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História A Guerra das Três Coroas. - O Caminho e o Palácio da Margarida.


Escrita por: RompanteSecreto

Notas do Autor


Boa leitura.

Capítulo 6 - O Caminho e o Palácio da Margarida.


Ao chegar no aeroporto, a alegria superficial da multidão desaparecera, sendo substituída pela solidão que sentiam. Edward e Aurora agora estavam sozinhos com um bando de estranhos em um lugar desconhecido.

Draco parecia tranquilo, até relaxado, naquele ambiente. Ele se sentara em uma poltrona do salão vazio. Perto a ele, haviam mais dois outros selecionados. Uma delas foi a que Draco sorriu e pegou a mão.

Aurora os observara. Conhecia seus rostos e nomes, por ter decorado. De certa forma, tentava bolar um plano em sua cabeça para fazer amizade com um deles e fazer de tudo para que essa pessoa ganhasse a coroa. Assim, ajudaria o príncipe e não estaria tão sozinha naquele castelo. Sim, havia um pouco de interesse. Ela não era boba e sabia que os todos selecionados que fizeram amizade entre si, acabaram se dando bem.

Kingsley Shacklebolt e Frank Fortescue eram um exemplo. Eles, junto ao atual rei, foram os três finalistas da última seleção e foram grandes amigos, sendo assim, receberam cargos de destaque. Kinsgley era o atual chefe do Conselho Real, enquanto Frank se casou com a melhor amiga da rainha, Alice Longbottom e se tornou um Lorde com enorme proximidade com a realeza.

E lá estava, Neville Longbottom na poltrona mais afastada da de Draco. Filho do melhor amigo do rei e herdeiro da fortuna da família nobre Logbottom, que era a principal fornecedora de alimentos e flores do reino de Agartha. Ele já estava na vantagem na Seleção, justamente por causa de seu pai. Neville deveria ter crescido com o príncipe e Aurora não duvidava que os dois talvez já tivessem um caso ou, pelo menos, uma grande amizade. Ele possuía cabelos loiros escuros, corpo forte e era alto. Seus dentes da frente eram ligeiramente separados e seu rosto era rendondo e bonito, com uma barba por fazer.

-Harry te selecionou? -Draco questionou a Neville, com certo desprezo na voz. Teddy arregalou os olhos para aquilo. A garota no meio das duas poltronas olhou para cima, como se estivesse perguntando "Já começou?"
-Por que a surpresa? Não fui eu que foi expulso do castelo após magoar o melhor amigo do príncipe. -Disse Neville, sem levantar os olhos de seu livro.
-Foi uma vez. -Draco se mexeu desconfortável na poltrona.
-Claro que foi. -Neville sorriu e olhou o loiro. -Os outros herdeiros assumiram que você foi tão mesquinho e arrogante, como sempre foi todo mundo, que Harry te desprezou e rejeitaria tudo que os Malfoy fornecessem dali em diante. Mas não, Lady Cisa continuou sendo convidada, mas você? Nunca mais pode pisar no palácio.
-Ele ainda me selecionou. -Draco disse, suas bochechas levemente vermelhas.
-E eu me pergunto se foi ele mesmo ou alguém do Conselho que solicitou que você fosse chamado. -Neville sorriu fraco. -Talvez o seu pai tenha mexido uns pauzinhos. Ou quem sabe a sua tia?

-Podem parar de agir como se fosse duas crianças? -A garota de cabelos pretos channel questionou. Aquela era outra herdeira do Conselho, Pansy Parkinson. Ela fechou a revista que lia e cruzou as pernas de forma elegante. -Não importa o que aconteceu anos atrás e você sabe disso, Longbottom. -Ela revirou os olhos. -Harry é bondoso e gentil. E nem um pouco bobo. Ele sabe perdoar, ainda mais quanto a besteiras como aquela.

Os Parkinson são uma família nobre ligada a produção artística e literária. Forneciam financiamentos aos artistas mais populares e importavam para o reino quase tudo que chegava de música, livros e peças. Dificilmente alguém conseguia chegar até eles, era necessário muito dinheiro ou muitos contatos para poder ter uma chance. Pansy possuía cabelos curtos, lisos e pretos, com um franja repicada. Seus olhos era escuros e brilhantes e seu rosto era bem brancos e sem qualquer marquinha.

-Não foi uma besteira, não para o ele. E você sabe disso, Pan. -Neville, sério.
-Eu pedi desculpas. -Draco disse.
-Por que quis ou por que foi obrigado, Malfoy? -Neville parecia realmente irritado com a presença do loiro.

Aurora e Edward se entreolharam. Aquela situação era estranha e desconfortável. Que mundo era esse que essas pessoas viviam. Um mundo em que Draco não parecia tão forte ou influente, muito menos poderoso. Onde a riqueza pouco importava diante suas atitudes. Aparentemente, todos ali tinham o mesmo que Draco, então, para eles, ele era só mais um. A pergunta era: quando e como Malfoy havia magoado o príncipe? E se havia, como que sua família continuava tão próxima da realeza?

-Oh! Draco. -Pansy bateu no braço do amigo, querendo mudar de assunto. -Por que não nos apresentou aos seus amigos?

Draco finalmente olhou para os dois, que estavam de pé.
-Por que não se sentaram? -Perguntou, confuso.
-Não...Não sabíamos que podíamos. Não devemos esperar alguém? -Teddy perguntou trocando o peso do corpo de uma perna para a outra.
Draco revirou os olhos.
-Esses são Aurora Black e Edward Lupin. -Apontou.

