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História A jornada - Cantinho de paz


Escrita por: Believe8

Capítulo 9 - Cantinho de paz


Fanfic / Fanfiction A jornada - Cantinho de paz

~ Alicia e Paulo ~

“Paulo, aonde nós estamos indo?” Resmungou Alicia, irritada. Ela estava um poço de mal humor nos últimos dias.

“Você já vai ver, meu amor.” Ele tinha um sorriso indisfarçado no rosto. “É aqui.”

Ele estacionou o carro em frente uma fachada vazia, ao lado de um prédio. Desceu do carro, dando a volta e abrindo a porta para a namorada, a ajudando a descer. Ela encarava tudo, confusa.

“Que lugar é esse?”

“Nossa nova lanchonete.” Ele disse simplesmente, a pegando de surpresa. “Gostou?”

“Se eu gostei? Como assim a gente tem uma lanchonete, Guerra?” Ela estava chocada.

“Já tem um tempo que eu estou pensando nisso, e o Jaime também. Logo que você engravidou, nós começamos a sondar com os clientes fixos, que demonstraram interesse em um espaço mais cômodo e familiar do que um foodtruck na rua.” Ele foi explicando enquanto entravam. “E então nós começamos a procurar um lugar.”

“Sem falar comigo?”

“Alicia, você está uma pilha desde que engravidou. Se nós adicionássemos mais isso à sua lista de preocupação, a Lara teria nascido de seis meses.” Paulo disse o óbvio, e ela teve que concordar. “Aquele casal que vai lá toda a sexta, sabe? O de cabelo azul e a moça de brincos de pena? Então, eles nos indicaram esse lugar e nós viemos aqui ver. Na verdade, era aqui que nós estávamos no dia em que você passou mal.”

“Por isso vocês não atenderam?” Ela estava emocionada, apesar de disfarçar.

“Estávamos fechando o contrato, e não vimos o celular. Quando o Jaime viu, foi te encontrar enquanto eu resolvia uma última coisa. E aí você passou mal.” Ele terminou de explicar, encarando o lugar.

“Mas como nós vamos pagar por isso, Paulo?”

“Isso me leva a outra parte da surpresa, calma. Vem comigo.”

Ele saiu do imóvel, a puxando pela mão até o prédio do lado. Digitou o código no portão de entrada, e a guiou para dentro.

“Quem mora aqui?”

“Espera, criatura ansiosa.” Ele riu, entrando no elevador e apertando o quatro. “Daqui a pouco a nossa filha nasce, se você continuar assim.”

“Então não me deixa curiosa, criatura.”

Ele apenas riu, encarando o visor do elevador. Assim que a porta se abriu, ele a guiou pelo corredor até a porta de número 17. Pegou uma chave e abriu o local, pegando a mão de Alicia e caminhando pelo apartamento.

A mulher ia observando tudo, curiosa, até pararem em frente a uma porta. Paulo sorriu para a namorada, revelando o interior do quarto.

“Essa é a nossa nova casa, Alicia.”

A grávida caminhou para dentro do quarto, as lágrimas já começando a escorrer pelo seu rosto. Havia passado os últimos dias sofrendo e se corroendo, encarando o flat e pensando aonde colocaria a filha quando nascesse, aonde poderia montar um cantinho que fosse dela, e não encontrando. E agora, ali estava ele.

As paredes recobertas por papel de parede caramelo, estampado com patinhas de cachorro bege. Uma poltrona da mesma cor e uma cômoda branca, assim como o berço. O jogo de berço, os itens do trocador, tudo no quarto, repleto de cachorrinhos sorridentes e beges.

“Você disse que não queria nada rosa ou estereotipado, então eu achei que isso seria uma boa solução.” Ele explicou, entregando algo na mão dela.

Ela encarou a plaquinha de colocar na porta, no formato de uma casinha. Tinha dois cachorrinhos maiores, um de gorro e fones, e outro de boné para trás, com um skate do lado. E no meio, um cachorrinho deitado em uma almofada lilás, da mesma cor que o nome LARA escrito no telhado.

“Eu pedi lilás, porque sei que é sua cor favorita.” Explicou o homem, ansioso. Alicia o encarou, sem palavras.

“O que é tudo isso, Paulo? Esse apartamento, a lanchonete, esse quarto? Meu Deus, esse quarto! É perfeito, tudo. Essa plaquinha... Mas como? Com que dinheiro você quer fazer isso?” Ela perguntava, desorientada.

“Calma, eu vou explicar tudo. Vem comigo.” Ele a guiou até a poltrona, a sentando ali e se ajoelhando no chão. “Depois que nós discutimos, por causa do assalto, eu comecei a pensar em uma solução. Nesse interim, apareceu o salão aí do lado. Acontece que ele é de um senhor, chamado Gilberto Soares. Ele ficou viúva há dez anos, aquele salão era a doceria da esposa dele. Ele já alugou algumas vezes, mas estava interessado em vender ou trocar por um galpão, porque ele é mecânico.”

“Trocar por um galpão?”

“Sim, e por acaso o que fica embaixo do flat, onde guardamos o trailer, é do jeito que ele queria. Ele é aposentado, deixou de trabalhar com isso quando a esposa adoeceu para cortar gastos. Mas queria voltar à ativa, e adorou a ideia de trocarmos nosso galpão pelo salão dele, mesmo que o valor do dele seja muito maior que o nosso.”

