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História A irmã perdida (Sou Luna 4) - Hora de desarmar a bomba, parte II - o último desejo


Escrita por: Tripa_Seca

Capítulo 64 - Hora de desarmar a bomba, parte II - o último desejo


Fanfic / Fanfiction A irmã perdida (Sou Luna 4) - Hora de desarmar a bomba, parte II - o último desejo

A conversa entre Luna e Zoe invariavelmente atraiu a atenção de duas amigas delas, Jazmin e Delfina. Em especial a da ruiva. “Quer dizer que vocês estão conversando sobre Masakado e sua maldição milenar? Eu também me amarro em histórias assim!”, diz a ruiva, que também conta que o professor de japonês dela visitou o túmulo onde a cabeça de Masakado se encontra enterrada (em japonês Masakado no Kubizuka) da última vez em que esteve na Nação do Sol Nascente.

A ruiva ainda diz o seguinte às amigas: que há quem diga que o terremoto que flagelou Tóquio em 1923 na verdade foi obra de um vingativo feiticeiro chamado Kato Yasunori. “Dizem que o poder mágico dele era tamanho que na ocasião ele foi capaz de puxar a lua para bem perto da Terra e de desalinhar as estrelas da Ursa Maior!”, diz Jazmin. Luna (que logo se lembra que viu a Ursa Maior e o brilho de suas estrelas quando esteve na Itália junto com Matteo)  não acredita que possa ter existido alguém com tamanho poder nesse mundo, capaz de tamanha façanha. “Nossa, só de pensar que nesse mundo possa existir alguém tão poderoso a ponto de ser capaz de tal façanha, já me dá arrepios!”, diz Luna. As outras garotas também concordam com as assertivas de Luna sobre o poder de Kato Yasunori. “Esse tal de Kato, com certeza era um demônio!”, diz Delfina. “O homem era uma verdadeira arma de destruição em massa em formato humano”, diz Zoe.

A morena, por seu turno, também sabe a respeito dessa história, e conta sobre o que os japoneses fazem para apaziguar o espírito de Masakado desde então: o Templo Kanda recebe visitantes que deixam oferendas ao samurai que viveu no século X como forma de apaziguar sua ira. E isso inclui, entre outras coisas, rituais de purificação que atraem peregrinos (os quais ajudam a lavar as pedras e queimam incenso).

Conversa vai, conversa vem, e logo é a vez de Âmbar chegar ao local, acompanhada de seus dois gatos, Bygul e Trjegul (leia-se Trigul). Bygul é um gato persa dourado, enquanto que Trjegul é um Angorá branco. “Âmbar, mas você parece uma deusa nórdica andando junto com esses dois gatos na coleira!”, diz uma impressionada Zoe. “Mas que gatos lindos, Âmbar!”, diz Jazmin, impressionada não apenas com a beleza deles, mas com a maneira elegante e única como eles andam, típica de um felino. Essa é a primeira vez que as garotas veem os gatos de Âmbar em carne e osso.

“Eu não vim aqui para vocês ficarem me lisonjeando. Vamos, me contem sobre o que estão conversando”, diz a loira. As garotas então colocam a namorada de Simón por dentro de tudo. Mist, por seu turno, não gostou nem um pouco de vê-los por perto. Ela e os dois gatos de Âmbar começam a se estranharem entre si e é questão de tempo Mist começar a latir para a dupla felina. Quando Mist ia avançar para cima de Bygul e Trjegul, eis que tanto Luna quanto Âmbar intervém e apartam a briga entre as pequenas feras. “Mist, isso é feio! Não pode fazer isso, ainda mais para os gatos da minha prima!”, diz Luna à Mist. Âmbar dá uma bronca similar nos gatos dela.

As garotas colocam Âmbar a par de tudo. Feito isso, Luna então revela às amigas o seguinte: que o tio-avô dela lançou uma maldição de vodu sobre a mansão Benson como forma de vingança, com a ajuda de um sacerdote haitiano. “Eu não entendo amigas. Como pode o meu tio-avô ter jogado uma maldição sobre a mansão Benson, se ele queria tanto se vingar da minha família? Não faria mais sentido jogar uma maldição sobre o meu pai e os parentes próximos dele?”, se pergunta a morena. “Pense um pouco fora da caixa, Luna”, diz Delfina. “A mansão na qual você mora tem sido há décadas um símbolo do poder e do prestígio da família Benson, uma das mais distintas de toda a Argentina”, diz Zoe. “E, além disso, no japonês o ideograma ie[1] (家) pode significar tanto casa quanto família”, responde Jazmin.  “Portanto, faz sentido sim o teu tio-avô ter colocado uma maldição na mansão na qual você mora. Pelo que vejo ele pensou antes de tudo na ruína simbólica, e não física, da tua família”, diz Delfina.

