divertido no rosto. 

— Hm... Como você se tornou um ator? 

— Bem... — começou — quando eu era pequeno, meus pais trabalhavam muito e nunca tinham tempo para mim. Aos sete anos, fui morar com os meus avós. Eles tinham um chalé no meio da floresta; era um lugar tão tranquilo e aconchegante que eu não poderia querer morar em outro. Me lembro de sempre acordar bem de manhãzinha e sair para brincar na floresta. Eu tinha uma imaginação fértil e me divertia horrores. Meus avós faziam um pic nic ao entardecer todas as terças e quintas, e me contavam histórias até a falta de luz nos tirar dali. Foram jóias raras em minha vida, os meus avós, sempre tão presentes e atenciosos — um tom escuro oscilou em seu olhar e senti o luto destilado em suas palavras nostálgicas. Jace coçou a garganta e juntou os dedos sobre a mesa, engolindo em seco depois. E eu entendi. 

— Eu sinto muito, Jace — disse sinceramente e apoiei minha mão em seu ombro. — Eles deviam ser pessoas extraordinárias. 

— Eram, sim — seu sorriso fraco não chegou aos olhos, mas ele continuou: — Aos oito anos de idade, eu e meus avós viemos morar aqui em Paris. Eles nasceram aqui e quiseram voltar para a casinha na rua principal que tinham. Ainda me lembro do que senti quando vi a capital pela primeira vez — brilho dançou em seus olhos. — Fiquei fascinado, encantado, deslumbrado... Foi mágico. Demorou um pouco, mas meus avós me ensinaram francês e eu entrei na escola daqui. Fiz novos amigos, aprendi coisas novas e diferentes, me meti em confusões... Tudo o que vivi aqui foi intenso. Um dia, meus avós me levaram a uma peça de teatro e eu fiquei apaixonado por esse mundo. O teatro era minha segunda casa, eu sempre estava lá para ver todas as peças.

— Isso é a sua cara — brinquei e Jace sorriu radiante. 

— Certa vez na escola, a professora perguntou o que queríamos ser e eu disse que gostaria de ser um ator. A sala inteira riu e zombou. Claro que na época aquilo me abalou bastante, fui motivo de piadas pelos corredores por meses. Sempre diziam que eu não ia conseguir, que aquilo era para pessoas de outro nível, que eu não era adequado... 

— Jace, eu sinto muito por isso — senti um tremor me invadir. Eu sabia bem como era aquilo. 

— Eu também — ele sorriu e me lançou uma piscadela. — Um tempo depois, escolas de todo o mundo participaram de um evento chamado Sonhos na televisão, e eles escolhiam um aluno de uma série aleatória para falar algo motivacional que incentivasse os outros estudantes a seguirem seus sonhos.

— Eu me lembro disso! — arregalei os olhos, um sorriso nostálgico nos lábios — Eu fui a aluna escolhida pela minha escola. 

— Tá brincando! — ele sorriu. 

Senti minhas bochechas esquentaram, o coração bater descompassado, a respiração se limitar. Os olhos dele brilhavam como nunca, suas pupilas estavam dilatadas e aquele lindo sorriso me prendia de um jeito fascinante. 

— Sério — eu ri. — Lembro que ensaiei por uma semana o que eu ia dizer e na hora eu esqueci tudo. Mas tudo o que eu disse foi do fundo do coração, sério — acrescentei quando Jace começou a rir. 

— Tudo que vem do coração é genuíno e bonito, aposto que você se saiu bem.

— Talvez. Mas continue, o que aconteceu depois? 

— Vi uma menina na televisão e o que ela disse foi o motivo de eu não desistir do sonho de ser ator.

— E o que ela disse? Ela era de onde? 

— Eu não me lembro de onde ela era, mas sei que ela tinha o cabelo igual ao seu. Ruivo como o fogo — brincou. — Lembro do lacinho branco que ela usava na cabeça e da voz fina quando ela disse Nossos sonhos são como flores, que precisam ser regados. Eles não cabem em gavetas, não são pequenos e irrelevantes, são nossa maior motivação para aquilo que desejamos. Por isso nunca deixe seus medos e inseguranças serem maiores do que seus sonhos, afinal, a vida é feita de sonhos e... 

— você pode fazer deles a razão dos seus dias. Sonhe, e não se sinta culpado por sonhar — Completei, os olhos levemente marejados. 

— Você... — murmurou, os olhos arregalados e a boca entreaberta. — Era você. 

— É, era eu sim — sorri, ainda não acreditando. 

— Você tem noção do impacto que você causou na minha vida? Eu fui motivo de zoação por meses, passei até a comer meu almoço no banheiro. Eu já havia decidido que não seria mais ator. Pensei em ser veterinário ou engenheiro, mas aí... Aí vi você no comercial. Quero dizer, nenhuma criança foi capaz de me tocar tão profundamente com as palavras como você aquele dia. E eu adorei. Pensei que poderia ser o que eu quisesse.

