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História A História de Bulma e Vegeta - Capítulo 7


Escrita por: dmfreitas

Capítulo 7 - Capítulo 7


Fanfic / Fanfiction A História de Bulma e Vegeta - Capítulo 7

CAPÍTULO 7

 

Bulma encarou a porta fechada da cápsula de treinamento enquanto ainda buscava fôlego. Quase como em câmera lenta, pois o choque afetou seus movimentos também, pegou suas sacolas do chão e seguiu para dentro de casa. Sua perplexidade a acompanhou pelos corredores até seu quarto.

Largando suas coisas em uma poltrona perto da cama, seguiu direto para a varanda, com o maço de cigarros para fazer companhia.

“Eu não queria. Não saí porque fui pega de surpresa e… e… não tive reação. Travei. Foi isso.”

“aaah Bulma, admite que o Vegeta é um homem muito bonito. Aquele corpo por si só já o deixa maravilhoso. Mas aquela cara de mal, a voz rouca e aquele sorrisinho torto no canto da boca deixam ele incrivelmente sexy” Era a consciência de Bulma tentando mostrá-la que Vegeta podia não estar errado. Bulma sacolejou a cabeça numa tentativa frustrada de afastar aqueles pensamentos.

“Tá, ok, ele é bom. Mas Yamcha também é. Já tenho meu guerreiro.”

Uma risada escapou junto com a fumaça do cigarro. Depois de tudo que já tinha visto, até ela achava graça em classificar Yamcha dessa forma. Se reprimiu pela maldade.

Ela encarou as estrelas, debruçada na sacada. A noite estava linda.

Bulma engoliu seco o golpe de Vegeta, terminou seu cigarro e seguiu para o quarto para começar os preparativos para a semana que estava por começar.

