1. Spirit Fanfics >
  2. A Ilha do Lobo. >
  3. Forças ocultas.

História A Ilha do Lobo. - Forças ocultas.


Escrita por: akirasam946

Notas do Autor


Olá, neste capítulo descobriram coisas bem curiosas, mantenham a mente aberta, como eu sempre digo nem tudo é tão preto no branco...Boa leitura.

Capítulo 16 - Forças ocultas.


Fanfic / Fanfiction A Ilha do Lobo. - Forças ocultas.

O som do carro conhecido fez a pequena mulher de cabelos rebeldes sorrir, ela sabia que era Dana, a mulher forte, meio loba, meio bruxa com uma tendência a xingar mais do que o necessário e mesmo assim ser gentil com todos a seu modo, a que tinha o coração de manteiga e os punhos de ferro, a sua Dana...Esse pensamento a fez sorrir feliz e ela vestiu seu casaco e foi até a porta a abrindo, pronta para se jogar nos braços quentes e acolhedores.

Mas ela não encontrou os braços quentes porque Dana segurava um menino nos braços, desacordado e coberto de sangue.

-Pelas fadas!! Quem é esse? De onde veio e porque não o levou ao hospital?

Dana não sabia bem como responder a tudo isso, podia imaginar que apesar de quase todos na ilha serem de certo modo ligados ao sobrenatural ainda existiam algumas coisas que seriam absurdas até para eles.

-Eu não sei quem ele é, mas acho que a medicina tradicional não pode cura-lo.

A xerife puxou o cabelo longo e emaranhado sujo de terra e grama mostrando a orelha pequena e levemente pontuda em perfeita sintonia com um rosto belo, angelical e doce, porém muito pálido.

-Santo Lobo!! Gritou Molly quase caindo na porta e logo puxando os dois para dentro.

-Um elfo! Um elfo mesmo?

Dana ignorou a pergunta e entrou, deitou o pequeno ser na sala no sofá e começou a procurar algo para pressionar no ferimento do ombro, logo Molly lhe passou um pano e ela rasgou com cuidado a roupa do elfo, desnudando o ombro onde uma ferida aberta sangrava muito empapando a roupa longa de tecido leve como gaze, parecia um corte feito a faca que tinha pelo menos dez centímetros de fora a fora ou até mais, se este pequeno não fosse um ser tão resistente certamente já estaria morto agora.

-Ele é a cara do Louis! Só é menor, será que pode ser um irmão caçula? Disse Molly enquanto discava para Allan sem nem perguntar nada para Dana.

-Querida, ele não pode ser irmão de Louis, sabemos que Louis é filho único e este garoto é um elfo, por tanto...Só temos uma explicação para isso.

Mas Molly parou seus pensamentos porque sabia que fosse qual fosse a explicação primeiro era preciso salva-lo.

Após longos toques uma voz cansada e rouca atendeu.

-Alô...

-Allan, achamos um...Um rapaz na estrada, ele está muito ferido e precisa dos cuidados de Sunan, por favor tem que ser logo ou eu acho que ele pode morrer e acredite em mim, isso não deve acontecer.

Do outro lado, ainda sonolento Allan xingou baixinho.

-Molly...Chame a emergência, Sunan está adormecido, é uma longa história e acho que ele não deve ser incomodado a essa hora por causa de um bêbado que provavelmente caiu na rua...

Dana pegou o celular nas mãos apressada.

-Acorda o Sunan, este carinha é um elfo e acho que é o pai de Louis, mas eu não sei como ajuda-lo e sei que o hospital não pode cura-lo, o sangue dele tem cheiro de flores e grama cortada, acha mesmo que remédios e sutura podem dar um jeito nisso?

O celular foi desligado mas não antes das duas ouvirem claramente um xingamento bem alto do outro lado.

-Liga para o Louis e o Gael. Afirmou Molly.

-Não sei se vão atender...Disse Dana nervosa.

Molly ligou para Lana que estava com Wendy no que deveria ter sido uma noite tranquila de filmes.

-Lana! Traz o Gael e o Louis aqui urgente, acorda o capitão e quem mais entende de história antiga dos criadores e vem pra casa, precisamos de conhecimento e somente os anciões podem nos dar.

-Estou vendo que a noite romântica não vai rolar...Brincou Lana.

