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História A Hashira do Gelo - O seu verdadeiro lugar


Escrita por: ice_hashira

Notas do Autor


Tudo bem com vocês, pessoal? Espero que a quarentena não esteja difícil para vocês.

Gente, eu tô devastada com as coisas que escrevo. Tá meio triste, né? kkkkkkkkkkk
Vou tentar adiantar alguma capítulos até o final da semana e postar dois no domingo. Faz tempo que tô tentando, mas a inspiração só bateu hoje. Quero aproveitar pra fazer esse pequenos agrado aos queridos leitores que estão sempre me apoiando aqui! 💖 Por favor, me contem o que estão achando, se possível.

Não esqueçam de beber bastante água e lavar bem as mãos!~❄️

Capítulo 31 - O seu verdadeiro lugar


A garota abraçou o irmão mais velho, e embora estivesse com os olhos cheios d’água, não quis chorar. Naquele momento, a felicidade era o sentimento que transbordava sobre todos os outros.

- Já faz uns anos que não ganho um abraço desses! Sentiu minha falta tanto assim?

- É claro que senti!

- Eu também… - Ele retribuiu o gesto fraternal.

Kaien se dirigiu ao corredor, deixando o cômodo de entrada.

- Vou deixar vocês conversarem um pouco e matarem a saudade.

Os irmãos sentaram-se juntos na sala sobre o tatame principal, enquanto o mais velho via o pai se distanciar. Como o garoto inteligente que sempre foi, ele não perdeu tempo e questionou a irmã.

- Certo… Agora que tou-san foi embora… Me diga o que está acontecendo, Yuki. - Ele sussurrava. - Sei que você não está bem.

- Com você sabe? - Ela se surpreendeu com a rapidez dele em notar as coisas.

- Sou seu nii-chan, ora! Eu cuidei de você mais tempo que qualquer um aqui, baixinha. - Ele a encarava indignado com a falta de reconhecimento. 

- Eu não sou baixinha! Você que é enorme! 

Apesar de Yukiko ser uma moça bastante alta, seu irmão e pai eram homens ainda maiores, com quase dois metros de altura. E o mais jovem dentre os dois homens constantemente se aproveitava para caçoar dela. Ela fingia estar brava, embora na maioria das vezes não conseguisse segurar as risadas. 

Mas os sorrisos de ambos logo se desfizeram quando ele voltou ao assunto.

- Eu soube que tinha algo errado assim que pus os olhos em você. Até sua respiração está diferente… Parece apavorada.

Yukiko resolveu ser sincera e contar ao irmão a verdade.

- Nii-chan… Eu não me lembro de nada.

- Como assim? Não lembra do quê?

- Dos últimos anos inteiros… Pelo menos dos últimos cinco ou seis… Não lembro de nada antes dessa manhã. Eu mal pude acreditar quando te vi tão velho!

O irmão levou as mãos à cabeça, em choque com a informação. Ele deslizou as mãos pelo rosto, tentando se acalmar e pensar em alguma coisa.

- Primeiro de tudo: eu não sou velho; Segundo: você contou pra eles?

- Não… Não quero que se preocupem. Não conte nada ainda, por favor...

- Se essa situação não se ajeitar logo, você vai ter que contar...

A garota ergueu ambos os braços, e descabelou-se ao coçar a cabeça, tamanha era sua confusão.

- Do que você se lembra então?

- Lembro da kaa-chan fazendo as tarefas de casa, de sair pra caçar com o tou-chan… De você cuidando de mim quando eu era criança… Você sempre ficava de olho pra que eu não saísse sozinha… 

- Então sabe porque te chamo de Yuki, não é?

- Porque você dizia pra eu não ir longe, ou neve me pegaria porque pareço com ela. - Ela sorria ao se lembrar. - Nii-chan… Você não vive mais aqui com a gente, não é?

- Não, eu não vivo.

- Como você mora sozinho? Você não conseguia respirar bem quando fazia esforço, e isso te deixava fraco. - Ela observou ele de cima a baixo, e cutucou um dos braços dele com o dedo indicador. - E você ficou forte...

- Bom, eu não moro sozinho! Eu fui morar na nossa antiga casa quando me casei. A casa onde vivíamos antes de precisarmos nos mudar pra você ficar segura. - Ele fez uma pausa. - Ah! E aquela devia ser só uma doença de criança. Depois dos 16 me curei bem rápido. Tou-san me treinou e ensinou o Dim Mak, eu fui abri de novo a antiga clínica e agora trabalho lá. 

Yukiko ficou a encarar o irmão por alguns instantes até cair em si.

- COMO ASSIM VOCÊ SE CASOU?! POR QUE NÃO ME CONTOU NADA??? - Ela berrou com o mais velho, incapaz de acreditar que não sabia de algo tão importante.

