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História A guerra de Corona - Temporada 2 - Akert, o reino fúnebre


Escrita por: RubiElhalyn e Huesera

Notas do Autor


Akert- na mitologia egípcia é o reino dos mortos, basicamente. Também chamado de Duat

Capítulo 22 - Akert, o reino fúnebre


Fanfic / Fanfiction A guerra de Corona - Temporada 2 - Akert, o reino fúnebre

- Então as coisas ficaram feias assim mesmo? - Uma serva falou para sua companheira de trabalho.

- Esses reinos em Irises parecem amaldiçoados. - A outra respondeu.

- Você tem razão. Isso é porqu... - A serva parou abruptamente quando um figura imponente surgiu em sua frente.

- Silêncio! Foquem em suas tarefas e parem de falar do que não lhes interessa. - A rainha Lucy disse impacientemente. Fofoqueiras idiotas! Ela pensou controlando-se para não perder a paciência.

As servas seguiram seu caminho de cabeça baixa e em silêncio. Lucy tinha a pele alva como pérola e cabelos negros como o céu noturno, típico dos álfheins. A alguns anos ela governava o reino Akert, após a morte de sua mãe, a rainha Yuki, que havia perdido todo o controle de sua própria magia como consequência de uma doença degenerativa  na mente. Essas doenças em Corona eram raríssimas e quase sempre letais. Lucy, ainda adolescente, foi então obrigada a abandonar a vida típica da juventude, repleta de festas, para assumir a responsabilidade de governar o reino que pesquisava, treinava e tratava de assuntos sobre o contato e as formas corretas de lidar com os mortos.

Akert era um reino calmo, geralmente voltado às pesquisas e ensino sobre os mortos, com seus rios de águas negras, a grande quantidade de montanhas e colinas, os muitos Templos de Conhecimento especialidados nos ritos fúnebres e contatos com os espíritos, cuja bandeira negra ostentava uma única flor de lótus lilás no centro. Lucy era geralmente calma e calada, só falando quando necessário, sempre algo útil e sábio, mas naqueles dias, desde a invasão de Vögel, a rainha de Akert estava inquieta e impaciente. Kathy, a grã-rainha de Álfheim iria visitá-la naquele dia para uma avaliação de rotina e traria as flores natália que Lucy adorava e tinha ganho de presente da grã-rainha. Era de bom tom que a rainha do sub-reino chegasse antes de sua superiora no salão de reuniões, por isso Lucy estava aguardando no salão escolhido para receber Kathy. Majestosamente sentada em seu trono negro com caveiras esculpidas, com as mãos apoiadas nos braços do trono, Lucy parecia a mais pura calma, tão centrada e bela que mais parecia uma estátua de longos cachos negros. Mas interiormente, uma tempestade de pensamentos e intuições incomodavam a rainha.

  Kathy entrou e, depois das saudações formais, ambas dispensaram seus servos que se retiraram para uma sala próxima, deixando-as à vontade.

- Bem, aqui estão suas flores, como prometi. - Kathy entregou o vasinho com as flores natália. - Cuide bem delas, Lucy. Eu mesma plantei e cuidei delas em meu jardim.

- É uma honra, majestade. Cuidarei sim. - Lucy respondeu. - Podemos começar o relatório imediatamente e...

Kathy levantou uma mão, silenciando Lucy. - Antes você vai me contar o que está acontecendo.

- Como assim? - Lucy disse. Mas o olhar, aqueles olhos prateados da rainha pareciam ler sua alma. Ela então respondeu: - Eu não sei, honestamente. Algo está errado, mas ainda não identifiquei o que é.

- Sabe o que dizem, não é? Duas cabeças pensam melhor que uma. Conte-me.

- Quando Vögel foi tomada os espíritos pareciam... Não sei como explicar... Instáveis. Não como uma revolta, nem nada assim. Era mais como se eles estivessem incomodados.

Kathy ouvia com o cenho franzido, sem dizer uma palavra.

- Foi uma sensação rápida, durou alguns poucos minutos. Não houve nenhum fato de concreto, mas...

- Mas você é a rainha de Akert e, como tal, sua magia consiste em detectar o que o reino dos mortos deseja de nós. - Kathy arrematou. - Eles não estão mais incomodados?

- Não que eu esteja detectando.

- Mas você está incomodada, não é?

- Sim. Estou. O que quer que tenha afetado os espíritos, que os tenha incomodado, me incomoda desde então.

- Alguma ideia do que possa ser?

- Seja o que for, eu só tenho duas certezas: é algo muito poderoso e esteve agindo poderosamente em Vögel. - Lucy disse.

Kathy se levantou e deu alguns passos procurando uma forma de contar o que precisava.

- Lucy, o que vou lhe contar não deve ser dito a mais ninguém. Jure por sua magia que não irá revelar.