-Não, temos um elfo primordial deitado no meu sofá sangrando, eu acho que a noite romântica tem que esperar e achamos que este elfo é o pai do Louis, o que explica ele ser um ômega puro quando todos os outros desapareceram da face da terra a séculos.

-Nossa! Tá bom...Respondeu Lana e desligou.

Minutos intermináveis se passaram e Dana apenas pressionou o ferimento firmemente e então o som dos carros chegando a aliviou grandemente, Sunan entrou primeiro e depois veio Allan com uma caixa cheia de coisas e as colocou no chão, por um breve momento os dois pararam quase sem respirar olhando o rapaz pálido que sangrava no sofá, mas então Sunan deixou todas as perguntas de lado e correu para ajuda-lo.

-Água limpa e fresca, se for da fonte melhor ainda...Pelo que li a respeito e foi bem pouca coisa os elfos tem uma conexão profunda com a natureza, faz sentido usar a natureza para cura-lo.

Sunan começou a tirar da caixa pequenos potinhos de vidro que Allan dispunha ao seu lado cuidadosamente sobre uma mesinha, o jovem chinês falava consigo mesmo avaliando o elfo a sua frente.

-Ele parece respirar muito mal, por isso usarei ephedra que pode aliviar o pulmão, vou usar aloe vera para o curativo, folhas de amora para acalmar o sangramento e ainda calêndula, centelha asiática, guaco e camomila em flor.

Rapidamente ele misturou num recipiente calêndula e centelha asiática e um pouco de flores de camomila e mandou Molly jogar água quente sobre as plantas, delicadamente ele lavou a ferida com essa mistura assim que conseguiu amornar tudo e depois com gazes limpos conseguiu ver o corte que parava um pouco de sangrar, ele rapidamente espalhou um gel levemente verde que veio direto da polpa de uma planta conhecida como aloe vera e cobriu com folhas ainda frescas de amora.

-Vamos leva-lo para o quarto, preciso troca-lo e aplicar na pele toda uma infusão de ephedra e rosas brancas para acalmar a febre que já está vindo.

Allan levou o pequeno corpo quente para cima e Molly e Dana limparam tudo, logo chegou Lana e Wendy e dois dos anciões com grossos livros, os anciões aguardaram ali e Lana foi obter maiores informações com a irmã, enquanto Wendy resolveu fazer chá para todos.

Sunan retornou e foi falar com os dois homens mais velhos sobre plantas que eram usadas a mais de mil anos e sobre a história dos elfos.

E neste momento Gael abriu a porta, trazia Louis consigo e era inegável que estavam ligados, ambos apesar de tudo pareciam muito felizes e emanavam uma agradável sensação de paz.

-Onde ele está? Perguntou Gael e Louis respondeu suavemente.

-Lá em cima, mas o ferimento não está mais sangrando e doendo, Sunan cuidou dele como devia ser, eu posso sentir...Não dói mais...

Todos se entreolharam e Louis subiu os degraus até estar na porta aberta do quarto onde o rapaz que podia ser seu irmão gêmeo não fossem os cabelos longos e as orelhas levemente pontudas dormia mais tranquilo.

-Pai...Disse Louis com lágrimas nos olhos, ele sabia, sabia sem que escutasse nada, sabia como uma verdade absoluta que aquele jovem era mesmo seu pai, em carne e osso ali na cama, ferido e assustado e precisando de cuidados.

Sunan passou por Louis e se postou ao lado da cama analisando o menor e olhando para Louis a seguir.

-Ele perdeu muito sangue, precisa de uma transfusão, mas ele é um elfo, não sei se isso pode mata-lo ou salva-lo.

Louis respondeu.

-Meu sangue deve servir, por favor tente...

-Sei que ele se parece muito com você, mas pode ser uma coincidência bizarra e nada mais, além disso não tenho os equipamentos para testar seu sangue e o dele, meus equipamentos de transfusão são rudimentares, você pode imaginar isso? E se algo der errado nem estamos perto do hospital.

Louis sorriu.

-O sangue dele tem cheiro de flores e grama recém cortada não é? Como um jardim de primavera no final de um dia quente e ensolarado.

Sunan concordou meio perdido.

-Sim, realmente tem, mas o que isso tem a ver com você?