 

~~~~~~~

 

Bulma teve um mês corrido e estressante. Recebeu presidentes de uma empresa parceira internacional, então teve que comparecer a muitos jantares de negócios, reuniões para elaboração de projetos, passeios para mostrar a capital e desviar de algumas cantadas inconvenientes com uma classe que só ela tinha.

Estava estressada,  cansada e carente. Mas, essa semana, Yamcha só viria vê-la no domingo. Ao que parece o Mestre Kame estava recebendo alguns parentes em casa e pediu que Yamcha o ajudasse a recebê-los.

Vegeta praticamente morava na cápsula de treinamento. Só saía de lá para dormir (quando não virava a noite em alguma simulação). Às vezes dava as caras no final da tarde, buscando por café. Ficava mais presente quando tinha visita na casa, mas nunca conseguia informações relevantes em suas escutas.

Naquele sábado, Bulma estava realmente entediada. Seus pais tinham viajado para um evento na Capital do Leste. Bulma já tinha malhado, já tinha ido à piscina e não tinha nada na TV que lhe agradasse. Resolveu fazer uma visita à Yamcha. “Sempre ele que vem me ver e tem tempo que não vou à casa do Mestre Kame”. Se arrumou rapidamente e seguiu caminho para a pequena ilha do Mestre.

A nave de Bulma fazia barulho e movimentava violentamente as árvores ao pousar. Saiu da nave e viu Pual aparecer na janela rapidamente e voltar para dentro. Seguiu para a porta da frente. Estava trancada. “Ué, essa porta nunca está trancada, eles moram numa ilha, por Kami Sama!”. Quando Bulma ia bater na porta, Pual a abriu com força.

- Oi Bulma! Que surpresa! Como você está? - Parecia ofegante e algo soou estranho, meio forçado.

- Oi Pual, está tudo bem por aqui?

- HAHA Claro que está Bulma HAHA Por que pergunta uma coisa dessas? HAHA Não está vendo que está tudo bem? - Pual estava obviamente nervoso

        - É.. - disse Bulma entrando para a sala - Cadê todo mundo? Onde está Yamcha? - perguntou enquanto olhava em volta, procurando por algo fora do lugar. Viu um chinelo feminino ao lado da porta. Armazenou a informação.

- Ele deu uma saidinha, foi comprar algo para o almoço, mas já deve estar voltando...

Bulma seguiu para o andar de cima apressada. Pual correu na sua frente e parou.

- Hey, Bulma, por que não vamos assistir TV la na sala? Pego umas cervejas para nós. Gravei um filme ontem a noite para ver hoje. Quer ver comigo?

Bulma não disse nada, tirou-o do caminho, entrou no quarto e havia alguem no banheiro. Bulma bateu na porta uma vez e já a abriu violentamente. Uma mulher no banho.

- Yamcha? - soltou a mulher, embaixo do chuveiro, sem conseguir ver quem adentrara. - É você, fofucho? Entra aqui comigo! Yamcha?

Bulma mal conseguia respirar. Sua mente estava turva, sem saber o que pensar ou como reagir. Nem conseguia ver quem era a tal, mas ela ficava repetindo o chamado por Yamcha. Bulma foi se afastando, saindo daquele quarto. Sentia nojo. Soltou um olhar duro para Pual que mantinha os olhos baixos, envergonhado, parado perto da porta. “Pois deveria mesmo, depois de encobrir esse tipo de coisa”  pensou Bulma, descendo as escadas. Pual não a seguiu.

Bulma entrou em sua nave novamente e a sorte é que conhecia tão bem a nave que conseguia apertar os botões corretos para ligá-la, sem precisar realmente ver, pois as lágrimas em seus olhos já os inundavam por completo. Não tinha condições de dirigir no controle manual. Colocou a rota para casa e ligou o piloto automático. Levantou-se, passou as mãos no rosto encharcado, tentando colocar-se lúcida novamente. Andava de um lado para o outro, sem realmente saber o que pensar. Estava completamente perdida.

A nave pousou em seu quintal e Bulma não se deu nem ao trabalho de fechá-la. Entrou pela porta principal, apertou o botão do elevador e ele abriu imediatamente. Subiu e disparou em direção ao seu quarto. Vegeta vinha vindo pelo corredor quando viu Bulma, apressada e fungando entrar em seu quarto. “Ela ta chorando?” Parou na frente da porta do quarto dela e podia ouvir os soluços mas jamais demonstraria que se preocupa. Voltou ao seu quarto, saiu por sua varanda e pairou em frente à varanda do quarto de Bulma. Pela porta de vidro da varanda, Vegeta podia ver Bulma deitada em sua cama, não via seu rosto, ela estava de costas para a varanda, mas podia ouvir o choro e perceber a respiração descontrolada. Pairou ali por checar de 20 minutos até que Bulma reagiu. Ela estava levantando. Vegeta escondeu-se embaixo da sacada enquanto Bulma se dirigia para a varanda. “Ela vai fumar”. Ele já a conhecia. Se conseguia ler um adversário no campo de batalha, ler Bulma era fácil. Ela acendeu o cigarro e sua expressão era séria como Vegeta nunca havia visto. Ele sentiu um KI se aproximando. Era aquele verme do Yamcha. Ele realmente vinha rápido. Com certeza tinha algo a ver com o estado que Bulma estava. Nunca a tinha visto daquele jeito. Ela não estava bem. Ele estava preocupado, mesmo que não assumisse isso nem para si mesmo. “Eu devia ir embora cuidar da minha vida. Mas porque não consigo sair daqui a vendo desse jeito?”. Assumiu que era apenas uma curiosidade incontrolável. Yamcha pousou no jardim. Vegeta escondeu seu KI. Yamcha irrompeu pelo quarto de Bulma e a encontrou na varanda. Bulma não se moveu nem um centímetro. Continuou seu cigarro, fitando o horizonte, segurando as lágrimas. Vegeta não era o único orgulhoso da casa.

