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História A Ilha do Lobo. - As sombras da noite, parte 02.


Escrita por: akirasam946

Notas do Autor


Estou precisando ligar as pontas da história, por isso capítulo duplo. Boa leitura!

Capítulo 11 - As sombras da noite, parte 02.


Fanfic / Fanfiction A Ilha do Lobo. - As sombras da noite, parte 02.

Kaleb desceu da balsa sentindo um terrível enjoo, tirou do bolso os comprimidos que havia levado e tomou com um pouco de água de sua marca favorita, a famosa Elsenham, uma marca cara e embalada na Inglaterra, dois dos seus empregados carregavam suas malas e vinham logo ao seu lado, ele trazia tudo que precisava, odiava cidades pequenas e mais ainda ilhas, odiava tudo que fosse simples.

-Que lugarzinho horrível, porque Louis tinha que escolher um local destes para fugir? Quando eu pegar esse moleque ele vai se arrepender de ter me feito de bobo por três anos, juro que ele nunca mais fará nada parecido.

Começou a andar pelo local, se dirigiu a estrada e aguardou cerca de vinte minutos, cada vez mais impaciente quando um carro preto finalmente chegou e um homem de meia idade abriu a porta para ele sem cerimônias.

-Senhor Kaleb?

-Finalmente! Porque demorou tanto?

O homem riu.

-Estava ocupado realizando os desejos de um cliente rico, a mercadoria dele estava me dando trabalho, mas já resolvi.

Kaleb entrou e aprovou o ar condicionado do carro que o deixava mais quente, o vento lá fora o tinha deixado de mal humor.

-Bem, me leve para seu antro de horrores e me veja um quarto decente, depois quero o que pedi ainda hoje.

O homem começou a dirigir mais usou um tom mais seco ao falar.

-Meu chefe me disse que isso não será tão rápido, o garoto que deseja está com um homem importante na cidade, não posso simplesmente sequestra-lo, aliás eu costumo fazer isso com turistas, não com moradores locais, aqui é uma ilha, o senhor entende que preciso ter cuidado e depois não pode deixar marca alguma pois eu preciso devolve-los.

-Não este...Louis é um item raro e muito caro, seu chefe irá te informar disso.

O homem o olhou meio de lado.

-Mesmo meu chefe não pode fazer isso, eu já disse que o garoto está com um homem importante, o senhor entendeu?

Kaleb não ouviu nada disso, a única coisa que ouviu foi a frase...O garoto está com um homem importante na cidade.

-Aquele filho de uma cadela no cio!! Louis ousou dar para outro homem! Ele ousou deixar alguém tocar nele? Maldito moleque!! Maldito!! Eu vou faze-lo sofrer muito por isso...Vou mesmo! E depois eu posso mata-lo, mas somente depois de um tempo.

O homem ao volante deixou que o outro tivesse seu momento de fúria, nada disso lhe interessava, ele só sabia que não faria parte disso, uma coisa era ser um meio lobo desgarrado, outra bem diferente era bater de frente com um alfa puro sangue, isso ele nunca faria, nem mesmo pelo irmão deste alfa, Owen podia ser o líder dos desgarrados mas não lhe devia obediência cega, não eram uma matilha no final das contas.

Assim que chegaram a pousada que do lado de fora não tinha nada de diferente eles entraram e seguiram pela recepção direto a uma porta nos fundos, descendo para outro saguão bem mais amplo, dali ele foi conduzido a um quarto muito chique, tão bom quanto os quartos de luxo de um hotel cinco estrelas.

-Meu chefe vem falar com o senhor em breve. Disse o homem e saiu.

Kaleb mal se instalou e a porta se abriu sem nenhuma batida o que o deixou irritado, mas devido as circunstancias ele se conteve.

-Bom dia senhor Kaleb, sinta-se a vontade em meu estabelecimento, algum tipo de diversão para hoje?

-Não, quero apenas o que combinamos por telefone.

O homem jovem e muito bem vestido se sentou e encarou Kaleb por um momento, ele não podia ser intimidado como os outros pelo dinheiro, muito menos por dois seguranças, mas gostava de desafios e dinheiro nunca era demais.

-Sabe que isso será bem caro não é? E muito perigoso.

Kaleb riu desdenhoso.

-Claro que sim.

