1. Spirit Fanfics >
  2. A irmã de Renesmee - 1 e 2 temp. - fanfic sendo repostada >
  3. Coração perdido (E)

História A irmã de Renesmee - 1 e 2 temp. - fanfic sendo repostada - Coração perdido (E)


Escrita por: KarinaMiranda98

Notas do Autor



Capítulo 35 - Coração perdido (E)


 

Eu tentava acalmar a mim mesma, já que o desespero queria subir à cabeça.

Droga. Não sabia o que fazer. E se ele me encontrasse? O que eu diria? Ou melhor, o que ele diria?

Eu queria saber quem o convidou. Eu esperava Jake, mas não ele. E também queria saber onde ele... eles estavam, porque o voo foi o mesmo para todos, e os outros chegaram de manhã ainda.

Enchi o copo de suco, tentando fazer minhas mãos pararem de tremer. William estava conversando com seus irmãos mais ao canto, e Anne se divertia com seus coleguinhas. Fiquei aliviada de que ele não me observava para ver como eu provavelmente estava agindo como uma louca que acabou de assassinar alguém e estava prestes a esconder o corpo. Os quileutes em outro canto, em seu grupinho separado.

Torci para Seth passar por mim e ir com os outros, mas outra parte minha queria o ver. Ouvir sua voz perto de mim. Olhar em seus lindos olhos chocolates.

Respirei fundo, virando o copo.

-Carlie, está tudo bem?

Pulei de surpresa. Não o tinha ouvido chegar perto.

-Will, oi.

-Você ficou estranha de repente... – colocou uma mecha de cabelo atrás de minha orelha, seus castanhos me olhando preocupado.

-O nervosismo da festa. – me esquivei, olhando em volta. Antes que eu conseguisse virar mais os olhos, uma pele avermelhada entrou no meu campo de visão a meio metro de mim, me assustando. – Jake! – exclamei sem acreditar. – Está atrasado. – estreitei os olhos.

Minha mente estava se atrapalhando na lista de perguntas que precisava ser saciada pelas respostas.

-Estava criando coragem para vir. – confessou. E seu olhar pousou no meu ficante.

-Ah, William, esse é Jake. Jake, William.

Os dois deram um aceno de cabeça, se olhando com desdém.

-É um dos meus amigos de Forks. – acrescentei, fazendo a expressão de Will suavizar. – William cuida dos cavalos aqui na fazenda.

-Legal te conhecer. – Will se pronunciou. – Vou ver como Anne está.

-Ok, pode ir. – lhe dispensei educadamente.

Deu mais uma olhada em Jacob e se foi.

-Por que só apareceu agora? – perguntei indignada, pronta para descarregar tudo.

-Eu estava na Times Square. Não tinha certeza se iria vir mesmo. – deu de ombros, seu olhar além de mim. Segui para onde ia, e finalmente vi Seth junto com Jared e Paul, e Nessie.

Mas é claro! Brady ficou confuso porque ela o instruiu a chamar Seth enquanto eu fazia o mesmo.

E ali estava o meu sorriso preferido, mostrando seus dentes perfeitos e por consequência deixando seus olhos pequenos. Seu cabelo estava maior desde a última vez que o vi, e pelo visto o mesmo não ligava de visitar um cabeleireiro.

Sua expressão de menino feliz que eu sempre amei.

Desviei a atenção logo, temendo nossos olhares se encontrarem.

-Fico feliz que veio. Experimente esse doce, é divido. – Peguei e coloquei em sua boca antes que o mesmo pudesse protestar. – Bom, né? – sorri ao ver sua testa se franzir de surpresa.

-É muito bom, nossa. E aí, curtindo a festa?

-Não era eu que devia fazer essa pergunta?

-Na verdade... – ele pensou alguns segundos enquanto mastigava. – Tanto faz.

Rimos.

-Sim, eu estou. – afirmei. – E você?

-Parece estar boa. Obrigado por me convidar. – ele respondeu, e apesar de suas palavras, não parecia tão confortável. – Quem é esse Willard?

-William. – bufei. – Ele é um... amigo. Irmão da aniversariante.

