História A irmã de Bella Swan - Missão - A sala das mortes

P.O.V Autora

20 de Abril de 2007, às 20:45 PM...

Sunny olhava a figura loira no chão se contorcendo enquanto berrava em agonia. A mulher estava em pânico, não sabia o que fazer. Na verdade ela sabia mas não tinha coragem. Não depois do que aconteceu, não depois de... Ela se sentia inútil, desesperada e totalmente fraca. Por que Deus ou qualquer outra coisa no poder deu todos aqueles poderes a ela sendo que ela era... Inútil? Era fraca! Pelo menos era como ela se sentia. Uma decepção ambulante.

Estava sozinha. Sem Alec ou Jane, sem Demetri, Félix e Chelsea. Completamente sozinha. E tudo aquilo era culpa dela. Tudo culpa dela. Ela tinha visto, ela sabia, por que não chegou antes? Por que não conseguiu fazer seu único dever? Como ela pode ser tão burra? Como? Era o que ela pensava. Na cabeça a jovem vampira tudo aquilo era culpa dela já que ela não havia sido capaz de proteger uma única pessoa. Agora ali estava ela, em pânico e sozinha enquanto via a jovem loira berrando em agonia com uma fogueira logo atrás da morena. 

Sem ninguém dos Volturi e principalmente sem seu marido ao seu lado.

O que Sunny faria?

***

Dias atrás...

16 de Abril de 2007, às 23:16 PM...

Assim que a visão termina, Sunny arregala os olhos e dá um pulo para longe de Diego, assustando os três vampiros que olhavam para ela confusos. O olhar da mulher era de puro pavor. Então ele iria mesmo conseguir matar Grace? Sunny se perguntava enquanto olhava para o chão. Ela precisava mais do que nunca achar uma forma de ajudar Grace, mas como?:

-O que houve? Você está bem? -pergunta Diego confuso com a reação da mulher a sua frente

-Bambola, o que você viu? -pergunta Alec preocupado com a esposa e curioso com a visão da mesma

-Eu... -Sunny não sabia o que falar, temia falar algo comprometedor demais e acabar causando desconfiança em Diego, ela precisava de um plano- Eu estou bem! -sorri a garota de modo convincente- Achei ter visto uma barata. Eu odeio baratas! -diz a mulher inventando uma desculpa qualquer- Trauma sabe. Por isso fiquei assim!

-Barata? Impossível! Limpamos esse clube todos os dias, ele é incrivelmente limpo. Não deve ser uma barata. -diz Diego olhando Sunny enquanto arqueava uma sobrancelha

-Sim, sim! Não era... Era apenas... Não sei! -Sunny dá de ombros- Uma abelha, pode ser. De qualquer forma foi um engano.

-Como sempre se precipitando. Essa mulher já passou por cada situação e já me fez passar por cada coisa. -diz Alec tentando ajudar a esposa, soltando uma risada bem humorada em seguida

-Imagino! Ontem o banheiro estava atrás dela e ela não viu. -diz Diego que parecia ter caído na enrolada do casal que logo ficaram aliviados

-Essa cabecinha de vento! -Alec bagunça os cabelos de Sunny

-Ei! -Sunny finge irritação porém logo solta uma risada e bebe sua bebida

-Então vou deixar vocês a sós. Aproveitem a festa! -Diego levanta o copo fazendo um cumprimento com o mesmo e logo sai de perto dos três vampiros, entrando no meio da multidão cheia de humanos que logo poderiam ser mortos

Assim que o homem se afasta, Alec segura o braço de Sunny e a puxa para longe do bar, sendo seguido por Demetri. Os três vampiros se dirigem a uma parte da boate escondida e escura, verificam se não havia ninguém por ali e pelos arredores até começarem a falar:

-Vai, pode falar agora! -diz Alec curioso e apressado

-Então, eu toquei nele e acabei tendo uma visão. -Sunny olhava os dois homens a sua frente nervosa- Era sobre Grace. Ele vai pegar ela, acho que vai matá-la.