“E então amigas, o que vocês me sugerem para resolver essa situação?”, pergunta Luna, que não quer que a mansão volte a ser flagelada por incêndios e outros desastres do tipo sob hipótese alguma. Elas então sugerem o seguinte: de que ela procure o sacerdote que lançou a maldição de vodu sobre a mansão, para que ele desfaça a maldição. Zoe então pergunta à Luna se ela contou o ocorrido à irmã. A morena responde que sim. “E a tua irmã, cadê ela, Luna, a propósito?”, pergunta Delfina. Luna responde que ela está em Rosário com o circo dela e que em duas semanas as irmãzinhas dela irão nascer.

“Já que vocês falaram na irmã da Luna, quero falar algo convosco, Jazmin e Delfina”, diz Âmbar às velhas amigas dela. Âmbar conta que Sol está em Rosário com o circo e que as irmãs gêmeas dela estão para nascer, e que seria legal fazer uma espécie de legação diplomática a Rosário para ver o nascimento delas, em nome do pessoal do Roller. A ruiva e a morena gostaram da ideia de Âmbar, e respondem que primeiro irão conversar com a irmã de Luna antes de acertar algo. “Ótimo, sabia que poderia contar convosco”, diz a loira.

Logo a questão do enterro do tio-avô é tocada, dessa vez por Zoe, que acha que, levando em conta o que os japoneses fazem para manter o espírito de Masakado apaziguado e tudo o que a mansão passou desde o primeiro incêndio, ele deveria receber um enterro no mínimo digno. Luna responde que os tios-avôs dela estão cuidando disso.

Na noite do mesmo dia, Luna e as amigas resolvem fazer uma procura pelo sacerdote que jogou a maldição sobre a mansão Benson. As buscas são feitas, e os resultados são bem desanimadores, como vocês vão ver abaixo.

“Luna, procuramos pelo nome Bernard Pascal Sanon, e olha só o que encontramos”, diz Miguel à filha adotiva. Luna esboçou um sorriso no rosto, achando que encontraram algo. Só que quando foi ver, os resultados não foram nem um pouco animadores: o dito cujo morreu há muitos anos. Mais precisamente, em 2008, aos 73 anos de idade. “Pelo que nós descobrimos ele morreu aqui em Buenos Aires, de problemas relacionados à velhice”, diz Miguel. “E vocês descobriram se ele tem filhos ou mais algum parente por aqui para nos ajudar?”, pergunta a patinadora aos pais e ao avô. “Sim, ele tem filhos”, diz o senhor Alfredo. “Só que eles não moram mais aqui há muitos anos”, diz Mônica. Segundo as pesquisas feitas pelo senhor Alfredo e pelos pais de Luna, nenhum deles mora mais aqui em Buenos Aires. Após a morte do senhor Sanon, eles voltaram a morar no Haiti, mais precisamente em Porto Príncipe, a capital da antiga colônia francesa. Além disso, a esposa do senhor Sanon faleceu anos dele, mais precisamente, em 2005. As amigas de Luna encontram os mesmos resultados que Luna e os pais dela encontraram.

No dia seguinte, as garotas voltam a se encontrar, no mesma praça de ontem. E contam umas às outras que os resultados foram bem desanimadores. “E agora, amigas, o que eu faço? Como vou fazer para desfazer essa maldição que colocaram na mansão onde moro?”, pergunta a patinadora. As garotas ficam sem falar uma única palavra por alguns minutos tamanha a indecisão delas, até que de repente Zoe se lembra do que Delfina disse na conversa de ontem sobre o que os japoneses fazem para manter o espírito de Masakado apaziguado e tem uma ideia. “Luna, você lembra se o teu tio-avô disse algo pouco antes de morrer?”, pergunta a loira, que completa dizendo que como não encontraram ninguém para desfazer tal maldição o melhor a ser feito, nessa situação, era encontrar um jeito de apaziguar a alma do recém-finado.

A morena responde que sim, que pouco antes dele morrer fez um desejo derradeiro: de que a história triste dele não se repita com as irmãs gêmeas de Luna que estão para nascer. “Então é isso Luna, o que você tem que fazer agora é atender ao último desejo dele em vida se quiser, de alguma forma, neutralizar tal maldição”, responde a loira.


Notas Finais


NOTA:

[1] Em chinês ťia.


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