1. Spirit Fanfics >
  2. A idade do sucesso >
  3. 4- A idade do sucesso

História A idade do sucesso - 4- A idade do sucesso


Escrita por: LumiSan

Notas do Autor


Chegay 8D

Capítulo 4 - 4- A idade do sucesso


4- A idade do sucesso:

 

Takanori’s P.O.V

 

        Abri os olhos com dificuldade, sentindo minha cabeça pesada. Encarei um teto branco, não reconhecendo aquele lustre bonito que parecia perigoso de mais para ser posicionado em cima de uma cama. E que cama macia.

        Fechei os olhos novamente e passei as mãos pelo lençol delicioso, tentando lembrar quando minha mãe havia comprado roupas de cama tão confortáveis e posto aquele lustre em meu quarto.

        Bastou alguns segundos de reflexão para relembrar toda a sequência de cagadas que eu havia feito... Ontem? Quanto tempo havia passado e como tinha voltado para casa? A última coisa que me lembrava era de ter rolado escada a baixo e depois mais nada.

        Eu era mesmo detestável. Nem mesmo merecia que Kouyou e Yuu me desculpassem. Idiota!

        O único lado bom daquilo tudo era que provavelmente, finalmente, felizmente, inacreditavelmente eu havia me libertado daquela cacatua stalker.

- A ressaca ‘tá forte hoje, heim?

        Saltei da cama ao ouvir uma voz grave, parando em pé ao lado de um criado mudo.

- O que é isso?

- Como o que é isso, Taka?

- Como você sabe meu nome?

- O que tem de errado com você, baixinho?

        Me calei, dando passos para trás até bater em uma parede, observando o homem seminu parado do outro lado da cama. Minha respiração foi ficando cada vez mais acelerada ao passo que observava o cômodo ao meu redor. Definitivamente aquele não era meu quarto.

- Takanori?

        Voltei a encarar a pessoa que estranhamente sabia meu nome, dando uma boa analisada no produto à minha frente. Era um homem másculo, de corpo esbelto e bem definido, as mãos grandes de dedos longos seguravam uma toalha felpuda em volta da cintura e seu peito estava úmido, indicando que havia acabado de sair do banho. Subi um pouco mais os olhos encontrando cabelos desfiados e molhados, em algum tom de loiro escuro. Seu nariz estava coberto por uma ridícula faixa branca.

        Franzi o cenho, inclinando um pouco a cabeça para o lado. Aquele rosto não me era estranho...

- O-onde eu estou? – consegui perguntar depois de algum tempo.

- Em casa, ué.

- Essa não é minha casa.

        Olhei mais uma vez em volta, vendo um quarto amplo e bem decorado em tons que variavam entre o preto, o cinza e o branco.

        Eu tinha sido sequestrado?

- Eu quero ligar pra minha mãe.

- Então liga, Taka.  

- Preciso de uma ficha de telefone.

        O homem me olhou e riu um pouco.

- Ficha de telefone, quanto tempo eu não ouvia isso. ‘Tá sem crédito de novo? – me deu as costas e se dirigiu para um enorme closet que ocupava uma parede inteira do quarto.

- Eu quero ligar pra minha mãe e ir pra casa.

        O homem se virou para mim com uma expressão surpresa, segurando um cabide na mão.

- Você quer ir pra casa?

- Sim. Por favor. – resolvi ser humilde e acrescentar um “por favor” já que não sabia onde e com quem estava.

        Ele largou o cabide no chão mesmo e veio em minha direção de braços abertos. Fechei os olhos, assustado, quando os braços fortes me envolveram. O cheiro da pele limpa me inebriou.

        De repente não me pareceu uma má ideia ter sido sequestrado por aquele homem. Quem era Yutaka perto daquilo?

        Era muito fogo no facho para pouca experiência sexual.

- Faz tanto tempo, sua mãe vai ficar muito feliz. – me parabenizou com um sorriso, se afastando e segurando meus ombros.

- O que faz tanto tempo? – quanto mais ele falava, menos sentido tudo fazia.

- Desde que... – ele hesitou – Que você disse aquelas coisas, e não voltou mais.

- Voltei aonde? O que eu disse?

        Perguntei confuso. Será que a contusão em minha cabeça tinha sido tão grave?

- Deixa pra lá, não vamos começar a manhã com assuntos desagradáveis.

        E por falar em contusão...

- Foi você quem me ajudou quando eu caí?

- Quando você caiu? – voltou a mexer no closet, me deixando com a bela visão de suas costas nuas.

- Sim. Eu estava na fonte dos desejos, fiz um pedido e então caí. Eu ouvi vozes me chamando mas apaguei... Ai meu Deus!

        Imediatamente cobri os olhos quando ele deixou a toalha cair de sua cintura e ficou pelado. Pelado! Na minha frente!

- Ah, sim, aquela vez...

        Espiei entre as frestas dos dedos, vendo que ele havia posto calças.

- Então, foi você? – pressionei mais uma vez, vendo uma expressão triste se formar em seu rosto.

- Aquele dia... Não gosto de lembrar daquele dia. – ergui uma sobrancelha, ele me ignorou. – Sim, claro que fui eu.

        Estava explicado. Aquele homem havia me juntado do chão e me levado para sua casa para me ajudar.

- Não vai se arrumar? Vai acabar se atrasando pro trabalho.

- Trabalho? Eu não trabalho, e já disse que quero voltar pra casa.

        Depois de vestir uma camiseta preta o homem se virou novamente pra mim.