-O que? Quando? -pergunta Demetri

-Dia 19 desse mês, na casa dela. Ele vai invadir a casa dela e se esconder atrás da porta do quarto dela e quando ela entrar ele vai atacar ela e vai matá-la.

-Tudo bem! Nós temos como mudar isso. Eu espero! -diz Alec abraçando a esposa que se encontrava nervosa por conta da visão- Demetri, conseguiu algo?

-Claro! Acha que está falando com quem? Um amador? -pergunta o loiro olhando para seu cunhado e melhor amigo com uma sobrancelha arqueada e os braços cruzados- Já sei consegui encontrar a essência da humana, agora só preciso achá-la. Não será difícil, ela mora aqui perto, consigo sentir.

-Ótimo! E o líder?

-Nada! Tentei mas não consegui nada. Algo me bloqueava.

-Será que... -Sunny olha para o loiro e logo após para o moreno enquanto se afastava do mesmo que a abraçava- Ele é um escudo?

-Pode ser! -responde Demetri- Meu poder não funciona com escudos. Não consigo rastrear nem você ou sua irmã e qualquer um que esteja sendo protegidos por vocês, agora não consigo rastrear ele também. Que ódio! Eu odeio seu dom, Sunny!

-Ahhh uma pena, também odeio rastreadores. -Sunny solta um sorriso de lado enquanto Demetri bufava irritado por não ter conseguido achar o líder daquilo tudo- De qualquer forma, uma hora ou outra iremos encontrar este homem por aqui. Ele é o líder, precisa vir aqui alguma hora para se manter a par de tudo o que acontece.

-Acho que seria melhor um de nós ficar de tocaia aqui no clube e na casa da humana. Podemos reversar! Fazer turnos. -diz Alec com uma pose séria, fazendo os outros dois vampiros concordarem com ele- Demetri, quero que ache a Grace agora. Assim que achá-la, me avise! Vamos ver se conseguimos mais alguma coisa aqui.

Assim que Alec termina de falar, Demetri concorda com o cunhado e se afasta do casal, saindo do clube logo em seguida. Sunny e Alec voltam para o bar determinados em se aproximarem de Diego que estava dançando com uma de suas possíveis vítimas daquela noite. O tempo foi se passando, as horas foram se passando rapidamente, Sunny e Alec já estavam na ponta da pista de dança onde não tinha tantos humanos aglomerados, ambos dançavam próximos a Diego que estava com uma humana qualquer, apenas esperando um pretexto para conseguirem se aproximarem do vampiro rastreador. Após longos minutos de espera, o pedido deles é atendido, levando Diego e a humana para o bar fazendo Sunny e Alec se dirigirem ao bar rapidamente com o pretexto de estarem cansados de dançar:

-Oh amore, il mio piede è distrutto! -diz Sunny se sentando em uma dos banquinhos e esticando o pé dentro de uma bota preta que chegava até um pouco acima do joelho- Dançamos demais!

-Sono d'accordo, bambola! -Alec se senta ao banco ao lado da esposa

-Também estou com tanta... Sede! -Sunny morde os lábios olhando para a multidão, porém essa parte era realmente verdade e ficar dentro daquela boate não estava facilitando nada a vida da mulher que ansiava por sangue- Acho que é melhor eu ir caçar, assim não fico tão louca quanto ao sangue humano. Não quero surtar e acabar transformando nossa lua de mel em um desastre.

-Sabe que não deve se culpar pelo o que houve. -diz Alec pegando a mão da esposa- É normal! Você é uma recém criada e todos já passamos por esta fase. -o vampiro diz com sinceridade- Irei te ajudar no que precisar. Vou cuidar de você!

-Obrigada, Alec! -Sunny responde com um leve sorriso no rosto e os olhos brilhando- Você é tudo o que eu sempre pedi, amore!

-Sei la mia vita, cara! -Alec diz se aproximando da esposa e beijando os lábios da mesma, um beijo doce e calmo que transmitia todo o amor que o vampiro sentia pela mulher- Quer companhia para caçar?