Levantou a sobrancelha para a minha indecisão.

-Você está linda. – me elogiou, e eu fiquei muito agradecida porque ele não insistiu sobre o termo “amigo”. – Seu pai mataria qualquer que te olhasse, e te trancaria num quarto com uma burca se te visse assim.

Revirei os olhos.

-Obrigada. – agradeci sorrindo apesar disso. – Você também está. Simples, mas bonito. – não me importei em revidar suas palavras de agradecimentos.

-Valeu.

Ele usava uma calça jeans e uma camisa rosa bebê de botões.

Seus olhos foram além de mim outra vez. Eu estava morta de curiosidade, mesmo assim segurei a vontade de me virar.

-Acho que ele quer conversar com você. – falou, agora me olhando. – Vou deixar vocês a sós.

-Não se atreva a sair daqui. – ameacei entredentes e ele riu para o meu desespero. Jacob não podia me deixar numa hora dessas.

-Claro, claro. Se você prefere assim... – ele deu de ombros. E eu sabia que o gesto não foi para mim.

-Sim. Eu prefiro assim.

-Ei, relaxa. – ele falou ao ver a minha cara de pânico. – Eu não vou a lugar algum.

Respirei fundo procurando me acalmar.

-Eu sei. – falei finalmente.

Só estou nervosa com a presença dele aqui. Aposto que tem o dedo da sua imprinting.

Respirou fundo ao ouvir a palavra.

Se ela já sabe, por que está assim? Por que ainda está brava comigo?

A sua confusão estava alta e embaralhada.

Ela ainda tem que processar todo esse acontecimento. Mesmo que foi antes de a gente nascer, não é algo fácil de lidar. Realmente, é algo bizarro de se pensar.

Se ela soubesse o quão estou arrependido por isso...

Vocês vão ter tempo de se falarem. Sorri e segurei sua mão. Já está no mesmo lugar que ela, é um ótimo começo.

Fui surpreendida ao ser puxada para um abraço.

-Você é incrível, Carlie. Nunca vou esquecer esse seu esforço para nos ver bem.

-Tudo pela minha irmã. – dei de ombros. E logo tratei de corrigir. – Q-quero dizer, você também é meu amigo...

-Não estou chateado. – riu, e fiquei aliviada. – Que bom que se importa mais com ela. Isso me deixa feliz. Mas diz aí, alguma novidade?

-Bom, tá vendo aquela pequena que está no colo de Leah? É a Dominique. Filha de tia Alice e tio Jasper.

Seus olhos quase saltaram para fora da órbita.

 

The Police – Every Breath You Take

 

-Sei, chocante. – concordei, rindo de sua face. – Ela nos contou só ontem. Queria fazer surpresa.

Seu olhar condizia com a surpresa do que eu acabei de falar, mas algo mudou por algum motivo com algo que viu por ali.

-Quer dançar? – perguntei, achando aquilo estranho.

-Vamos. – pegou minha mão e me puxou para perto, protetor.

Olhei em volta, confusa com essa atitude. Vi o olhar de William bravo, e percebi que estava prestes a me chamar para dançar. Lhe dirigi um sorriso, tentando mostrar que estava tudo bem.

Fomos para a pista de dança estilo discoteca. Me colocou delicadamente para perto de seu corpo e colocou as mãos em minha cintura. Eu coloquei o meu braço ao redor de seu pescoço.

-Precisa mesmo agir como um irmão mais velho? – questionei, estreitando os olhos. A expressão mal humorada de Jake era sendo solidário a Seth. Eu sabia disso. – William é bacana, sabia?

-Sei o que bacana quer dizer. – falou ranzinza. – Ele não parece querer ser apenas um amigo.

Desviei o olhar antes que Jake decifrasse o que havia ali.

-A não ser que ele não seja. – concluiu, vendo que eu evitava seu olhar. – Então você conseguiu seguir em frente.

Minha cabeça voou em sua direção, e algo em meu rosto o fez recuar.

