1. Spirit Fanfics >
  2. A Herdeira dos Black >
  3. Conversa entre irmãs (ou primas)

História A Herdeira dos Black - Conversa entre irmãs (ou primas)


Escrita por: AkannyReedus

Capítulo 18 - Conversa entre irmãs (ou primas)


Fanfic / Fanfiction A Herdeira dos Black - Conversa entre irmãs (ou primas)

 

Point of View: DRACO MALFOY

Nenhuma pessoa em sã consciência sairia do castelo para o gelado que definitivamente te congela. Crabbe e Goyle como sempre estavam comigo, andando pelo corredor de volta para as masmorras, porém o caminho foi bloqueado por ninguém menos que Susana Black.  Encostada na parede, quando me viu desencostou e veio até mim. Parou na minha frente com um sorriso bem debochado e os braços cruzados na altura do peito. 

Não entendi absolutamente nada daquela atitude dela, mas mesmo tentando desviar o olhar, acabei bisbilhotando umas partes do corpo dela com o busto muito bem alinhado pela blusa branca de gola alta, bem justa. 

— Será que posso falar com você?

— Diga.

— Só nós dois — disse ela olhando para Crabbe e Goyle.

Assenti e mandei os dois seguirem caminho.

— Então sobre o que quer tanto falar comigo? — perguntei, chamando a atenção dela que deveria estar garantindo que os dois estivessem longe.

— Pronto, os ogros foram embora — comentou voltando a me encarar e se aproximou mais ainda.

— E o que você quer? — perguntei suspirando desanimado.

Ela estava bem próxima de mim, descruzou os braços e continuou me encarando.

— Queria falar sobre o que rolou entre nós — ela dizia. — Se sabe… aquele nosso beijo.

Deixei que ela continuasse, mas não achei ruim que tivesse entrado no assunto do beijo que não foi nada ruim.

— Até que não foi ruim. — O tom de voz dela mudou, não estava com aquele toque arrogante de sempre e nem nada do tipo, mas parecia tímida. Sério mesmo que a durona Susana Black consegue ser desse tipo?

— Hum… Eu também não achei nenhum pouco ruim — disse com uma certa malícia na voz. 

Tudo estava muito estranho até mesmo as atitudes dela. Não que a conheça muito bem, mas acho que ela não tem esse estilo Daphne de ficar paquerando, mordendo os lábios e… 

— Eu gostei muito — Black disse umedecendo os lábios. — Tanto que queria muito repetir a dose…

Black não deu chances nenhuma para que dissesse algo ou impedir o que não era para ser impedido. Tudo rolou de forma tão intensa, parecia que já éramos experientes e tudo mais. Suas mãos percorriam minhas costas, até uma parar na minha nuca, acariciando o meu cabelo. Apertei com a cintura fina dela e automaticamente parou um pouco acima das nádegas dela. Ela não ficou de fora das carícias… aquilo tudo estava tão estranho e bom, até que…

 

— Draco! DRACO!

Acordei do nada, olhando assustado e ofegante para quem me chamou 

— Quê? — exclamei confuso, olhando o Blásio.

Tudo naquele momento foi mais confuso do que acabei de presenciar, o sonho que parecia ser real, a ponto de estar com o corpo quente até demais.

— Sinto muito atrapalhar seu sono, Draco — falou Blásio de forma sacana. — Mas se não te chamasse, provavelmente iria passar o Natal aqui em Hogwarts. Melhor se arrumar…

Encarei ele irritado, bufei e sem dizer absolutamente fui para o banheiro tomar um urgente banho. Sei que lá fora a temperatura não era a mais agradável para combinar com um banho de água fria, mas era exatamente disso que precisava.

Cada imagem do que aconteceu surgiu nitidamente na minha cabeça e ficou assim até depois do banho, era a Black a qualquer momento. Claro que tudo aquilo tinha que ser um sonho. A gente acabou se beijando e se tocando daquela forma… é tinha que ser sonho, pois na realidade ia suspeitar tanto dela e de mim por estar tocando em uma traidora de sangue. 

A situação ficou pior quando a vi entrando no expresso com a mesma cara que a vi ontem perto do lago, cabisbaixa. Parecia bem focada em entrar e encontrar logo uma cabine, já que nem sequer olhou para os lados. 

— Eu não gosto dela — disse uma voz ao meu lado. 

— Por quê? — questionei Pansy.

— Acho ela chata — Pansy respondeu qualquer coisa — e metida. Se acha demais, além de ser muito arrogante.

Arqueei as sobrancelhas.

— Falando assim, parece até que você é um amor de pessoa — digo.

