História A gravidade de seus atos - O primeiro passo: Ochako e Mina entram em ação

CAPÍTULO 2 – O primeiro passo: Ochako e Mina entram em ação.

Aquela semana prometia ser intensa, as garotas estavam com determinação a mil e o Bakusquad nem sequer sonhava que eles eram o alvo.

Ochako acordou com o som habitual do alarme a música Dynamite do BTS, quando escolheu aquele toque imaginou ser perfeita para começar o dia animada mas assim que o aparelho tocou ela apenas cobriu a cabeça com o travesseiro implorando por mais cinco minutinhos de sono, mas logo em seguida recobrou a consciência e levantou cambaleando indo em direção ao banheiro do quarto, assim que fez todas as suas higienes matinais, pegou o celular para olhar as notificações antes de descer para tomar seu café, a primeira conversa que abriu foi a do grupo das meninas: Ochasquad, já havia algumas mensagens de bom dia e um recado da Momo para as garotas.

“Arrumei algo que pode auxiliar em nosso plano, espero vocês no refeitório pro café”

Ao ver a mensagem da amiga Ochako ficou impaciente, realmente estava curiosa para saber o que era, então logo vestiu seu uniforme e foi para o refeitório mais cedo do que o horário de costume, ao chegar no elevador para sua surpresa, seu agora rival Katsuki estava lá encostado com as mãos no bolso e sua carranca habitual, Uraraka apenas o ignorou ficando na sua frente e dando as costas para ele podendo jurar que ouviu algum resmungo do loiro.

...

Chegando no grande salão do refeitório Uraraka foi correndo de encontro as amigas, a castanha notou que não era só ela que estava curiosa, afinal todas estavam lá bem mais cedo que o habitual, exceto Momo.

- Olá Ura. Saldou Mina animada e disposta como sempre, para ela não havia dia ruim.

Jirou, cumprimentou balançando os dois dedos em um pequeno aceno como sempre fazia, ainda parecia abatida, mas já tinha vestido sua armadura invisível novamente, seu olhar parecia determinado, a vingança para Jirou não era algo que fosse fazer ela se sentir melhor, ela ainda se sentia triste e magoada, mas ao menos ela teria certeza que nenhuma outra garota mais passaria pelo que ela passou e isso já bastava.

- Bom dia capitã Ochako. Disse Tsuyu abrindo um sorriso.

- Pelo amor de deus, não me chamem assim, parece que eu to liderando um exército.

- Você comprou guerra com o Reizinho Bakugo, então praticamente viramos um exército. Brincou Mina.

Ochako riu, mas seu olhar já rondava o salão a espera de Momo, assim que a garota chegou veio de encontro a elas, e sentou na mesa.

- Então Momo o que queria mostrar pra gente? Perguntou Mina imediatamente, ela parecia mais impaciente que a própria Ochako.

Momo riu da curiosidade das amigas.

- Calma, eu não mereço nem um Oi? Então meninas eu estava pensando, se vamos fazer algo a respeito, devemos ter um ponto de partida, saber o que eles estão aprontando, afinal se vamos derrubar um por um precisamos saber dos podres deles.

Todas observavam Momo atentamente, ela era uma ótima estrategista que queria cursar Administração no futuro para administrar as grandes empresas dos pais, então passava a maioria do tempo praticando estratégias e solucionando problemas.

- E como podemos fazer isso. Perguntou Ochako que imaginava que a amiga tinha algum plano em mente. – afinal nenhuma de nós anda com eles, não sabemos nada além do óbvio, de que eles não prestam. A castanha revirou os olhos no fim da frase e voltou a tomar seu leite achocolatado.

Momo abriu a bolsa da Louis Vuitton retirando um objeto.

- Desta forma! Disse mostrando o objeto para as amigas.

- Com uma coleira de cachorro? Perguntou Jirou. – Vai colocar o Katsuki numa coleira? Acho que você esqueceu a focinheira também.

Todas riram com o comentário da Kyouka.

