Escrita por: Gullweig
A Irmã
Capítulo X – Os Shichinintai
— Ahaaa, você é irritante. — InuMary resmungou ao virar o rosto para o lado e encarar o pequeno rio que seguia um arrozal.
— Você que é irritante, maldição! — InuYasha gritou raivosamente.
Fazia poucos dias que a jovem hayou conseguira exterminar o morto-vivo, e tendo conseguido mais um fragmento, seu irmão tentava lhe tomar o mesmo. Os dois caminhavam na frente do grupo e reclamavam um do outro. Eram como duas crianças brigando por um brinquedo novo.
— InuYasha. — a voz da miko soou, fazendo o grupo parar de andar e os irmãos sem virarem para olha-la. — Ali! — ela apontou para o outro lado o arrozal, onde um grupo de soldados descia o rio.
— Keh, outra guerra. — o hayou bufou virando o rosto e retomando o seu caminho.
— Humanos são engraçados. — a hayou riu cínica. — Gostam de se matarem.
— Não, não acho que é isso. — o monge olhou pensativo para os saldados portando espadas e escudos. Também levavam bandeiras e seguiam o comandante que montava a cavalo. — Não sinto que é uma guerra entre humanos.
— Será que eles estão indo dominar alguma coisa? — a exterminadora indagou.
— Isso é muito pretencioso. — InuYasha resmungou virando o rosto e encarando novamente os humanos.
O grupo voltou a caminhar, seguindo o rio e olhando atentamente os trabalhadores que estavam no arrozal.
— Ouvir falar que a patrulha da fronteira foi totalmente aniquilada. — disse um velho que se apoiava na enxada.
— Deve ter sido terrível. Nenhum humano poderia ter feito aquilo. — outro velho falou.
Os jovens que passavam prestavam a total atenção na conversa alheia.
— Então os rumores são realmente verdadeiros? — um velha se encontrava no meio. — Os Boureis da Shichinin-zuka(sepultura de Sete Pessoas) foram ressuscitados?
— Boureis Shichinin-zuka? — Kagome murmurou, confusa e curiosa.
— Ei! — Miroku desceu a ribanceira afim de perguntar os velhos o que estava acontecendo.
Logo todos os velhos subiram a ribanceira junto com o monge, que parecia serio ao ter ouvido os rumores. InuMary encontrava-se um pouco afastada do grupo, mas ainda ouvia atentamente o que os velhos falavam.
— A Shichinin-zuka é uma sepultura para acalmar os Shichinintai(Tropa das Sete Pessoas/Exercito dos Setes). — explicou uns dos velhos que cruzava os braços e olhava para o monge.
— O que são os Shichinintai? — Miroku perguntou.
— Mais de uma década atrás, eles chegaram aqui oriundos da província do Leste. Os Shichinintai era uma tropa formada por Sete Mercenários. Não serviam a senhor alguém, mas trabalhavam em guerra a guerra. Os setes eram tão fortes, que podiam fazer o trabalho de cem homens. Mas seu estilo de matança era desumano demais. Aqueles que eram mortos pela Shichinintai eram esquartejados ou queimados... — a velha engoliu em seco, como se lembrasse do horror que já viveu.
— Eles eram um grupo de humanos malignos que amavam matar. — outro velho completou a explicação.
InuMary deu um sorriso de lado, parecia interessante. Mas a descrição que acaba de ouvir, lhe lembrava algo. Algo que sua mente ainda não queria recordar.
— Os líderes que temeram a força dos Shichinintai, armaram um plano e mandaram todos os caçarem. Dizem que eles lutaram duro e conseguiram escapar para as montanhas, mas estavam em grande desvantagem numérica. E um pouco tempo depôs, foram finalmente capturados. E cada um deles fora decapitado e queimado.
— Ainda assim, os aldeões temeram uma maldição vinda deles. Então ergueram uma sepultura na base da montanha sagrada. E essa é a Shichinin-zuka.
O grupo de jovens olhavam para os velhos que acabaram de revelar a história dos Shichinintai.
Ouviram uma risada, e todos se voltaram para InuMary que ria estranhamente.
— Humanos são realmente hipócritas. — a hayou colocou as mãos na cintura enquanto encarava os velhos. — Então, pelo que eu entendi, no momento em que precisam dos Shichinintai na guerra, não temeram em chamar. E depois que a guerra acabou, decidiram eliminar os que salvaram suas províncias? Não é engraçado? — virou-se para InuYasha. — Eles simplesmente se matam!
InuYasha franziu o cenho, por mais que ela estivesse certa, ela não admitiria. Já havia visto muitas guerras entre humanos, eles sempre acabam se matando e traindo uns aos outros. Era o ciclo humano, não haviam como negar algo que sempre faziam.
❁
— Uhum, Boureis... — Miroku divagou olhando para cima.
— O que você acha? — Sango perguntou ao monge.
— Sem o youki do Naraku por aqui, é possível que toda a corja tenha escapado.
InuMary nada disse, sabia que tudo era possível neste mundo onde vivia. E tinha plena certeza que o cadáver que atacou os lobos, pertencia a essa trupe. E estranhamente, aquele zumbi parecia terrivelmente familiar. A Hayou tentou não focar nisso, vivera tanto tempo que já começara a confundir as coisas. Balançou a cabeça e olhou para o grupo que debatiam a volta dos mercenários. InuYasha riu e disse que se eles aparecessem em sua frente, era só matar. Não que ele estivesse erado, mas aquilo soou tão divertido para a jovem, que a mesma sorriu zombeira do irmão.