Tudo o que eu queria era seguir em frente. Vociferei, sentindo lágrimas encharcarem meus olhos. Queria não sentir a dor da separação. Não sentir a dilaceração de deixar o cara que eu amo para trás. Queria principalmente sentir algo mais forte por William toda vez que ele me beija. Ele me trata bem, sabia? E eu acho que mereço isso.

Sem o dar chance de responder, cortei tirei meu poder dele e retirei meus braços de seu corpo, pronta para me retirar.

-Não vá. – pediu, me segurando perto dele, insistindo na posição de dança. – Por favor. Me desculpe. Prometo não tocar mais nesse assunto.

Respirei fundo, cedendo. Abracei seu pescoço, procurando um conforto amigo.

Não estou assim por ter tocado no assunto. Expliquei, o deixando saber que eu gostava da sua amizade, e que não ligaria para conselhos vindo dele. Só quero que você saiba meus motivos.

Eu entendo. Prometeu, e havia algo a mais ali. Só não concordo, sabe disso.

Seus pensamentos eram repletos do amor que Seth tem por mim. De quantas vezes já ouviu em sua forma de lobo ele pensar em mim com amor, carinho e respeito pela mulher que eu estava me tornando. Sem hesitar, se atiraria na frente de uma bala para me salvar. Seguraria uma granada sem o pino por mim. Ou pularia na frente de um trem em movimento se isso me fizesse feliz.

Estreitei o aperto, não esperando toda essa intensidade. No momento, Jake era a minha âncora me impedindo de me afundar.

-Obrigado por ter vindo. – sussurrei quase inaudível, e ainda assim tendo a certeza de que seria ouvida.

-Não tem de que, Carlie. – afagou minhas costas.

Vi William chegar, sua feição era de poucos amigos. Entretanto quando me viu o olhando, tratou de se recompor e colocou uma expressão educada.

 

Maroon 5 – Don’t Wanna Know

 

-Não quero passar a noite sem uma dança, pelo menos. – ele falou, nos olhando e abriu um sorriso educado. Eu o conhecia bem para saber que era forçado.

-Claro. – concordei colocando um sorriso nos lábios, e pus a mão em cima da sua. – Vai falar com os outros. – sugeri a Jake, que assentiu e se foi com relutância.

Eu sabia que o fato de que não queria me deixar sozinha não era por ele. Estava protegendo o amor de seu amigo e irmão.

Com as mãos em meu quadril, nos movemos para lá e para cá com a batida da música, só curtindo um ao outro. Meus antebraços descansavam em seus ombros, e eu acariciava seus cabelos.

Sorríamos um para o outro, mas não era a mesma coisa para mim. Com Seth ali, tudo mudava. Eu ainda estava encantada com Will, portanto eu não podia negar meus sentimentos. Mesmo gostando do cara à minha frente, ainda não esqueci ele.

Eu não tinha em mente voltar para Clearwater. Pelo menos não a princípio. Mas William não merecia que eu ficasse com ele pensando em outro.

A música estava prestes a acabar, e abracei William enquanto risadas escapavam de nossos lábios.

 

Nickelback – Far Away

 

Nesse exato momento, meu olhar se conectou ao de Seth, que parecia estar me encarando já. Seu olhar tinha um ciúme muito maior do que no dia que nos encontramos na praia, e os turistas estavam nos cantando. Seus punhos cerrados, e eu podia dizer que estava pronto para socar alguém.

Ao ver que eu o olhei, seu rosto relaxou um pouco. Mas ainda continuava rígido, e se eu colocasse meu dom em sua cabeça eu poderia apostar que queria me tirar nos braços do humano que me segurava, e me levar para longe dali.

Engoli seco, fechando os olhos com força. Eu me odiava por toda essa situação. Odiava estar fazendo o que tanto desprezo. Não quero usar William de nenhuma forma.

-Precisamos conversar. – murmurei no ouvido dele, sem coragem de levantar os olhos. Em outras circunstâncias eu teria adorado o modo que o corpo dele se contorceu de arrepio.

-Ok. – ele concordou.

