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História A Gata - Despedidas


Escrita por: KayaSheffield

Notas do Autor


Gente! Ressussitei! Hausuha
Trouxe mais um capítulo pra vocês!
Espero que gostem.
Bjs! ❤

Capítulo 11 - Despedidas


Fanfic / Fanfiction A Gata - Despedidas

Onde você está parece ser tão longe quanto a eternidade. Braços estendidos, corações abertos. E com uma lágrima no olho me deu o mais doce adeus que já recebi. Sonho longe todos os dias, tento tanto ignorar, o ritmo da chuva que cai e coincide com a batida de meu coração. E quanto mais observo a chuva só me dou conta que estou só.

 

 

(Narrador)

Bruce e Michelle conversavam sentados no porta-malas da viatura da policia, a esta altura já estavam mais calmos, aquele episódio fora realmente perturbador. Michelle percebeu como Bruce estava quieto, nunca estivera desta forma antes, quer dizer, quieto na maioria das vezes, mas percebia-se que estava com certo ódio no olhar.

-Está assim por causa dela, né? -perguntou a loira enquanto acariciava seus cabelos.

-Nao só por ela, Henry acabou se tornando meu amigo também. -suspirou. -Não era para ter acontecido daquele jeito. -ele abaixou a cabeça.

Um silêncio mútuo se formou, nao tinha muito o que dizer, nao em momentos como esse, especialmente Michelle que temia a tudo.

-O meu tio nao devia ter agido daquela forma. -lamentou.

-Sabe que... Agora que voce tocou no assunto. -ele a encarou. -Eu nao entendi porque seu tio estava fazendo isso com você, por que não me disse nada? -ele pareceu preocupado.

-Bruce... -ela parou por um instante, como se procurasse uma maneira de dizer. -Não sei como te contar...

Ela abaixou a cabeça, mas Bruce a encarou atento.

-Apenas diga. -assentiu. 

-É que... Desde o começo, o meu tio tinha um plano, e eu participei disso. -os olhos dela estavam quase lacrimejando, mas mesmo assim decidiu continuar. -Ele queria... -fechou os olhos como se quisesse hesitar em contar.

-O que? -perguntou Bruce a fim de que ela prosseguisse.

-Ele queria roubar o dinheiro das empresas Wayne. -sua respiraçao estava abafada.

-O que?! -perguntou desacreditando.

-Ele queria o dinheiro de seus pais. -a essa altura o choro de Michelle nao podia mais ser retido.

-Por que?!

-Poder! -abraçou o corpo. -Para o meu tio, sua própria fortuna nunca foi suficiente, e como seus pais e ele eram muito amigos... -enxugou as lágrimas nao querendo contar mais.

-Continue! Está tudo bem! -ele encostou no braço de Michelle lhe dando apoio.

-Ele achou que se matasse voce, teria alguma chance de pegar a fortuna. -desviou o olhar tentando evitar aquela situaçao.

-O que?! -ele levantou-se espantado.

-Senta aí, por favor! -Michelle tornou a abraçar o corpo apreensiva.

Bruce a obedeceu.

-Por que não me disse nada? -ele perguntou friamente a Michelle que mal foi capaz de balbuciar uma palavra. -Por que nao me disse?! -tornou a perguntar num tom auto de voz, tao auto que os policais que cercavam o carro voltaram-se para os dois assustados, mas ao perceberem que nao tratava-se de nada grave, disfarçaram o olhar.

-Porque eu estava com ele... -ela abaixou a cabeça e antes que Bruce pudesse associar qualquer palavra que tenha dito, ela retomou. -Eu era o plano de meu tio no início, tinha de conquistá-lo para você entrar em nossa família, e eu não pude dizer que não, ele me ameaçou, disse que me expulsaria de casa se eu nao o fizesse e fiquei com muito medo. -limpou o rosto dando uma breve suspirada. -Mas, com o tempo, eu, eu me apaixonei por você e... Eu tentei impedi-lo e em todas as vezes que tentei, ele me afastou por estar atrapalhando seus planos. Por isso ele me deixou presa naquela cela, certamente foi ele quem matou o cara do qual fui acusada de matar, colocou a culpa em mim para me descartar, para eu nao atrapalha-lo, ja que comecei a manter sentimentos por você. Me desculpa por favor! -os olhos apavorados de Michelle encararam Bruce.

