Já se passava das 3:00 da manhã, e a madrugada não poderia estar mais sombria. As estrelas, por mais inumerosas que fossem, seu brilho não era tão visto por conta de nuvens cinzentas. O ar gélido poderia causar calafrios, e as folhas das árvores eram levadas pelo vento.
Com respiração ofegante, cansada e tremendo, a garota adentrou na mansão escura. Ao entrar, tudo estava iluminado por, ora por velas, ora por tochas. Contudo, não deixavam todo o hall de entrada claro, boa parte deste encontrava-se escuro. As chamas deixavam o lugar quente, deixando a garota mais aquecida. Mesmo tão exausta da longa viagem, a morena sorriu, mesmo com boa parte de sua franja caindo sobre seu olho esquerdo. Rindo, ela falou;
- Ha ha! Eu consegui! - Suas bochechas ganharam um certo rubor e seus olhos azulados brilhavam com pequenas estrelinhas – Eu tirei o BV do Mitsuki-kun! Aquele lindo! Ha ha! E o melhor é que ela nem descobriu! Hoje eu tô feliz demais! Uhul!
- Comemorando o quê, Harumi? - Disse uma voz que vinha de sua frente, o que fez a garota se assustar.
Nesse mesmo momento, a luz que deveria iluminar a dona da voz foi apagada, deixando visível seus olhos azulados como o mar, além de metade de suas roupas também azuis – porém mais claras - e suas pernas com várias queimaduras de 2º e 3º grau, e até mesmo alguns cortes que ainda sangrava.
- A-Ah, nada. Nada demais... Eu só... - Procurava uma resposta, enquanto mordia seu lábio inferior. Mas ao ver o olhar mais sério da outra, calou-se. - Vai contar?
- Não. Mas um certo alguém vai acabar abrindo o bico, você sabe, não é ? - Falou fria, coisa que Harumi já estava acostumada.
-Ha ha! Eu sabia que você iria tentar escapar, cobra tagarela! - Riu em deboche, uma voz também conhecida para a Sakurai. Parecia que todos aqueles loucos, na opinião da morena, amavam as sombras. Pois a dona da outra voz também se escondia entre as trevas, deixando apenas seus olhos rosados brilharem em meio a escuridão. Mesmo sem ver o resto de sua face, Harumi sabia que tinha um sorriso sádico ali.
-Cala essa boca, vadia! - Enfureceu-se. - Eu jamais tentaria fugir. Hunf! Eu tenho um objetivo, e não vou embora até que eu cumpra com minhas próprias mãos!
- Aham... Sabemos... - Desta vez, era uma voz masculina. E ao contrário das demais, apresentou-se perante as luzes em frente a Harumi. Um belo rapaz jovem, um pouco mais velho que a menina. Com cabelos escuros, que lembravam um azul, com um gorro preto. Olhos azuis escuros, quase em um preto, por trás das lentes dos óculos. Além de vestimentas azuis marinho e uma camisa branca, uma bandana de Kumogakure com símbolo cortado\riscado, um pouco caída em seu pescoço. - Sakurai, a Mestra está te chamando.
-Eu odeio aquela mulher... - Murmurou, seguindo caminho que a levaria para uma das portas.
- Todos nós odiamos, Haru. - Outra voz masculina, que também se escondia em meio a escuridão. - Se acha que é a ovelha negra daqui, está enganada. Todos nós temos a detestamos, todos nós queremos sair dessa. Mas não temos escolha, ou nós a obedecemos, ou...
-Estamos fritos... - Harumi completou enquanto caminhava, sem qualquer ânimo na voz.- Literalmente. - Acabou sorrindo, mesmo que a piada tenha tido graça apenas para ela. Encarar aquela realidade era difícil, mas seria ainda mais dolorosa senão encarasse com um mínimo de humor.
Abrindo a grande porta de madeira, que emitiu um grande ruído, deparou-se com olhos heterocromáticos bem peculiares – sendo o esquerdo verde e o direito azul – acompanhando de um típico sorriso.
-Enfim voltastes, minha filha.
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