Revirei os olhos e logo me afastei de Parkinson, não estou a fim de ficar ouvindo baboseiras vindo dela. Não é defendendo a Black, mas a Pansy dizer aquilo é aquele típico “um sujo falando do mal lavado”. 

Durante todo o trajeto até em casa fiquei pensando em Susana Black, claro que contra minha vontade.

 

 

Point of View: SUSANA BLACK

Achar uma cabine vazia era minha prioridade assim que entrei no expresso. Fechando a porta de correr, assim que entrei na cabine, joguei minhas coisas no chão e me afundei no banco. Esquecendo o meu gato na cesta por um segundo que resmungou alto quando tinha largado a cesta dele no chão. Sei que Taran não tem nada a ver com isso, mas acabei ignorando-o e voltei aos meus pensamentos, a minha enorme dor de cabeça. 

Nem com a melhor paisagem conseguia tirar tudo pelo que passei da cabeça. Não que eu seja a melhor pessoa desse mundo, mas acabei sendo bem mal-educada com o trio logo de manhã. Eu praticamente fugi da sala comunal, não queria falar com absolutamente ninguém e isso incluiu Hermione, Rony e principalmente o Harry, mas não funcionou cem por cento já que a minha colega de quarto me soltou um “Feliz Natal” quando passei pela sala; Weasley acabou acompanhando-a. Harry foi o único que ficou em silêncio. Atitude muito bem aceita, pois como ele poderia dizer algo se eu sou filha do homem que assassinou os pais dele?

Senti as Patinhas de Taran em minha perna, logo o gato se sentou e de volta fiquei acariciando-o. Pensei que ia ficar sozinha até Londres, sem ninguém me irritando, até que a porta da minha cabine abriu. 

— Meninas vamos ficar — falou uma voz muito bem conhecida e que odiava escutar —, cabines estão todas lotadas. 

— E essa está ocupada… — respondi seca. 

Amanda soltou um grito irritante de estourar os tímpanos, fez até Taran pular de susto. 

— Susana!?

— Não, é a tal trouxa Rainha Elizabeth.

Ela fechou a cara.

Sorri internamente pensando que ela e suas amiguinhas iriam embora. Mas ao invés dela fazer essa atitude maravilhosa, se esforçando para encontrar outra cabine com alguém que queira aguentar sua companhia; ela simplesmente se sentou no assento oposto do meu e chamando as amigas dela para fazer o mesmo. 

Abbott foi quem se sentou do meu lado, mas bem colada na porta já que Taran ficou no meio, olhando feio para as três. 

Revirei os olhos pelo quanto às três eram idiotas. Lancei um foda-se e me encostei na janela, contando até dez para perder a vontade de pegar a varinha no meu bolso e azarar todas.

Felizmente nenhuma delas me chamou para conversar e nem me perguntaram nada, eu ti quando Taran também desgostoso com a situação, se deitou esticado no banco, ocupando praticamente dois lugares — Abbott se encostou mais na parede — e com a cabeça apoiada na minha perna. Seu rabo balançava freneticamente e sempre observando as três que faziam barulho. 

Nenhum assunto das três me interessou até:

— Vocês viram como o Draco estava lindo hoje? — disse Amanda um tanto maliciosa. — Preciso pensar no que dar para ele no Natal. Não comprei nada ainda…

— Sério que vai dar um presente para o Malfoy? — questionou uma das garotas. 

— Claro — ela respondeu toda exaltada. — Por que não daria?

Por que ele jogaria seu presente fora?, pensei. 

— Você sabe como ele é, Amanda — respondeu a Bones sentada do lado da loira. — Malfoy é extremamente preconceituoso, acha mesmo que iria aceitar algo vindo de você que é uma nascida-trouxa?

— Não importa, darei o presente a ele, mesmo vocês não me apoiando — disse Amanda empinando o nariz.

Cheguei a total conclusão de que Amanda Bisbal é uma idiota de letra maiúscula. Não me conformo nessa obsessão dela pelo Malfoy, a ponto de não se importar com o cara ignorando e a tratando feito lixo. Só pode ser uma doente porque uma pessoa de sã consciência não faria isso. Além de que Malfoy não é tudo isso… é um idiota que beija bem… Merda! Está aí outra coisa que me deu mais vontade de sair fora dessa escola. Não quero olhar para a cara daquele loiro. Não quero!

Bufei irritada por causa dos pensamentos que fui ter justo agora. 

— Madame idiota… — sussurrei nervosa olhando a paisagem do lado de fora.

