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História A Jornada - Capítulo VI - Ela, ele e nós


Escrita por: AzusaKim

Notas do Autor


EU VOLTEEEEEEEEEEEI!!

Gostaria de desejar primeiramente, um feliz ano novo para todos, e que 2017 seja o ano que o meu bloqueio criativo finalmente vá para o raio que o parta :D

Esse capítulo é focado em alguns dos nossos casaizinhos, fatos ocorridos aqui levaram a consequências boas e ruins para o próximo, a personagem feminina que aparecerá é importante em apenas um ponto, não esta nas tags, porque meu objetivo não é atrais leitores do grupo dela, afinal ela só aparece por dois capítulos (este e mais um).

Obrigada pelo apoio do pessoal que comenta e por todos os favoritos, e um obrigada especial ao VinhadoShipper por ter feito a nova capa da fanfic, que convenhamos é mil vezes mais bonita que a antiga -QQ Migo, você fez meu dia feliz <3

Sem mais, boa leitura!

Capítulo 6 - Capítulo VI - Ela, ele e nós


CAPITULO VI – Ela, ele e nós.

 

 

 

Kyungsoo encerrou a reunião em seu quarto, dispensando os rapazes para seus respectivos aposentos, ganharam um banho e roupas limpas para vestirem, Joonmyeon ganhou uma reluzente armadura com o brasão da casa do imperador que fez questão de exibir durante o jantar, seu ego estava gigante com todo o tratamento que o príncipe estava tendo consigo. Das janelas do salão de jantar podia-se ouvir o som das quedas d´agua do lado de fora, resultado da fonte termal que emergia do fundo do paredão de rochas onde a cidade estava apoiada, eram diversas cachoeiras correndo pela cidade de cima a baixo, passando entre as pontes que ligavam vias e pequenos bairros. Ainda era cedo quando encerraram a refeição e o príncipe os liberou para relaxarem, Kyungsoo e Jongin foram ao templo, acenderiam velas, meditariam e enviariam um corvo ao Alto Sumo Sacerdote falando sobre Baekhyun e suas visões, Chanyeol soube de uma apresentação de teatro que ocorreria no salão de entretenimento da corte, e logo tratou de conseguir autorização para assisti-la, tinham pouco disso no norte e o Park era fascinado pela capacidade das pessoas em exercer diversas personalidades  independente de quem realmente fossem.


Por fim, Jongdae, Baekhyun e Joonmyeon foram para o centro da cidade, este que estava iluminado com balões coloridos em formato de flores de lótus comemorando o aumento das movimentações do comércio e a prosperidade geral trazida pela primavera. Joonmyeon queria encontrar com a noiva, havia trazido o presente que comprará em Monte Luz, penteou o cabelo prendendo-o num rabo de cavalo alto, estava apresentável.


“Ainda não acredito que esta todo arrumadinho como uma menininha adolescente apaixonada.” Jongdae zombou, enquanto caminhavam pela avenida principal.


“Eu não pareço uma menininha.” Bufou irritado.


“Com esse cabelo mal cuidado, não parece mesmo, garotas cuidam muito dos cabelos ainda mais quando são longos.” Baekhyun provocou, rindo juntamente com Jongdae.


“Por que vocês estão aqui mesmo?” Indagou massageando as têmporas.


“Porque sem nós você iria ficar perdido na cidade.” Jongdae respondeu e Baekhyun concordou com a cabeça sorrindo. “Anime-se, ela vai ficar feliz em te ver.”