O jovem também riu.

-Eu vi seu garoto ontem, mas Gael gostou dele, me dê algum tempo para pega-lo, estará em seus braços até o final de semana, mas sugiro que o leve embora rapidamente, não vou me expor de modo algum, existem segredos nessa ilha que ninguém de fora precisa saber, muito menos um homem como você.

-Não ligo para seus segredos idiotas, eu quero apenas o que é meu.

-Te darei o que deseja. Respondeu Owen.

Kaleb concordou e estendeu a mão para selar o acordo.

-Como devo chama-lo?

O jovem lhe sorriu ladino.

-Owen.

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Dana entrou na cafeteria na hora do almoço, estava tão lotado que ela permaneceu de pé olhando em volta aturdida.

-Mas que merda aconteceu aqui??

Molly veio e lhe sorriu docemente.

-Não acha que podia usar sua autoridade para sutilmente tirar esses curiosos daqui? Nosso estoque inteiro de salgados assados acabou a quinze minutos e Louis está trabalhando muito para fazer mais, acho que Gael não vai gostar de saber disso.

Dana apesar de se derreter por Molly focou no problema.

-E o que essa gente toda faz aqui?

Molly se aproximou e falou bem baixinho.

-Todo mundo quer ver o namorado do líder...O segundo em comando.

Dana entendeu.

-Ohhh, sei...Já estão dando presentes para ele?

Molly riu.

-Ontem isso estava um inferno, eu e Lana conseguimos conter as coisas com a ajuda de Allan e Sunan e eu achei que hoje seria diferente, mas francamente parece que tudo está igual!!

-Lá nos fundos não cabe mais nada, nunca vi tantas garrafas de vinha e queijos na minha vida, a senhora Dora até mesmo mandou vitela! Francamente seria impossível Gael e Louis comer tudo isso, acho que os dois nem tem onde armazenar.

Dana olhou para Molly e sorriu.

-Adoro vitela.

Molly a olhou feio e ela se recompôs rapidamente.

-E Louis nem faz ideia disso não é?

Molly concordou.

-Sua irmã e eu estamos pegando os presentes escondido e falando para as pessoas que devem esperar porque ele não sabe de nada ainda, mas parece que toda a ilha teve a mesma ideia maluca, desde ontem as coisas estão sinistras, não sei até quando poderei manter Louis no escuro, nosso belo alfa precisa contar a Louis logo.

A xerife coçou a cabeça meio nervosa.

-Olha, você sabe o quanto isso pode assustar um humano comum, não é fácil chegar e contar na lata...Oi, sou um lobisomem.

O olhar de Molly fez a outra parar de falar e ir trabalhar rapidamente.

Dana então começou a circular pela cafeteria e falar baixinho com cada pessoa dali, Louis estava muito ocupado fazendo massas e não percebeu nada, quando enfim ele colocou duas duzias de pãezinhos para assar percebeu que o espaço estava vazio e suspirou mais aliviado, seus pés estavam doendo e ele ainda não entendia porque tanta gente veio conversar com ele e tocar em suas mãos sorrindo, desde de ontem isto estava acontecendo e ele já estava incomodado. Estava se sentindo confuso.

-Oi Dana, como está a segurança da ilha hoje?

A mulher sorriu e passou os dedos nos cabelos curtos ligeiramente molhados do sereno lá de fora.

-Humm, as coisas de sempre, dois turistas muito bêbados foram recolhidos perto do cais e eu os mandei embora hoje de manhã, estavam tão bêbados que nem conseguiam falar direito, foi preciso duas xícaras de café para descobrir ao menos seus nomes e onde moravam.

Louis riu.

-Isso acontece muito?

Ela deu de ombros.

-Sempre, francamente não sei o que essa gente tem na cabeça, vir para uma ilha linda dessas e beber até cair, mas os pubs agradecem e as cervejas saem como água no deserto, todos ficam felizes no final.

Molly se aproximou e abraçou o pescoço de Dana.

-Hey, e aquele caso de desaparecimento? Como anda?

Dana corou ao sentir as mãos pequenas em seus ombros e se empertigou o que fez Louis rir e revirar os olhos.

-Alarme falso como antes, o garoto que sumiu era um dos bêbados de hoje mais cedo.

Molly a soltou.