— Sabe eu não estou nervosa com você, Susana — iniciou Amanda do nada, pensei que não era comigo, mas quando ouvi meu nome quis atacar a cesta do Taran na cara dela. — Provavelmente deve estar se perguntando se a nossa amizade acabou pelo que me fez ontem. 

Encarei ela com as sobrancelhas arqueadas. Sério mesmo que ela está vindo com esse papo para mim? E onde foi que a empurrei? Ah, será que ela foi uma das pessoas que estava no meu caminho ontem em Hogsmeade quando tentava voltar para o castelo?

— Felizmente como sou uma pessoa muito boa, eu te perdoo por ter me empurrado ontem em Hogsmeade — Amanda se ajeitou no banco para ficar mais próxima de mim. — Amigas novamente? — E me esticou a mão.

Olhei pra mão dela e depois para a cara da pessoa.

— Até que eu diria sim, mas em um, porém: desde quando somos amigas? — disse um tanto ácida. 

Aconteceu um longo minuto em silêncio na cabine, Amanda me olhava chocada, sem saber o que dizer e eu sorri satisfeita.

— Agora vê se não me enche mais tanto saco, ok? — E voltei a ficar toda largada no banco, olhando a paisagem de fora.

Felizmente não foi dito uma palavra sequer durante a viagem toda, a tornando muito agradável. Taran estava tão acomodado que até soltando uns roncos no meio ao sono. Apenas o peguei e voltei a colocar na casinha quando o expresso chegou. Fui a primeira sair da cabine, sem dizer nada com as três e nem olhar. 

Torcia para alguém da minha família já estar me esperando. Não queria ficar esperando ninguém…

— Susana! — chamou-me alguém, a voz era conhecida e assim o vi acenando para mim. 

Respondi com o gesto com menos empolgação. 

— Oi Ted.

— Como vai, filha? — ele perguntou todo simpático quando me aproximei.

— Bem — respondi com um sorriso fraco. Olhei por trás do ombro dele, por voltar e perguntei: — Andrômeda não veio? 

— Ela precisou ficar em casa, está ocupada com alguns afazeres, mas não se preocupe que ela está ansiosa com sua chegada. — Ted tocou meu ombro. — Vamos?

— Demorou. 

Ted se ofereceu para carregar minha mochila e aceitei. 

Ter a companhia de Ted não era nada ruim, mas bem calorosa e divertida. Durante o caminho até a casa dos Tonks, esqueci totalmente os meus problemas já que ocupava minha mente com risos pelas besteiras que Ted dizia. 

Como sempre fui muito bem recebida pela minha prima Andrômeda com muitos abraços e beijos. Por mais que soubesse que ela não tinha absolutamente nada a ver com o que estava passando, olhar minha prima é lembrar de Sirius Black. Até porque me lembro muito bem que ela é prima do meu pai. Senti todo aquele meu desânimo que acordei voltar da mesma forma que havia subido quando entrei no carro de Ted e comecei a falar com ele. 

— Antes de tudo queria tomar banho — disse a Andrômeda, logo concordou e disse que todas as minhas coisas estavam no lugar de sempre. 

Perdi total noção das horas que passei no banho, só insinuei que foi muito quando olhei meus dedos enrugados. Saindo do box, vesti uma roupa bem simples e folgada. Estava sem paciência para absolutamente nada. 

Quando cheguei no quarto que dividia com Tonks, joguei a toalha molhada na cama, enquanto penteava meu cabelo me olhando no espelho de corpo.

O quarto da Tonks era bem simples, assim como a casa toda. Seu quarto era em um quadrado com duas camas de solteiro, ambas encostadas na parede e ficando no meio delas uma janela retangular de madeira. Que no momento estava fechada apenas com o vidro. Na parede do canto direito onde ficava a cama de Tonks tinha o espelho de corpo, todo limpo e com a borda toda de madeira escura. Agora na parede de frente para as camas e que era ao lado da porta tinha o guarda-roupa grande de madeira, tinha três divisórias dos dois lados eram maiores com duas portas e no meio era um pouco menor, onde tinha quatro gavetas e em cima tinha outra abertura menor com duas portas de madeira. Dentro dele estavam as roupas de Tonks e tinha algumas roupas minhas também.

As paredes do quarto eram compostas por vários posters de bandas e em uma das prateleiras perto da cama de Tonks, se tinha alguns objetos bizarros e placas bizarras.

— É melhor você tirar essa toalha molhada da cama, se minha mãe vê isso, vai te matar — comentou uma voz conhecida atrás de mim.