Andaram mais alguns metros até entrarem na rua da casa da moça, era a primeira da cidade onde os navios atracavam, estava tranquila àquela hora da noite visto que todos provavelmente visitavam o comércio e se divertiam com as apresentações de rua no centro da cidade. Junmyeon não lembrava-se da casa de Taeyeon e ficou temeroso de errar, porém, não foi necessário muito para que a encontrasse e principalmente fosse surpreendido pela visão da garota que a tempo não via. Lá estava ela, na porta da casa com um grande caldeirão sobre uma mesa servindo sopa de arroz e pães a algumas crianças e idosos, seus cabelos estavam curtos e descoloridos, quase acinzentados, usava uma saia longa vermelha e uma blusa de tricô marrom de mangas longas com uma espécie de top cobrindo-lhe a nudez, nos pés coturnos de camurça marrons, no pescoço um colar de pérolas coloridas e nas orelhas o par de brincos de penas brancas lhe enfeitavam. O capitão estava surpreso, ela havia mudado, muito. Aproximou-se da mesa junto com os outros dois, e pouco tempo depois a garota percebeu que estava sendo observada.


“Pelos deuses!” Exclamou, abrindo um sorriso e batendo palminhas. “Junmyeon é você!” Deixou a mesa por um instante para pendurar-se no pescoço do capitão em um abraço.


Baekhyun fingiu que gorfaria, Jongdae limitou-se a revirar os olhos, o amor era nojento.


“Vejo que esta feliz em me ver.” Abraçou a garota, separando-se em seguida para vê-la mais de perto. “Você mudou.”


“É claro que estou feliz! Algo dentro de mim disse que você viria, mas eu ignorei então talvez não esteja apresentável.” Mexeu nos cabelos sorrindo acanhada.


“É bom saber que se sente conectada comigo mesmo antes de nos casarmos.” Sorriu, satisfeito.


“É. Realmente.” A garota hesitou. “Não esta aqui por que recebeu o corvo não é?” Indagou receosa.


“Não, estou aqui por que tenho uma missão para cumprir em nome do imperador.” Franziu o cenho. “Por que me enviou um corvo? Aconteceu algo errado?”


“Muitas coisas aconteceram, Junmyeon.” Fez uma pausa. “Mas vamos deixar isso para depois, não vai me apresentar seus amigos?” Voltou-se para Baekhyun e Jongdae que acenaram.


“Eu sou Byun Baekhyun e esse é Kim Jongdae.” Baekhyun empurrou Junmyeon para o lado ficando de frente para a garota arrastando Jongdae consigo.


“É um prazer conhece-lo Baekhyun.” Sorriu. “Ah! Eu conheço você! Meu pai me disse que o imperador havia planejado um casamento pra nós uma vez, loucura não?”


“Com toda a certeza foi a maior loucura que aquele velho pensou em fazer.”  Comentou arrancando uma risada da garota.


“Vocês não fazem o tipo de Junmyeon, como se conheceram?” Indagou curiosa.


“É uma longa historia senhorita, e acredito que vocês queiram passar um tempo sozinhos.” Jongdae respondeu, vendo-a ponderar por uns instantes e depois confirmar com a cabeça. “Ótimo, eu e Baekhyun estamos com saudades de Jakar e vamos nos afogar nas melhores essências essa noite, cuide do capitão por nós.”


“Ele estará em boas mãos, eu garanto.” Sorriu e acenou para a dupla que já se retirava do lugar rumando de volta ao centro. “Engraçadinhos eles, nunca pensei que pudesse se dar bem com Jakarianos.” Virou-se para Junmyeon.


“Eles são pedras no meu caminho, fazem parte da missão.” Revirou os olhos.


“Yah!” Socou de leve o braço do garoto. “Não seja tão mal humorado Junmyeon, venha, me ajude com as crianças!” Tomou-o pela mão levando até a mesa que antes estava.

 

(!)