- Não seria má ideia, mas isso não é só uma coleira, a minha cachorrinha Maby vivia fugindo quando eu a levava para passear no parque e era um caos até conseguir encontra-la então comprei essa coleira com rastreador que também tem uma espécie de escuta, na verdade era pra ter comprado uma só mas não conferi muito bem antes de confirmar a compra e acabei encomendando cem unidades. Falou Momo envergonhada pelo erro.

- burguesa. Debochou Jirou.

- Então você planeja ouvir o que eles estão falando? Perguntou Ochako.

- É, só pra gente ter um ponto de partida.

Todas concordaram com o plano, então no primeiro intervalo que tiveram correram para o salão do prédio do dormitório, colocando a escuta embaixo da mesinha de centro no canto em que o Bakusquad ficava a maioria das noites depois das aulas.

...

A noite já havia chegado, todas já se encontravam reunidas no quarto de Ochako que caminhava de um lado para o outro roendo as unhas, pensativa.

- Isso aí funciona mesmo? Perguntou Jirou enquanto observava Momo configurando o notebook.

- Claro que sim, confia em mim. A burguesa deu uma piscadinha para Ochako.

Depois de alguns minutos de espera puderam ouvir a voz dos meninos se aproximando da escuta, seu plano estava dando certo.

- A brô sério, quebra esse galho pra mim. Dizia Kirishima.

- Já disse que não vou ajudar a pintar a porra do teu cabelo, se vira. A segunda voz rouca era de Katsuki.

- Vai continuar com essa cara de merda até quando Kaminari?

- Vai se foder Sero, me erra.

- Ele ainda ta putinho porque eu estraguei o lance dele com E-girl. Debochou Sero.

- Esquece isso cara, logo cê arruma outro rolo. Tentou confortar Kirishima.

- É cara, graças a mim a gente pode ver o Bakugo levando um tapa na cara.

- Quer morrer cabeça de fita? Ameaçou Bakugo ao ouvir a provocação de Sero. – já falei que vou me vingar daquela cara de lua maldita.

Ao ouvir Bakugo citar seu apelido nada carinhoso Ochako se aproximou do notebook para ouvir melhor a conversa.

- Não acredito que vocês dois vão continuar com essa aposta ridícula? Suspirou Denki.

- Claro que sim. Afirmou Bakugo. – vou fazer ela ficar caidinha por mim e depois vou chutar ela na frente de todo mundo.

- E já sabe como vai fazer isso? Ela te odeia cara e você sabe, ela curte caras como o Deku.

Ochako já estava chocada com a aposta e quando ouviu o nome de Deku sentiu seu coração apertar, Izuku Midorya foi seu primeiro amor, assim como ela Midorya também era bolsista, desde que chegaram na U.A ambos se tornaram melhores amigos e logo todo aquele sentimento foi evoluindo, mas o garoto tinha um sonho, se tornar um grande atleta, ele era um ótimo jogador de vôlei e sempre sonhou em jogar profissionalmente mesmo não tendo muita altura, então logo após um grande campeonato estadual que jogou representando a escola, um olheiro o chamou para jogar na liga juvenil do japão, e isso deixou Katsuki possesso pois o loiro também jogava para o time, mas diferente de Izuku, Katsuki jogava apenas por hobbie mas sua ambição de ser sempre o melhor em tudo o fez invejar Midorya pois o loiro queria a chance de receber o convite só para recusa-lo.

Apesar de Ochako e ele estarem namorando a algumas semanas, a castanha o incentivou a ir, ela sabia que era seu sonho e nunca se perdoaria se Midorya perdesse a oportunidade de sua vida, Uraraka era gentil e se importava demais com as pessoas que amava e sempre as colocava em primeiro lugar, mesmo que isso a matasse por dentro, então ambos terminaram o namoro por conta da distância mas ainda sim eram bons amigos, o garoto se mudou para Tóquio junto de seu tio Toshinori para seguir carreira no vôlei e Ochako seguiu sua vida na UA também focando toda sua atenção nos estudos, pois assim como Deku ela tinha sonhos e metas para sua vida.