Aurora levantou a mão e acenou para os dois selecionados. Neville sorriu, agora, de forma doce.
-Black? Tipo o Lorde Black? Achei que ele só tinha um filho. -Disse ele.
-Que Lorde Black? -Aurora perguntou, confusa. Nunca havia ouvido falar de um membro do Conselho com o seu sobrenome.
-Vocês realmente precisam estudar. -Draco disse levantando uma sobrancelha para Aurora. Então, ele voltou a olhar os outros herdeiros da nobreza. -Deve ser só uma coincidência.
Pansy assentiu, concordando com Draco.
-O Lorde Regulus Black é um dos mais importantes do nosso Conselho junto aos Longbottom e  aos Lestrange. Ele é o único que ainda possuí contato com o rei e o Conselho de Calakmul. Seu principal trabalho é com o fornecimento de energia, mas possuí influência em quase todas as áreas.  E é o maior fornecedor de matéria prima para os Malfoys e dos Tonks. -Pansy explicou tranquilamente.
-Ele tem um filho, Leo Black. Inclusive, achava que ele seria um dos selecionados do Harry. -Disse Draco.
-Leo nem deve se interessar na Seleção, mas também é muito novo para se inscrever.  -Neville disse e bateu no sofá ao lado de si, indicando para Teddy e Aurora se sentarem. Os dois caminharam até ali e sentaram-se. -Então, quais são as expectativas de vocês?
-Sobre a seleção ou sobre a máquina mortífera que vamos entrar? -Perguntou Teddy e Neville riu.
-Nunca andaram de avião pelo visto. -Os dois assentiram. -Eu também não gosto muito, mas um bom livro ajuda. Se quiser, eu empresto a vocês. -Disse o rapaz.
-É sobre o quê? -Perguntou Teddy se ajeitando, sentando-se nas próprias pernas para poder ver o livro.
-É um conjunto de contos escrito pelo próprio Rei Godric. -Disse Neville. Isso fez Aurora se aproximar. Neville passou o livro para ela, que logo abriu para observar as páginas amareladas cheias de desenhos delicados e palavras bem desenhadas.
-Obrigada. -Aurora disse, Neville sorriu.
-Como conseguiu uma edição?! Achei que a família real não estivesse mais disponibilizando os livros da biblioteca particular. -Disse Pansy, curiosa. Draco olhou feio para ela.
-Minha avó é uma ótima manipuladora quando ela quer alguma coisa. E o Rei James não sabe dizer não a ela. A Rainha Lilian sempre deixou que fossemos até a biblioteca, então não a vejo tendo problemas com empréstimos. -Disse Neville.
-Você é muito sortudo por ter os seus pais como padrinhos do príncipe, sempre pode ir até o castelo. -Pansy disse bufando.
-Madrinha! Ninguém sabe quem é o padrinho do príncipe. -Disse Draco, resmungando. Neville fez uma careta pro loiro, que devolveu.

Teddy segurou a risada. Os dois sempre iriam se implicar desse jeito?

-Como assim? -Aurora perguntou sobre o que Draco disse.
-É que o Rei James recusou a dar o apadrinhamento para um membro do conselho. Disse que daria para alguém que ele era verdadeiramente próximo e amigo. Então, Rainha Lilian nomeou a melhor amiga, minha mãe, enquanto James colocou seu melhor amigo como o padrinho do príncipe. Mas esse, ninguém sabe quem é. -Disse o Longbottom.

Aurora e Edward se entreolharam. Era possível?

-Enfim, quais são seus filmes favoritos? -Neville perguntou animado, fazendo Aurora sorrir. O garoto carregava uma áurea de tranquilidade e gentileza que ela gostava, parecia ser uma boa companhia, diferente de Draco, que agora estava com uma grande carranca no rosto.

Aurora achava que seria pelo fato de Pansy, uma pessoa da qual ele parecia ser próximo, estava dando atenção a eles dois e ao garoto que ele não parecia estar a vontade com a presença.

Assim, por meia hora, os três, Teddy, Aurora e Neville, com alguns pitacos de Pansy, conversaram sobre seus gostos. Neville gostava de filmes leves, românticos e bem mamão com açúcar, o que combinava com Teddy, que gostava de comédias românticas, embora também amasse os de ação. Já Aurora, gostava de diversos tipos, não tendo problemas com aqueles que Pansy sugeria, que pareciam ser do tipo "para fazer pensar". Também falaram sobre seus hobbys. A Parkinson gostava muito de costurar e desenhar, mas ela não sabia tocar nenhum instrumento, embora amasse ouvir. Aurora, ao falar sobre seu trabalho, fez a garota de cabelos channel quase pular da poltrona em busca de um piano naquele aeroporto gigantesco e vazio. Então, Aurora prometeu a Pansy que um dia tocaria para ela.

Ao longo daqueles minutos, outros selecionados chegaram, tais como Cedrico, Lavender e Parvati, aqueles que estiveram na frente de Edward e Aurora na fila para a inscrição. Outra menina que chegou junto ao grupo era uma que Aurora reconhecia sendo aquela que estava presente no bar no dia que falara contra a seleção e a família real. Pensando, lembrou de seu nome, era Camilla Lorcan. Seus cabelos eram escuros com mechas roxas, curtos, e possuía o rosto levemente arredondado, com uma pequena manchinha perto de seu olho. Olhos dos quais eram da cor de mel e levemente finos. E Camilla era alta, estando próxima da de Cedrico.

Enquanto os selecionados se acomodavam, Neville disse, talvez pelo ramo que sua família seguia, que gostava muito de plantas e, por isso, fazia disso como seu trabalho e hobby. Ele explicou que em sua casa possuía a sua própria estufa, onde passava a maior parte do seu dia.

Teddy se sentiu um pouco deslocado no grupo, dizendo que não possuía hobbys nem talentos.

-Claro que você tem talentos, Edward. -Aurora disse sorridente. -Ele sabe lutar, até melhor do que os membros da Ordem dos Lírios. E já o vi cavalgando e falando de política.
-Você seria um ótimo membro do Conselho então! -Pansy disse animada. -Todos nós tivemos que ter algumas aulas de auto defesa e como andar a cavalo.
-Qual ramo da política você gosta, Teddy? -Perguntou Neville.
-Bem, nunca pensei  especificamente...Mas acho que gosto dos direitos humanos e meio ambiente. Mas gosto muito de debater em geral. Só que, a Aurora fala bem melhor do que, além de escrever muito bem. Quando estávamos na escola sempre ela que era chamada para apresentar as redações dela sobre as melhorias que Agartha poderia ter. -Disse Teddy.
-Não era sempre, Teddy. -Aurora cruzou os braço.
-Ah, mas era! -Teddy riu. -Imaginem uma menininha de trancinhas e vestido amarelo discursando com toda convicção contra a guerra contra Calakmul.
Neville riu.
-Você deveria ser fofinha. -Disse Neville.
Aurora revirou os olhos e deu um dedo do meio para ele, que riu mais, fazendo com que Pansy risse junto a ele, Draco segurou sua risada. Eles eram da mesma sala, então, o Malfoy se lembrava de como ele era.
-Nós teríamos feito ótimos trabalhos juntos. Deveriam estar na faculdade conosco! -Disse Pansy,
-Quem sabe um dia? -Teddy perguntou, sorrindo sem jeito. -O que você cursa, Pan?
-Estudo moda. O Neville estuda botânica e já devem saber que o Draquinho ali estuda medicina.- Disse Pansy.
-Medicina? -Neville olhou para Draco.
-Qual é o problema? -O platinado questionou.
-Só...Você não tem cara de médico. Muito arrogante. -Neville disse.
-Você não tem cara de botânico. Muito bruto. -Draco disse, irritado.