 

Jongdae e Baekhyun estavam animados, as ruas do comércio estavam cheias de gente e música podia ser ouvida por todos os lados, haviam conseguido algum dinheiro a mais com Kyungsoo, e com isso podiam se divertir tranquilamente. Entraram em uma casa de jogos, onde várias mesas estavam dispostas com o “Não acorde o dragão” e é claro, que Jongdae ganhou quase todas as disputas que participou o que lhes rendeu mais dinheiro, o Kim era ótimo com lógica e estratégia e, diferente da maioria dos jogadores ele não agia por impulso ao retirar as peças, ele sempre as analisava primeiro e por isso, raramente era derrotado.  Acabaram por seguir para a Taberna do Enforcado - nome atribuído em homenagem ao antigo dono, que se enforcou depois das muitas dívidas acumuladas -, o lugar estava lotado, com viajantes e moradores locais todos em busca de boa comida e bebida e alguns,  em busca de braços que pudessem conforta-los e aninha-los mesmo que momentaneamente. Sentaram-se em uma mesa no canto da taberna, logo já haviam sido servidos com duas grandes canecas de cerveja, alguns conhecidos do passado passaram, trocaram uma ou duas palavras, logo eles já estavam rindo de si mesmos mais alegres que o normal.


E foi ai, que Jongdae a viu.


Uma senhora já de idade que passava de mesa em mesa, pedindo a mão dos visitantes, era uma cartomante, Jongdae era fascinado por esse tipo de filosofia - como ele costumava chamar -, mas nunca havia tido a oportunidade de conhecer uma. Sabia que elas haviam sido caçadas por muito tempo pela Ordem, por serem consideradas impuras e servas dos deuses das trevas, logo, nada que diziam era realmente confiável, a senhora se aproximou dos garotos com um sorriso.


“Olá meus jovens, poderiam dar um minuto de sua atenção a esta pobre velha?”


“Pode dizer.” Baekhyun estava largado na cadeira brincando com a caneca vazia a sua frente.


“Eu gostaria de saber se sentem curiosidade sobre o futuro que lhes reserva.”


“A pergunta é, quem não sente?” Baekhyun soltou um riso baixo. “Vai mostra-lo para nós?”


“Por duas moedas de prata eu posso tentar.” Estendeu a mão.


“Duas moedas de prata?” Jongdae arqueou a sobrancelha revirando os bolsos, tirando as moedas pedidas pela mulher entregando a ela. “Vamos ver o que a senhora diz sobre nós.”


Ela se afastou dos garotos que se levantaram seguindo-a até uma sala nos fundos da taberna, o local era mal iluminado e cheirava a incenso de ervas, era enfeitado por muitas cortinas coloridas e tapetes, além de dezenas de almofadas. A senhora se sentou frente a uma mesinha onde um conjunto de cartas estava disposto, os garotos se sentaram em duas almofadas colocadas de frente para ela.


“Qual dos dois rapazes deseja começar?” Pegou o conjunto de cartas nas mãos e logo depois arrumou-os como um leque sobre a pequena mesa.


“Jongdae pagou, Jongdae começa.” Baekhyun apontou para o amigo que deu de ombros.


“Tudo bem, então, o que eu preciso fazer?” Questionou observando a idosa.


“Bem, Jongdae, você precisa escolher três cartas dentre o leque do Tarô dos Anjos, elas me dirão sobre a sua vida e seu futuro. Você pode fazer três perguntas mentalmente ou verbalmente para escolhe-las, depois indique-as para mim rapidamente e então eu as revelarei.”


“Certo, vamos lá.” Fechou os olhos respirando fundo e pensou, o que perguntaria? “Eu vou devo voltar para o Vale?” Apontou para quarta carta da direita para esquerda, abriu os olhos vendo a idosa reservar a carta colocando a frente das outras.


“Segunda pergunta.”


“Eu devo me tornar um médico?”  Ouviu Baekhyun soltar um risinho, ignorou, escolhendo a segunda carta.


“Você deveria fazer perguntas mais comprometedoras.” O Byun comentou.


“Tipo?” Arqueou a sobrancelha.


“Pergunte sobre o capitão” Sorriu sugestivo vendo Jongdae revirar os olhos.


“Certo, o que eu posso esperar do Capitão?” Escolheu a ultima carta, suspirando e pensando que talvez não houvesse sido uma ideia tão positiva assim saber sobre seu futuro.


