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História A História De Sally Jackson - Cartas para Sally


Escrita por: Kori

Capítulo 30 - Cartas para Sally


Depois de dar banho, troca e claro, a mamadeira, Dalila finalmente conseguiu por Alexandra para dormir. Passava das três da tarde e ela aproveitou que a menina dormia, para tomar um banho e relaxar um pouco. Dalila sentou-se na cama com uma toalha de banho enrolada na cabeça, vestindo um roupão branco e chinelos. Dalila passou o creme na pele e depois vestiu uma camiseta e um short. Calçou os tênis e decidiu verificar como estava tudo la fora.

Era inicio do verão e o acampamento estava recebendo seus primeiros campistas. Dalila caminhou até um grupo que havia acabado de chegar, dando a eles boas vindas. Procurou por Quíron, mas ele não estava em lugar nenhum, nesse caso, voltou para a casa principal.

— Aquela pestinha finalmente dormiu? — Era Dionísio. Ele vestia uma roupa típica de jogar golfe, um taco metálico na mão e charuto na boca. Mexeu no chapéu que usava e Dalila notou então a luva branca.

— Tem ideia de quão ridículo está? — Ela ignorou a forma com que Dionísio havia chamado sua filha.

— Venha, vamos jogar uma partida antes que esse lugar seja tomado por essas crianças.

— Seu humor fica ainda mais delirante quando o verão se aproxima. — Ela entrou para dentro da casa. — Seus filhos fazem parte desse acampamento. Como pode dizer tal coisa?

— Não seja dramática menina.

— Não sou uma menina. — Ela reclamou, virando-se a procura de Quíron. — Onde está Quíron?

— Cavalgando pela relva? Como vou saber. — O deus sentou-se na poltrona, estalando o dedo para que lhe trouxessem um refrigerante.

— Preciso falar com ele. Já estou cansada de viver neste lugar sem poder sair. Argos me descobriu outro dia dentro do carro, proibindo de deixar o acampamento.

— Bem, não é para mim que você deve perguntar isso.

— Começo a acreditar que não gosta de pergunta porque não tem as respostas.

Dionísio riu, girando o taco na mão.

Pouco tempo depois Quíron entrou pela porta em sua forma meio humana, meio cavalo. Dalila demorou algum tempo para acostumar-se com a sua forma normal. Mas depois de um tempo a cadeira de rodas passou a ser um pouco estranha.

— Ainda bem que chegou. Eu preciso...

— Sim, já sei Dalila. — Ele disse e lá estava a cadeira de rodas novamente. Devidamente sentado, Quíron moveu as mãos sobre o colo. — Vai me dizer que precisa sair para falar com Sally.

Dionísio girou os olhos achando aquela conversa chata.

— Então se já sabe o que eu preciso, porque ainda estou aqui?

— Sua presença só irá atrair mais monstros, minha querida. — Quíron a olhou, pedindo para que se acalmasse. — Se a criança nasceu juntamente na mesma época que a pequena Alexandra, imagine o que poderia acontecer caso as duas vivessem juntas? Uma já atrairia muitos monstros. Três, contando com você, formaria uma tragédia.

— Blá blá blá. — Dionísio estalou os dedos. — Se minha presença aqui não foi solicitada, vou jogar. — Ele se levantou e antes de sair da sala ainda disse. — É claro que se minha presença for importante, façam o favor de não me chamar.

Quando finalmente estavam sozinhos, Dalila sentou-se mais perto de Quíron, segurando suas mãos em súplicas.

— Por favor Quíron. Ela precisa saber que eu não a abandonei.

— Sinto muito. — Quíron apertou as mãos de Dalila com carinho. —Nós devemos dar a ela uma chance. Confie em sua amiga.

— Eu confio. — Dalila choramingou, encolhendo-se no sofá. — Quando Alexandra chegou a mim, meu coração se encheu de alegria, mas ao mesmo tempo de tristeza.

Dalila suspirou.

Alexandra chegou em uma noite tranquila, como sempre, um bebê recém-nascido dentro de um moisés. Dalila soube imediatamente que aquele era o bebê de Calyce. Ao segurá-la nos braços, sentiu o calor de sua meia-irmã emanar da pequena. E como disse, sentiu alegria ao estar com a menina, mas também muita tristeza, pois naquele mesmo momento Sally também dava à luz sua criança. Um menino, como foi informado por Poseidon em uma mensagem de Íris.

Dalila também tentou se comunicar com Sally através de uma mensagem de arco íris, mas na primeira tentativa a imagem falhou. Se houvesse algo como linhas cruzadas nessas chamas, então era possível que seu azar fosse realmente grande.

Quíron a aconselhou manter a calma, mas que mal havia em mandar uma mensagem?

Foi o que fez no último verão. Entregou uma carta a David, filho de Afrodite, um campista que morava em Nova Iorque. Aguardava ansiosa a chegada dele no acampamento.

— Onde está Alexandra?

— Dormindo. Logo vai acordar. — Ela observou Quíron naquela cadeira de rodas, passaria por um mortal facilmente, como deveria fazer quando saía do acampamento.

— O que está pensando? — Ele conhecia bem o rosto da jovem.

— Quando chegar a hora, quando ele crescer. O que vai acontecer?

— Não se preocupe, Dalila. Profecias podem se cumprir em um dia, um ano ou vinte. Essa mesma já tem tantos anos que não há uma data de validade.

