Manuella abriu a porta do quarto e fitou Rodrigo que estava tentando se distrair ao ver TV. Ela entrou com uma bandeja de café da manhã e se sentou à frente dele sobre a cama.
- Come um pouco. – Disse ao pousar a bandeja ao lado dele.
- Eu não quero. – Ele soou baixo e a fitou deixando escapar uma lágrima.
- Drigo, você não pode ficar assim. – Soou preocupada. Ele continuou calado fitando a TV. – Bebe um suco, então. – Passou o copo que tinha um suco de laranja para ele.
Ele a fitou e pegou o suco da mão de Marques.
- Foi Loki que matou minha irmã? – Soou um pouco firme.
Ela suspirou e viu ele beber um pouco.
- Não. Ninguém sabe quem matou eles, mas – Ela se aproximou mais dele e segurou a outra mão de Rodrigo. – Vão descobrir e essa dor que você está sentindo, vai passar um dia.
Ele se soltou dela e deixou o suco sobre a bandeja.
- Porque Alfadur fez isso comigo e com Macri? – Sua voz falhou no final e mais uma lágrima desceu.
- Seu pai já te explicou. Tudo foi falso, tudo foi para voltar com as academias e nenhum outro Deus nos atrapalhar.
- E Macri precisou morrer para isso acontecer. – Soou baixo e começou a chorar mais intensamente.
Manuella abraçou ele, consolando-o.
Isabela estava andando pela academia de Alfadur a procura do Wesllen. Ela andava pelo longo corredor escuro e abria portas e mais portas sempre dando de cara para quartos vazios.
Mas o último foi diferente e o Wesllen estava lá dormindo sobre uma cama. Isabela entrou no quarto e fechou a porta devagar. Andou até o amado receosa e passou a mão sobre o ombro dele.
- Nando. – Chamou e ele abriu os olhos assustados.
Wesllen segurou firme a mão dela e se sentou sobre a cama a fitando nos olhos que estavam arregalados.
- Você não deveria estar aqui. – Soou firme e soltou a mão de Isabela.
- Eu sei que você continua o mesmo Nando, o meu Nando em alguma parte de você. – Ela disse fitando os olhos claros dele.
- Vá embora. – Ele soou firme desviando o olhar para a TV que estava pendurada na parede de cor branca.
Os olhos da Novak se encheram de lágrimas.
- Não faça isso. Você sabe que eu te amo e que você me ama! – Exclamou se aproximando do rosto dele.
Ele segurou firme o rosto dela e a olhou nos olhos.
- Posso ter mentido mais uma vez. – Sussurrou sobre os lábios dela e a soltou.
Isabela ficou com o coração partido e não conseguia acreditar ao mesmo tempo que seu amado era um duas caras.
- Ta, então não vamos falar sobre nós. – Ela soou firme após se recompor.
- Nós que nunca existiu. – Wes retrucou.
- Sua prima e o Bruno
- Estão mortos. – Wes completou firme.
Uma lágrima desceu pelo rosto de Isabela.
- E mesmo assim você não foi ao funeral deles! Eles eram nossos amigos e ela era sua prima! – Wes continuava com a mesma expressão. A indiferença. – Você já foi apaixonado por ela!
- Bela saiba que tudo que vivemos foi falso. – Disse com desdém.
Isabela soltou o ar pela boca e se aproximou dele novamente, dessa vez foi mais rápida que Wesllen, e selou os lábios dele num beijo urgente.
Wesllen acabou retribuindo e a Novak parou o beijo e o fitou.
- Isso é falso? – Retrucou firme e se afastou do filho de Zeus.
- Não. – Ele soou baixo fitando a colcha.
- Nando talvez os motivos de terem nos juntado ou de nos conhecermos tenha sido falso, mas o que nós sentimos nunca foi. Nem o que você sentia pela sua prima foi falso.
Wesllen sentiu um nó na garganta e começou a chorar.
Isabela ficou surpresa e se sentou a cama ficando ao lado dele.
O filho de Zeus abraçou ela e chorou mais.
Ela retribuiu o abraço e afagou os fios escuros do cabelo dele.
- Eles – Disse soluçando. – Estão mortos. – Chorou mais apertando a Novak em seus braços.
Ela não aguentou e o choro tomou conta do seu corpo.
Os dois ficaram abraçados chorando pela perda que Macri e Bruno fariam na família toda.
- Onde vamos? – Brandon estava curioso.
Ele estava de mãos dadas com a irmã e andavam pelo castelo de Hel.
- Surpresa. Eu quero te mostrar uma coisa. – Beatrice disse com um tom travesso e o puxou para um cômodo.
Era cheio de brinquedos, parecia até o quarto da bagunça de Neinths de quando eles eram crianças.
- Que brinquedos são esses? – Brandon se soltou dela.
- Eram nossos. Aquele ali era o seu favorito. – Ela apontou para um carrinho de bombeiro que jogava água. – Você adorava me molhar. – Ela começou a rir. – Até tentou afogar o Oliver uma vez com isso.
Brandon ficou assustado.
- Afogar?
Beatrice foi até o carrinho e lançou água nele.
- Sim, você não gostava de nosso irmãozinho.
- E eu tentei mata-lo? – Brandon estava perplexo e nem se importou de sua roupa estar molhada.
- Você falava que estava aprimorando o que aprendeu na academia de nosso bisavô. – Ela deu de ombros e guardou o brinquedo.
- Então é real. – Ele soou baixo pensando em Macri.
- Eu já falei que sim, Brand. – Beatrice soou firme. – Nós éramos da academia de Loki, mas nossa querida priminha tentou quebrar as regras junto com o irmão, o Rod.