Lucy levantou a mão direita, com o indicador e o dedo médio erguidos, fez um "x" no ombro esquerdo com eles, e os levantou na altura da orelha. O sinal tradicional de juramento que, quando quebrado, faria a pessoa perder aquilo que usara como penhor da promessa. Na maioria das vezes, sua magia. - Eu juro que não contarei a ninguém o que me contar agora, sob pena de perder minha magia por perjúrio.

- Muito bem... Quando a Imperatriz de Sunna passou um tempo desaparecida ela estava fugindo de nós, as Cinco Rainhas na época.

- Porque ela fugiria das amigas e da própria mãe? - Lucy perguntou confusa.

- Porque ela era forte suspeita de crimes graves. Tínhamos provas irrefutáveis na época.

- O rastro de energia provava a culpa?

- Sim. Mas o rastro não era dela, e sim de um ser único que desafia todas as leis da natureza que conhecemos. Um ser capaz de mudar sua forma e até seu rastro de energia para combinar com a de quem ele quer copiar.

- Isso... Isso... É possível?... Mas...

- Sabemos que ele trabalha com os Iluminados e Ovembeo, mas suspeitamos que ele apenas os use como peças num plano maior. Infelizmente, não sabemos muito sobre ele ainda, mas temos informações sobre ele de fontes confiáveis que nos mostram o tipo de criatura vil que ele é. É um ser perigoso não apenas por seu poder anti-natural, mas também por suas ambições. Conseguirei algum item pessoal dele para que você possa testar. Quero que você verifique se foi ele que causou essa agitação entre os mortos. - O pedido tinha um tom de ordem que Lucy não negaria, mesmo se quisesse.

- Conte comigo, majestade. Alguém capaz de causar tal incômodo, essa tensão entre os espíritos, não pode ser boa coisa. Espíritos não se abalam por problemas dos vivos. - Lucy disse e de repente uma ideia surgiu em sua mente. - Espíritos só se abalam por problemas dos espíritos.

- Ele está tramando algo usando o reino dos mortos! - Kathy disse contendo o assombro. Usar espíritos como armas era abominável em qualquer um dos Cinco Reinos. Era desrespeitoso, cruel e terminava em destruição total do espírito utilizado. Ninguém fazia aquele tipo de magia em Corona desde... Desde.... Bem. Desde sempre.

Quando as rainhas terminaram de combinar os detalhes da missão secreta e urgente de Lucy, ambas começaram a avaliar os resultados das pesquisas e os pormenores do reino. Alguns aprendizes do sacerdócio tumular pareciam promissores, métodos mais práticos e eficazes de rituais de passagem estavam em estudo a poucos anos, pesquisas sobre o retorno dos mortos estavam sendo feitas com afinco após a volta à vida da Imperatriz de Sunna. Entender como o impossível tornara-se possível traria benefícios para o conhecimento geral e para quem resolvesse esse mistério. Kathy ficara satisfeita com o progresso de Akert.

Lucy é uma rainha promissora, sem dúvida melhor que sua mãe. Kathy pensou, mas guardou o comentário para si mesma. A jovem rainha já havia sofrido bastante com a loucura da mãe, não precisava de comentários tóxicos como esse. No fim da tarde a notícia da eleição, minutos antes, da nova conselheira de Sunna se espalhou pelo castelo Akert como fogo num rastro de pólvora. Lucy chamou sua dama de companhia para que ela mostrasse no Pulse quem era a nova conselheira.

- Bem, majestades, não é bem uma nova conselheira. - A serva dissera visivelmente ainda surpresa pela escolha, assim como todos.

- É uma conselheira antiga? Mas qual delas? - Kathy perguntou curiosa.

- Mostre de uma vez, Arlete. - Lucy ordenou.

Quando a serva ligou a tela do Pulse na notícia uma imagem da Imperatriz de Sunna em um palco, com um homem ricamente vestido nas cores de Sunna ao seu lado, ostentando o brasão da rainha, e o colar do conselheiro, Kathy e Lucy não conseguiram disfarçar a surpresa.

- Quem diria. É um homem. - Lucy deixou escapar.

- Bastante incomum em Sunna. - Kathy disse ainda admirando a beleza do conselheiro.

- Sim, mas, não há e nunca houve nada de "comum" em sua prima. - Lucy disse sorrindo.

- É verdade. - Kathy respondeu, finalmente desviando o olhar da tela do Pulse.

Em casa, naquela mesma noite, Kathy contactou as Cinco Rainhas e contou o que ocorrera em Akert com Lucy e todas decidiram manter o OSC em alerta. A reunião seria em Sunna, por sugestão de Kathy. Ela não sabia o porquê, mas sentia que precisava ver de perto aquele belo homem que ostentava agora o colar do conselheiro de Sunna.


Notas Finais


Nossa senhora dos próximos capítulos nos abençoe para o que virá a seguir


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