-Não precisa, não irei demorar!

Antes que a mulher se quer levantasse do banco, o vampiro loiro que estava próximo ao casal, se levanta com rapidez e vai até os dois vampiros, ficando na frente da mulher que iria levantar:

-Perdão, mas não pude evitar de ouvir a conversa. Disse que está com sede, certo? Acho que posso te ajudar. Não precisa ir caçar.

-Como? -Sunny olha para Diego com falsa confusão enquanto o mesmo soltava uma risada baixa e a respondia

-Sabe... -ele se aproxima dos dois vampiros que o olhavam com interesse- Eu não deveria confiar tão fácil assim em vocês mas vejo que são apenas um casal em lua de mel então não vejo que mal teria. Enfim, aqui nós temos um ambiente onde podemos... Nos alimentar.

-Espera, o que? -Alec finge surpresa enquanto olhava para o loiro- Como assim?

-Veja bem, olhe quantos humanos estão aqui. Também tem muitos de nós por aqui e ficar perto desses humanos é bem difícil ainda mais quando se é um recém criado, como nós dois. -Diego aponta para si mesmo e para Sunny que logo solta um pequeno sozinho- Por isso, nós usamos alguns desses humanos como nossa... Refeição!

-M-mas... -Sunny se afasta- Isso é errado!

-Também sentia isso sabe, no início, mas agora eu decidi abraçar minha natureza. É o que eu sou e não devo ter vergonha disso. Sabe, não matamos humanos aqui. Não, longe disso! Apenas usamos eles como alimentos e depois fazemos eles esquecerem. Temos um vampiro aqui com o dom de compulsão mental, ou hipnose, como preferir chamar. De qualquer forma ele sempre nos ajuda a fazer com que esses humanos se esqueçam do que houve. 

Apesar de "confiar" no casal, o loiro precisava tomar cuidado e ser discreto, por isso Diego mente sobre não matarem humanos. Não deveria falar para qualquer um sobre isso, eram ordens de seu líder, porém ele havia simpatizado com Alec e Sunny. De qualquer forma, mesmo mentindo sobre as mortes, ainda sim sua última fala é verdadeira, eles tinham sim um vampiro com o poder de compulsão mental ou hipnose, que basicamente fazia com que os humanos esquecessem o que aquela pessoa quisesse. Com isso esse vampiro usava seu poder para fazer com que os humanos esquecessem do que aconteceu naquele clube. Era um poder incrível porém quase não utilizado já que todos ali gostam do terror que causam aos humanos e muitas vezes querem que aqueles humanos se lembrem do que houve. Foram poucas as vezes que a hipnose daquele vampiro havia sido usada no clube mas ainda sim era bem útil para eles:

-Espera, então vocês bebem os sangue dos humanos, não os transformam e apagam suas memórias? -pergunta Alec olhando para Diego que mentia descaradamente

-Exatamente!

-E por que está nos contando isso?

-Bem, as ordens do líder é para não contar sobre isso à vampiros desconhecidos já que, de acordo com ele, nem todos vão apreciar nossos atos aqui. Porém me simpatizei com vocês, estão em lua de mel na cidade mais movimentada da Inglaterra, você é uma recém criada como eu, então resolvi ajudar. Apenas para nada acabar mal nessa viajem tão especial para vocês. -diz o loiro com um grande sorriso no rosto, demonstrando simpatia

-Sabe Diego, seu líder tem razão. Como sou um vampiro de um pouco mais de 1 milênio, devo lhe dizer que não se deve confiar em qualquer pessoa para este segredo, nem todo mundo aprecia esse tipo de coisa e vocês podem acabar morrendo por isso. -diz Alec com uma expressão séria e sombria, como se fosse usar seu poder naquele momento, fazendo Diego dar um passo para trás olhando para o moreno de forma suspeita- Porém, hoje parece ser seu dia de sorte. -Alec abre um grande sorriso- Sua sorte é que eu e minha belíssima esposa somos apenas um casal em lua de mel querendo se divertir e conhecer belas cidades e lugares maravilhosos. Mas não confie em todos os vampiros que chegarem aqui.