Segurei sua mão e o puxei comigo. Subimos as escadas e nos levei até a biblioteca. Fechei a porta para o barulho não nos incomodar. A vibração ainda podia ser sentida no chão, mas nada que atrapalhasse.

Andei alguns passos para longe dele, sem saber como começar aquele tipo de assunto. Não sei o que mais era difícil, admitir sobre Seth ou reconhecer que eu estava usando Will para o esquecer.

-É ele, não é?

Me virei, surpresa.

-Eu vi o jeito que ele te puxou. Ele viu que eu estava prestes a te chamar para dançar e te puxou.

Não contive uma risada.

-Desculpe. – pedi imediatamente ao ver que ele não estava para piada. – É que não consigo imaginar isso. Jake é louco pela minha irmã.

Seu rosto relaxou uma tonelada ao ouvir isso.

-Ele só ficou protetor comigo porque é amigo do...

Parei de falar, percebendo minhas palavras.

-Do seu ex.

-Sim.

Ele pegou uma respiração profunda, e passou as mãos em seu rosto.

-Como a gente fica? – me perguntou, me olhando. Seus olhos estavam vermelhos, e eu me senti um lixo com isso.

-Eu gosto de você. – sussurrei.

-Mas você ama ele.

O nó em minha garganta me impediu de pronunciar algo. Pigarreei, tentando formular algo para dizer.

-Eu gosto de você. – repeti, chegando perto dele. – Mas não seria justo ficar com você enquanto ele está aqui. Eu achei que estava esquecendo-o, mas não é tão simples, entende?

Não é simples quando se tem a magia do imprinting no meio. Me fazendo sentir a linha invisível me puxando para Seth. Mesmo a milhares de quilômetros de distância, ou em uma sala cheia de pessoas.

-Eu entendo. – ele murmurou de cabeça baixa.

-Hey. – sussurrei, segurando seu queixo, trazendo seu olhar para perto de mim. Seus lindos olhos acinzentados estavam cheios de lágrimas. – Não fica assim.

-Eu vou ficar bem. – prometeu, sorrindo. – Eu entendo, mas ainda estou triste. Você é especial, moça.

-Podemos ser amigos. – dei a ideia, desesperada para tirar sua tristeza.

Para a minha surpresa, ele riu. Me puxou pela cintura, grudando nossos corpos. Meu coração disparou com esse gesto. Nossos narizes ficaram a poucos centímetros de se tocarem.

-Acha mesmo que vou conseguir ser seu amigo? – seu hálito batia em meu rosto, me desconcertando. – Depois de eu beijar esses lábios? Depois de tocar esse corpo majestoso?

Senti meu rosto esquentar, e torci para que nenhum dos quileutes estivesse bisbilhotando nossa conversa. Na mente de William, estávamos totalmente no privado. Se ele soubesse...

-Eu experimentei a perfeição, mas ela não é para o meu bico. – sorriu para a sua própria brincadeira. – Posso pedir um último beijo?

Sorri, colocando as mãos em cada lado de seu rosto. Não era um pedido difícil.

Sem delongas, me inclinei capturando sua boca na minha. O beijo se tornou ardente em pouco tempo. Nossas línguas numa batalha sensual. Seu gosto fazendo minha cabeça girar.

Sua mão serpenteou minha cintura, e eu agarrei suas madeixas. Ele me girou, e começou a andar comigo para trás, até eu sentir minha lombar na mesa. Sentei ali, o puxando para ficar entre minhas pernas.

O ar de repente parecia insuficiente para os meus pulmões, e eu fiquei aliviada quando seus lábios se moveram para o meu pescoço. Sua mão apoiando meu pescoço, e a outra repousava em minha coxa, me puxando em sua direção.

A conhecida luz vermelha começou a piscar em minha cabeça, e eu sabia que se não parasse, poderia se tornar algo a mais ali.

Respirando fundo, afastei gentilmente sua mão da parte interna da minha coxa.

-Me perdoa. – ofegou, mordendo o lábio ao me encarar.

-Não se desculpe. – sorri, tímida.

Assim que se afastou mais, desci dali, arrumando meu vestido e meu cabelo.

-Minha boca está vermelha? – se certificou, me olhando.