- Nem aquele nerd de merda quis a Ochako, também chata pra caralho e toda certinha como ela é, tem que ter saco pra aguentar, mas se é de caras como o nerd que ela gosta já sei mais ou menos como vou fazer pra conquistar ela.

- Isso vai dar ruim. Avisou Kirishima.

- Cala boca seu cabaço. Disse Sero.

- Fala baixo porra. A voz de Kirishima era tremula e sussurrada.

- O que é Kirishima ta com medinho que descubram teu segredinho é?

- Vão a merda, quer saber vou ir pintar meu cabelo, vocês tão muito chato hoje.

Logo que Kirishima saiu todo os outros garotos também foram para seus quartos, e Momo desligou o notebook.

-Ocha? Você ta bem? Perguntou Tsuyu sentando na cama ao lado da amiga.

Todas olhavam para Ochako com um olhar triste, então ela era a próxima vítima.

Ochako imediatamente abriu um sorriso disfarçando sua tristeza e levantou da cama olhando para as meninas.

- Relaxem, eu estou bem, nós já sabíamos com quem estamos lidando, se é comigo que Katsuki quer brincar então vamos brincar. Suas sobrancelhas estavam franzidas e seu punho fechado que mostrava para as meninas em sinal de determinação.

- Então se me permite Ura o Kirishima é meu, ele será o primeiro a cair, já sei até o que vou fazer. Disse Mina esfregando as palmas das mãos com um olhar maligno.

Assim que acabaram de formular o plano as meninas foram para seus quartos, Ochako tomou um banho quente e demorado, em seguida vestiu seu pijama e deitou na cama, antes de pegar no sono se permitiu chorar, no final das contas as palavras de Bakugo haviam machucado bastante e lembrar de Deku mais ainda, mas ela precisava se mostrar forte para as amigas para que elas não desanimassem também, ninguém mais passaria por aquilo e ela estava determinada a parar Bakugo, assim que derramou todas as lágrimas que segurava, adormeceu.

...

No dia seguinte Ochako acabou se atrasando para a aula, tanto que nem tomou café, apenas desceu e foi reto para sala, assim que chegou foi para seu lugar perto de Mina, a única das amigas que pegou aquela aula junto dela, assim que o professor Aizawa chegou já passou a orientação para um trabalho que devia ser feito em duplas, dando um tempo para os alunos se organizarem e escolherem os colegas.

Mina piscou para Ochako e levantou da mesa.

– Apenas observe a Mina em ação.

Ochako ficou olhando a amiga ir até a mesa de Kirishima, se abaixando a sua frente mostrando o decote visível da camisa branca do uniforme que estava com um botão a mais aberto propositalmente.

- E aí Eijirou, quer fazer o trabalho comigo?

Ao ver a rosada em sua frente Kirishima ficou extremamente corado.

- P..pode ser então.

Ochako observava tudo com atenção até que sua visão foi tapada por alguém que parou a sua frente, assim que ergueu a cabeça para ver quem era, se deparou com Bakugo parado a encarando com as mãos nos bolsos, desta vez não com a cara fechada como fazia toda vez que a encontrava.

- E aí cara de lua, eu queria pedir desculpas pelo que eu disse aquele dia.

Ochako deu uma breve olhadinha pela janela para se certificar de que o mundo não estava acabando, afinal Bakugo pedindo desculpas era um sinal de um fenômeno raro ou alguma possível catástrofe, mas ela já sabia do seu jogo e iria jogar.

- Tudo bem Katsuki, me desculpa também pelo tapa. Ochako estampava em seu rosto um sorriso extremamente gentil e falso, mas convincente, seus dedos tocando as pontas uns dois outros numa espécie de mania que fazia sempre que queria ser fofa.

- Ah aquilo nem doeu. Assim como Ochako forçava o sorriso Bakugo forçava uma gentileza nada habitual em suas palavras.

