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História A Ilusão da Realidade - O Poder da Música


Escrita por: Kisara_K

Notas do Autor


Olá! espero que estejam todos bem ♥ Preciso fazer um aviso bem sério nas notas finais do capítulo... por favor, não deixem de ler, ok?

Espero que gostem da leitura, eu amei escrever esse capítulo ♥

Capítulo 12 - O Poder da Música


Os flahses coloridos piscavam ao meu redor e me faziam perder o foco, mas era fácil reconhecer o olhar intenso de Alex — ainda mais quando ele mantinha os olhos fixos na plateia como se não precisasse nem piscar. Alexander tocava e dedilhava as cordas com uma agilidade que mostrava bem o quanto ele tinha praticado para chegar no nível em que estava, e fazia isso com uma tranquilidade que eu não conseguia nem começar a entender. Se fosse eu ali, fazendo alguma coisa de pé na frente daquele monte de gente, meu estômago já teria me feito passar uma das maiores vergonha da minha vida. Enquanto isso, para ele, isso parecia ser até natural.

Ainda assim, não foi só essa naturalidade que me surpreendeu. Nunca, nem em um milhão de anos, eu teria imaginado o garoto que eu via na minha cabeça quando pensava em Alex se apresentando na frente de tantas pessoas, ainda mais vestido do jeito que estava.

Seu cabelo estava espalhado para todos os lados, quase do mesmo jeito que Roy adorava fazer de propósito. A calça jeans larga e rasgada provavelmente já tinha visto dias melhores, assim como o tênis gasto em seus pés e as luvas de couro largas. Eu não reconheci a banda na estampa da camiseta que ele estava usando e nem sabia que música era aquela que estavam tocando, mas a energia da batida forte e das pessoas ao meu lado transbordava ao meu redor e circulava pelo meu corpo. Eu estava quase começando a pular até não aguentar mais ali mesmo e, por um segundo, quase consegui parar de pensar que não devia estar ali.

Olhando para os lados, foi impossível não perceber que eu não conhecia ninguém além de Emily, que ainda estava segurando a minha mão perto do palco. Seus olhos arregalados e o queixo caído logo me disseram que ela também tinha acabado de reconhecer o guitarrista da banda.

— Ei, Mel…?

— Pois é!

Era difícil falar aos gritos e competir com o volume da música. Emily tentou me dizer mais alguma coisa, mas eu só consegui balançar a cabeça e fingir que tinha entendido e ela logo começou a dançar e pular bem na minha frente.

Talvez eu devesse fazer o mesmo? Como…? Eu nunca tinha dançado assim, perto de tanta gente. Roy finalmente voltou a se juntar a nós e eu quase conseguia sentir a sua mão sobre o meu ombro, tentando me encorajar. Enquanto isso, Lizzie já estava dançando ao ritmo da música sem se preocupar com nada ao seu redor.

— É uma festa, Mel! — a voz de Roy ecoou facilmente entre os meus pensamentos, como sempre. Ter tantas conversas mentais também tinha suas vantagens, principalmente no meio daquele som alto. — Se solta! Garanto que ninguém vai notar!

Cala a boca, Roy! É fácil dizer isso se ninguém nunca repara em você!

— Ai, essa doeu! — No entanto, Roy sorriu ao reclamar e jogou os cabelos para trás outra vez. — Não precisa me atacar só porque você tá nervosinha, ok? Já parou pra olhar bem ao seu redor?

O que ele queria dizer com aquilo? Virei a cabeça e tentei procurar, mas só consegui entender depois de prestar atenção por um instante. Todo mundo parecia estar focado em seu próprio mundinho de um jeito ou de outro: alguns dançavam, outros bebiam, muita gente pulava com a música e, é claro, também contei muitos casais começando a se conhecer melhor, digamos. De um jeito ou de outro, ninguém parecia prestar atenção em mim.

A música acabou e, de repente, todos levantaram os braços e aplaudiram. Alguns mais exagerados — ou talvez bêbados — começaram a gritar e pedir por outra. Emily segurou a minha mão com força e puxou para cima e, quando percebi, eu também estava fazendo parte daquele movimento.

— Se solta, Mel! Vem curtir a próxima música!

Eu não consegui responder. Meu coração batia tanto que o meu peito provavelmente ia explodir a qualquer minuto agora e, ainda assim, quando percebi, já estava me mexendo junto com a multidão quando Alex tocou a primeira nota da próxima canção.

***

Quando a banda parou para anunciar uma pausa, eu não queria parar de pular. Aplaudi alto e com força junto com os outros e, logo em seguida, uma batida de música eletrônica substituiu os acordes da guitarra de Alex nas caixas de som.