“Você fez escolhas interessantes Jongdae.” A velha virou as cartas uma a uma, parecendo surpresa. “Para a primeira pergunta, temos a carta do anjo da Temperança, e a resposta para sua pergunta é sim, você deve voltar ao Vale. Essa carta fala sobre o sucesso de mudanças, da serenidade e harmonia que elas podem trazer a vida do influenciado.”


“No fundo ainda não me parece a melhor escolha.” Deu de ombros


“Ela também diz sobre paciência, então aprenda a ser paciente criança.” A idosa apontou para a segunda carta. “Em segundo temos o rei de espadas, o símbolo do sucesso, simboliza passagem de obstáculos e conquistas, mais uma resposta sim a sua pergunta, você deve se tornar médico.” Viu os garotos rirem, provavelmente duvidando de tudo que ela dizia. “Por último, temos O Sol, ele simboliza a felicidade ao lado da pessoa amada, eu não sei quem é o seu Capitão, Jongdae, mas acredito que ele será uma pessoa de sorte, ainda esta noite ele perceberá o quanto você é importante.”


O sorriso de Jongdae morreu e o de Baekhyun aumentou transformando-se em uma gargalhada.


“Acho que alguém aqui vai ter uma noite quente.” Viu Jongdae olha-lo quase que com os olhos pegando fogo de raiva.


“Vamos embora.” Se levantou, dando as costas para a mulher.


“Jongdae! Ela ainda não viu o meu!” Baekhyun seguiu o amigo para fora do lugar. “Jongdae espere!”


O Kim ignorava os chamados, sua garganta queimava - não sabia se pelo excesso da bebida ou pelas lágrimas que teimosamente queriam escapar -, odiava ouvir coisas sobre Junmyeon e não sabia porque insistia ainda eu se torturar falando sobre, procurando sobre ele. A verdade era que ele odiava o capitão na mesma intensidade que não conseguia imaginar seus dias sem o importuno de sua presença e, ouvir palavras como aquela da cartomante só lhe fez ter a certeza de que aquela pequena chama que fora apagada a muito tempo atrás pelas águas salgadas do oceano, estava sendo acesa novamente. Jongdae tirou três moedas do bolso jogando no balcão da taberna para pagar as bebidas, saindo em passos largos e rápidos do estabelecimento com Baekhyun a seu encalço, caminhou pelas ruas lotadas sem um rumo certo, sentia-se sufocado com todas aquelas pessoas e toda a alegria que esbanjavam, em coisa de momentos, todas aquelas cores e o sentimento de felicidade emanado pro Jakar começou a lhe incomodar. Traçou o curso mais rápido que conseguiu até a rua do porto, suspirando ao respirar a brisa salgada, debruçou-se sobre o pequeno muro que mantinha em segurança pequenas crianças e desavisados de caírem no mar.


“O que esta acontecendo?!” Baekhyun exclamou ofegante, parando ao lado do Kim.


“Não gosto de falar sobre ele Baekhyun.” Seu olhar estava perdido no horizonte escuro onde as ondas pareciam agitadas.


“Jongdae, só estávamos brincando, sabe que aquilo é tudo mentira.” Tentou convencer o amigo, mas não pareceu surtir efeito.


Não é mentira Baekhyun.” Bagunçou os próprios cabelos, esfregou o pingente do colar que usava, o símbolo da casa Kim estampado. “Aquele desgraçado vai se casar Baekhyun! Desde que coloquei meus pés em Trebbia eu me sinto extremamente incomodado com a presença dele, mas é um incomodo bom.


“Não acredito que esta dizendo isso, você bebeu demais.” Segurou o riso.


É loucura!” Bufou.


“Eu garanto a você que se coloca-lo contra a parede, ele não vai fugir.” Sorriu de canto.


“Sem gracinhas Baekhyun.” Olhou de maneira cortante para o amigo que levantou as mãos em sinal de rendição.