-Oh, sim! Claro, eu entendi! Perdão, nunca mais irá se repetir. -Diego responde rapidamente se sentindo levemente incomodado por receber uma "bronca/advertência" de outro vampiro porém resolve não replicar pois sabia que o mais velho estava certo

-Porém já que já nos contou sobre isso, imagino que não terá problema aproveitarmos um pouco, certo querida?

-Não sei não, Alec! Sabe que... Eu não me sinto bem fazendo isso.

-Não irá matá-los! -Diego se intromete na conversa- Apenas irá beber um pouco de sangue direto da fonte, além do mais se algo acontecer, terá vários de nós ali, iremos te segurar e impedir que mate esses humanos. -Diego mente descaradamente para Sunny

-Melhor não! Depois eu que não irei conseguir me segurar e nossa lua de mel será um inferno.

-Bem, temos uma outra opção. Temos um frigobar com algumas bolsas de sangue, podemos lhe dar algumas para saciar sua sede. Pense bem, vai te deixar mais forte do que o sangue animal, posso não saber nada sobre vampiros vegetarianos mas com certeza o sangue animal deixa os vampiros mais fracos. Não é a mesma coisa!

-Não mesmo! -concorda Sunny se lembrando do gosto de ambos e de como se sentiu mais forte com o sangue humano

-E outra, vai poupar a vida de vários animais.

-Tem razão! -Sunny para um pouco e olha para Alec- Voltamos em um instante! -a mulher diz para o loiro e logo puxa a mão do marido, levando ele para longe de Diego- E então? Vamos? -diz a mulher de forma baixa

-Não sei se é uma boa ideia. Você está se recuperando muito bem, bambola! Deixa que eu vou.

-Não! Eu irei com você. Eu sei que estou me recuperando mas precisamos entrar naquela sala, eu quero entrar lá, quero ajudar. Jane mesmo disse: Entrem naquela merda de sala. É a nossa chance! Lá podemos ver e tentar impedir a morte de vários humanos esta noite.

-É arriscado demais para você!

-Não me importa, Alec! Eu vou entrar, se não quiser vir comigo então não precisa. -a mulher fala um pouco mais alto, demonstrando o quão irritada ela havia ficado. Ela sabia que o marido só estava preocupado porém ela sabia que podia fazer aquilo, pelo menos ela esperava que sim. Sunny queria provar que conseguia se controlar e que não iria arruinar a missão, queria provar que era boa no que fazia e que era útil. Com isso a mulher volta pisando firme até Diego- Eu irei! Alec vai ficar.

-Mesmo? -pergunta Diego surpreso e ganha um aceno de cabeça da garota- Tudo bem então! -dizendo isso, Diego se vira até a humana que o esperava pacientemente e estende a mão para ela que logo segura com um enorme sorriso no rosto, e assim começa a andar em direção a porta vermelha, sendo seguido por Sunny que andava determinada até aquele lugar

-Espere! -Alec se aproxima rapidamente da mulher e segura o pulso da mesma- Também irei! Por segurança! -diz o moreno olhando para a esposa

-Tudo bem!

Diego concorda e volta a andar até a porta vermelha do outro lado do salão, sendo seguido pelos dois vampiros. Alec, por ser mais alto, procura sua irmã ou qualquer outro de seus amigos pela pista com os outros e acha Jane observando o mesmo da pista de dança e fazendo um sinal de positivo. Os três vampiros chegam até a porta vermelha que logo é aberta por Diego:

-A decoração desse lugar deu trabalho. Quando pegamos isso aqui estava vazio e sujo, tivemos que comprar tudo e limpar tudo também. Deu um trabalhão! Não liguem se tiver algum casal aqui. Acontece muita coisa... Quente aqui dentro! Se é que me entendem. Não ligamos muito para privacidade e essas coisas.