Pansy negou com a cabeça para aqueles dois.

De repente, um homem interrompeu a conversa, particularmente animada, ao se aproximar com seus passos firmes e terno. Draco se levantou da poltrona e sorriu com doçura.
-Todos já estão aqui? -Questionou o homem.
-Acreditamos que sim. -Disse Draco com seu ar de graça que, logo, fez o homem sorrir de volta para ele.

Aurora observou Neville revirar os olhos e Pansy rir baixo.
-Esse será o jogo dele enquanto ele estiver no castelo. Fique de olho. -Pansy sussurrava. -Ele é uma cobra.
-Nós já conhecemos bem a figura. -Aurora sussurrou de volta.

-Desculpem pela demora, estávamos checando o avião. Podem embarcar. -Disse o funcionário.

Draco pegou sua mala de rodinhas e saiu na frente, acompanhando o funcionário. Neville levantou calmamente e pegou sua mochila e sua mala.

-Estão prontos para conhecerem sua nova casa? -Perguntou Neville.
-Acho que sim, né? -Aurora suspirou.

XxX

No avião, Aurora se sentou ao lado de Neville, que contou a ela sobre os contos de Godric o que eles tinham a ver com os grandes eventos de Agartha. Eram pequenos, graciosos e alguns até que interessantes. Falavam de outros reis, outras paixões, até mesmo sonhos. Alguns, falavam Marjorie, a rainha e, esses eram doces e apaixonados, o que fazia Aurora rir de forma boba. Ela só via duas pessoas falando daquele jeito e eram Remus e Dora, que eram extremamente apaixonados um pelo outro, até hoje.

Enquanto isso, Teddy olhava pela janela, querendo observar seu pequeno país por cima. Ele havia ficado assustado durante a decolagem, mas, segurando a mão de Aurora, se acalmara. Diferente do que achavam antes, Neville e Pansy não zombaram do medo dele. Na verdade, Neville explicou que também tinha medo de muitas coisas, até mesmo de um professor particular que ele teve uns anos atrás. Durante o voo, Teddy pegou em sua bolsa um caderno e começou a escrever sobre como a viagem estava sendo, o que fez Aurora se alegrar, pois sabia que os irmãos deles ficariam muito contentes em saber desses detalhes.

Quando Teddy se abaixou para frente, Neville franziu o rosto e depois olhou para Aurora, fazendo aquele mesmo semblante.
-O que foi? -Aurora perguntou.
-Nada...-Neville balançou a cabeça.

Aurora olhou para Teddy e percebeu, pendurado em seu pescoço estava um cordão com pingente de lua. Era o cordão de Remus, aquele que os pais de James Potter haviam dado para ele e Sirius anos atrás.
Draco, diferente dos outros, dormiu com uma máscara de dormir sob os olhos e as mãos em sua barriga. Pansy desenhava em sua mesa seu amigo adormecido. Já os outros selecionados aproveitaram da comida e dos filmes, interagindo entre eles. Lavender e Camilla pareciam ter se aproximado e dividiam os fones de ouvido, rindo do filme que assistiam.

-Ei...O que vocês acham da Pansy? -Neville sussurrou para Teddy e Aurora.
-Ela parece elegante e gentil. -Teddy levantou o rosto de seu caderno. -Ela foi bem legal conosco no aeroporto.
-Diferentemente de Malfoy. -Disse Neville.
-Vocês tem alguma história? -Perguntou Aurora.
-Ele sempre implicou comigo quando criança. Me chamava de gordo e me empurrava sempre que possível. Mas acho que ele era assim com qualquer com que se aproximava do príncipe. Draco também implicou com o melhor amigo do príncipe, Ronald Weasley. -Disse Neville e Aurora arregalou os olhos, surpresa. -Conhece?
-É o meu primo. -Disse ela.
-Oh! Isso é bom, talvez ele te ajude a se aproximar do príncipe e se afastar das formalidades da seleção. -Disse Neville.

Aurora queria dizer que não, mas sorriu falsamente e assentiu com a cabeça. Ela sentia o coração batendo com força. Se Ron era o melhor amigo do príncipe, queria dizer que havia sido ele a ir ao bar e ouvido tudo que ela disse. Talvez o ruivo a odiasse. Realmente, ela pouco se importava para a opinião do príncipe, e sim, a de seu primo. Faz anos que eles não se veem, devido ao trabalho dele no castelo, então, Aurora não gostaria de não ter a amizade seu primo, do qual ela tinha tanta proximidade quanto criança.

-Enfim, depois do que Draco fez, que foi dizer para Ronald ficar longe do príncipe porque ele era pobretão e apenas filho da cozinheira, Harry ficou muito bravo. Tínhamos uns onze anos, mas ele levou aquilo muito a sério. Depois disso, Lady Malfoy nunca mais foi autorizada a levar o filho ao palácio. -Neville disse.
-O que a Pansy disse você acha que é verdade? -Teddy perguntou.
-Sobre o príncipe tê-lo perdoado? Sim, acredito que sim. O Harry é uma pessoa muito boa e acho que depois de alguns dias ele se sentiu culpado por ter brigado e rejeitado a amizade de Draco, mas ele não queria que o Malfoy achasse que poderia continuar maltratando as pessoas. Também acho que os reis devem tê-lo apoiado nessa decisão, já que faz parte da educação de um príncipe ser firme em suas decisões, até as mais duras. -Neville explicou.

Aurora assentiu com a cabeça, fazia sentido.

-Mas acha que ele continua sendo assim, o Draco? -Perguntou ela.
-Arrogante? Sim, eu acho. Já observei como ele trata os empregados dele e isso não me deixa tratá-lo normalmente. -Neville bufa.