Louis andou e pegou um aparador de livros na mesinha de cabeceira da cama, esticou a mão aberta e cortou sua palma, o sangue escorreu denso e ele fez uma careta de dor...Mas o aroma de flores invadiu o ambiente.

-Meu sangue tem esse cheiro, eu já senti muitas vezes e nunca ouve uma explicação para isso, até agora. Eu sei que este homem é meu pai, mas não sei como isso foi possível, sinto que ele foi forçado de algum modo e nada sabe de mim e nem deste mundo, sente apenas medo, um medo real e palpável...Eu sei, porque o sinto dentro de minha mente, ajude-o por favor.

Sunan concordou, porque sentia que as vezes é preciso dar um salto de fé, mesmo quando se está na frente de coisas tão loucas e inimagináveis como homens que viram lobos e elfos cujo sangue tem cheiro de flores.

…....................................................................................................................................................................................................................

Neste momento dentro do castelo enterrado sob toneladas de pedras e terra o lobo beta finalmente dormiu, mas em seus sonhos ele despertou de um transe a muito imposto sobre ele por sombras que eram inumanas e assustadoras demais até mesmo para um homem lobo e ele gritou apavorado.

Seu grito saiu como o uivo de um animal a beira da morte e arrepiou os cabelos dos dois guardas que estavam de serviço na ala destinada a prisão e eles observaram o impossível bem diante dos seus olhos...Owen se tornou humano...Apesar da ordem direta de um alfa.

E assim que o uivo ecoou e a pele do lobo cedeu a pele humana, o grito dilacerado aumentou e a dor explodiu em mil cacos de vidros pontiagudos e afiados enroscados a fios de pura eletricidade que criavam a pior dor que um ser humano poderia sentir, era com ter as células pulsantes em um agonia absurda e o pobre beta gritava e se contorcia dentro da cela, incapaz mesmo de ficar em pé.

Um dos guardas correu para o celular, mas ele sabia que para ter sinal era preciso sair dali, o problema era que a pouco menos de meia hora tanto o alfa Allan como o Alfa Gael haviam saído, mas era preciso que ao menos um deles voltasse ou o irmão caçula iria morrer com certeza.

-Vou subir e ligar para Gael.

O outro guarda concordou.

-Seja rápido, eu não acredito que Owen aguente muito.

O homem correu escadas acima e após estar finalmente do lado de fora, cansado, sem fôlego e com os pés doendo ele ligou para Gael que felizmente atendeu no segundo toque.

-Sim.

-Senhor...Aconteceu algo com seu irmão, ele está gritando de dor e se contorcendo e está na forma humana, ele não deveria ser capaz de fazer isso porque o alfa Allan usou a voz de comando e o obrigou a ser um lobo, eu não entendo mas sei que o que está acontecendo é grave e pode mata-lo.

Gael sentiu um aperto no peito, afinal apesar de tudo Owen era seu irmão caçula, o que mais foi negligenciado pelos pais, o que mais foi afastado da família.

-Eu estou indo. Respondeu e desligou caminhando até Allan e parando em sua frente.

-Usou a voz de alfa em nosso irmão?

Allan suspirou.

-Desculpe Gael, ele estava tentando fugir e eu sabia que Dana poderia atirar nele de novo e ela estava determinada a fazer isso, não tive outra escolha, ao fazer isso acabei ferindo Sunan sem querer...Eu odeio usar isso.

Gael tocou o ombro do irmão mais velho num gesto de carinho, sabia que Allan estava protegendo todos, protegia Dana porque Owen era mais forte que ela...Protegia o próprio Owen porque a mira da delegada era muito boa e protegia principalmente Louis que era o mais afetado nessa história toda.

-Eu sei que queria proteger a todos, mas é possível que nosso irmão tenha sido capaz de romper a hierarquia dos lobos?

Allan negou, era impossível.

-Então temos um problema porque ele está na forma humana e com dor, preciso ir até ele agora.

Allan se surpreendeu com isso, mas ele havia usado a voz e isso era sua responsabilidade, apesar de tudo ele amava o irmão caçula e não queria que ele sofresse ou morresse com tudo isso, acreditava em redenção, era um homem de paz e no fundo sentia que as sombras que viu a rodear o pequeno chalé tinham culpa nisso mais ainda do que Owen.