“Eu apenas acho que o Capitão é certinho demais porque ainda não conheceu a pessoa certa.” Afirmou  debruçando-se no muro ao lado do amigo.


Ela é certa para ele.”


Jongdae estava errado, tremendamente errado.


Pois não muito longe dali, próximo a alguns navios atracados, Junmyeon e Taeyeon conversavam, uma conversa que o capitão jamais esperava ter em algum momento com a garota, e a cada palavra dita por ela, ele sentia como se algo saísse de si, só não sabia dizer se era um peso ou um pedaço de seu coração.


“Eu descobri sobre essa oportunidade da Ordem e me encantei Junmyeon, eu sei que é difícil aceitar depois de tantos anos de noivado, mas, eu não vou ser uma boa esposa.” A loira sorria acanhada, enquanto enrolava nervosamente um fio do cabelo com os dedos. “Não existe nada mais nesse mundo que eu queira, do que ser uma samaritana, levar a palavra de Ashya e ajudar os mais pobres, conhecer novos povos e compreender sua essência!” Os olhos da garota brilhavam ao falar do assunto.


“Então foi isto que o corvo levou para Trebbia? O fim do nosso noivado?” Junmyeon tinha um tom desacreditado.


“Sim...” Taeyeon suspirou encarando o mar. “Eu me sinto presa aqui Junmyeon, eu não nasci para viver uma vida comum em uma cidade comum como Jakar ou como Trebbia, eu juro que em outra vida eu o amaria mas, nessa vida o meu amor é para o mundo.”


“A religião esta chegando a níveis alarmantes.” Riu soprado. “Você é adorável Taeyeon, e eu não consigo mais imaginar como vai ser o meu futuro, pois você era parte fundamental dele mas...” Suspirou. “Eu espero que se de bem na expedição da Ordem.”


Viu a garota sorrir grandemente, pulando em seu pescoço e o abraçando ternamente, ela estava sendo sincera e talvez por esse motivo, ele não estivesse tão decepcionado, porém isso não o deixava menos perdido. O que seria de um Capitão da Guarda Real sem uma esposa e família para apresentar ao imperador e prometer lealdade por todas as gerações que eles gerarem? Taeyeon lhe garantiu que a deusa iria coloca-lo num caminho melhor do que este que estava seguindo e que no fim ele seria mais feliz do que planejou, eles caminharam pelo porto até estarem de volta à casa da loira, se despediram com um cumprimentar simples e o capitão seguiu seu caminho de volta ao palácio.


A noite estava estrelada, inspirou a brisa marítima, sentiu seu coração bater mais leve, por que parecia tão agradecido por tudo aquilo? Por que tudo era tão errado mas ele sentia como se fosse o mais certo? Quando tirou os olhos do céu, depois de andar por algum tempo, avistou uma silhueta conhecida sentada sobre o muro de proteção da avenida, com as pernas balançando sobre o mar, a cabeça pendia para trás e ele parecia observar o céu, estava sozinho.


Baekhyun havia deixado Jongdae, o Byun resolveu voltar para taberna e ter com a velha cartomante, o Kim não queria acompanha-lo, sentia-se sufocado apenas de lembrar das palavras da velha, estava tão concentrado em observar o céu noturno que não se deu conta que alguém se aproximava.


“Jongdae?” A voz fez um arrepio percorrer sua espinha, se desequilibrou pelo susto e sentiu seu pulso ser agarrado.


“Você esta tentando me matar ou algo assim?” Lançou um olhar levemente irritado para o outro.

“A culpa não é minha se você sempre esta beirando precipícios Jongdae.” Sorriu de canto, soltou o pulso do garoto sentando-se ao seu lado.


“O que faz andando por aqui a essas horas? Sua noiva não tem medo de você ser seduzido por alguém na esquina?” Arqueou a sobrancelha sarcástico.


“Não, ela não tem.”  Ficou em silêncio por alguns instantes até completar a frase corretamente. “Na verdade, ela nem sequer é mais minha noiva.”


