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História A Herdeira - Vingança


Escrita por: Eileenqueen

Capítulo 18 - Vingança


Fanfic / Fanfiction A Herdeira - Vingança

Sayaka Igarashi

Acordei sentindo como se tivesse com uma terrível ressaca, mas tudo isso é efeito de usar magia demais. Meu pavão, Argos, estava me encarando com julgamento, como se dissesse “Que tipo de exemplo você está dando para os demais? Isso é hora de acordar?!”

— Que foi? Tô cansada, sabia? — Espreguiço bocejando, Argos sacudiu as penas guinchado afiado. — Tá, tá seu chato, tô levantando.

Calço minhas pantufas e faço um simples movimento de mão invocando comida para ele que imediatamente ataca. Abro as cortinas vendo o sol já se pondo, dormi a noite toda e o dia também. Suspiro longamente, talvez fosse melhor voltar para a cama, mas Kirari pode estar desmaiada também, é melhor verificar se ela está bem, aquela otária não sabe nada sobre magia e com certeza não vai pedir ajuda e Itsuki é idiota demais para saber dar as devidas orientações. Além do mais, sem Ririka aqui, sou eu quem deveria colocar a casa em ordem, ela era a Rainha desse Olímpio e eu era sua consorte por assim dizer. Assim como Zeus e Hera… mas Hera é uma Rainha, igual a Zeus, porém, nunca senti que eu fosse igual a Ririka, sempre estive um passo atrás.

Balanço a cabeça em negativa, não é hora de pensar nisso. Tomo um banho relaxante de espumas, para encontrar Kirari preciso sempre preparar minha paciência.

Visto uma túnica azul clara quase branca, e vou atrás de Kirari em seu quarto, bato na porta esperando que ela permita minha entrada, mas tempo demais se passa, então decido entrar acreditando que ela estava dormindo, mas me surpreendi ao encontrar o quarto completamente vazio.

Olho em volta, a cama está arrumada…

Já se passou um dia, os acólitos devem ter arrumado. Suspiro virando-me para sair, quando sou surpreendida com Tempestade me atacando, ele agarrou meus cabelos com suas garras e puxou. Balancei os braços freneticamente lutando contra a águia, mas ele continuava a investir, gritando e urrando.

— Tempestade! — gritei e ele pousou no meu braço, tendo cuidado com as garras para não me machucar. — O que deu em você? — Olhei bem naqueles olhos profundos, tinha uma urgência ali, tinha medo, medo de perder outra companheira, de perder… Kirari. — Me leve até ela! — Joguei-o no ar e ele voou.

Corri atrás pelos corredores, pela velocidade da águia tenho certeza absoluta que Kirari está em apuros. Meu coração acelerou no peito, desejei ter a supervelocidade das gêmeas. Passei atropelando um grupo de acólitos e segui atrás de Tempestade indo para os andares inferiores, onde não havia mais ouro ornamentando as paredes e sim pedra. Desci as escadarias, desci e desci, tropeçando, porém não parei, continuei descendo.

O que me fez paralisar foi o grito. Um grito de alguém que parecia estar nas profundezas do inferno, onde os piores monstros eram torturados. Outro grito e mais outro, eles ressoavam pelas pedras e ecoavam, mas se perdiam nas escadas acima de mim.

Aquele grito de alguém que está tendo sua alma arrancada de si, sendo dilacerada pedacinho por pedaço.

Aquele grito não podia ser dela, mas na minha alma soube que era, tive a certeza. O Estrondo Mágico, como Ririka chamava, resplandeceu por todo o meu corpo, por cada célula minha. Nunca havia sentido isso, mas lembro de Ririka falando sobre.