Não demoraram muito para reunissem em uma clareira para comer. InuMary havia caçado alguns coelhos para o grupo, ela havia se tornado a caçadora oficial dos jovens. Apesar de não gostar muito de alimentar os humanos, InuMary via aquilo como um treinamento para a mente e o entendimento. Seu irmão estranhamento gostava daqueles humanos e até Sesshoumaru tinha uma humana consigo, isso fez a Hayou querer entender um pouco aqueles dois. E como não era muito boa conversando com eles, resolver apenas alimentá-los por hora.
Enquanto comia, um som alto os assustou. No mesmo momento as orelhas dos Hayous ficaram e alerta e seus olhares se cruzaram. Algo estava a acontecer, algo que cheirava estranho.
— Isso, um tiro? — Kogome parecia incrédula.
— Tiro? — InuYasha indagou. — Armas?
— Sinto cheiro de pólvora. — InuMary levantou-se e apontou o nariz na direção do cheiro. — E sangue. Muito sangue.
Os humanos arrelharam os olhos, pareciam estar curiosos em relação aquilo. Então os irmãos saíram em disparada pelas arvores em direção ao som e aos cheiros de pólvora e sangue humano. Enquanto corriam, InuMary conseguiu decifrar outro cheiro que lhe lembrava o cadáver de outra noite. O cadáver que atacou Koga e seus lobos youkais. Sorriu, então realmente estava certa. Aqueles eram realmente os Boureis que ressuscitaram. InuYasha e InuMary saíram da floresta em um pulo e pousaram em uma estradinha, no mesmo momento o Hayou fez uma cara de espanto quando em sua frente viu vários humanos mortos no chão e um único ser no meio do mar de sangue.
— O que é? — a Miko perguntou enquanto tentava alcançar os Hayous.
— Não venha! — InuYasha virou-se para ela e gritou, tentando poupa-la da visão sangrenta.
InuMary revirou os olhos visivelmente incomodada com aquilo. A humana tinha que ver o que os humanos faziam um com outro e com os outros seres. Seus olhos amarelados focaram-se no ser que uma vez já fora um humano traído por sua própria espécie. Mas então uma sensação lhe percorreu, o rosto a frente não era todo estranho. Cabelos negros, pele pálida e lábios vermelhos como que se ele tentasse se parecer com uma mulher. Vestia-se uma yukata rosa com detalhes em verde e um cachecol lilás. Seu rosto era afeminado com maquiagem, mas ele era claramente um homem.
Aquele ser, que fedia a cemitério, olhou para os irmãos. Arregalou os olhos, parecia que recolherá alguém. Seu rosto se iluminou ao dar um sorriso alegre.
— Você seria a... InuMary?
Todos os olhos se voltaram para a Hayou que tentava se lembrar de onde aquele ser lhe conhecida e por que ele parecia tão familiar. Foi então que suas memórias de doze anos atrás regressaram abruptamente, fazendo seu coração dar um pulo estranho.
— Jakotsu? — murmurou mais para si mesma.
Era ele mesmo. Apesar de não gostar de humanos, há doze anos a jovem apreciou um grupo de guerreiros humanos que mais pareciam youkais. Fortes e idiotas, eles morreram em uma emboscada. Os Shichinintai eram eles, agora ela lembrava.
— Ahh, é você mesmo! — Jakotsu deu alguns pulinhos de animação. — Bankotsu-aniki vai ficar feliz!
InuMary ergueu as sobrancelhas perante ao nome que foi citado.
— Ele também reviveu?
— Claro.
Sem pensar duas vezes, InuMary caminhou em direção ao ser ressuscitado.
— Espere, você conhece esse maldito? — InuYasha quis saber ao segurara-la pelo braço. — Olhe o tanto de humanos que ele matou.
— Oh... — Jakotsu olhou para o Hayou que se parecia com InuMary. — Que gracinha você! Que orelhinhas lindas!
— O que? — o jovem deu um passo para trás, aquilo soava estranho.
— Eu amei essas orelhinhas, me dê elas. — sorrindo de um jeito anormal, Jakotsu ergueu sua espada.
— Ah, mas InuMary também tem as orelhinhas. — Kagome indagou, sem entender nada.
— Eu não me interesso por mulheres.
InuMary que não se importou com os humanos, soltou-se de InuYasha e caminhou em direção a Jakotsu.
— Onde ele estar?
— Indo para onde nos mataram. — o ser respondeu com uma expressão sombria. No mesmo instante, a Hayou sacou o que eles pretendiam. Vingar-se daqueles que armaram contra o grupo. A jovem de cabelo platinado respirou fundo, não sabia por que estava tão euforia que só o pensamento lhe deixava afoita.
Ela estava pronta para correr quando a voz de seu irmão inundou seus ouvidos.
— Onde você vai, maldita? Pensei que realmente estaria do nosso lado! Não disse que iria me acompanhar?
Virando-se de leve, InuMary olhou o irmão recém descoberto.
— Quão tolo você é? Nunca disse tais palavras, você que deduziu isso tudo sozinho. — fria e dura, a Hayou alcançou-lhe um olhar mortal, deixando claro para não segui-la.
— Ahh, posso ficar com ele? — Jakotsu olhou-a com suplica.
— Faça bom proveito. — fora a última coisa que disse antes de correr e voltar para a floresta, desaparecendo por entre as arvores.
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