- É isso que te deixou mais surpresa...? Sério? ...Mas é claro que te contei! Você que não se lembra.

Ela tinha uma expressão antipática, como se sentisse muita raiva dele naquele momento. O mais velho não entendeu, mas a deixou processar a novidade.

- Você tem filhos? - Ela continuou.

- Ainda estou pensando nisso. As coisas não estão fáceis.

A expressão dela mudou de maneira drástica e repentina, ficando cabisbaixa.

- Nii-chan… Eu vi o seu casamento...? 

Ele logo entendeu o motivo da pergunta, e tentou responder com calma e cuidado.

- Não… Tivemos medo de alguém pensar algo ruim sobre você e não ser seguro. - Ele a viu se encolher com uma expressão melancólica no rosto, e tentou consolá-la, mesmo que pouco. - Não podia deixar ninguém machucar minha irmãzinha.

A moça abraçou o irmão novamente, e dessa vez, sem poder conter o choro. Ele a confortou por alguns minutos, até Lin aparecer na sala e chamá-los para jantar.

- Vamos. Sei que comer te deixa mais feliz. Pelo cheiro, vai ter Tempura!

~~~~

Após uma longa espera, o garoto de cabelos côr-de-pêssego retornou. Os ânimos pareciam mais calmos, mas o clima de tensão ainda era presente.

Sentado do lado de fora, Sabito se manteve sozinho, pensando em como lidar com a situação de forma correta. Não querendo abandonar tudo nas mãos do amigo, Tomioka apareceu, e tomou a iniciativa de se desculpar.

- Ninguém se torna Hashira por acaso. Sei o quanto você teve que se esforçar pra isso. - Ele tentou se explicar. - Foi só um sonho bobo, jamais tive a intenção de que soasse como um desafio, ou como desrespeito. 

- Tudo bem… Eu só devo estar sobrecarregado. Desculpe ter descontado em você.

Os quatro se reuniram para o jantar como uma grande família. A noite rendeu longas conversas, e variados assuntos. Mas o mais recorrente com certeza era a atual situação preocupante em relação aos onis. Era impossível para pessoas que lidam com isso todos os dias não procurarem apoio uns nos outros.

- Espero que suas esperanças estejam corretas, Sensei. - Disse Sabito. - Seria conveniente que eu pudesse encontrar um tsuguko logo.

- Tenho certeza que alguém digno da Respiração da Água aparecerá. - Respondeu o mais velho.

Um breve momento de silêncio se seguiu, logo sendo quebrado por Tomioka.

- Eu… Deveria mesmo me convencer de que não posso ser Hashira...?

A expressão no rosto de Sabito voltou se fechar. Os demais voltaram a ficar apreensivos.

- Giyuu… Vocês têm a mesma idade, mas a distância que separa vocês ainda é muito grande. - Disse Urokodaki. - Se for possível, não é um caminho nada fácil.

- Nem mesmo se eu me esforçar mais? Pessoas se superam todos os dias, por que eu sou diferente?!

- POR QUE VOCÊ É FRACO!

O grito de Sabito pareceu silenciar toda a montanha. O olhar no rosto de Giyuu demonstrava um misto de choque e tristeza.

- Sabito… Se acalme. - Makomo tentou apartar.

- COMO EU POSSO ME ACALMAR?  - Ele continuava a berrar. - Giyuu não parece enxergar o lugar dele! Ele é um inútil, feito para ser esmagado pelos mais fortes! Se não fosse por mim, ele teria morrido como uma mosca no Exame de Seleção!

Após descobrir o que Sabito realmente pensava sobre ele, Tomioka levantou-se da mesa. Os outro ainda tentaram impedi-lo, mas ele deixou a casa e rumou cegamente para a escuridão da floresta. Enquanto caminhava, ele ainda podia ouvir mais gritos do amigo.

“Eu não deveria ter salvo ele.”

“A irmã mais velha deu a vida por um incompetente. Ela deveria ter salvo a si mesma!”

Sentindo-se sem forças e impotente, o jovem sentia as lágrimas descerem incessantemente pelo rosto enquanto vagava, e cedendo aos sentimentos, sentou-se em um tronco caído.

Naquele momento, um ensurdecedor grito de agonia ecoou pela mata.


Notas Finais


Voltando a algumas curiosidade!
❄️Yukiko fala MUITO "nii-chan". Até eu me irrito escrevendo! hahahahaha Mas ela realmente gosta de chamar pelo irmão. É como se fosse algo que a acalma, como um tique-nervoso.
❄️O mais velho é a única pessoa que até então a chama por um apelido relacionado a "neve" sem irritá-la ou deixá-la triste.


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