Dizendo isso, Diego abre a porta deixando a humana negra de cabelos vermelhos entrar na primeiro, sendo seguida de Sunny e logo após Alec, entrando por último após o moreno entrar. Os três olham para o enorme local e ficam surpresos, era incrivelmente mais lindo do que na visão. Dessa vez Sunny via direitinho cada detalhe daquela sala enorme, cada sofá e poltrona, cada tapete lindo, cada parte dos belos lustres, as luzes das escadas, os quadros, tudo era de extremo luxo e elegância. Era uma pena um lugar tão belo ser a cena de crimes tão horríveis:

-Fiquem a vontade e ignorem aqueles dois ali. -diz o homem apontando para um homem e uma mulher em um dos sofás- Vou pegar o que prometi!

Enquanto Diego ia até o bar da sala pegar algumas bolsas de sangue no frigobar, a humana se senta no sofá, Sunny observa cada detalhe do cômodo enquanto andava até o bar com Alec ao seu lado:

-Me diga uma coisa, Diego! -Sunny se debruça no bar com Alec fazendo o mesmo enquanto via o homem levantando com dois bolsas de sangue O- e pegando dois copos para o casal- Você disse que aqui acontece coisas quentes e quando entramos vimos aquele casal ali.

-Certo!

-O que acontece aqui? Uma orgia? Ou casais entram aqui e fazem sexo sem se importarem com quem pode entrar e com quem esteja aqui?

-Ambos, minha cara Sunny! -diz Diego soltando uma risada nasal enquanto colocava o sangue nos copos e levantava um pouco os olhos para olhar o casal- Toda noite acontece uma diferente, com todos os tipos de pessoas. Por que? Gostariam de participar? Logo mais pessoas vão começar a chegar e podemos fazer algo bem legal aqui.

-Que? Não! Eu estou casada! Não curto essas coisas. -diz Sunny horrorizada, imagine participar de uma orgia com Diego e todos aqueles vampiros e humanos que logo seriam mortos- Só é incomum, por isso minha curiosidade.

-Entendo! De qualquer forma, se quiserem participar será um prazer tê-los aqui. Acho que gostariam muito! -diz o homem de forma sugestiva olhando Sunny

-Só queremos o sangue e apenas o sangue. -responde Alec de forma rude, o Volturi não estava gostando nada daquela conversa, do convite feito por Diego e do olhar do mesmo para sua esposa

-Tudo bem! Eu entendi! Aqui está o sangue. -diz o mais novo empurrando os copos com o líquido denso e vermelho em direção aos dois vampiros a sua frente

Alec mais do que depressa pega o copo e vira o líquido vermelho, bebendo o mesmo em questão de segundos, enquanto Sunny segurava o copo com receio, olhando fixadamente para o sangue dentro do recipiente de vidro. O cômodo estava em silêncio, com exceção do barulho de beijos do casal em um dos sofás, porém logo o silêncio acaba quando a porta é aberta e um grande grupo de pessoas entra pela mesma, vampiros e humanos. A chegada dessas pessoas faz com que Sunny tome um susto e olhe rapidamente para os recém chegados, desviando o olhar para Alec que indica para a mesma se apressar.

Como de costume, o último a passar pela porta acaba trancando a mesma e assim segue o grupo que logo vai cada casal para um lado. Enquanto alguns começavam a beber e outro já estavam partindo para as preliminares, a vampira olhava aquilo tudo chocada com a falta de vergonha de todos naquele cômodo, nenhum deles se importava de ter pessoas olhando. Não que ela pudesse julgar porém não achava que iria possuir coragem para tal coisa um dia em sua vida.

De qualquer forma, quando a mulher vê que as coisas naquele cômodo estão começando a esquentar entre os vampiros e humanos, inclusive entre Diego e a humana que entrou com ele, Sunny vira todo o sangue do copo em sua mão para dentro de sua boca e bebe tudo em um gole só. Porém assim que ela coloca o copo no balção, sente sua boca salivando mais ainda. Ela queria mais. Ela sabia o que poderia acontecer se bebesse sangue humano novamente. Por que estava sendo tão teimosa? Nem ela mesma sabia.