-Não. – garanti, aliviada. – Meu batom é intransferível.

-Poderíamos ter sido patrocinados. – brincou, arqueando uma sobrancelha. Eu ri disso.

-Eu vou retocar a minha maquiagem. Pode se juntar aos seus irmãos.

Assentiu. Me deu um abraço demorado, um beijo na testa e se foi.

 

...

 

Me certifiquei de que estava apresentável e desci de volta a festa.

Ao aparecer no meio da escadaria, estanquei ao que vi duas garotas conversando com Renesmee e Seth, e uma delas claramente interessada nele. Jogava seus ridículos cabelos lisos e ruivos, tentando algum charme patético. A droga do seu sorriso perfeitamente alinhado lhe era dirigido a todo momento, e passava as mãos em seu braço.

Pulei ao ouvir um estalo, e olhei para a origem. O lado do corrimão que eu estava me apoiando agora era um montinho de fragmentos de madeiras. Colaram em minha mão pela umidade.

Soltei rapidamente, e esfreguei os dedos na palma da mão, me livrando das farpas grudadas que jamais entrariam em minha pele.

Voltei meu olhar para ele, e o mesmo me encarava. Acho que percebeu o que eu fiz.

-Olhe, Amber, eu fico lisonjeado, mas já disse; estou emocionalmente indisponível.

Meu coração deu uma batida alegre com suas palavras. Um sorriso se formou em meu rosto quando ele tirou a mão dela dele.

Procurei por William, e ele estava com Anne e seus irmãos. Ela me viu e acenou para que eu me juntasse a eles.

E o fiz, me sentindo aliviada de que o clima entre Will e eu não ficou estranho. Estava ainda um pouco tenso pelo o que aconteceu no quarto, mas nada de muito ruim.

Logo Jacob veio me chamar para dançar, e fui de bom grado.

-Você realmente está empolgado está noite. – observei.

-Só não quero te ver assim, cabisbaixa. Dá para ver em seus olhos.

-É. Talvez seja isso. Vamos lá então!

Fomos para a pista de dança, e nos soltamos conforme a música.

-Estou com vontade de cantar. – soltei sem pensar e ele franziu o cenho.

-É noite do karaokê? – zombou, me deixando surpresa.

-Sério que você não viu o palco? – gritei, rindo.

Olhou por ali, e piscou assombrado quando seus olhos captaram o que eu mencionei.

-Ok, você me pegou desprevenido.

Ri mais, enchendo seu saco.

 

PDV Renesmee.

 

-Eu não acredito que ele está aqui. Eu o odeio, odeio, odeio!

-Ness, pare com isso. Curta a festa. – Seth insistiu, tentando me alegrar.

-Como eu vou curtir? Carlie convidou ele.

-Ness, você me convidou. Nenhuma das duas tem o direito de ficar brava, ou as duas têm.

O olhei. Eu sabia que estava certo.

-Hey. – segurou minha mão quando comecei a roer a unha. – Olhe em volta. Os quileutes estão aqui, seus amigos, Claire, Mendy... não o deixe estragar isso. Uma hora vocês vão se encarar, mas agora só se divirta.

Sorri amplamente. Dei-lhe um beijo na bochecha.

-Você é um amigo incrível. Obrigada.

Falei, lhe dando as costas.

-Ei. – ele segurou a minha mão, me parando. – Aonde você vai?

-Comer alguma coisa. Vem?

-Não. Obrigado.

Me soltou e fui à mesa de guloseimas. Seth recusar comida? Milagre.

Me encontrei com Jared, Paul, e suas imprintings devorando alguma comida.

 

PDV Carlie.

 

Fui até onde ela estava. Para a minha total sorte, ela estava apenas com os lobos, Kim e Rachel.

-Nessie! Hey, que bom que estão se divertindo! – os abracei, feliz.

-A festa está incrível! – Kim falou, claramente animada. – Obrigada por nos convidar. Jared e eu estávamos afim de sair fazia um tempo.

-Que bom que estão gostando. – sorri. – Apesar da festa não ser propriamente nossa, ainda assim somos as donas da casa, e vocês nossos amigos.