— Mel! — Emily se aproximou e me chamou com um grito. — E agora?

Não consegui responder. De repente, agora que eu estava voltando ao normal, uma onda de medo me acertou com tudo e fez o meu corpo gelar. Todas as cabeças loiras que eu via ao meu redor pareciam ser a minha irmã, ou pior, minha mãe.

— Vamos sair daqui da frente! — falei alto enquanto tentava pensar no próximo passo.

Foi tudo tão rápido que eu mal tive tempo de entender. Tentei segurar a mão de Emily e nos guiar para longe dali, mas tinha tanta gente no caminho e eu estava tão nervosa que as minhas palmas não paravam de suar. Os dedos de Emily escorregaram entre os meus logo antes que eu chegasse perto da porta e havia tanta gente ao meu redor que eu nem tive chance de conseguir enxergar alguma coisa no meio daquela confusão.

Como eu já estava ali, perto da saída, achei melhor voltar para o lado de fora e esperar mesmo sem saber muito bem pelo quê. Talvez Emily viesse me procurar. Talvez outra pessoa me encontrasse, como a minha irmã ou meus pais. O pensamento estava começando a me dar arrepios, porém eu torci para que fosse apenas a noite fria. Por mais que o céu limpo e estrelado me ajudasse a respirar com mais calma, eu ainda não conseguia decidir qual seria o próximo e nunca tinha me sentido tão perdida.

Ou melhor, eu achava que nunca tinha me sentido tão perdida, até que alguém tocou no meu ombro e me encontrei encarando os olhos azuis de Alex outra vez.

— Não achei que fosse te encontrar aqui — ele murmurou ao meu lado e meu estômago revirou.

— Posso te dizer o mesmo — tentei retrucar. Na verdade, a maior surpresa foi o simples fato de ele falar comigo. — Você gosta tanto te trabalhar sozinho… acho que eu nunca ia te imaginar fazendo parte de banda.

Pelo jeito, a minha boca tinha decidido tomar vontade própria. De novo. Que droga, por que eu sempre acabava falando feito uma perfeita idiota? Mas, para a minha sorte, Alex deu de ombros e não pareceu se incomodar. O ar entre nós nunca foi tão leve quanto naquele momento.

— Eu não estou na banda. O guitarrista quebrou o braço e eles não queriam perder a apresentação, e eu tô precisando guardar uns trocados — ele explicou mesmo sem eu ter pedido.

Ouvindo aquela justificativa, foi impossível não ter medo de que o meu comentário tivesse soado mais invasivo do que eu pretendia, enquanto Alex continuava tranquilo. Seu olhar ainda era tão intenso como em todas as outras vezes, mas seu semblante me transmitia uma serenidade que eu não tinha esperado encontrar nele depois de tantos olhares desagradáveis.

Como eu poderia continuar aquela conversa agora? Se ele conseguia se juntar aos outros quando era do seu interesse… será que o problema era comigo e os nossos esbarrões?

— Você é muito bom — arrisquei, desviando o olhar para o outro lado no mesmo instante. Eu ainda não sabia como chegar no assunto que precisava ser discutido.

— Você parecia estar se divertindo.

Eu me surpreendi quando ele continuou o assunto. Ao mesmo tempo, nãopude deixar de notar que ele não me olhou ao dizer aquilas palavras.

— Para falar a verdade, nem eu sei o que deu em mim. Como eu posso explicar…? — Balancei a cabeça e tentei encontrar a minha coragem outra vez, embora os risinhos debochados de Roy ecoando na minha mente não fossem de muita ajuda. — A música tocando, as pessoas dançando… é contagiante.

— A música tem esse poder, se você encontrar a melodia que te faz reagir desse jeito. Ela conforta, alegra, diverte, distrai, nos ajuda a sonhar e é até capaz de unir as pessoas. É… é incrível. É uma energia indescritível, não é?

Alex falava como se fosse óbvio, enquanto eu nunca tinha parado para prestar atenção nisso. E, mesmo assim, eu sabia que isso era verdade mais do que nunca agora… a energia das cordas da guitarra essa noite, a música clássica que sempre acalmava a minha ansiedade, até as batidas de pop que eu costumava ouvir e que me ajudavam a mergulhar no meu próprio mundo com meus amigos.

E não era só isso. Também havia algo na forma como ele dizia aquelas palavras. Era quase como se eu pudesse sentir a importância da música para ele em cada letra, cada sílaba.