Ouviu Jongdae engasgar, e riu, o garoto lhe olhou com os olhos arregalados e confusos.


“Ela desistiu do matrimônio porque quer seguir a Ordem, fascinante não?”  Junmyeon mordeu o lábio inferior nervoso. “Eu não sei o que vou fazer da minha vida agora Jongdae, já estava tudo planejado.”


Jongdae prendeu a respiração, aquilo estava mesmo acontecendo? Antes de voltar para a taberna, Baekhyun lhe disse que nada nesse mundo é conquistado sem risco, que nós sempre temos o não e que temos que lutar pelo sim. E caramba! Por que a filha do comerciante de especiarias decidiu terminar tudo justo naquela noite?! Por que Junmyeon  teve que encontra-lo justo naquele momento?! Ele estava bêbado, fora de si e, se tudo desse errado no outro dia ele apenas jogaria a culpa na bebida ou na sua falta de vergonha na cara.


“Eu não sei o que apresentar ao imperador agora, talvez ele nem me deixe mais fazer parte da guarda real! Eu estou arruinado Jongdae, a minha vida toda, tudo que eu planejei se foi em coisa de segundos!”


“Junmyeon.” Não tirava os olhos do capitão, que continuava choramingando sobre sua vida ser estragada, ele olhava para o oceano e não para Jongdae.


“E olha que não estou dizendo por ela, ela é adorável mas ama-la? Acho que sempre foi demais essa expressão e-“


“Junmyeon!” Jongdae chamou alguns tons mais alto, fazendo o outro se calar e encara-lo. “Eu estou aqui.”


E nesse “eu estou aqui”, existia tanto coisa escondia! O capitão franziu o cenho confuso com a afirmação do outro garoto, mas não teve tempo para responder, porque Jongdae havia lhe pegado pelo colarinho e lhe puxado para perto, e em pouco ele havia unido os lábios de ambos, a príncipio um toque simples mas logo a língua de Jongdae já estava enroscada na de Junmyeon, que ficou petrificado por alguns instantes até entender o que estava acontecendo. E pela deusa! Porque algo lhe impedia de empurrar Jongdae para longe?! Um beijo calmo que foi sendo interrompido aos poucos por ambas as partes, sem que realmente quisessem interrompe-lo, quando quebrando o ósculo, permaneceram com as faces próximas e as respirações ofegantes, Junmyeon passou a línguas pelos próprios lábios, com toda certeza Jongdae havia bebido. Jongdae sentiu seu corpo esquentar ao se dar conta do que havia feito, se afastou do capitão bruscamente descendo da mureta, fazendo Junmyeon se assustar, olhou para ele abrindo e fechando a boca mas não sabia o que dizer, deu as costas saindo em passos rápidos em direção a uma ruela lotada de gente que acabava no centro da cidade.


“Jongdae!” Desceu da mureta correndo para direção para onde Jongdae havia caminhado.


Porém, o capitão não conseguiu encontra-lo, pois o garoto se misturou entre a multidão provavelmente fugindo, Junmyeon estava ainda ofegante por causa do contato – e agora por ter corrido – e esperava ao menos um diálogo mínimo depois do que fizeram. Eles se beijaram, pela deusa! Isso era um contato íntimo demais! Desfez o rabo de cavalo que usava, passando a mão pelos cabelos de modo frustrado, teria que se contentar em ir para o palácio e conseguir resposta de Jongdae em outra hora.


Sim respostas. Por que ele queria saber se o cientista estava sentindo o coração aquecido da mesma maneira que ele sentia.

 

(!)