-Graças a deus, mesmo assim eu sempre aviso a Wendy para ter cuidado, o caminho da escola passa pela pensão do Winter, não gosto daquele homem...Nem daquele lugar.

Dana concordou, a velha pensão existia na ilha a mais de oitenta anos, sempre foi um local sinistro e somente os velhos marujos e posteriormente os lobos desgarrados de outras matilhas a frequentavam, havia rumores de prostituição, mas nunca confirmados, ouve duas vezes em que Dana fez uma visita a pousada, mas além de quartos sujos e de bebida barata não achou nada para fechar o local.

-Sim, diga a Wendy para tomar cuidado, também não gosto do Winter mas ele não ousaria tocar nela, sabe que eu o mataria por isso.

Molly a olhou demoradamente.

-Dana...Preciso conversar hoje com você, quer ir jantar em casa?

A mulher concordou, tomou seu café e saiu.

Louis se aproximou de Molly.

-Vai falar com ela?

Molly bagunçou os cabelos de Louis antes de rir e confirmar.

-Eu gosto dela, sei que ela gosta de mim, ela também adora a Wendy, mas nunca toma uma atitude, hoje eu vou ser direta!

Louis arrumou os cabelos e pegou na mão de Molly olhando em seus olhos.

-Dana te ama, mas tem medo de não ser correspondida desta maneira, ela acha que você não pode se interessar por ela desta maneira, pensa que como teve somente namorados antes não pode sentir nada por outra mulher.

Molly pensou um pouco.

-Mas ela nunca nem mesmo tentou! Eu tive namorados antes, mas eu gosto dela, não acho que o gênero pode ditar o que sinto.

-Então diga isso a ela...E depois me convide para o casamento. Disse Louis e riu fugindo de um tapa da amiga que era pequena mais tinha uma mão pesada.

-Louis!!!

Ele riu.

Após isso as coisas se acalmaram por ali, Dana andou pela ilha conversando e até ameaçando alguns mais afoitos, informou que Louis ainda não entendia seu papel na comunidade mista a que pertenciam e que isso devia ser uma coisa mais lenta e gradual, infelizmente nem todo mundo cooperou com ela...

Louis encerrou seu turno e tirou seu avental o jogando na mochila, iria lava-lo mais tarde, depois pegou seu celular, no mesmo instante ele vibrou e o rapaz o olhou sorrindo.

“Lou? Já saiu da cafeteria? Onde está? Allan está com você?? Jantou com eles ontem?”

Louis riu se sentindo estranho, um calor subia a sua face, ele digitou sorrindo.

“ Qual pergunta devo responder primeiro?”

Após uma pausa curta lá estava a resposta.

“Todas”

Louis revirou os olhos.

“Não, ainda estou aqui e Allan não está comigo, estou com Molly, vou para casa e eu jantei lá ontem e estava delicioso, acabei passando a noite por lá, eu e Merlim, seu irmão caçula apareceu lá também.”

Ouve um momento de quietude e então a porta da cafeteria se abriu revelando Allan que estava um pouco ofegante.

-Hey pequeno, vamos?

Louis digitou rapidamente.

“Você é terrível, sabia?”

"Lógico!"

E guardou o celular no bolso.

-Oi Allan, eu disse que está tudo bem, não sou uma princesa em apuros. Respondeu fazendo um bico e pegando sua mochila.

Allan lhe tirou a mochila e o empurrou delicadamente pela porta e depois para o carro onde Sunan o aguardava ouvindo música coreana e cantando.

-Oi Lou, tudo bem?

Louis sorriu e entrou no carro, internamente se sentia protegido, agradecia aos céus por estar indo para casa de carro, seus pés estavam doloridos, nunca atendeu tantos pedidos em sua vida e todo mundo estava estranho.

-Acha que algo aconteceu a cidade? Perguntou a Sunan que riu divertido.

-Tipo o que por exemplo??

Louis deu de ombros, havia assistido alguns filmes antigos de terror.

-Sei lá...Todos estão agindo muito estranho, ontem eu ganhei uma cesta de frutas e queijos de uma vizinha que eu nem conhecia com um bilhete muito diferente e depois todo mundo que entrava na cafeteria queria pegar na minha mão e hoje não foi diferente!!

Allan olhou para Sunan e riu meneando a cabeça antes de explicar o que parecia ser o lógico.