Ela ainda não estava convencida.

— Vou para o quarto, logo Alexandra acorda. — Ela agradeceu a Quíron pela conversa.

Uma semana depois, Dalila encontrou David no café da manhã. Ela tentou não parecer ansiosa, mas era quase impossível. O rapaz de quinze anos não parecia ter boas notícias. Ele contou que entregou a carta nas mãos de uma senhora chamada Gray, que cuidava de um bebê, enquanto sua mãe ia trabalhar. David deixou seu endereço e telefone da escola para que pudessem entrar em contato, mas não houve resposta. Também retornou lá antes de voltar ao acampamento, mas a mulher não abriu a porta, dizendo que não conhecia ninguém com o nome de Dalila.

— Entendo. Eu entendo. É claro, ela não deve... — Dalila sentiu os olhos arderem. — Eu agradeço sua ajuda David.

Dalila não quis mais participar do café da manhã. Retornou para seu quarto, que foi cedido gentilmente na casa principal. Era temporário também, pois Dalila desejava voltar para casa. Se é que ela ainda possuía uma.

No quarto, encontrou Alexandra acordada e chorando no berço. Pegou-a no colo e ninou.

Dionísio estava na porta do quarto, com uma taça de vidro na mão, bebendo Coca Cola. Ele cruzou os braços e entrou sem ser convidado. Não era como se sentisse necessidade de fazer.

— Não me diga que essa criança foi fruto de seu romance com a nereida Calyce. Ah! Não, não é assim que nereidas procriam.

— Definitivamente não estou com humor para suas piadas. — Dalila deitou Alexandra sobre a cama para trocar sua fralda. Dionísio fez uma careta. — O pai dela morreu. E eu prometi a Calyce que cuidaria de Alexandra. Mas não imaginava que ficaria presa aqui nesse acampamento.

Dalila lançou um olhar irritado para Dionísio.

— Calma menina. — Ele começou. — Você é mais útil aqui, com todo aquele trabalho acumulando na contabilidade e administração. Preciso que fique.

— Faça o senhor mesmo esse trabalho. Que tipo de deus é?

— Do tipo divertido. — Ele ergueu a taça e bebeu o refrigerante. — Mais tarde teremos captura a bandeira. Não quero que se atrase.

— Não sou você que chega atrasado em compromissos.

— Que ultraje. Eu nunca me atraso.

— Ah, é mesmo?

— Sim. Eu chego tarde porque não quero ir. — Dionísio saiu do quarto, quando Alexandra começou a chorar.

***

Sentada na cama, Sally observava Percy dormir tranquilamente ao seu lado. Ela acariciava os cabelos do bebê, cantando uma canção para ele. Viu que já estava quietinho, ela abriu a gaveta da mesa de cabeceira, pegando um envelope. Abriu-o e leu pela centésima vez a carta que Dalila lhe escrevera um ano atrás. Mas não teve coragem de responder. Na verdade, tomou a decisão de que era melhor afastar-se.

Na carta, Dalila contava que foi até a mansão logo que ela partiu, mas a impediram de ir para Nova Iorque. Ela finalizava com informações sobre o acampamento e que estava bem.

Sally guardou a carta, mas algum tempo depois decidiu queimá-la para que não caísse em mãos erradas. Ela começou a trabalhar em um supermercado pela manhã e na parte da noite preparava tortas para vender. A Senhora Gray estava cuidando de Percy nesse período, mas algum tempo depois ela passou a ter problemas de saúde e veio a falecer um ano depois.

Naquele ano, Sally teve dificuldade de encontrar alguém para ficar com seu bebê. Ela não queria levá-lo para a creche ainda, pois tinha medo. O pior ocorreu quando uma das babás tentou comer seu filho. Sally, que mantinha um taco de beisebol atrás da porta, chegou a tempo para arremessar com força contra a cabeça daquele monstro.

Eles se mudaram.

Quando Percy completou três anos, Sally decidiu colocá-lo na creche, mas a novidade atraiu certos problemas e perigos. Mudaram novamente e quando Sally achou que estavam seguros por um tempo, os dois foram atacados no caminho do supermercado.

As compras espalharam-se pela rua, Percy, agora com seis anos, chorava sentado no chão. Sally apanhava os produtos que havia caído, quando surgiu alguém para ajudá-la. Ela desesperou-se, pois, um monstro aproximava-se deles. Ela pegou Percy no colo para fugir, quando o homem a segurou no braço.

— Tudo bem moça, não se preocupe. Eu quero ajudar. — Era ele, Sally o reconheceu.

Gabe não pareceu reconhecê-la. Ele continuou juntando os produtos e então perguntou onde ela morava, para poder ajudar a levar as sacolas de compras. Sally caminhou, olhando para trás a todo momento. O monstro estava desorientado, procurando por vestígios.

Até que eles subiram as escadas da entrada principal do prédio e entraram.

— Você gosta de bolo de carne? Eu estava pensando em fazer para o jantar. — Sally ofereceu, com seu melhor sorriso.

— Bolo de carne é meu prato favorito. — Gabe respondeu, apresentando-se em seguida, pedindo desculpas pela falta de educação. Depois ele olhou para Percy. — E aí campeão.

— Vou preparar, será rápido. — Ela foi para a cozinha, ouvindo Gabe brincar com Percy.


Notas Finais


O titulo do capítulo devia ser os sacrificios de sally pra salvar o filho kkkk


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