Olhei para a Herdeira de Zeus deitada em sua cama com os pés para cima, tão relaxada, mas não tirava da minha cabeça as imagens da nossa última missão. Levei a mão a barriga como se pudesse sentir aquela lança penetrando em mim novamente, o meu sangue escorrendo, tanto… nunca pensei que pudesse haver tanto sangue dentro de mim e ele estava vazando sem parar, fui de joelhos ao chão, mas Ririka me segurou, seus olhos se encontraram com os meus e vi nos verde-água pavor, um medo que não era normal ver nela. Soube naquele momento que eu morreria. Mas então BUM! Ririka estava brilhando como relâmpago, até mesmo seus olhos, em segundos todos os inimigos estavam no chão e ela me levou para uma curandeira.

— O que foi aquilo na batalha? — Ela deixou o corpo escorregar para a beira da cama de forma que ficou com a cabeça pendurada para me olhar.

— Hum… tava pensando sobre isso também. — Ela apoiou as mãos na beira da cama e jogou seu corpo para frente sustentando uma parada de mão, as pernas perfeitamente retas, ela mantém a parada por quase um minuto quando se deixa cair e pousa no chão com os pés firmes. — Acho que naquele momento a adrenalina impulsionou a minha magia. Sabe, nós humanos temos surtos de adrenalina quando estamos em perigo ou quando vemos alguém que amamos em perigo. Eu senti minha magia resplandecendo por todo o meu corpo… — Ela olhou para o teto, as nuvens pintadas ali. — O Estrondo Mágico. — Ela me olhou e sorriu, também não evitei uma risada.

— Porque você tem que inventar nomes estranhos para sua magia?

Ela piscou para mim sorrindo.

— Porque me faz parecer inteligente.

— Você é, garota prodígio.

Ela fez careta, não gostava muito que lhe chamasse dessa forma.

— Então, se você aprendesse a controlar O Estrondo Mágico… você poderia ser tão forte ao ponto de lutar de igual pra igual com um Deus Menor.

Ela me olhou séria demais.

— Sayaka, aquilo não é algo que se possa dominar e mesmo que fosse é perigoso demais. — Ela deu de ombros com um sorrisinho. — Além do mais posso muito bem lutar de igual para igual com um Deus menor, só tenho 14 anos, ainda não cheguei no meu ápice, e quando chegar… — Ela olhou para além de mim, para o retrato do pai na parede — acho que serei forte o suficiente para derrotar até mesmo Hermes.

Eu sabia que o poder dela crescia muito a cada ano, mas aquilo… se ela estivesse certa seria a Herdeira mais poderosa de toda a história, pois Hermes é o décimo deus mais poderoso do Olimpo.

Ela ficou mais poderosa, porém começou a decair até não ter quase nada…

Arrombei a porta explodindo ela, meus ventos pareciam uma tempestade e não me importo nem um pouco que estejam fora do controle.

Passei meus olhos pelo cômodo, analisando tudo, vi Sachiko surpresa me encarando, vi Mary presa, com um misto de surpresa e alívio, e vi o sangue, muito sangue. Algo dentro de mim se revirou, minha magia se agitou ainda mais quando meu coração parecia estar sendo esfaqueado. Um sentimento de ódio primordial me atingiu.

Olhei para Kirari, os ferimentos por todo o corpo dela, a expressão de exaustão, soube imediatamente que Juraku havia á quebrado de formas que eu jamais saberia. Mas ela sorriu, aquele sorriso frio demais, porém que aqueceu meu peito e quase pude escutar o ronronar de gata borralheira que sua voz tem dizendo: Porque demorou tanto?

Com meio pensamento meu cetro apareceu em minha mão, e com mais um pensamento ele se transformou em uma espada. Encarei Sachiko, os olhos dela brilharam como os de uma cobra, senti meu corpo ficando duro, mas as luzes coloridas em azul, esmeralda, âmbar, turquesa e o mais puro dos brancos da magia me protegeram da petrificação. Ataquei com toda aquela fúria, e minha espada cortou metal soltando Mary enquanto meus ventos seguraram a sacerdotisa.