Teddy olhou para Aurora, e os dois assentiram de leve. Além do mais, eles eram os que mais sabiam que os Malfoys tinham um certo complexo de superioridade e nunca ofereciam qualquer ajuda, nem a mínima que fosse como um copo de água. Gostavam de oferecer roupas, mas eram somente para vestirem enquanto estivessem trabalhando dentro da Mansão deles ou por perto, mas não queriam que eles fossem vistos com aquelas roupas enquanto faziam outra coisa, já que traria mal imagem para a marca que vendiam.

O avião começou a pousar e Teddy segurou novamente a mão de Aurora com força, e ela devolveu o aperto.

Então, quando finalmente o movimento e o barulho parou, se levantaram e pegaram suas coisas.

-Fiquem por perto, selecionados! -Avisou o funcionário que havia vindo com eles.

Enquanto andavam pelo terminal, cercados por guardas, era um silêncio tranquilo se instalou e parecia que nada estava acontecendo, até que alcançaram as portas do aeroporto. Lá, havia uma multidão a espera deles. Amontoados atrás de uma cerca baixa, gritavam palavras de incentivo e comemoração. Caminharam sob o tapete vermelho.

Draco andou na frente do grupo, acenando com graça e uma postura elegante para as câmeras, que logo foram apontadas para ele e seu sorriso galanteador.

Teddy notando a atitude do rapaz, puxou Aurora fraquinho e começou a imitar Draco. Mas diferente de platinado, Edward acenava para as pessoas e sorria de forma calorosa e carinhosa.

Diferentemente de Draco e outros, Teddy não foi direto para o carro, pelo contrário, se aproximou da grade e perguntou os nomes das pessoas, agradecendo e pegando em suas mãos.

Aurora, no entanto, ficou observando por uns curtos segundos aquela enorme multidão, até notar uma garotinha de trancinhas que estava sendo empurrada pelos outros, até que ela tropeçou e caiu.

-Ei! Tomem cuidado! - Aurora se aproximou as pressas e a multidão se afastou. -Você está bem, pequena? -Ela esticou seus braços para dentro da cerca e ajuda a criança a se levantar. A garotinha possuía cabelos marrons e cacheados, e usava uma coroa de papel na cabeça. Seus olhos brilharam ao ver Aurora ali, tão próxima de si.
-Sim! Muito obrigada, princesa. -A criança respondeu. -Pode me dar um autógrafo?
Aurora sorriu e assentiu.
-Pode me chamar de Aurora, eu não sou princesa. -Respondeu pegando o bloquinho da menina.
-Mas será!-Disse a criança, confiante.
Não querendo negar dada a aqueles olhos doces de amora preta e sorriso cheio de expectativas, Aurora decidiu brincar.
-Acho que está enganada. -Disse e a menina olhou confusa. -Veja, você que está de coroa, você  que deve ser a princesa. 
-Ah, mas essa é de papel. Não significa nada. -Disse a menininha.
-Claro que significa. -Aurora sorriu. -As coroas mais belas são aquelas que demonstram a nobreza de nosso coração, não a de nossos tesouros. -Aurora pegou o bloquinho da menina. -Para mim, você é uma princesa. Agora, qual é o seu nome, pequena? 
-Lia! -Disse a menina. Então Aurora escreveu: " De Aurora Black, com amor, para a Princesa Lia." E ao ler, Lia arregalou os olhos e abraçou o bloquinho.

-Eu também quero um! -Outra criança disse animada.
-Eu também! Eu também! -E mais outra.

Teddy deu um leve empurrãozinho na sua amiga e os dois assinaram os autógrafos, sorrindo e conversando com as crianças que estavam ali.

Quando viram o funcionário fazer sinal sobre o horário, correram para o carro, acenando e agradecendo. Sentaram-se rindo. Neville riu e os parabenizou, dizendo que aquilo havia sido muito legal da parte deles.

Draco bufou, cruzando os braços. Mas isso não fez os dois desanimarem. Para eles havia sido divertido e emocionante. Nunca tinham imaginado tantas pessoas, de um lugar tão distante da cidade em moravam, fossem até lá para vê-los. Então, gostaram de dar atenção a eles, que estavam já dando de seu tempo ao recebê-los ali.

Depois da incrível recepção, a caminho do palácio, uma enorme quantidade de pessoas estava presente com cartazes e fotos dos selecionados. Aurora sorriu triste ao saber que não poderia abrir a janela para acenar e agradecer, tendo pena daquelas pessoas que estavam ali sob o sol só para apoia-los. O guarda que a respondera, disse que aquilo era uma medida de segurança, já que agora os selecionados eram considerados temporariamente uma extensão da família real do Reino dos Lírios. E era importante saber que, embora houvesse em sua maioria pessoa ali os adorando, também haviam pessoas com a intenção de machucá-los.

Neville, ao lado de Pansy, estava sorridente e o motivo era claro, seu nome estava exposto em milhares de cartazes. Aurora observava que os nomes nos cartazes, em sua maior parte, eram dos filhos dos membros do Conselho, talvez porque as pessoas, assim como ela, achava que era uma escolha mais fácil pro príncipe. Ou somente porque alguns deles acreditavam que, por estarem ligados a determinado setor produtivo de Agartha, esses selecionados eram mais similares a eles. Aurora e Teddy também possuíam alguns cartazes, mas bem do que Neville, Pansy e Draco.

Apesar dos cartazes com seu nome, Draco não parecia feliz. Na verdade, seus olhos pareciam lâminas afiadas de tanta raiva que ele transmitia.

-Você acha que ele fez alguma coisa para ter essa recepção? -Perguntou Draco, sussurrando. Aurora revirou os olhos.
-Como assim? -Perguntou Aurora.
-Talvez ele tenha subornado alguém. -Disse Draco.
-Eu não acho que Neville precisa disso, Draco. E mesmo que precisasse, os pais dele não dariam dinheiro só para que ele tivesse vários cartazes na recepção. -Aurora bufou.
-Existem outras maneiras de subornar alguém, Aurora. Por favor, não seja tão inocente. -Draco revirou os olhos.

Aurora piscou algumas vezes tentando compreender, então, fez uma careta de nojo. Não só porque, para ela, Neville parecia uma pessoa que nunca dormiria com alguém com o único objetivo de ganhar algo por trás disso, mas também porque ficava claro com essa fala de Draco que a vida no palácio seria bem pior do que ela estava imaginando.