A única coisa que Sunny sabia era que ela queria muito provar novamente aquele sangue. Ela sabia que não podia e que aquilo era errado mas ela queria demais. Por um momento chegou a pensar na frase: "É da minha natureza!". E realmente era, pelo menos agora, mas ela não queria sucumbir ao desejo insano que sempre a dominava quando chegava perto de muitos humanos. 

Por que ela teve que entrar naquele lugar? Poderia ficar lá fora como estava antes enquanto Alec entrava. Por que não ouviu seu marido? Quando ficava no bar, a mulher se concentrava na bebida e no cheiro da mesma, e enquanto estava dançando ela segurava a respiração e abraçava Alec com força, além que ambos estavam na parte da pista que não tinha tantos humanos assim. Agora lá estava ela, sem bebida e com vários humanos com um hormônios a flor da pele, o sangue borbulhando em seus corpos, e todos dentro daquela sala sem ao menos uma janela.

A vampira recém criada estava surtando internamente, ela precisava sair dali. Uma sensação enorme de déjà vu tomou conta dela. Sem falar uma palavra, a mulher se pôs a andar rapidamente até a porta, segurando a maçaneta e tentando abrir a mesma porém sem sucesso algum. Sunny leva seus olhos até o marido até dela que logo toma seu lugar e tenta abrir a porta, porém sem sucesso:

-Merda! Diego, abra essa porta agora! -exige Alec para o vampiro loiro que já estava no sofá com a humana que o mesmo levou porém o mesmo não escuta ou finge não escutar, o ignorando- Mas que merda!

-Tem a porta de cima. Vem! -diz Sunny se lembrando de sua visão

Ela puxa o marido para as escadas que levavam ao andar de cima, o mezanino, porém assim que coloca os pés na escada, acaba escutando um grito de uma mulher e assim que olha para trás acaba vendo um dos vampiros se descontrolando totalmente e matando a mulher com quem estava. Esse grito acaba assustando os outros humanos que olham e se levantam na mesma hora, olhando a mulher nua e morta jogada no chão enquanto o recém criado de olhos vermelhos iguais a dois rubis possuía o sangue da humana por toda sua boca. Com isso, foi apenas questão de tempo até os humanos naquele cômodo surtarem e começarem a correr de um lado para o outro enquanto os outros recém criados, também pouco controlados, começavam a atacar os humanos que corriam.

Diego olha tudo aquilo irritado. Não era assim que deveria acontecer. Todos sabiam disso e mesmo assim aquele vampiro descontrolado resolve adiantar tudo e agora ele quem deveria fazer algo.

Enquanto Diego se levantava e corria até o vampiro causador de tudo, Sunny permanecia estática no lugar. Suas mãos começaram a tremer e dava para perceber que ela estava se controlando o máximo que podia mas a sede era... Insuportável!

"Só uma gotinha, apenas uma!"

Pensava a morena olhando todos aqueles humanos correndo desesperados e gritando por ajuda, alguns sangrando já que haviam conseguido se livrarem de seus assassinos porém já haviam sido mordidos. Com isso, sentindo sua boca salivar de tanta vontade, Sunny se entrega ao louco desejo de sangue humano e caminha calmamente para longe de Alec, que tenta segurar a esposa porém é jogado longe pela mesma.

Com isso, Sunny se descontrola novamente. E assim faz mais vítimas. A mulher que veio com Diego, dois homens e mais uma mulher. Todas pessoas inocentes que nem tiveram a chance de lutar. Alec tentava pegar a esposa, a puxava e a segurava pela cintura porém ela conseguia ser bem mais forte do que ele e com isso o jogava longe, fazendo algumas coisas quebrarem.

Aquela sala estava um verdadeiro pandemônio.

Os último dois humanos foram pegos e mortos por Sunny que havia tido uma breve luta com uma outra vampira recém criada do clube. E assim os corpos de todos os 18 humanos que estavam naquela sala estavam jogados no chão, com um pouco de sangue jogado pelo menos de alguns vampiros desastrados, uma Sunny satisfeita porém em choque, um Diego incrivelmente furioso e um Alec preocupado com a esposa.