- Como assim? – A interrompeu.
- Ninguém poderia morar na academia, afinal é a nossa alma que vai para lá. – Brandon ficou com uma cara de interrogação e Beatrice explicou sobre a projeção astral. – Macri e Rodrigo queriam sair de Magix. Eles não aguentavam os trigêmeos atrapalhando eles o tempo todo. Coisa que Oliver fazia com a gente. O plano deles era fugir para Ômega, mas Alfadur não deixou. Então o plano mudou
- Para a academia de Alfadur. – Brandon completou pensativo.
- Isso mesmo. Mas ninguém deveria viver lá, Afrodite não poderia desconfiar de nada e nem os outros deuses. Mas eles teimaram e ficaram uma semana morando direto lá. Isso fez mal aos dois.
- Como assim?
Beatrice suspirou e fitou o irmãozinho.
- Seus corpos estavam em seus Duats e não tinham forças para voltar para eles, sair da academia. Eles acabaram nos encontrando nos jardins, já que a academia de Loki é a frente da de Alfadur. Nos pediram ajuda e você ajudou.
- Porque você não quis ajudar? Eles são nossos primos. – Brandon não conseguia entender.
- Era proibido pelas duas academias de ajudar um ao outro. – Ela deu de ombros. – Continuando, você acessou o Duat da Macri no jardim, entrou nele e viu o corpo dela largado sobre o sofá. Eu não sei como, mas você a ajudou a voltar ao normal.
- Mas é claro que eu vou ajudar ela, Macri é minha prima! – Brandon exclamou.
Beatrice deixou escapar uma risadinha.
- Brand, eu posso ter ficado em Helheim, mas sei que você tem uma paixãozinha pela nossa prima.
- Ela só é minha prima. – Brandon soou firme. – Mas continue a história. – Soou mais sereno.
- Eles ficaram uma semana sem aparecer em casa. Anúbis e Tot não tinham mais o código dos Duats deles. Eles tinham que voltar e antes foram chamados em Ômega e você foi chamado em Niflheim. Loki te deu uma advertência e disse para ficar longe deles mesmo estando em Magix onde deveríamos agir como priminhos normais.
- E o que aconteceu com Macri? – Perguntou preocupado e recebeu um olhar de duplo sentido da irmã. – E o Rodrigo? Todos os dois são
- Ok, Brand. – Ela o interrompeu. – Alfadur disse que eles estavam proibidos de irem a academia e a Ômega. Mas Macri não aguentou levar um não e contou tudo a Afrodite com a sua ajuda.
- Minha ajuda? – Ele estava surpreso.
- Ela te usou mais uma vez, como sempre usa maninho. – Soou um pouco firme. – Macri sabe que você a ama e faria qualquer coisa por ela. Você nunca percebeu? Você acha mesmo que esses beijos que vocês já trocaram, não tem segundas intenções dela? – Brandon ficou quieto pensativo. – Porque ela te beijaria antes de começar a namorar o Wesllen? Ela quis plantar uma esperança na sua cabecinha e conseguiu. Porque ela te beijaria quando estava para derrotar as bruxas? E ainda por cima fez todos verem isso?
- Era um plano. – Brandon interviu.
- Você já visitou o Mundo Negativo, Macri e Sabrina, Guilherme e você, não tem tantas diferenças. Se você quiser poderia estar com ela. Sabrina aceita qualquer coisa do primo, porque o ama. – Brandon ficou pensativo. – Mas Macri não te ama. Ela nunca te amou de verdade Brand. Ela sempre te usou e a vida toda foi assim. - Uma lágrima desceu pelo rosto dele. – Ela não sabe amar. Macri só sabe usar as pessoas igual a um fantoche
- Chega! – Brandon gritou irritado, Beatrice se calou. – Eu não acredito em nada que você me contou! Macri não usa as pessoas! Ela me ama! Ela já pode ter feito muita merda nessa vida, mas ela me ama, ama o Wesllen, ama os irmãos, ama Anúbis, ama o Norgaard. – Soou um pouco baixo.
Beatrice riu.
- Macri ama o Anúbis? – Ela gargalhou alto. – Macri odeia Anúbis e ela nem é seguidora dele. É de Set, maninho. – Soou firme. – E Norgaard? Acha mesmo que eles se amam? Quero dizer, se amavam?
- Como assim se amavam? – Ele estava surpreso.
- Sua amada Macri e o Bruno. – Beatrice ficou cara a cara com o irmão. – Estão mortos.
- O que?! – Ele gritou inconformado começando a sentir as lágrimas se manifestarem novamente.
- Eu ia te contar de uma maneira mais amigável, mas você não me deu escolha. Eles foram mortos ontem. – Disse fazendo aparecer um jornal na mão e passou para o irmão. – Aqui fala tudo, acham que foi queima de arquivos. – Ela soltou uma risada debochada.
Brandon leu tudo e fitou ela.
- É mentira. É glamour ou
- Bruno Norgaard e Macri Mattos morreram! – Beatrice o interrompeu. – Estão mortos. Foram para o Tártaro. Mortos! – Brandon chorava mais. – Não vão ressuscitar, não é morte de fachada, não é um recomeço. Foi o fim dos dois! – Ela entregou a ele o celular dela com um site de Nova York que tinha a reportagem completa.
Brandon negava com a cabeça enquanto via o vídeo e depois fitou a irmã chorando mais.
- Bruno está morto. Macri está morta! – Ele chorou mais. – Foi você?! – Fitou Beatrice.
Ela gargalhou alto, saiu do quarto trancando em seguida bloqueando os poderes do irmão.
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