Então, ela olhou para o seu lado esquerdo, vendo os olhos brilhantes de Teddy ao ver a paisagem. Eles haviam ido para o litoral, na cidade de Grifo, onde ficavam os portos do reino. Isso, era o mais afastado possível de qualquer fronteira com os outros três reinos. Ali, o céu brilhava de uma forma bem clara e havia pouquíssimas nuvens. As casas tinham estilo clássico e pinturas bem clarinhas, como azul, verde, rosa e amarelo.

Ao se aproximarem do castelo, Aurora não pode ver com clareza a estrutura. Notava que possuí altas torres e se localizava bem no alto de uma das montanhas dali. O mar batia com força contra as pedras e mesmo assim não alcançava as enormes varandas que conseguia ver após passar pelos portões dourados.

O carro finalmente estacionou ao fazer a curva no pátio. O grupo saiu do carro, podendo abrir a boca admirados pelo belíssimo local que estavam. Diversos guardas os esperavam sob os degraus da grande escada que levava aos portões, fardados e sérios. Aurora tentou encontrar algum rosto familiar, mas não esperava que qualquer um deles fosse um dos seus primos, já que provavelmente teriam ficado na capital, protegendo o palácio principal.
-Bem vindo ao Palácio da Margarida. Esse lugar foi o segundo castelo construído no Reino de Agartha, durante o governo de Godric Edmund Evans de presente para a sua amada, a rainha Marjorie Lilian Evans. Toda cidade tem muita importância para a família real, não só por ser aquela que possuí os maiores portos de todo reino, como também pela sua história. É de costume que todos os príncipes recebam sua educação nesse palácio, estando assim protegidas dos conflitos froteiriços e políticos da capital. -Explicou o funcionário que havia trazido o grupo de carro.

Antes que pudessem dizer responder coisa, diversos funcionários saíram correndo de dentro do castelo pegando os selecionados pelo braços e os puxando para dentro. Todos vestiam roupas bem similares, como se fosse para não diferenciá-los. Em seus peitos carregavam o símbolo do cervo.

-Perdoe-nos pelos puxões, senhorita! Mas estão muitíssimo atrasados! -Disse uma mocinha para Aurora, que olhava para trás vendo seu amigo sendo também puxado.
-Oh! Sinto muito, sinto que talvez seja culpa minha e do meu irmão. Ficamos falando com o público. -Respondeu Aurora.
-Vocês falaram com o público?-Uma das outras funcionárias, que tinha cabelos curtos e repicados questionou com ar de surpresa. Aurora só assentiu com a cabeça.

Sem dizer mais nada, as mocinhas indicaram por onde Aurora deveria ir.

-Ali é o Grande Salão e lá são os jardins. -Disse a loira de grandes olhos azuis, sonhadores e desfocados.
-Podemos ver?-Perguntou Aurora.
-Não agora!-Disse a de cabelos castanhos e franja.

Então, empurraram Aurora para uma outra sala, com enorme portas brancas com detalhes em dourado. Lá haviam filas de selecionados, roupas penduradas e profissionais fazendo cabelos, maquiagem e unhas de todos.

-Aqui estão eles, senhora Granger!-Disse a de cabelos castanhos.
-Obrigada, Hannah. -A mulher na frente de Aurora se virou. E lá estava Hermione. Seus cabelos agora estavam presos e usava um vestido azul escuro curto e formal. -Bem-vindos a cidade de Grifo e ao Palácio da Margarida. Agora, para aqueles que não se recordam, meu nome é Hermione Granger e estarei responsável por vocês durante a seleção junto a Professora McGonnagal, essa que será a responsável pela educação formal de vocês. Por hora, iremos fazer as transformações dos senhores. Claro, antes, tiraremos fotos de como estão para compararmos. -Disse a mulher.

As mocinhas apontaram para as cadeiras e todos foram se sentar.
-Não se preocupem com as câmeras, as ignorem e ajam normalmente. Estamos gravando um episódio especial sobre a aparência de vocês. -Hermione explicou.

Os flashes começaram, Aurora sorria leve, tentando ignorar o nervosismo que subia a sua garganta. Embora fosse acostumada a estar sob os holofes, sendo eles de bares quase vazios, o seu maior medo era relação a sua aparência. Sempre quem cortara seu cabelo havia sido Ninfadora, sua tia de consideração. Nunca tendo cortado o cabelo com um profissional, temia o que fossem fazer consigo.

-Senhor Edward vá para a estação dezoito. Senhorita Willow para a sete....-Hermione dizia e os profissionais começaram a guiar os selecionados para as mesas. -Aurora, para a seis.

Sem questionar, Aurora caminhou para a cadeira seis, onde uma mulher de cabelos longos e lisos a esperava, junto a um homem bem baixinho.

-Bom, Aurora, que imagem você quer?-Perguntou o baixinho colocando luvas.
-Imagem?-Perguntou confusa.
-É, o que quer passar para o príncipe e o público. Podemos aloirar seus cabelos para te dar um ar mais inocente, ou podemos tornar os seus cabelos como curtos e trazer um ar mais sedutor para você. Fizemos isso com o Rei James, acreditamos que tenha funcionado. -Disse o homem.

Aurora segurou a sua língua para não dizer que o cabelo parecia incomodar o selecionado na época, já que sempre estava mexendo na franja, a puxando para trás. 

-Eu não quero mudar por ninguém. -Aurora disse firme.
-Temos alguém especial aqui?-O homem perguntou com a mão na cintura.
Aurora sorriu, provocadora.
-E não somos todos?-Perguntou ela e isso o fez sorrir.
-Bom. Muito bom. -Ele disse e subiu um banquinho. -Continue assim, querida. Deixe-me te contar um segredo, ter aversão ao falso é uma vantagem por aqui.
-Então, o que fará comigo?-Perguntou Aurora, sorrindo, agora, tranquila.
-Te polir. Ressaltar seus belos olhos de azuis e as ondas de seus cabelos. Cortar o que está desidratado e quebrado, mas, te deixaremos exatamente como você é. -Ele sorria e depois deu um tapinha no ombro de Aurora.