-Michelle! -ele encostou sua cabeça em seu peito e a abraçou. -Fique calma!  -pediu num tom de voz tranquila.

-Tudo o que eu sei é que ele tinha um complô com a corte das corujas... -Michelle o abraçou de forma intensa. -Eu posso ter começado isso como um plano. -retomou, olhando mais uma vez em seus olhos. -Mas eu me apaixonei por você Bruce! Eu te amo! -seus olhos tristonhos demonstravam que ela falava a verdade.

-Eu sei! Poderia ter me dito antes, eu lhe ofereceria casa e proteção...

-Eu sei! -interrompeu. -Por favor me perdoa!

-Sempre! -ele beijou Michelle e em seguida a abraçou. -Ao menos agora ele está morto!

Michelle afastou-se de seu peito mais uma vez.

-Nao! -sussurrou. -Ele não está! -admitiu.

-Como assim?

-O meu tio Afonso está, mas o Marconi fugiu. -confessou.

-Eu nao to entendendo nada, Michelle! 

-Eles são gêmeos, Bruce!

Bruce franziu a testa tentando captar aquela situaçao.

-Certamente Marconi vai voltar para a corte das corujas. Não vai descansar até conseguir seus objetivos, seja lá quais forem. -contou. 

-Entao eles trocaram de lugar o tempo todo? -perguntou surpreso.

-Bom, efetivamente eles estavam em dois lugares ao mesmo tempo, mas estavam operando juntos. Mas conhece negócios, e as vezes, neles existem traições. -Michelle estava mais calma agora.

-Tem  que contar isso para a polícia!

Ela fez que sim com a cabeça.

-Sim! E você vai...

-Mas,  e você?

-Eu, eu te trouxe muitos problemas, Bruce. Já está na hora de eu partir. -colocou-se em pé, retirando o palitor que Bruce havia colocado sobre seu ombro.

-Você está brincando comigo? -perguntou ao levantar-se desacreditando nas palavras de Michelle.

-Não! -lamentou. -Eu te amo! Mas, nao da, nao da pra ser assim!

Bruce balançou a cabeça se negando a acreditar.

-Mas para onde você vai? Com que dinheiro? -perguntou angustiado.

-Eu sei me virar sozinha, Bruce! -contou. -Agora a fortuna que me pertencia, a qual Afonso ficou responsável voltará para mim, e então acharei um lugar para mim, fora de Gotham...

-Mas e eu? -ele envolveu as maos dela entre as dele.

-Você vai ficar bem! -assentiu. -Sou aquele tipico amor de adolescencia que se esquece com o tempo...

-Eu nunca vou esquecer você! -Bruce tentava segurar as lágrimas, mas ele sabia o quanto estava doendo aquela decisão, nos dois.

-Talvez não! -ela encostou em seu rosto. -Mas vai deixar de me amar desta forma e vai parar de me olhar com esses olhosE talvez quando nos reencontrarmos daqui alguns anos, vamos rir de tudo isso...

-Não quero que voce vá! -Bruce tomou Michelle em seus braços fortemente.

Afastando-se de seu abraço aconchegante, ela tornou a olha-lo.

-Eu ja tomei uma decisao, Bruce! -assentiu.

De forma delicada ela tomou seu rosto entre as maos e lhe deu um beijo carinhoso na testa.

-Pra te dar sorte nessa jornada!

Eles  encararam-se por alguns segundos, mas depois, Michelle encontrou uma força inesperada para afastar-se de Bruce, mesmo que seu corpo quisesse ficar perto dele.

Bruce queria tentar impedi-la, mas não pode. Sabia que se verdadeiramente amava devia deixa-la ir. Quando temos alguém para compartilhar nossas vidas, nos pertencemos um ao outro, mas as decisões que cada um toma, deve ser livre. Você faz uma escolha e essa escolha faz quem você é.