— E você pode — murmurei. — Fico muito feliz por saber que, de alguma forma e mesmo sem saber, eu tenha ajudado você nisso. Meu dia acabou de melhorar em cem por cento. 

Jace sorriu, segurando minha mão delicadamente em seguida. 

— E eu agradeço. Passei anos da minha vida pensando naquela garotinha com um sorriso travesso que me fez seguir meu sonho. Pensava em dizer obrigado, mas me aborrecia saber que ela provavelmente morava do outro lado do mundo. E agora ela está aqui, tomando café da manhã comigo. Deus, esse mundo é do tamanho de uma lata de sardinha. 

— Com certeza é — concordei. 

— Bom, depois disso criei coragem e comecei a participar de peças de teatro e um dia me chamaram para fazer testes para o primeiro filme. Nunca fiquei tão feliz na minha vida. 

— Eu posso imaginar. Você merece ser a pessoa mais feliz do mundo — lhe ofereci um sorriso genuíno. 

— Nós merecemos — corrigiu. — Bom, agora é sua vez de falar um pouco sobre você.

Gelo cortante envolveu meu coração brutalmente. O sorriso desvaneceu do meu rosto ao passo que minhas mãos tremeram levemente ao deixar a xícara de volta na mesa. 

— Não tenho nada de interessante para dizer — forcei um sorriso. 

— Eu discordo — ele disse e senti meu coração vacilar. Não era justo com ele eu não dizer algo. — Pode começar com o que você gostaria de estudar. 

— Artes plásticas — eu disse cautelosamente. — Eu desenho muito bem e sempre tive muito interesse nisso. 

— Interessante, de verdade — ele sorriu. — Acho que você combina com artes plásticas. Você pode desenhar algo para mim um dia?

— Claro — eu sorri. — Me arrume tintas, pincéis e telas e veja a obra de arte. 

— Estou ansioso por isso. 

Conversamos sobre a escola, sobre livros e um pouco de política, o que não durou muito já que eu odiava política — e Jace também. Compartilhavamos opiniões iguais ou semelhantes e Jace sempre fazia uma observação inteligente sobre algo. 

— Você já namorou alguém? — uma pergunta cautelosa que exalava curiosidade vinda de Jace. 

— Já, sim — sopesei. — Tive quatro relacionamentos completamente desastrosos e problemáticos

— Meus pêsames — ele disse e uma gargalhada sutil saiu do fundo de minha garganta. 

— Obrigada — eu sorri. — Prometo te contar sobre os infelizes um dia. 

— Vou cobrar. 

Senti que deveria contar a Jace sobre tudo o que aconteceu, sobre o que ainda estava acontecendo, mas me contive. Eu tinha medo de que aquilo pudesse assustá—lo ou afastá-lo de mim, e eu não queria aquilo. Também não estava pronta para falar. Por mais que eu não fosse obrigada, eu sentia que devia, mas aquele não era o momento. Não, ainda não. 

— Hoje temos um almoço — anunciou. — Quero que conheça um velho amigo meu. Tudo bem para você? 

— É claro. 

O resto do dia foi tranquilo, calmo. Jace e eu nos divertimos na piscina por duas horas e quando o sol começou a incomodar de mais, fomos até a garagem de Jace onde tinha uma mesa de ping pong. Depois de uma hora ganhando de Jace, a milésima partida resultou em sexo em cima da própria mesa. Entramos para dentro e transamos nas escadas, no corredor, no lavabo... Até parar no quarto de Jace, onde tive um intenso orgasmo. Tomamos um banho juntos e nos acomodamos no sofá da sala, onde assistimos um filme qualquer de comédia romântica. 

Depois, nos arrumamos do modo mais estiloso possível e fomos até o restaurante encontrar o amigo de Jace. Antes de descermos do carro, Jace me puxou para um beijo gostoso e necessitado, que me fez querer tirar a roupa para ele mais uma vez naquele dia. 

Entramos então no restaurante iluminado e acompanhei Jace até a mesa número quatro. Um homem usando terno e de cabelos loiros estava de costas e Herondale deu dois tapinhas leves em seu ombro. 

Olhei ao redor enquanto Jace cumprimentava o amigo e acenei para a garçonete que vinha em nossa direção com um sorriso contagiante no rosto. 

— Namorada? — ouvi o homem dizendo e cada mínima parte do meu corpo se arrepiou. Arregalei os olhos, a boca secou rapidamente. — Não sabia que estava namorando, meus parabéns. Ela é bem bonita, cara. 

— Muito — Jace riu e eu virei meu rosto na direção dos dois. 

O chão sob meus pés pareceu sumir. Senti gotículas de suor se formarem em minha testa e meu coração se apertou fortemente dentro do peito. Apertei a mão de Jace mais forte e senti o suor das mesmas se mesclar na mão dele. Ele com certeza percebeu isso, mas nada disse. 

— Clary, este é Sebastian. Sebastian Verlac. 





Notas Finais


ih, ferrou hein


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