-Fique aqui com todos, eu vou, usei a voz e sou eu que tenho que tomar a responsabilidade sobre isso, mas tenho o pressentimento que talvez nosso irmão tenha sido influenciado pelas sombras que eu vi no chalé antes, sei que ele errou muito ao tentar sequestrar Louis e não vou pegar leve sobre isso, mas talvez seja preciso manter a mente aberta as possibilidades que não estamos vendo agora.

Gael concordou, ele era um alfa, era o líder e precisava ver todos os ângulos de um mesmo problema, mesmo que seu ômega fosse o foco deste problema.

-Louis está seguro e Owen está numa cela, apenas tente ajuda-lo e quando estiver bem vamos compreender porque nosso irmão caçula fez essa loucura.

Allan olhou para Sunan que conversava com dois homens mais velhos e suspirou, bastou isso para que Gael tocasse novamente seu ombro.

-Eu cuido de sua metade, pode ir.

Com a palavra do irmão sobre isso o alfa mais velho seguiu rapidamente e assim que saiu de casa ignorou o carro, era noite e a lua seguia alta no céu escuro, ele sentiu a inegável força a correr por suas veias e tirou as roupas ali mesmo, num salto se tornou o lindo e feroz lobo e correu com sua velocidade sobrenatural para o castelo escondido, deixando o seu lado animal fluir e correr cada vez mais rápido na noite fria e em minutos estava na entrada escondida sob a rocha, o beta o aguardava e o deixou entrar rapidamente, ainda como um lobo ele correu pelos degraus antigos e atingiu a prisão, mas antes disso já ouvia os gritos alucinados de Owen, gritos de puro terror e dor.

Dentro da sala das três celas ele voltou a forma humana e o beta que o seguia lhe deu um manto prontamente para cobrir sua nudez, ele se adiantou da cela e chamou o irmão.

-Owen!

Com a voz conhecida que sempre o acalmava quando era ainda um garotinho o homem que jazia no chão se voltou e se arrastou até as grades da cela, neste momento ele não era o jovem empresário rico e arrogante que costumava ser, mas parecia o menino pequeno e assustado de antigamente, o irmãozinho caçula que admirava o outro e via nele um herói, apesar de não terem uma convivência intensa sempre se viam nas férias, mesmo que o pai de ambos não aprovasse isso.

-Me ajude Allan...

O alfa notou a dor nos olhos do irmão caçula e tudo que desejou foi ter ele nos seus braços e acalma-lo e protege-lo, como fazia quando este homem era apenas um menino pequeno que tinha medo de não ser capaz de se tornar um lobo.

-Abra a cela, eu vou entrar. Disse ao beta que mesmo vacilante não podia negar nada ao comando do alfa, mesmo que fosse um comando sem o timbre da voz poderosa.

-Sim senhor.

O beta abriu a cela e Allan entrou, tomou o irmão nos braços e o apertou contra o peito, sua voz de alfa que podia ferir saiu mais branda e mansa, mas era como sempre uma ordem definitiva.

-Se acalme meu irmãozinho, não sinta dor alguma...

-Allan...A voz me diz para ferir todos que eu amo, me diz para mentir e negar quem sou, me obriga a ferir até mesmo Louis...Eu estou tentando lutar contra isso mas cada vez dói mais, não sou tão forte.

Allan tremeu diante disso, ele tinha razão, seu irmão estava sendo controlado, mas como? Ou por quem?

-Esqueça essa voz irmãozinho, escute apenas a minha voz, me siga, encontre o caminho e volte para casa, para sua matilha.

A dor cedeu lentamente e Owen relaxou nos braços do irmão, seus batimentos cardíacos que estavam perigosamente altos regularizaram e ele dormiu esgotado.

Allan saiu da cela com Owen nos braços e subiu para os quartos, seu irmão foi usado por uma força maligna e poderosa como ele nunca tinha visto antes e isso o deixava com medo, muito medo, porque ele sabia que essa força maligna era a mesma que feriu Louis, que comandou Owen e que quase matou um elfo puro, logicamente não era o padrasto humano de Louis, ele era mal, perverso e louco, mas ele foi apenas a ferramenta desta coisa inteligente e perigosa, deste ser que podia invocar sombras e comandar lobos...

A pergunta era, o que podia ser tão forte assim?


Notas Finais


Como eu sempre digo, esperem o inesperado, no final Owen não é mal como se pensava, mas quem é afinal?
Obrigado por lerem, beijos de Akira.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...