-Milagre é ter Rebecca aqui. Ela não é muito de festejar. – Rachel disse, dando de ombros.

-Fiquei contente que ela veio. – Ness disse.

-Eu estava pensando em abrir o karaokê. Já falei com Anne, ela não se importou. – comentei com minha irmã.

-Vamos sim, já estava esquecendo!

-Então... por que nós não cantamos?

-Tudo bem.

-Vou pegar o violão...

-Espera um minuto. – ela falou me fazendo parar. – Aqui e agora?

-É óbvio. Qual o problema?

-Com toda essa gente aqui?

-Você herdou toda a vergonha e timidez da mamãe.

-Eu não vou subir lá naquele palco. – ela se recusou.

-Ahh, por favor! Eu queria tanto cantar umas músicas com você. Por exemplo, aquela que nós adoramos. Seria tão legal se cantássemos hoje à noite, seria tão especial para mim e...

-Ok. – ela me interrompeu. – Eu canto. Com uma condição; só se você cantar alguma antes; só para me dar coragem.

Seth chegou ao seu lado quando ela acabou de falar. Um arrepio passou por meu corpo com o seu olhar nada discreto. Não tive coragem de olhá-lo nos olhos.

-Ok. Vou lá em cima, já volto.

Ela assentiu e, após eu passar pela multidão agitada, subi as escadas em direção ao meu quarto.

Me tranquei no banheiro, e escorreguei até o chão encostada na porta. Tomei um tempo para respirar. Era inacreditavelmente difícil entender que ele estava mesmo aqui. O sonho que eu tive mais cedo não se comparava com sua mera presença.

Meu corpo implorava por algum contato seu. A quem eu queria enganar? Eu usei William. Em momento algum esqueci Seth. Só estava mascarando minha carência dele. Eu desenvolvi sentimentos por ele sim. Mas eram fracos. Momentâneos.

Por que tinha que doer tanto e ao mesmo tempo sentir esse amor todo por ele? Era tão confuso! Seth, o amor da minha vida, que eu amava tanto e sentia raiva ao mesmo tempo. Eu sabia que a culpa do beijo não era dele. Argh, aquelas fotos me faziam pensar ao contrário. Elas faziam a minha cabeça. E eu odiava isso, ter colocado a culpa nele sendo que não era nenhum dos dois.

Fui para frente do espelho, me certificando de que a maquiagem estava perfeita. Meus cachos da mesma maneira impecáveis. Suspirei. Eu estava pronta para descer.

Fui até onde Brady estava, escolhendo alguma música para tocar. Para a minha sorte, estava isolado dos outros.

-Ei, Carlie. – ele falou surpreso, seus olhos levemente arregalados. Me cumprimentou com um abraço. Por algum motivo, seu rosto ficou vermelho. – E-está linda.

-Obrigada. – agradeci, fingindo não perceber seu embaraço. – Será que você pode parar a música por um momento?

-Por quê?

-Eu queria abrir o karaokê. Pode fazer isso por mim?

-Claro.

Conforme eu subia no palco improvisado, a música ia parando.

Todos reclamaram pelo fato.

-Hã... – todos se viraram em minha direção, me deixando nervosa.

Dois rostos se destacavam ali, e meus sentidos estavam à flor da pele.

-Vamos dar uma pausa na música para abrir o karaokê. – falei ao microfone.

Fiquei surpresa ao ver todos aplaudirem loucamente.

-Se não se importam, quero começar.

Endireitei o microfone na minha altura e comecei.

 

Taylor Swift – I Almost Do

 

Eu não precisava ver o telão para cantar essa música. Ela fazia parte da minha playlist de sofrimento. Aquela letra parecia conhecer tão a fundo minha alma e sua angústia, e eu me perguntei se o amor é tão doloroso para todos.

Fiquei contente ao ouvi-los me aplaudindo. Renesmee estava perto dali. Sua feição demonstrava constrangimento. Então percebi que não era a hora certa de chamá-la. Decidi improvisar e cantar outra.