-Todos amam muito Gael, ele é como uma celebridade por aqui, saber que ele tem um namorado tão fofo está mexendo com as pessoas, todos querem te ver, pura curiosidade do interior, logo eles se acostumam.

Louis suspirou, estava cansado e isso fazia sentido, pelo menos um pouco, mas ele queria ir para casa, na noite anterior dormiu na casa deles e queria agora seu aconchego e sossego.

-Ainda bem, vi o filme Colheita maldita ontem e fiquei meio impressionado...

Sunan e Allan riram muito disso, mas Louis corou.

-Podem me levar para casa? Preciso lavar meu avental, tomar um longo banho e dormir o resto do dia.

Allan concordou porque não podia manter Louis em sua casa sem levantar suspeitas, mas o fato é que desde de a noite passada sentia que algo estava muito errado, infelizmente não sabia o que era, havia comunicado isso a Gael, mas ele estava caçando e um lobo não interrompe sua caça por um mero pressentimento.

Mesmo assim o homem meio lobo que dirigia pensava nas providencias que havia tomado em sua casa na noite anterior, a sálvia e o acônito tinham para os lobos um significado muito profundo, se ele sentiu vontade de proteger sua casa assim havia mesmo algo de muito errado no ar.

Assim que o carro parou Louis desceu e agradeceu imensamente a carona, seus pés estavam doloridos e ele se sentia quente e cansado, apesar do frio que rondava a sua volta, todo seu corpo sentia uma dor latente e confusa e ele pensou que podia estar ficando severamente doente, talvez uma gripe.

-Você não me parece muito bem Lou. Disse Sunan.

-Acho que vou pegar uma gripe, estou todo dolorido e muito cansado, mas depois de um banho e um chá vou me deitar e ficarei bem.

Sunan saiu do carro decidido.

-Vá tomar seu banho, eu vou preparar um chá medicinal para você, uma receita de minha terra natal, depois deixo uma sopa pronta, assim poderá descansar.

Louis iria negar, mas ele agora se sentia parte da família, por isso aceitou a ajuda.

Allan olhou o jardim e pegou um regador que achou ali perto.

-Vou cuidar do jardim, depois de tudo pronto iremos embora, mas agora vamos te ajudar.

-Tá bom...Realmente sua ajuda é bem vinda, eu não creio que estou em condições de cuidar das flores hoje.

Louis entrou e Sunan correu para perto de Allan.

-Tem algo errado, eu senti isso, senti em você, está preocupado com alguma coisa e sei disso desde de ontem, foi por isso que acendeu sálvia e pendurou acônito azul na porta?

Allan sorriu para sua outra metade, sentia o amor explodir dentro do peito ao olhar para ele.

-Sim, senti que algo nos ameaçava...Hoje eu ficarei de vigia aqui, mas não posso deixa-lo sozinho meu amor, por isso quero que vá ficar com Lana, ela pode protege-lo.

Sunan o abraçou nervoso e depois correu para dentro fazer o chá e a sopa, porém quando Louis saiu do banheiro estava muito pior, estava com febre alta e dores no corpo.

-Sunan, acho que vou tomar um remédio com o chá, estou me sentindo muito mal.

-Deite-se Lou, já levo a você, não posso deixa-lo assim, posso ficar aqui essa noite? Também vou avisar a Molly que faltará amanhã.

Louis não poderia negar, estava doente e se sentia mal, durante anos passou suas enfermidades sozinho, quando ficava doente era largado no porão da mansão e ficava sozinho, mesmo que remédios lhe fossem dados a solidão era constante, ele se sentia com medo disso agora, podia ser vergonhoso admitir, mas ele preferia ter Sunan ali com ele, até que Gael voltasse.

Quando Louis dormiu Sunan foi até Allan.

-Eu vou ficar.

Os dois se entendiam num nível poderoso e por isso Allan não reclamou, mas ele convocou outros lobos e pretendiam fazer uma vigília ali até o amanhecer, fosse o que fosse ele não iria se arriscar de modo algum.


Notas Finais


Louis está ficando doente...Gael está longe caçando o louco do Kaleb que está na cidade, a investigadora deve aparecer logo também e Owen está do lado negro da força!! Ufa!! Espero que estejam gostando. Carinhosamente, Akira.


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