– afinal cara d... ãn Ochako, você quer fazer o trabalho comigo? Parece que a sua amiga roubou o meu parceiro de trabalho.

- Pode ser.

- Então, hoje depois da aula no meu quarto. Afirmou o loiro voltando ao seu lugar.

...

- Tem certeza que quer fazer isso Mina? Perguntou Ochako se certificando de que sua amiga ficaria bem. – não vai ser muita exposição?

- Claro que sim amiga, você sabe que eu adoro aparecer.

Isso era verdade, do grupo Mina era a mais extrovertida e popular, não tinha vergonha de nada e falava o que vinha na cabeça, com certeza ela era o ponto mais alto astral do grupo, sempre que uma das meninas ficava triste ela fazia o possível e impossível para arrancar pelo menos um sorriso nem que para isso precisasse usar seus meios mais vergonhosos, até mesmo imitar uma galinha convulsionando como fez para animar Jirou no dia anterior.

- Eu não to falando só disso Mina, e se a gente estiver errada e não for o que estivermos pensando?

- Aí eu pego e vou embora, não se preocupe, eu sei me cuidar, eu já me envolvi com muitos chernoboys infelizmente.

- Ta bom então, mas qualquer coisa me liga, grita, faz um escândalo que eu venho correndo de Nárnia pra te salvar, agora vou indo o BakuBABACAgou ta me esperando. Disse Ochako indo em direção a saída do quarto da rosada.

...

Ochako estava parada em frente ao quarto de Bakugo, respirou fundo, sabia que precisava ser forte, já imaginava o que ele tentaria e sabia como iria revidar. Assim que bateu na porta o loiro abriu imediatamente.

Katsuki estava sem camisa, vestindo apenas uma calça jeans com a toalha pendurada em seu pescoço, seus cabelos estavam molhados mas ainda sim arrepiados como de costume, Ochako não pode deixar de dar uma analisada em seu abdômen definido e rapidamente desviar o olhar, fazendo o loiro dar um risinho de canto.

- Entra, você veio cedo eu acabei de sair do banho.

- Percebi. Disse a baixinha ao entrar no quarto e sentar na cama de Katsuki.

O quarto de Bakugo não era tão decorado como o de Deku, mas ambos tinham uma coisa em comum, o pôster do Herói das histórias em quadrinho: All Might, enorme em sua parede, parece que todos os garotos eram obcecados por aquele Herói, até mesmo os de 17 anos como Katsuki e Midorya.

- Vamos começar então?

Uraraka fez que sim com a cabeça sentado em uma cadeira ao lado de Bakugou na escrivaninha onde estava o Notebook.

Bakugo já havia iniciado sua tentativa de seduzir Uraraka, elogiando toda vez que ela achava algo que pudessem incluir no trabalho e encostando em sua mão ou suas costas sempre que possível, Uraraka sentia seu rosto queimar a cada toque do loiro mas precisava seguir com o plano, era sua vez de jogar, então para a surpresa de Bakugo a castanha começou a retribuir, primeiro passando a mão em seu rosto para tirar um cisco e depois quando segurou e apertou sua coxa de leve ao se apoiar para pegar uma caneta que caiu, o que fez todo o corpo do loiro esquentar, Bakugo já estava contando vitória certa, seria a aposta mais fácil que ia ganhar na vida.

- Ochako. Disse chamando sua atenção, quando Uraraka o encarou com aqueles olhos castanhos sentiu todo seu corpo estremecer, aquilo era diferente, nunca havia ficado nervoso perto de uma garota, então concluiu que era a adrenalina de ganhar a aposta de Sero.

Bakugo passou de leve os dedos sobre o queixo de Ochako a puxando mais para perto, ela o encarava com um olhar doce e sua respiração era ofegante, ao encostar a ponta de seu nariz no dela pode sentir seu cheiro doce, era diferente e bom, abriu a boca levemente indo em direção aos lábios da castanha...