— Você não faz ideia de quem tá protegendo! — A calei atacando, mas ela se defendeu com uma adaga. — Ela não é…

— Eu sei quem é ela, e vou te matar por ter tocado nela! — Rosnei sentido o Estrondo Mágico resplandecendo no meu corpo mais uma vez, com a fúria de imaginar o que essa maluca sádica fez com a Kirari.

Pelo canto do olho vi Mary abraçando Kirari e suas feridas foram se curando imediatamente, pude respirar. Girei a espada em um movimento rápido e o antebraço de Sachiko caiu no chão junto com a adaga e sangue. Ela gritou. Mas ataquei novamente e seu braço esquerdo voou espirrando sangue em mim. Ela caiu de joelhos no chão, não consegui evitar um sorriso de satisfação.

Nunca jamais gostei de matar, mesmo que em nome dos Deuses, mesmo que todas as 23 pessoas que matei fossem criminosos perigosos. Mas hoje, não sinto nem um pingo de remorso, não me importo de me sujar de sangue.

— Eu acabo com isso. — A voz de Mary soou, olhei para ela querendo negar, querendo eu mesma acabar com essa vadia.

Mas Mary achava que Kirari é Ririka, não posso imaginar a dor que ela sentiu ao vê-la sendo torturada. Essa vingança é de direito dela. Afirmei dando uma passo para trás e como um sol Mary brilhou, tão forte, seu poder só não queimou a mim e a Kirari porque nos protegi com meu escudo e virei de costas apenas escutando os gritos agonizantes de Sachiko.

Meus olhos se encontraram com os verde-água, por mais que ela tentasse esconder pude ver claramente como foi destruída, mesmo que Mary curou seus ferimentos, sua alma foi ferida de uma forma muito brutal.

Ela se levantou aproximando um passo de mim, o lábio ainda ferido e por cima da sobrancelha ainda tinha um corte sangrando.

— Você… — Perguntar se ela está bem não era a melhor opção. — Você vai ficar bem.

Ela flexionou o maxilar, como se odiasse que visse a fragilidade dela, tentei colocar a mão em seu ombro, um gesto de conforto, mas ela se esquivou e envolveu os braços em torno se si, claramente se sentindo desconfortável por estar apenas de sutiã.

Não consegui pensar no que poderia dizer ou fazer, o clima ficou estranho entre nós. Ela voltou o olhar para além de mim, os gritos pararam, virei vendo nada além de um monte de cinzas.

Mary parou ao meu lado, ombro a ombro, seu calor ameaçava derreter minha pele, seus olhos dourados me encararam com uma intensidade poderosa demais. Uma leoa protegendo a parceira, tive que morder minha língua para não lhe dizer a verdade, não por compaixão, mas por ódio, ódio dela se achar no direito de querer me afastar de Kirari.

— Obrigada, eu assumo daqui. — Aquelas palavras não passaram de uma simples dispensa grosseira dela, lutei para controlar meus ventos.

Olhei para Kirari e ela apenas assentiu. Algo se revirou dentro de mim e quis tanto distribuir tapas na cara dessas duas. Porém, Mary já estava jogando seu sobretudo nos ombros de Kirari, estou sobrando aqui…

Virei-me e fui para longe, com passos duros demais que com certeza não passaram despercebidos por Kirari.

Meu coração estava apertado e tinha um gosto amargo demais na minha boca, a imagem da Herdeira do Sol cobrindo Kirari com tanto amor… aquilo amargava. 

 

 

 


Notas Finais


Amados leitores, mais um capitulo para vcs. Esse KiraSaya tá difícil para florecer, mas está indo, aos poucos, lentamente, mas ta indo. Tipo, quem foi que percebeu o ciúmes da Sayaka ai no final? Sem falar em outros momentos que ela mostrou gostar da Kirari?
É, tá demorando, mas vai sair!

Deixem os comentários de vcs!


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