Foi a terceira vez que ela havia se descontrolado dessa maneira e ele estava com medo dela acabar se afundando na tristeza novamente:

-MAS QUE MERDA VOCÊS TÊM NESSAS CABEÇAS? -Diego começa a gritar cheio de ódio- ESSE NÃO ERA A MERDA DO PLANO. TODOS AQUI SABEM!

-Ah mas que merda, Diego! Foda-se o plano. De um jeito ou de outro nós iríamos matar eles mesmo. -responde o vampiro que havia começado tudo aquilo

-Você! -Diego olha para o homem- Seu merda! Você não merece viver. -o loiro se aproxima rapidamente do recém criado e o joga no chão, puxando sua cabeça com toda a força que possuía, tirando a mesma do corpo e o matando- AS REGRAS EXISTEM POR UM SIMPLES MOTIVO E TODOS SABEM. -o mesmo volta a gritar enquanto levantava a cabeça do outro homem morto- E ELE NÃO RESPEITOU AS REGRAS. -todos os vampiros permaneciam calados- Sei que pensam que não faz diferença já que isso sempre acontece no final, mas faz diferença sim. Imagina se um deles consegue chegar lá em cima e sai correndo daqui. Sabem que a porta fica aberta caso alguém queira entrar. O plano e as regras fazem diferença sim. Primeiro precisamos dominá-los e nem todos estavam dominados. -diz olhando para o bar e vendo alguns copos quebrados e os líquidos derramados, indicando que ainda tinha alguns que estavam bebendo- Se algum de vocês quer as coisas mais rápidas, sabem muito bem que temos os quartos onde podem fazer o que quiserem, mas se vêm para cá então sabem que primeiro tem a diversão e depois a refeição. -o homem suspira irritado porém tentando se controlar- Eu deveria matar vocês por irem na onda desse cara mas isso me traria problemas então... Limpem essa bagunça e vão embora.

Dizendo isso, Diego se aproxima da lareira que estava acessa e joga a cabeça do vampiro na mesma, queimando-a. Após fazer isso, ele leva o olhar até Alec e Sunny, e então parece se lembrar deles:

-Não queria que tivessem visto isso. -diz ele de forma baixa assim que se aproxima do casal- Não deveria ter sido assim.

-Imagino! -responde Alec de forma rápida

-O que houve com ela? -pergunta Diego olhando para Sunny que estava estática olhando para os corpos que eram queimados- Vi que ela acabou se juntando a eles e... Entendi! -o loiro olha para a mulher e tenta colocar a mão em seu ombro porém a mesma parece acordar de seu transe e olha para Diego, se esquivando do mesmo e andando rapidamente para longe, em direção a porta

-Melhor irmos! Ela... Fica bem mal quando isso acontece. -responde Alec seguindo a esposa e sendo seguido por Diego que pegava a chave no bolso da calça

-Ela já se descontrolou? -o mesmo se aproxima da porta

-Não lhe interessa! -responde Sunny de forma rude e assim que Diego abre a porta, a mesma sai rapidamente daquele cômodo

-Mil perdões! É, voltem amanhã para eu poder me redimir por tudo isso. Eles apenas se descontrolaram.

-Tudo bem! Até!

Alec se despede do homem com pressa e segue Sunny com mais pressa ainda, deixando Diego parado na porta vendo ambos irem embora.

Porém Diego não era o único a observar o casal saindo do clube, havia mais uma pessoa observando o casal Volturi saindo do clube e chamando os companheiros de clã, e essa pessoa sabia muito bem quem eles eram. O homem de origem chinesa com seus 1,90 de altura, musculoso porém nada exagerado, com o maxilar levemente fino, de cabelos castanho escuro bagunçados e de olhos incrivelmente vermelhos iguais a dois belos rubis porém frios como o gelo, observava os membros do tão conhecido clã Volturi saindo do clube.