 

O templo era um lugar belíssimo, era fresco e enfeitado com vários arranjos florais, além de possuir um jardim interno aos pés da estátua de Ashya em que lírios de todas as cores brotavam, em volta do altar de oração circulava o jardim, deixando os fiéis próximos das flores em contato direto com a natureza. Era plenamente iluminado por uma dezena de velas brancas e azuis normalmente, mas naquela ocasião as velas estavam de todas as cores porque era chegada a primavera, Kyungsoo havia encaminhado um corvo ao templo em Trebbia e aguardava a resposta nos próximos dois dias, no máximo, pois precisavam partir logo. Estava agora em oração com Jongin ao seu lado, ambos de pé frente a imagem da deusa, repetindo o movimento de abrir os braços, eleva-los ao alto da cabeça, depois juntar as mãos e se curvar, era um rito muito comum e o mais praticado, podia ser feito em qualquer lugar e servia para acalmar a alma e dar força. Jongin estava agradecido pela compaixão que o príncipe teve para com sua mãe, mas algo em seu intimo dizia que ele em algum momento iria querer algo em troca, algo que talvez Jongin não fosse capaz de dar ou fazer, abriu os olhos observando Kyungsoo que permanecia concentrado nos movimentos, em sua visão, o sacerdote parecia ser feito da mais fina porcelana e as vezes, pensava consigo se seria um pecado acha-lo tão bonito.


“Continue a oração, ainda não terminamos.” Kyungsoo falou sem abrir os olhos, fazendo o Kim despertar do transe.


“Kyungsoo.” Chamou em um sussurro.


“O que foi?” Ele seguia repetindo os movimentos.


“É errado achar alguém muito bonito?” Se o Do estivesse de olhos abertos, Jongin tinha  certeza que ele teria revirado os olhos por conta da pergunta.


“Mas é claro que não Jongin, que pergunta mais boba.” Franziu o cenho incomodado com a pergunta.


“Mesmo se essa pessoa for outro garoto?” Perguntou receoso.


E então, Kyungsoo interrompeu o rito, e abriu os olhos encarando Jongin.


“O que quer dizer com isso?” Seu tom era sério.


“Eu acho que gosto de alguém Kyung.” Engoliu em seco.


E nesse momento o sacerdote sentiu seu coração vibrar, mas não vibrar de uma maneira boa mas sim, de uma maneira ruim, muito ruim, de um modo triste.


“Bem..” Começou apertando a  barra das mangas longas da túnica que usava. “Você deve cativar essa pessoa eu acho, deve deixa-la saber se for possível, eu não sei nada sobre isso Jongin, eu nunca gostei de ninguém sabe?” Sorriu sem qualquer vontade sorrir.


“Mas se eu contar ele vai embora.” Jongin o encarava, a expressão perdida. “Eu não sei qual  é o tipo de sentimento que sinto, existe alguma oração para isso?”


“Existe várias, podemos acender algumas velas vermelhas se você quiser e podemos realizar uma oração pelo seu coração, o que acha?” Sorriu de canto, sendo sincero dessa vez.


“Isso vai tirar o sentimento de mim ou vai esclarece-lo?” Questionou.


“Depende.” Deu de ombros.


“Depende como?”


“Depende do que você quer que aconteça, se quer florescer então florescerá, mas se quiser que murche então lhe tiraram o sol.” Riu soprado da cara confusa do Kim. “Vem, acredito que o reverendo responsável deva ter as velas que precisamos.”


Jongin seguiu o aprendiz para a parte de trás do templo com o pensamento do florescer ou não rondando sua mente, ele queria que aquele sentimento crescesse e se tornasse belo, que formasse um grande jardim em seu peito, mas, queria com ainda mais fervor que o coração de Kyungsoo também estivesse aberto, mesmo que sem terra fértil, e ousasse deixar as flores crescerem. Porque tudo que Kim Jongin desejava, era transformar o eles, em nós.


Notas Finais


Detalhe: as cartas "tiradas" pelo Jongdae foram escolhidas de verdade do tarot dos anjos, eu fiz as perguntas mentalizei e escolhi, então são respostas com interpretações reais. Do mais, espero que tenham gostado e aguardo o feedback! Nós vemos em breve, eu espero.

XOXO <3


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