O que Aurora não sabia que "polir" era exatamente polir. Sua pele foi esfoliada, esfregada e massageada. Suas sobrancelhas feitas com cuidado e suas unhas aparadas.

-Gostaria de uma cor?-Perguntou a mulher.
-Posso pedir uma cor escura?-Aurora perguntou.
-Preto sempre fica bem. -A mulher disse animada.

As câmeras rodearam Aurora e Hermione franziu o cenho ao ler o que estava escrito atrás da cadeira da selecionada.
-Não quis cortar os cabelos?-Perguntou ela.
-Não. Gosto deles assim. -Aurora olhava para as unhas, pintadas. Ela nunca tinha usado esmalte na vida e havia adorado. Será que dariam a ela o esmalte se pedisse?
Hermione sorriu e assentiu, saindo dali.

Enquanto se olhava no espelho e observava suas unhas, Aurora sentiu algo tremendo. Então, olhou pro lado e viu uma menina de olhos oblíquos castanhos e cabelos castanhos longos balançava a perna nervosamente. 

-Olá...-Aurora chamou com um aceno e ela a olhou.
-Oi... -Assentiu a menina. -Você a Aurora Black, não é?
-Sim e você é a Willow...-Aurora não conseguiu lembrar o sobrenome.
-Willow Chang, eu sou de Nix do continente de Éter. -Explicou a garota e Aurora assentiu, reconhecendo. -Você veio com o Draco, não é? Ele parece ser terrível...-Disse Willow.

Aurora suspirou. Todos no salão conseguiam ouvir os gritos de Draco, escandalizado e ordenando milhares de funções para os pobres funcionários e cabelereiros responsáveis por ele.

-É. Ele é um pouco...Extravagante. -Aurora disse e Willow riu. -O que está acontecendo com você?-Perguntou. -Parece nervosa...
-Querem pintar meu cabelo de rosa. Disseram que combina comigo. -Willow respondeu, com lágrimas em seus olhos.
-Rude deles dizerem isso, acho seus cabelos lindos demais. -Aurora disse e Willow sorriu, agradecendo. -Se não quiser pintar, diga a eles. Eu mesma não vou mexer no meu cabelo.
-Talvez tenha razão...-A menina disse, pensativa. Sem saber se Aurora dizia aquilo por ser a verdade ou por querer ganhar alguma vantagem.

Mas, não houve tempo de conversarem mais alguma coisa, já que logo Aurora foi levada para lavar e cortar seu cabelo. Algumas mechas foram cortadas, mas em geral, ela só sentiu a escova e os produtos que cuidariam de seu cabelo. Em seguida, foi levada para se maquiar, onde a profissional, instruída para isso, fez uma leve maquiagem em seu rosto, ressaltando seus olhos e boca. E finalmente, ela pode se ver na frente do espelho. Os cabelos longos haviam sido presos em um rabo de cavalo alto, que apenas deixava algumas mechas caindo próximas ao seu rosto.  Algumas de suas ondas se transformaram em cachos firmes e Aurora sorriu. Pela primeira vez, ela sentia apresso aos seus traços.

Então, Aurora pode trocar o roupão, no qual em algum momento foi solicitado que vestisse, por um vestido de sua escolha. E ela escolheu um verde claro e curto sem mangas e costas abertas. A saia era rodada e na frente havia um pequeno decote. Pode pegar alguns brincos e escolher um par de saltos que possuía um laço bonito no tornozelo.

Olhando no espelho, não conseguiu dizer que não estava bonita.

-Venha, Aurora, é a hora da foto do depois. -Hermione apontou e Aurora assentiu, até animada com aquilo.

Sentia-se bem, tanto com sua aparência quanto com as roupas, por isso brincava de fazer poses e ria consigo mesma, fazendo Hermione sorrir para ela enquanto anotava em sua prancheta. As câmeras pareceram gostar um pouco de Aurora, se aproximando e a rodeando por um tempo.

-Agora, querida, sente-se aqui. -Hermione apontou e Aurora obedeceu, ajeitando a saia do vestido ao mesmo tempo. -Conhece a Rita? -A cacheada apontou. 
E lá estava a repórter. Ela vestia um terno verde esmeralda e seus cabelos loiros estava lisos channel. E na ponta de seu nariz estava um óculos também verde.
-Iremos fazer uma pequena entrevista, tudo bem?-Perguntou Rita.
-Tudo, mas...Por quê? -Aurora perguntou.
-Isso vai ajudar o público a conhecê-la melhor e quem sabe, criar uma torcida por você. E também, vai ajuda-la a se acostumar com as câmeras. Precisamos que fiquem menos tímidos, tanto pro príncipe que precisa conhecê-los verdadeiramente, tanto por vocês mesmos.  Além disso, tentamos proteger suas imagens, não seria bom para vocês a construção de personagem ruim lá fora, sendo a escolhida do príncipe ou não. -Hermione explicou tranquila e Aurora assentiu, compreendendo. 

-Podemos começar? -Perguntou Rita e Aurora assentiu novamente, fazendo Rita dar o sinal. Logo, as câmeras foram ligadas. -Estamos agora com a selecionada, Aurora Black. -A garota acenou, tentando sorrir da forma mais natural possível. -Aurora, você, das participantes, foi a que menos fez mudanças. Pode explicar o que fez exatamente?
-Bem...Cortaram alguns centímetros do meu cabelo e o trataram, deixando ele mais saudável. Pintaram e cortaram as minhas unhas. -Aurora mostrou. -E também, me fizeram ter cheiro de sobremesa! 
Rita riu, com surpresa.
-Eu amei o seu vestido, fico uma graça em você! -Disse Rita.
-Obrigada, tentei escolher algo que me deixasse confortável acima de tudo. -Aurora respondeu.
-Está gostando do dia até agora? -Perguntou a loira.
-Está sendo....Surpreendentemente bom. Conheci muita gente legal, pudemos conversar e estou ficando mais tranquila em relação ao ambiente. -Disse ela.
-Gostou da concorrência? -Perguntou Rita.
-Todos foram muito gentis comigo. -Aurora disse.
-E sobre as transformações deles. Tem medo que alguém tenha ficado mais bonito? -Perguntou Rita.
-O importante é que todos se sintam bonitos consigo mesmos. Eu estou feliz como pareço, mais do que me senti na minha vida toda. Então, pouco me importa o resto. Mas...-Aurora olhou em volta. -Acho que todos conseguiram realçar seus melhores traços.