Me virei e vi uma Tonks de cabelo rosa choque parada na porta com um sorriso zombeteiro. Eu acabei retribuindo o sorriso, mas com um sorriso de lado e olhei para a toalha molhada na cama que ela apontava. Só agora fui me lembrar que Andrômeda odeia toalha molhada na cama. Se ela vê isso, tem certeza de que ela me mata.

— Achei que ia demorar mais para voltar — comentei, tirando a toalha da cama e colocando na cadeira.

— Até ia — respondeu Tonks. — Mas por sorte me liberaram mais cedo.

— Que bom

— Está tudo... Ai... — resmungou Tonks depois de bater o pé na cama.

Segurei um riso na hora e balancei a cabeça.

— Pelo jeito certas coisas nunca mudam — comentei rindo.

— Te digo o mesmo, priminha — Tonks rebateu.

Tonks se sentou ao meu lado, massageando o pé coberto pelo calçado. 

— Enfim, tudo bem?

— O que acha?

— Que talvez queira me matar pela última carta que te mandei… — Tonks sugeriu com um sorriso amarelo.

— Também quero, mas não é isso e nem é você que quero matar — disse, suspirando. — Toda merda que está passando na minha cabeça não tem nada haver com você.

— Susana — Tonks me chamou, em um tom sério —, o que aconteceu?

Senti minha garganta se coçar, com a voz trêmula, respondi:

— Acontece que eu descobri quem é o meu pai. 

Houve uma pausa longa e silenciosa.

— Eu sou filha de Sirius Black.

Narrei a história toda para Tonks desde o Três Vassouras que foi onde escutei a conversa, até minha conversa com meu padrinho que confirmou tudo que tinha escutado, tudo.

— Me sinto uma verdadeira bosta, pois como é que vou conseguir olhar para o Harry depois disso tudo — digo, entre lágrimas que escapavam. — Como?

— Vai olhá-lo normal — respondeu Tonks. — Você não tem culpa nenhuma das ações do seu pai, a culpa não é sua. Não se torture!

— Como se fosse fácil… como se o Harry fosse pensar dessa forma.

— Se ele é esperto então irá ter consciência disso — disse minha prima tocando meu ombro. — Nenhum dos dois merece carregar esse fardo, muito menos você. 

— Mas eu sou filha dele…

— E daí? — rebateu minha prima. — Você é apenas o espermatozoide dele, mas nunca vai ser o seu pai. Lupin foi quem ganhou esse papel. Ele é quem te criou, educou (ou tentou te educar) e te encheu de amor. É nítido que ele te ama como uma filha.

Não respondi. Precisei levar para pensar mais — ou não pensar. 

— Isso tudo ainda é o de menos — disse andando pelo quarto. — Tem muitos mais.

— Mais? — repetiu Tonks, ainda sentada. — Como assim?

— Pode dizer que você também já sabia de tudo. 

— Quê?! Susana…

— Assim como todos, preferiu me fazer de idiota, me escondendo toda a verdade! — O tom da minha voz foi se elevando.

— Espera aí! — protestou Tonks no mesmo tom de voz, ou até mais alto que o meu. — Eu não sabia de nada. 

Olhei Tonks seria.

— Sabia em partes, ok? Tudo que sabia era do seu pai ser primo da minha mãe e sobre a estadia dele em Azkaban. Agora que ele era Sirius Black… só fiquei sabendo esse ano quando saiu a foto dele no jornal e vi o nome. 

— Ainda sim já sabia! E mesmo assim mentiu…

— Eu não menti. Apenas te obtive a verdade, pois a minha mãe me pediu e disse que o Lupin falaria com você.

— O que adiantou de nada porque soube de tudo pela meus professores e o Ministro! Meu padrinho só incrementou tudo que tinha escutado.

Nervosismo era tanto que minhas mãos começaram a tremer, minha voz foi saindo abafada por conta do choro que estava iniciando. 

— Isso é justamente o que mais me dói, Tonks. Isso é o que me faz explodir de raiva, me dando vontade de destruir tudo. Eu preferia mil vezes saber de toda essa verdade e carregar essa dor, se tivesse descoberto toda a verdade por você que é a minha irmã ou pelo meu padrinho… não por…

Todas as minhas palavras foram cortadas por soluços. Não estava me aguentando e mesmo odiando por uma situação do tipo, como chorar.

Eu odeio chorar.

De repente senti alguém me abraçando bem forte. Automaticamente retribui o abraço de Tonks, por fim me desabafando com ela. Mesmo não tendo dito uma única palavra durante um tempo, consegui me sentir muito mais tranquila. Com Tonks era aquilo, não éramos apenas primas, mas também irmãs. 


Notas Finais


E ai, o que acharam?


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...