- É algum tipo de piada e eu não estou por dentro?

- Não. Eu quero ir pra casa. – já estava perdendo minha paciência com aquele diálogo sem sentido.

- Você que sabe, mas o pessoal das fotos não vão ficar nada felizes. Bom, eu tenho que ir, até mais tarde.

        Ele pegou uma mochila que estava sobre uma poltrona aparentemente muito confortável e me depositou um rápido beijo sobre os lábios, me fazendo empurrá-lo para longe.

- Você ‘tá louco?

        Ele recuou um passo, seus olhos demonstrando mágoa. E mais uma vez aquele rosto não me pareceu estranho, ainda mais com aquela expressão...

- Você nunca vai me amar de verdade, não é mesmo?

        Fiquei em silêncio, com medo de retrucar aquela pessoa louca.

- Até mais, Takanori.

        E assim ele saiu. Sem me dar a ficha telefônica ou dizer onde eu estava. Ia ter que me virar para voltar pra casa sozinho. 

        Segui o mesmo caminho dele, passando por um corredor estreito que me levou até uma sala de estar muitíssimo bem decorada. Que sinistro, pareciam móveis vindos do futuro.

        Caminhei lentamente, todo espiado, observando tudo ao meu redor.

        Wtf? Aquela coisa enorme e fina era uma televisão?

        Parei ao lado de um espelho, observando de olhos arregalados o que ele me refletia.

- Ai. Meu. Deus!

        Toquei em minha imagem, não acreditando no que meus olhos viam. Fiz alguns gestos para ver se era refletido. Aquele era eu? De verdade?

        Eu estava mais velho. Loiro. E absurdamente lindo!

- Ahhhhhhhh!!

        Comecei a pular e gritar na frente do espelho, rindo como um idiota. A fonte dos desejos era real! Eu tinha trinta!

        Mas de repente reparei em algo e parei quieto. Eu não havia crescido quase nada. Que merda.

        Estalei a língua e deixei pra lá, maravilhoso daquele jeito a altura que se fodesse.

        Foda-se Yutaka! Foda-se Suzuki! Foda-se ensino médio! Foda-se escola! Foda-se tudo!

        Corri pelo apartamento inteiro, era mediano e decorado com um bom gosto absurdo. Acabei encontrando fotos minhas e daquele cara espalhadas por alguns cantos. E isso me fez sentar no sofá, um pouco preocupado.

        Eu era casado?

        Será que eu sabia fazer sexo?

        Será que eu amava aquele cara de verdade?

        Eu havia me casado porque ele me ajudou quando embolotei nas escadinhas da fonte?

        Engoli em seco, me sentindo subitamente desanimado e com saudade da minha mãe.

        Então uma música eletrônica e estranha começou a soar, vinda de um aparelho quadrado em cima da mesinha de vidro no meio da sala. Me ajoelhei no tapete felpudo vendo um número e uma tecla verde.

        Celular! Aquele era um celular do futuro!

        Depois de alguma dificuldade consegui atender.

- Alô.

- Bom dia, Takanori. Já está pronto? Daqui a pouco estou passando aí.

- Anh... Sim, claro. Mas pra onde eu vou mesmo?

- ... Fazer as fotos comigo.

- Ah. – era bem chato não conhecer minha própria vida – E quem é você mesmo?

- Sou eu, Takanori, o Kouyou.

- Kouyou! – dei um berro no telefone, então ele havia me perdoado e ainda era meu amigo.  

- Sim, Kouyou, por quê? Se esqueceu das fotos?

- Claro que não, era só pra ter certeza. Até mais.

- Me espera na portaria, tchau.

        Respirei fundo, me sentindo mais animado. Ok, trinta anos, lindo, tenho um emprego e Kouyou ainda é meu amigo. Aja naturalmente.

        Corri até o quarto ficando embasbacado com a quantidade de roupas que eu possuía, mas não tinha tempo para pirar com aquilo. Me vesti da forma mais estilosa que dez minutos me permitiam e fui para o banheiro, escolhendo no uni duni tê uma das escovas de dentes para usar já que não sabia qual das duas era minha.

        Peguei meu celular do futuro, rezando internamente para que alguém me ensinasse a usá-lo e corri para a portaria, ansioso para conhecer meu emprego e rever meu amigo.

        Me observei no espelho do elevador, sorrindo para mim mesmo ao ver o quanto eu parecia incrível mesmo nas roupas mais simples de todo aquele closet. Pretinho básico o cacete! Pretinho fabuloso, isso sim! Meu cardigã longo e óculos escuros davam todo o charme que eu, lindo, loiro e rico, precisava.

        Que chique! Meu prédio até mesmo tinha elevador.

        Arrumei a franja e atirei um beijinho para meu reflexo, caminhando como uma diva até a portaria. Nunca em toda minha vida tinha me sentido tão poderoso com minhas roupas lindas e caras, óculos estilosos, fios loiros, rosto perfeito e celular do futuro.

        Alguns minutos depois, um suv prata estacionou rente ao cordão e Kouyou baixou o vidro do carro, revelando seu rosto de óculos escuros e um belo cabelo repicado e loiro mel. Não tinha mudado nada, continuava lindo como sempre foi.

        Logo corri para a porta do carona, ansioso para começar meu primeiro dia de adulto.

        Minha vida devia ser incrível!

 

~Continua... 


Notas Finais


É, o Takanori já é casado com o Akira,alok ;D


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...