*************************

2 Dias Depois...

 

"Querido Diário,

Eu nao sei como começar a expressar meus sentimentos por hoje. Tudo o que senti ontem e hoje foi um imenso vazio no meu coração, as pessoas mentem o tempo todo, perguntam "Como você está?", mas não querem uma resposta, falam "Você está linda!", mas escondem a verdadeira opinião, dizem "Eu te amo!", mas nao demonstram isso. Eu acabei percebendo que as pessoas são e falam coisas contraditórias, nada parece fazer sentido. Inventam e criam tantos absurdos, que é por isso que tudo representa ser tão complicado. Eu cansei de confiar nelas, nem sei porque deixei a situação me incentivar a acreditar.

Ser boa até funcionaría, mas somente se Henry estivesse aqui, eu seria boa por ele, deixaria de ser qualquer coisa e seria qualquer coisa que ele me pedisse, só por ele. É absurdo pensar que a vida não faz sentido por si própria, mais absurdo ainda é pensar que quando alguém entra na sua vida e o deixa, ela faz menos sentido ainda.

Sim Diário, Henry me deixou, ele se foi para um mundo do qual ainda nao posso ir, mas que eu gostaria de ir já que nao tenho mais nada a perder, tem ideia do que é perder o coração e continuar respirando? Porque foi isso o que aconteceu quando ele partiu... Mas bom, eu sempre sinto a presença dele por perto e isso me traz conforto... Ele era uma pessoa respeitada, boa, que tinha muitos amigos e, ninguém veio ve-lo, ninguém!

O que aconteceu com suas amizades? Será que o interesse se perdeu ao perceberem que um homem morto nao lhes pode proporcionar negócios, ou dinheiro? Eu nao estou exagerando. -estou verdadeiramente chorando (sem medo algum de admitir isso pra voce), e quanto mais escrevo, mais lágrima molham esta folha. -Ninguém compareceu, somente eu. Eu acompanhei todo o seu processo, desde a autópicia até a preparação de seu corpo, e a chegada numa igreja proxima, algumas pessoas estranhas foram vê-lo por curiosidade, mas nenhum familiar foi... Eu nao sei se o que mais me doía era vê-lo ali, imóvel; ou entao o fato de ninguem se compadecer e ir la para demonstrar nem que um pouco de soliedariedade. Se essas pessoas mentiram tanto durante a vida de Henry, por que não podiam mentir só  mais uma vez que se importavam? Ao menos isso serviria um pouco de consolo. Mas nao foi assim, fui a unica. As pessoas estrangeiras me olhavam achando que eu fosse casada com ele, outras que eu era uma prostituta barata indo ver a morte de um de seus clientes, também tinha aquelas que achavam que eu era uma aproveitadora, mas o que eu realmente estava sendo, era uma mulher quebrada aos mil pedaços lamentando pelo amor de sua vida, e nada que os outros pensassem naquele momento me importava.

Olhando daqui, todos esses mortos, sei que Henry foi em paz, mas eu nao estou. Eu devia ter dito que o amava, mas nao disse, isso me atormenta ate hoje, se eu pudesse vê-lo por uma ultima vez, eu diria do fundo do meu peito, arrancando essas palavras boas do fundo do meu coraçao, eu o diria. Mas agora já é tarde.

Talvez eu nao tenha sido ninguem para o Henry, mas sou a unuca diante desta lápide, reencostada, escrevendo bobagens nessas linhas. Eu sabia do seus planos, sabia de cada detalhe dele. Agora sou um vento sem direção, os planos dele se foram, certamente que os meus também, pois tudo o que planejei fora com ele. Nao importa mais, nada importa. A unica coisa que quero é lembrar-me dos momentos felizes que tivemos."

 

 

Fechei o diario colocando a caneta entre as folhas. Olhei para o lado e peguei a rosa vermelha que havia trazido,  e com os olhos marejados a coloquei sobre o tumulo. Ao levantar o olhar, li o seu nome: "Henry D'onovan"... Ah, Henry...

-Eu te amo!

Sussurrei enquanto me inclinava sobre a lápide chorando incontrolada. Senti um vento veemente me abraçar, lamentei e continuei a chorar. Eu só queria continuar assim, isso me fazia ficar perto dele, por mais doloroso que fosse.



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