 

Dua Lipa – Levitating

 

Mais uma vez fui aplaudida, e eu fiquei agradecida.

-Bom, eu gostaria de convidar a minha querida irmã para cantar junto a mim.

Ela fez sinal de “não” com a mão. Era evidente que estava com vergonha, porém uma hora teria que tentar.

-Por favor, Ness. Não me deixe cantando sozinha a noite inteira. – pedi, brincando. – Vamos lá pessoal, Renesmee, Renesmee, Renesmee...

Continuamos assim até ela se render e subir no palco, depois todos gritaram e aplaudiram.

-Aquela que gostamos. – falei.

-Eu sei, e vou te matar assim que tiver a primeira oportunidade. – ameaçou baixinho.

-Eu sei que vai.

 

Beyonce – Crazy in Love

 

Nos divertimos cantando a música, as vezes olhando no telão para não nos perder. E como uma música agitada pode ter uma letra tão profunda?

Nos aplaudiram novamente.

-Fiquem à vontade para soltar a voz. – Renesmee falou ao microfone, e essa era a nossa deixa para sair dali.

Não demorou para alguém subir.

Jake estava ao lado de Sam e Collin, com uma bebida nas mãos. Seu olhar para Renesmee era de alguém que encontrou uma pedra preciosa, e mal via a hora de apreciá-la.

-Eu vou falar com Embry e Mendy. – Renesmee recuou assim que o viu, e caminhou para longe.

-Carlie, Carlie! – Anne me chamou, e me virei a tempo de a ver saltitando até mim. Will atrás dela, sorrindo tímido. – Você tem uma voz linda!

-Obrigado, pequena. – a abracei. – Você é muito gentil.

-Li também achou você incrível. – ela o dedurou, e o mesmo arregalou os olhos.

-Anne, sua amiga Nicole queria contar as pulseiras que brilham, lembra?

Sua inocência não a deixou perceber o desespero de seu irmão, que queria fazê-la parar de tagarelar sobre ele.

Mexeu os lábios em um “sinto muito” e a levou para longe. Lhe mandei um sorriso reconfortante, o deixando saber de que estava tudo bem.

Fui para perto de Jake após pegar alguma comida.

-Mandou bem. – ele falou assim que cheguei ao seu lado.

-Valeu.

Essa festa estava sendo melhor do que eu imaginava. Tinha muitos adolescentes, mais do que eu esperava. Talvez fossem das famílias dos amiguinhos da Anne. Depois eu perguntaria para William. Eu estava satisfeita que todos estavam se divertindo para valer!

Fui surpreendida quando Jacob segurou minha mão me rodopiando no ritmo da música.

-Ficou louco? – perguntei com o coração quase saindo pela boca.

-Acho que sim.  – ele respondeu sorrindo. – Se mexe!

-Só se você for junto. – gritei por cima da música.

-Não precisa falar duas vezes!

E fomos novamente para a pista de dança.

Dançamos mais algumas, e depois fomos para um canto conversar.

-E então eu caí da bicicleta. – ele finalizou a sua história de infância e eu ri muito, quase me engasgando com um doce que estava em minha boca.

-Meu Deus, Jake! Você não sabia montar numa bicicleta?!

-Eu tinha quatro anos, o que você queria?

Eu não respondi, apenas ri mais. Eu com quatro anos de idade nem aparentava mais isso.

Parei de rir instantaneamente quando ele fez uma cara de “isso não vai dar certo” para algo acima da minha cabeça.

-Carlie? – um arrepio passou pelo meu corpo ao ouvir sua voz atrás de mim.

Meu coração acelerou, porém minha respiração travou. Mandei um olhar a Jake pedindo ajuda. Ele apenas deu de ombros como se não pudesse fazer nada.

-Vou deixá-los a sós. – Jacob falou e se afastou, indo para onde suas irmãs estavam.

Me virei, derrotada, e encarei sua camiseta. Tinha medo do que poderia achar em seu olhar.

-Como você está? – ele começou. Talvez não achou nada melhor para falar no nosso reencontro.

Muito nervosa, criei coragem de levantar meu rosto.

 



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...