-Muito bem, obrigada Aurora. -Rita disse.

Aurora se sentou e Hermione apontou para o canto da sala, onde havia um sofá. E olhando para lá, ela abriu a boca surpresa.

-Edward?!-Perguntou enquanto andava na direção do menino, que tapou o próprio rosto.
-Ficou muito feio? -Perguntou ele.
-Que pergunta idiota! -Aurora se sentou e pegou as mãos dele. -Você está lindo!

Os cabelos de Teddy estavam azuis e despenteados. Seus olhos da cor de âmbar brilhavam como nunca e ele usava um brinco de pressão.

-Mamãe tinha cabelos coloridos quando tinha a minha idade. Então, eu sempre quis fazer...Eu perguntei se podia e os cabelereiros foram a loucura. -Teddy riu, tímido.
-Eu acho que o príncipe vai amar! -Disse Pansy se jogando no sofá. Ela usava um vestido espalhafatoso preto e saltos pretos. -Aurora...Você é muito simpática, que ódio.
Aurora riu.
-As pessoas do aeroporto se apaixonaram por você. -Pansy sorriu. -Por você também, Edward.
-Obrigado. -Teddy disse.

Outras pessoas, mais afastadas, olhavam estranho para Aurora. Que se encolheu pegando a mão de Edward, que levantou uma sobrancelha para elas, que desviaram o olhar.
-Já começou o jogo. -Disse Pansy.

-Prontos, selecionados? -Hermione parou na frente das portas e todos se levantaram, caminhando para ficar na frente dela. -Agora, irei apresentar aos senhores o Palácio e depois, os levarei para seus aposentos. Primeiro, aqui é o Salão do Rei, onde ele normalmente recebe seus convidados e amigos. Na primeira seleção era chamado de Salão da Rainha, já que a escolhida foi uma mulher. Mas, como a partir da segunda, como tivemos só selecionados homens, tanto pelo Príncipe Narciso, quanto pela Princesa Lilian, o nome foi modificado. Acostumem-se a ele, pois aqui que passarão a maior parte de seus dias durante o processo.  

As portas foram abertas e começaram todos a andar pelos corredores, até chegarem onde as acompanhantes de Aurora tinham apontados como o Grande Salão. Lá as paredes eram decoradas com belas pinturas na parede e havia um gigantesco lustre de cristais.

-É aqui que farão seus banquetes e bailes tradicionais da seleção. Se houvessem mais de vocês, aqui também seria o local em que fariam todas as refeições. No entanto, por serem trinta e cinco, as refeições serão feitas no salão de jantar, que é ao lado. -Hermione explicou e continuaram andando, entrando no salão de jantar, onde havia uma gigantesca mesa, atualmente vazia.

Todas cadeiras tinham nomes pendurados em placas de papel. Aurora observou que se sentaria ao lado de Michael Corner e Neville Longbottom, mas bem próximo estaria Edward e Willow Chang. Pansy estaria mais afastada, ao lado de Blaise Zabini e Draco Malfoy.

Continuaram andando e Hermione apontou para uma escada.

-Atenção, uma coisa não será tolerada. Não devem, de forma alguma, subir até o terceiro andar. Lá é onde fica os aposentos da família real e nenhuma intrusão será tolerada. Vocês ficam no segundo andar, ocupando os quartos de visita. -Hermione disse e entraram no corredor. -Olá Charles, George. -Acenou a cacheada.

-Senhorita. -Os dois guardas acenaram e Aurora se virou rapidamente, podendo vê-los sorrir para ela. Eram seus primos.

Charles possuía os cabelos ruivos um pouco mais cumpridos e amarrados em um rabo de cavalo. Seus braços tinham marcas de queimadura e ele carregava uma espada em sua cintura. Já George possuía os cabelos bem curtos e bagunçados e estava com a espada nas costas. Aurora só se perguntava onde estava o gêmeo de George, Fred Weasley.

George fez o sinal de quatro e colocou atrás da cabeça, simbolizando uma coroa e depois apontou para Aurora, que revirou os olhos, o fazendo rir sem fazer nenhum som.

-Aqui é a porta do jardim. Vocês nunca, nunca mesmo, devem passar por ela sem autorização. Além do problema de estarem muito perto do mar, e poderem cair do penhasco. Há o perigo de haver invasores e não queremos que sejam machucados. Respeitem as medidas de segurança. -Hermione explicou.

Aurora olhou distraidamente em volta e sorriu, ela havia memorizado o caminho dali até a Sala do Rei. Aquilo trazia orgulho para si, já que o Palácio parecia um grande labirinto de paredes de mármore.

Finalmente, puderam subir as escadas para o segundo andar e caminharam pelos corredores que os levariam para os aposentos. Aurora respirou fundo e sorriu, diferentemente do que achava antes, o palácio era confortável. O cheiro do mar e o barulho das ondas trazia tranquilidade e podia sentir um cheiro gostoso dos flores do jardim. Nas paredes, haviam pinturas dos antigos reis e rainhas de Agartha, além de grandes heróis de guerra. Aurora sorriu ao ver uma pintura da irmã do primeiro rei, Helena Evans. Ela era conhecida por ser uma grande guerreira e estrategista, além de ser uma ótima arqueira. Havia falecido um pouco depois da guerra de independência devido complicações de um ferimento.

-Esses são seus aposentos. Neles encontraram suas coisas e suas acompanhantes. Caso não gostem de alguma coisa, podem falar com elas e imediatamente os funcionários do Palácio tentarão providenciar. Por hora, peçam ajuda para desfazer suas malas e logo, se prepararem para o jantar e para ver o primeiro episódio da Seleção, que passará para vocês na Sala do Rei. E saibam, o príncipe não viu nada até agora, então, ele as conhecerá pela primeira vez junto a toda Agartha. E amanhã, poderão vê-lo ao vivo. -Hermione sorriu. -Última coisa, semana que vem, vocês irão ao Jornal de Agartha para uma entrevista, então, se preparem mentalmente para algumas perguntas pessoais. -Ela respirou fundo. -E eu acho que é isso...Podem ir indo, nas portas de vocês estarão seus nomes.