- Bulma, meu amor, eu posso explicar tudo. Por favor, me deixe explicar. - Yamcha falava ofegante. Sua expressão de desespero o denunciava.

- Ok, qual foi a desculpa que conseguiu pensar? Porque depois de ouvir aquela mulher te chamar para tomar banho com ela, só você tendo um argumento realmente muito bom para te tirar dessa. - Bulma não se moveu. Acendeu o segundo cigarro e esperou.

Yamcha realmente não tinha como explicar isso. Percebeu que não havia nada que pudesse fazer para tentar sair ileso disso. Abaixou a cabeça e cerrou os punhos ao seu lado. - De.. desc..Desculpe, Bulma. Eu não queria.. Nunca quis te machucar.

Bulma ouviu e sentiu seu coração despedaçar-se dentro de si. Doía de verdade ouví-lo admitir. Seus olhos já formavam poças novamente. Deu uma tragada forte no cigarro, não conseguindo evitar que lágrimas gordas e pesadas vazassem de seus olhos. Passou a mão no rosto rapidamente e virou-se para Yamcha.

- Você se lembra quando a gente conheceu? Você tinha fobia a mulheres! Nem conseguia falar com uma mulher direito. Pelo visto isso não é mais um problema pra você. - Soltou um resmungo em forma de risada e deu outra tragada em seu cigarro.

- Eu sou um cretino, um completo idiota, um lesado. Eu sou! Me perdoa Bulma, por favor! - Os olhos esbugalhados e a voz embargada quase fizeram Bulma sentir pena.

- Eu quero que você saia da minha casa. - Bulma falava de forma seca e segura.

Yamcha deixou-se cair sobre os joelhos. Fitava o chão totalmente perdido em pensamentos. Bulma o olhava com indiferença. Nem amor e nem ódio. Acho que era isso que mais o machucava. Yamcha tirou do bolso uma pequena caixinha de veludo. Bulma torceu o nariz.

- Você lembra o que Goku disse no dia que aquele garoto veio nos avisar sobre os androides? Comprei isso há duas semana.. – a voz de Yamcha falhou até desaparecer.

- Se isso é o que eu to pensando, você nem precisa se dar ao trabalho. Pode guardar de volta no bolso e dar para a próxima trouxa que acreditar em você. Não há desculpa pelo que fez comigo. Não há volta para o que está me fazendo passar. Não há porque insistir nessa conversa. Eu já pedi uma vez, estou pedindo novamente e espero não ter que pedir uma terceira: Eu quero que saia da minha casa agora. - Bulma mantinha a voz firme, a expressão sólida e os olhos não vacilavam.

Yamcha abriu a caixa e olhou o pequeno anel de diamantes com o qual teria feito o pedido a ela naquele final de semana. Como podia ter sido tão idiota? Ele se martirizava. Levantou e olhou para Bulma com um olhar suplicante e cheio de lágrimas mas só recebeu frieza em troca. - Eu realmente estou arrependido do que fiz e gostaria que um dia pudesse me perdoar. Entendo que quebrei sua confiança e não mereço uma mulher extraordinária como você ao meu lado. Desculpe, Bulma, de verdade. - e levantou voo, partindo.

Vegeta viu aquele verme partindo e se segurou para não ir atrás dele, lhe enfiar a porrada e largá-lo em um deserto para morrer sozinho e em dor mas ele se importava mais em checar Bulma do que perder seu tempo com um verme como Yamcha.

Bulma respirou fundo, encostou-se na sacada, levou as mãos ao rosto e finalmente liberou todas as lágrimas reprimidas. Vegeta em um ímpeto, saiu de seu esconderijo e pairou atrás de Bulma. Queria abraçá-la, confortá-la, mas ele mesmo se bloqueava. Não demorou nem um segundo completo e voltou ao seu esconderijo. Bulma nem sequer notou a presença dele. Ela jogou seu cigarro para longe e entrou de volta para o quarto, deitando em sua cama novamente. Vegeta a observava, curioso, preocupado, apreensivo. O sol começava a baixar e Vegeta mantinha-se lá, a observando. Bulma passou a tarde no quarto, entre lágrimas, socos no travesseiro e cigarros. Por volta de 20h, Bulma levantou-se da cama após outra crise de choro e ligou para alguém. Vegeta não conseguia ouvir. Ela agora sorria. “Com quem ela ta falando?” Depois de desligar, Bulma entrou para o closet e Vegeta arriscou se aproximar da porta da varanda. Ouviu o chuveiro. Ela tinha ido tomar banho. Uns 40 minutos depois, Bulma saiu do closet toda arrumada, com um short preto social, uma blusa prata com um grande decote nas costas, um salto preto e uma bolsa pequena pendurada no ombro. Linda, como sempre. Vegeta sentiu um aperto no estômago e um nó na garganta. Voltou para dentro de casa e ficou na sala, fingindo ver tv, esperando pelo momento em que ela sairia. Ouviu a porta do quarto dela abrir e os saltos faziam barulho com os passos fortes. Bulma apertou o botão e esperou pelo elevador. Vegeta não se moveu, como se não houvesse notado a sua presença. Bulma entrou no elevador e desceu. Vegeta foi até a janela e a viu partir em um carro cheio de gente que a aguardava na porta de casa. Nesse momento, o telefone tocou. Vegeta resolveu atender.

- Alô? - A voz de Vegeta era seca, sem emoção