Aproveitei o momento e tentei olhar para a camiseta novamente. Pink Floyd — de perto, consegui ler o nome e reconhecer a arte do prisma do The Dark Side of the Moon. Eu nunca tinha parado para ouvir aquele álbum e nem conhecia muito a banda, mas meu pai tinha esse disco em algum lugar e eu sempre queria pegar as cores da capa quando era criança. Acabei levando tanta bronca que parei. Eu nunca teria imaginado que reencontraria uma lembrança distante como aquela ali, com Alex.

— Eu li a sua pesquisa — falei de repente e mudei completamente o assunto. Se eu não aproveitasse o momento de coragem, ela iria embora antes que eu pudesse achar as palavras, com certeza. — Está bem completa. Não precisava ser tão detalhado assim.

— Talvez, mas a sua pesquisa não ficou nada atrás da minha. Na verdade, eu acho que ficou mais detalhada ainda.

— A minha tem mais informações, mas a sua tem uma linha do tempo maior. Podíamos nos organizar e juntar tudo isso, a nossa apresentação ficaria…

Parei e tentei encontrar uma palavra, mas a minha coragem estava começando a evaporar como água no deserto. Era a primeira vez que ele realmente ouvia oque eu tinha a dizer; eu não queria deixar aquela oportunidade passar e, ao mesmo tempo, também preferia não ir longe demais. Era melhor ter calma.

— Hm… — Alex olhou para o chão. — Você pode me passar o seu e-mail? Acho que vai ser mais fácil para juntar o nosso material e organizar tudo. Eu posso te enviar mais alguns arquivos.

Quando ouvi aquilo, quase senti o meu queixo cair. Eu estava entendendo direito? Ele tinha ouvido a minha sugestão? Alex estava me pedindo para cooperarmos depois de todo o atrito que ele mesmo tinha causado? Aquele era mesmo o Alexander que eu conhecia? O que estava acontecendo?

Minha ausência de resposta acabou sendo uma resposta, porque ele puxou o celular do bolso e estendeu para mim com o aplicativo de anotações aberto. Tentei escrever o endereço o mais rápido que pude, embora meus dedos tremessem e escorressem na tela. Eu ainda não sabia o que esperar daquilo.

Roy, no entanto, parecia estar se divertindo como nunca. É claro que ele não ia perder a chance de me perturbar numa hora dessas, enquanto Lizzie ainda estava dançando lá dentro, feliz e despreocupada.

De repente, eu percebi que a música tinha parado enquanto Roy ria e me cutucava.

— Ficou tudo tão quieto… — comecei, tentando continuar a conversa. — A pausa de vocês já acabou?

Entreguei o celular de volta para Alex e, antes que ele respondesse, o grito firme e estridente da minha irmã alcançou os meus ouvidos.

— O que você pensa que está fazendo? Eu não quero você aqui, sua traidora!


Notas Finais


Então, gente... infelizmente, eu tenho que diminuir um pouco o ritmo das postagens pelas próximas semanas. Eu prefiro não entrar em muitos detalhes em aberto aqui, mas andamos tendo um susto com o meu pai e a semana foi bem conturbada. Aparentemente está tudo bem, mas não dá para ter certeza de nada, ainda mais depois de correr para atendimento médico no meio dessa pandemia horrível e altamente contagiosa.

Eu ainda tô bem ansiosa e não consegui escrever nada essa semana... quero voltar a escrever (mesmo que aos poucos) nessa semana que vem e já tenho mais oito capítulos escritos e revisados, mas também prefiro colocar o pé no freio um pouco para não acabar postando tudo e tendo que entrar em hiatus dependendo de como as coisas forem. Eu NÃO vou parar de postar, só pegar mais leve um pouco e demorar uns dias a mais que de constume, pelo menos por agora. Espero conseguir normalizar assim que possível, mas não tenho como saber como as coisas vão ser por enquanto. Eu peço mil desculpas, mas também espero que me entendam porque estou tomando essa decisão para não sumir. Quero muito conlcuir essa história e tô animada demais com a escrita pela primeira vez em anos, desistir definitivamente não está nos meus planos agora, mas eu preciso desse tempo.

Pretendo trazer a próxima parte em uma semana, ou uma semana e meia no máximo. Eu realmente espero que vocês entendam e peço mil desculpas mais uma vez. Também peço desculpas por não ter aparecido nas histórias que eu leio esses últimos dias. Pretendo dar um jeito nisso logo logo :)

E, enfim, também espero que essa parte tenha ficado boa ♥ é um dos meus trechos favoritos da história até agora!

Até a próxima! ♥ E, mais uma vez, eu realmente peço desculpas ._.


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