Então, o grupo assentiu e começou a caminhar. Teddy e Aurora deram as mãos e andaram juntos. Por sorte, seus quartos eram próximos, mas nem tanto. O de Aurora era um bem na curva do corredor e o de Teddy dois mais a frente.

-Nos vemos mais tarde? -Teddy sorriu nervoso.
-Fica tranquilo, Colorido. Estaremos sempre juntos. -Aurora disse.

Teddy assentiu e continuou andando, indo para seu quarto. Assim, Aurora abriu a porta.

Imediatamente, três mocinhas se colocaram de pé. Uma ruiva, uma loira e castanha. 

-Ginny? -Aurora perguntou surpresa.
-Rora! -A ruiva respondeu e correu até a sua prima, a abraçando com força.
Aurora, aliviada, retribuiu. 
-Eu sentia tanto a sua falta. -Disse ela, até emocionada.
-Quando eu soube que você era uma selecionada, implorei pro Ron e para os outros convencerem Hermione a me levar como acompanhante dos selecionados. Eu pedi para trocar com outra menina para poder ficar com você! -Gina disse.
-Oh Ginerva. -Aurora riu e separou do abraço. 

Gina era sua prima mais nova, tendo seis irmãos mais velhos. Ela possuía longos cabelos ruivos lisos e diversas sardas. Seus olhos eram da cor de chocolate e seus lábios eram rosados quase sem cor.

-Essas são Kate Bell e Luna Lovegood. -Gina disse e as duas acenaram.
-Lovegood?! Eu trabalhei com seu pai várias vezes. -Aurora disse animada e Luna riu.
-Eu sei! Ele me falou muito bem de você e de Teddy. Fiquei feliz quando pude vir a ser a sua acompanhante. -Disse a de cabelos loiros da cor de palha e olhar perdido.

-Como você está? -Kate perguntou.
-Exausta, assustada e muito confusa. -Aurora disse rápido, fazendo as meninas rirem. Com um suspiro e ela olhou em volta. O quarto possuía papel de parede azul claro, cômodas brancas e uma cama enorme de casal com cortinas de seda. No canto, havia um piano, um violino e até um violão, o que fez Aurora sorrir, sentindo suas mãos formigando para tocar. Sua mala estava sob um banco nos pés da cama.

Gina logo se ofereceu, junto as outras, para arrumar tudo, mas Aurora riu e se sentou junto a elas para dobrar tudo dentro das gavetas.

-Ainda não acho que esse lugar é para mim. Nem sei se deveria estar desfazendo a mala. -Aurora suspirou, segurando nos pingentes de seus pais.
-Sinceramente? -Kate perguntou. -Você é uma das poucas que mais eu tenho certeza que deveria estar. Olha só, que outra selecionada deve ter se sentado no chão para ajudar a desfazer as próprias malas?
-Teddy. -Disse Aurora e Gina.
-Como ele está? -Perguntou Gina curiosa.
-De cabelo azul. -Aurora respondeu e Gina arregalou os olhos.
-Não brinca! Ele deve estar um gato! -Gina disse e Luna a olhou. Talvez com curiosidade? 

Kate olhou pro relógio.

-Você tem que se arrumar! -Ela levantou em um pulo.
-Não posso descer assim? -Aurora perguntou, achando que sua roupa estava boa para o jantar.
-Nem pense nisso, todos devem ter trocado de roupa. -Kate disse batendo suas mãos e fazendo as outras duas acompanhantes se levantarem para começar. Logo, antes das seis, Aurora havia trocado seu vestido curto por um longo e sapatilhas confortáveis. Seus cabelos foram soltos e arrumados, mas seus cachos continuavam firmes. E Kate repassou o batom nela. -Perfeita. 

E alguém bateu na porta para levar Aurora para o jantar.

XxX

Na Sala do Rei, todos os trinta e cinco selecionados se reuniram. Teddy, Aurora, Neville e Pansy se sentaram nas almofadas no chão, rindo enquanto ouviam o jornalista Evan Cass descrever tudo que acontecera no dia de cada selecionado. O lugar que estavam agora tinha sofás, almofadas, a enorme televisão e um confortável tapete. 

-Olhem para o nosso querido Draco Malfoy! Esse adorável rapaz conseguiu arrecadar diversos gritos de paixão e amor quando chegou ao aeroporto de Grifo. Quantos fãs será que terá depois da seleção? -Perguntou Evan.

Draco sorriu convencido para as imagens da televisão e Aurora riu ao ver Neville revirando os olhos.

-Temos também aqui Cedrico Driggory, da zona sul de Agartha. Olhem como ele foi aclamado ela sua cidade e além disso, ele cantou o hino do nosso reino em plenos pulmões. Um orgulho! -Evan disse sorridente. -Mas temos os nossos selecionados de outras nações. Como Owens que enviou a belíssima Fleur Delacour, e observem como sua atitude calma e beleza lembram a nossa rainha!  Owens deve ter muito orgulho de sua selecionada! -Evan mexeu em seus papéis.

-Agora, os nossos dois entrevistados favoritos. Vindos de Agartha como Cedrico e Draco. -Evan sorriu e as fotos de Aurora e Teddy apareceram na tela. -Como começar? Bom, logo de início observamos que Aurora é uma garota muito gentil e sempre que ela notou que alguém estava nervoso perto dela, ela tentou ajudar. Sendo essa pessoa, Draco Malfoy, no palco da despedida. Ou Willow Chang durante a transformação.  Edward Lupin também não ficou para trás nos pequenos gestos, sendo ele o primeiro selecionado a não ter medo de sujar as mãos e se aproximar do público que os esperava no aeroporto. Um gesto muito bom para um futuro rei de Agartha. No entanto quem realmente foi a queridinha da multidão, foi Aurora Black que logo de cara ajudou uma criança que ela percebeu que estava sendo esmagada e começou a distribuir atenção e autógrafos para quem pedia. Esses dois foram muito elogiados por quem estava ali e alguns até afirmaram ver neles as qualidades certeiras para um futuro membro da realeza. 

Aurora e Teddy arregalaram os olhos, sentindo queimar sob suas peles os olhares ameaçadores dos outros selecionados. Ninguém ali sabia que eles não pensavam em ganhar a Seleção. E agora, na visão deles, os dois eram uma ameaça. As intenções deles naqueles gestos pouco importava, os outros selecionados queriam eles fora.

 



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