- Bulma? Eu poderia falar com a Bulma? Preciso falar com a Bulma. - Yamcha falava em meio a soluços. Era nítido o desespero em sua voz trêmula.

- Ela saiu. - disse Vegeta com uma mistura de asco por aquele verme e orgulho por poder dizer que Bulma já seguiu sua vida sem ele.

- Vegeta? Vegeta, passa para a Bulma, é sério. Não tenho tempo agora para as suas idiotices. Cadê a Bulma? - disse um Yamcha impaciente mas que soou patético para Vegeta.

- Já disse, seu verme inútil, ela não está em casa. Saiu com umas pessoas que não conheço. Mas você não podia esperar que ela fosse ficar o dia todo aqui se lamentando por você, não é? Se esperava, você realmente não conhecia a mulher que tinha. - Vegeta desligou.  Yamcha não se atreveu a ligar de volta.

No restante da noite Vegeta voltou ao seu treinamento. O tempo foi passando mas Vegeta não conseguia dormir. O sono não vinha. Nada o derrubava. O relógio já marcava 5h da manhã, o céu dava os primeiros vestígios do dia quando Vegeta saiu de sua cápsula. Percebeu que Bulma ainda não tinha voltado. Resolveu checar o KI de Bulma, estava em movimento, se aproximando, mas estava realmente longe. Pelo tamanho dos KIs que estavam junto dela, estava com outros três terráqueos. Mais ou menos uma hora depois, viu um carro parar na porta da Corporação Cápsula, o mesmo carro que a pegou, e ela saiu do carro. Continuava linda, mas suas pernas se embolavam. Vegeta desceu para o hall de entrada e a aguardou. Do portão até a porta principal era uma caminhada de 20 segundos mas que Bulma percorreu em 5 minutos. Procurava a chave dentro de sua bolsa. “Como não encontrava a chave naquela bolsa minúscula?” Vegeta abriu a porta de sopetão, assustando Bulma.

- Heeeeeey! Bom dia Vegeta! Já está acordado? Ta tão tarde… HAHAHAHAHAH cedo, ta tão cedo! - Bulma estava rubra devido ao torpor da bebida. Suas palavras saiam meio emboladas e  a risada solta.

- Você está bêbada? - Vegeta a olhava com reprovação mas estendeu a mão para que ela entrasse logo em casa.

- Talvez... hihihihi - falou, apoiando a mão na de Vegeta e entrou em casa. Vegeta fechou a porta atrás dela e a levou até o elevador com certa dificuldade.

Bulma cantarolava dentro do elevador enquanto ele subia. Vegeta a olhava com estranheza, nunca a tinha visto daquela forma. O elevador abriu a porta dando acesso à sala de estar. Bulma saiu do elevador com um passo arriscado, olhou para o longo corredor à frente e para o sofá. Com certeza o sofá lhe parecia muito mais convidativo. Estava mais perto e era extremamente confortável. Quando virou-se para caminhar em direção ao sofá, sentiu suas pernas saírem do chão e as mãos de Vegeta a pegando no colo. Ele a levou até seu quarto e a colocou em sua cama. Bulma não ousou contestar. Sentada na cama, tirou os sapatos e os largou num canto. Tirou os acessórios e os deixou na mesa de cabeceira. Vegeta foi até o closet e pegou a primeira camisa e short que encontrou e que lhe pareceram mais confortáveis e jogou para Bulma.

- Vista isso. - disse de forma imperativa

Bulma olhou aquela roupa e não discutiu. Estava louca para deitar. - Então vire-se. - disse enquanto desabotoava os shorts que vestia.

Vegeta virou-se, de braços cruzados, fitando a porta do quarto, enquanto Bulma se trocava.

- Pronto.  - sinalizou Bulma se enfiando embaixo das cobertas.

Vegeta a olhou, parecia bem, pronta para dormir, segura. Caminhou em direção à porta mas foi interrompido por um chamado.

- Vegeta? - Bulma disse já de olhos fechados

Vegeta virou-se para a olhá-la novamente.

- Você pode ficar aqui essa noite? - Bulma o olhou suplicante e arrastou-se para uma das pontas da cama, dando espaço para Vegeta deitar-se. Vendo a hesitação do sayajin, Bulma completou - Não precisa ficar, eu sei que deve ser estranho esse pedido para você, ainda mais vindo de mim, e na verdade nem eu sei porque eu to te pedindo isso, eu só queria companhia, mas vou entender se quiser ir embora. - e virou-se para dormir.

Vegeta nunca esteve tão confuso na vida. “Que tipo de interação é essa?” Mas aquela mulher, carente, suplicante, insegura e linda estava lhe pedindo colo. Vegeta se arrastou até cama sem dizer nada e deitou-se ao lado de Bulma, que não se moveu mas um sorriso escapou de seus lábios ao sentir o movimento na cama ao seu lado. Os dois caíram no sono logo a seguir.

Por volta das 11h da manhã, Bulma abriu os olhos incomodados com um facho de luz intruso vindo da janela. Aos poucos foi tomando consciência do seu corpo e das coisas ao redor. Havia um calor. Uma pessoa. Bulma pensou “No que as meninas me meteram?”  Mas reconheceu sua cama e seu quarto e aquele perfume não lhe era estranho. Vegeta! Ela olhou para cima e era realmente o Vegeta dormindo abraçado com ela! “WHAAAAAAT!??!” De repente tudo voltou à sua mente. As meninas a deixaram em casa, Vegeta a colocou na cama, ela pediu para ele ficar, ele ficou. O abraço deve ter sido inconsciente durante o sono. Sua cabeça doía, os olhos ainda pesavam. Voltou a dormir rapidamente.

 

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