Quem era ele? Simples! Ele era o líder daquilo tudo. Yang Shui. Um vampiro que seria descrito como um "vampiro raro", igual a Sunny, já que possuía dois poderes diferentes: Um escudo e podia detectar e pegar os poderes de outros vampiros. E foi exatamente esses poderes que o fez conseguir se esconder do Volturi rastreador e também saber exatamente quais são os poderes de cada um daqueles vampiros daquele clã.

E ele sabia que a presença daqueles vampiros ali em seu clube não era coisa boa para ele, para seus vampiros e para seu negócio. Com certeza alguém havia denunciado uma atitude suspeita e eles vieram verificar, agora resta saber o seguinte: O que eles sabem e quem contou?

Apesar de ter bons e inteligentes vampiros ao seu lado, nenhum deles sabia absolutamente nada sobre os Volturi e que o mundo vampírico também tinha suas regras/leis e pessoas que faziam com que isso funcionasse. E também ele não achava que era a hora de contar, pelo menos não até agora.

Ele não deixaria que nada e nem ninguém se intrometesse em seus negócios, e se isso significava ter que matar alguns dos Volturi, ele faria sem nem pensar.

***

No Hotel...

Após sair sozinha do clube, Sunny decide não esperar por Alec e nem por ninguém. A morena apenas sai correndo com sua super velocidade em direção ao hotel, chegando no mesmo sozinha e subindo rapidamente para seu quarto, sentando em sua cama e olhando para o chão. A mulher fica durante muitos minutos parada olhando para um ponto fixo no chão até se levantar e ir para o banheiro tomar banho e tirar todo aquele sangue dela.

Enquanto a mesma está de baixo do chuveiro sentindo a água quente caindo em seus cabelos, rosto e corpo todo, ela escuta a porta do quarto abrir e logo a voz de seu marido preenche o ambiente, a chamando:

-Amore? -Alec se aproxima da porta do banheiro e bate na mesma- Sunny, está tudo bem? Quer conversar? -o vampiro tenta abrir a porta mas a mesma estava trancada

-Estou bem! -grita a mulher do lado de dentro- Só quero ficar sozinha um pouco.

-Sunny... -antes que o mesmo tentasse falar algo, a mulher o interrompe

-Eu estou bem! Não vou me afundar na tristeza.

-Tem certeza?

-Sim, amore! Daqui a pouco eu saio.

Dizendo isso, Alec apenas concorda em silêncio e vai sentar na cama enquanto Sunny continua a tomar banho e a pensar. Tudo o que aconteceu, aquilo parecia um déjà vu. É a terceira vez que aquilo acontece. Quando vai parar de acontecer? Sunny não quer se sentir culpada toda hora, não quer sentir medo sempre que chegar perto de um humano. Que droga!

Após terminar o banho, a mulher sai do chuveiro enrolada na toalha e vai até o espelho que estava embaçado por conta do vapor da água do chuveiro. Passando a mão no espelho e limpando um pouco ele, Sunny pode ver sua imagem refletida no espelho e assim ela fica durante muitos minutos. Parada e se olhando no espelho, apenas pensando.

Ela sabe que mesmo tentando e tentando, ainda não está 100% controlada, talvez nunca esteja. Talvez algo do tipo vá acontecer várias vezes mas mesmo se sentindo culpada e triste por ter feito aquilo, ela não queria e não iria se afundar na tristeza novamente, pelo menos não agora. Agora ela tinha um trabalho a fazer, uma missão a cumprir e ela iria cumprir esta missão. Sunny estava determinada. Mais do que nunca ela estava determinada. Determinada em dar um fim naquele clube, determinada em matar Diego e determinada em salvar Grace. Ela queria e iria salvar Grace, ela iria ajudar a pobre humana a se livrar daquele maldito rastreador mentiroso. Depois poderia se afundar novamente na tristeza mas agora tinha uma missão.

Ela estava determinada e iria fazer aquilo, iria ajudar Grace custe o que custar.

Continua...