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História A História de uma Filha de Atena - O Começo


Escrita por: hwps1998 e Tia_Batata27

Notas do Autor


Essa é a minha primeira fic. Não sei se está muito legal o estilo, mas qualquer coisa altero depois. Dedico esse capítulo à ~Cadie1807 e ~LdiAngelo, minhas inspirações.
Espero que gostem!

Capítulo 1 - O Começo


Fanfic / Fanfiction A História de uma Filha de Atena - O Começo

        ‘A que no mundo anda perdida’.

         Eu – Livro de Mágoas – Florbela Espanca

         Paredes de pedra antiga, soterradas e um tanto desgastadas pelo tempo se estendiam pelo Labirinto de Dédalo. Em alguns cantos era possível ver caveiras humanas e de monstros ou até mesmo animais. Poças de musgo e lama estavam no chão de quase todos os lugares. Os corredores escuros eram silenciosos, exceto por alguns murmúrios distantes.

         Em um corredor, uma menina de oito anos corria.

         Ela vestia uma calça jeans clara rasgada nas coxas e uma blusa azul escura suja, com um casaco marrom quase em farrapos. Seus All Stars pretos eram bem velhos. Jóias douradas contrastavam com sua pele morena. Carregava nas costas uma mochila que parecia ser pesada para suas forças. Segurava em sua mão esquerda uma lanterna velha. Seu braço direito ardia de dor, de alguns arranhados de garras de monstros. Sua pele estava cheia de fuligem e fina. Seus cabelos extremamente lisos estavam desgrenhados e sujos. Os olhos dourados como âmbar tinham uma expressão selvagem de quem vive nas ruas.

         A menina virou em um corredor que se podia ouvir barulhos de animais. Cansada e esgotada, caiu no chão. Colocou os braços apoiados nas pernas e começou a chorar. Tirou uma foto de um bolso da mochila e observou-a fixamente. Guardou a foto de volta, respirou fundo e voltou a andar.

         Ela andou até um grande pasto, com várias cercas de arame. A lua cheia dava um toque de bucolismo ao lugar.

         - Quem é você? – perguntou o vaqueiro Eurítion.

         A menina tentou responder, mas estava cansada e sem voz. Pegou um papel e uma caneta da mochila e escreveu.

O vaqueiro franziu a testa. Sentia pena da menina, mas as coisas ficariam bem complicadas se Luke a encontrasse vagando sozinha por ai. Pela sua expressão fazia dias que não comia e bebia. E tinha os arranhões no braço direito, que poderiam infeccionar.

Euritíon a mandou entrar na casa. Deu a ela comida e água, além de limpar as feridas. Depois a mandou tomar banho e dormir em um quarto vago.

O vaqueiro releu o bilhete que a menina havia escrito. Ainda não conseguia acreditar que ela havia vindo de tão longe e conseguido sobreviver sozinha.

*****

Dois dias depois após agradecer e se despedir de Eurítion, a menina voltou a se aventurar no Labirinto. Procurava ansiosa pelo caminho de casa. Empunhava uma faca de bronze celestial que havia encontrado jogada após os dois primeiros dias de expedição.

Andou pelo que pareciam horas até um túnel de mina de carvão que descia por vários metros de profundidade. Estranhou o cheiro do lugar, que renovava suas forças e a lembrava uma floresta tropical. E o aroma vindo de dentro da caverna não era nada parecido com o de um subterrâneo frio e úmido. Cheirava a árvores e flores e um dia morno de verão.

Após descer até o fim do túnel, ficou maravilhada com o local.

Várias plantas exóticas, e provavelmente extintas, cresciam com pouca luminosidade. O teto da caverna era incrustado de pedras preciosas nas mais variadas cores que brilhavam. Um mamute e um dodô de pé olhavam para alguém deitado em uma cama enorme feita de madeira.

Lindas plantas cresciam - orquídeas gigantes, plantas em formato de estrela, vinhas estourando com frutas laranjas e roxas que penetravam entre os cristais. O chão da caverna estava coberto de musgo. Acima, o teto era mais alto que uma catedral, brilhando como uma galáxia de estrelas.

No centro da caverna havia uma cama no estilo romano, a madeira banhada em ouro com o contorno de um U curvado, com almofadas de veludo.

- Quem chegou Dede? – perguntou uma voz masculina e grave.

Animais descansavam em volta dela — mas eram animais que não deveriam estar vivos. Havia um pássaro dodô, algo que parecia o resultado de um cruzamento entre um tigre e um lobo, um roedor gigante, e perambulando atrás da cama, pegando frutas com sua tromba, havia um mamute coberto de lã.

Na cama jazia um velho sátiro. Ele observava conforme a menina se aproximava, com seus olhos tão azuis quanto o céu. Seu cabelo enrolado era branco assim como a sua barba pontuda. Até o pelo de bode em suas pernas estava polvilhado de cinza. Seus chifres eram enormes - marrons polidos e curvados. Em volta de seu pescoço havia um conjunto de flautas de madeira.

A menina observava tudo ao redor curiosa. Fez carinho na tromba do mamute, que aceitou o carinho de bom grado e lhe entregou um cacho de uvas. O dodô apenas observava fazendo barulhos parecidos com uma música.

- Que lugar é esse? – a menina perguntou.

- Carlsbad, Novo México. Você não é daqui, não é? – o velho sátiro perguntou.

- Não. Quem é o senhor?

- Pã, deus do selvagem. E você, o que procura?

- O caminho da minha casa. Esse lugar é lindo! Parece uma floresta! E esses cristais são lindos!

- Que bom que gostou querida. É um dos poucos lugares selvagens que restam. Meu domínio acima acabou. O lugar que você veio é um dos poucos que ainda resta de natureza intocada.

- Então o senhor pode me dizer como encontrar o caminho de casa?

- Não. Conheço suas dúvidas, herdeira do sol – no momento em que o deus disse isso a menina estremeceu - mais cedo ou mais tarde terá de aceitar e controlar aquilo que lhe atormenta. Tenha confiança. Às vezes o que julgamos ser uma maldição é na verdade uma bênção. No momento certo encontrará o que tanto procura. Você tem a minha bênção. Vá em paz.

Uma fumaça verde saiu da boca de Pã e entrou no nariz da menina. Assim que espirou ela se sentiu mais aliviada. Pegou algumas frutas e pedras preciosas colocando-os na mochila. Acariciou o mamute e o dodô pela última vez e saiu correndo para fora da caverna.


Notas Finais


Pra quem quiser ler o poema completo vai o link: http://www.citador.pt/poemas/eu-florbela-de-alma-conceicao-espanca
Aguardo os comentários!


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