“Você está brincando, não é?” Ela estava chocada.

“Não, não estou. Eu e o Jaime não acreditamos quando ele fez a proposta, ficamos do mesmo jeito que você. Acontece que ele não tem grandes pretensões financeiras, até porque o filho está muito bem de vida e está o encorajando a reviver sua grande paixão, que é a mecânica.” Contou o Guerra, animado. “E, em meio a conversa, eu comentei que morávamos em cima, mas que logo sairíamos, assim que eu encontrasse um apartamento. Ele começou a perguntar sobre o flat, sobre a gente, e propôs trocar nosso flat pelo apartamento dele, que é esse.”

“É o quê?” Gritou a Gusman, arregalando os olhos.

“Alicia, quando você conhecer o Gilberto, vai entender. Ele é o cara mais simples e desencanado do mundo. Para ele foi natural propor que, como o galpão fica longe daqui, ele morasse em cima dele, e nós do lado da lanchonete. Eu tinha um dinheiro guardado há um tempo, e usei para quitar um pouco da diferença, mesmo ele protestando. Nós fechamos o negócio logo antes de eu correr para o hospital te ver.” Contou Paulo, os olhos brilhando. “O universo simplesmente conspirou a nosso favor, meu amor... Ajeitou a nossa vida inteira.”

“Eu não acredito nisso, Paulo. É surreal demais.” Alicia estava chorando, encarando o lugar todo. “Eu estava tão desesperada esses dias, achando que ela ia nascer em meio ao caos. E você estava aqui, montando o paraíso.”

“Eu não quero ser como o meu pai, Alicia. Eu quero que vocês tenham tudo o que precisarem para serem felizes, mas também quero estar sempre por perto. E eu tenho rezado, todos os dias, para Deus me ajudar nisso. E Ele fez muito mais do que eu esperava, como você pode ver.” Contou o rapaz, emocionado. “Eu e o Jaime já esquematizamos tudo.”

“Ah é? E como vai ser?”

“Nós vamos começar a mudança essa semana ainda. A lanchonete está em perfeito estado, a mulher do Gilberto era muito cuidadosa e ele sobrou isso dos inquilinos. Vai levar uns dois meses para ajeitar tudo, e enquanto isso, trabalharemos só aos finais de semana. Quando a Lara nascer, eu vou ter uma licença de três meses, com uma ida ou outra ao trabalho, quando necessário. E, quando eu precisar voltar, vou estar aqui do lado. Vamos mudar nosso horário também, pelo menos durante semana, porque o Jaime também acha que não estamos vivendo. Vamos fechar a 1h, e de final de semana fecharemos às 3h. Vamos ter um espaço lá na lanchonete para a Lara ficar quando você estiver lá, e depois você pode vir para cá, ou nós podemos nos revezar. Estaremos a dois minutos de casa e do trabalho.”

“É insano, mas parece perfeito.” Alicia segurou o rosto do namorado, lhe dando um longo beijo. “Eu te amo demais, seu maluco. Nós duas te amamos. Obrigada por fazer tanto pela gente.”

“Eu sempre vou fazer tudo por vocês, Alicia. Vocês são a minha família.” Ele se declarou, a abraçando e colando suas testas. “Tem mais uma coisa que eu preciso te dar hoje.”

“Paulo, maneira na emoção, ou a Lara nasce antes do tempo.” Pediu a grávida.

“Se segura aí dentro, marrentinha do papai.” Ele pediu, vendo a mulher rir. “Eu fiquei muito cabreiro aquele dia no hospital, quando não me deixaram entrar por não ser da família.”

“Eu sei, eu também.” Suspirou Alicia.

“Vocês duas são minha vida, Ali, minha família e tudo o que importa para mim. Eu não quero festa, não quero bagunça, não quero firula, mas eu quero que isso seja fato para o mundo todo.” Ela sacou na hora o que ele faria, e quando ele mostrou os anéis, já estava chorando de novo. “Casa comigo, morena?”

“Como se a gente já não fosse casado pela vida, moleque. Mas sim, eu aceito oficializar isso para o mundo.” Ela o puxou pelo pescoço, dando um longo beijo. “Te amo, Guerra.”

“E eu amo você, Gusman... Logo menos, Guerra.”

 

~ Carmen e Daniel ~

“Daniel, você sabe que eu odeio surpresas.” Resmungou Carmen, os olhos tampados pelas mãos dele.

“Sei, e por isso eu adoro preparar elas.” Ele riu, a guiando pelo caminho. “Você vai gostar, amor, prometo.”

“Você sabe que é arriscado eu ficar andando vendada, não é? Eu to com uma barriga enorme.”

“Eu não vou deixar vocês caírem, Carmen.” Daniel riu, parando de repente. “Pronta?”

“Me deixa ver logo!”

“Pronto.” Ele tirou as mãos, sorrindo. Os olhos da mulher marejaram e brilharam de animação.

“Ah, Dan... Está lindo!” Carmen suspirou, abraçando a barriga. “Olha, meus amores... O papai fez um quarto lindo para vocês!”

“Você gostou mesmo?” Perguntou o homem, inseguro.

“Eu amei demais, Daniel!” Ela caminhou até o meio dos dois berços. “Tudo rosa e lilás.”

“Esse é o berço da Nina, e esse é do da Malu.” Ele indicou o com roupa rosa e depois o lilás. “Eu pintei as paredes de amarelinho, porque li que é bom não ter cor forte... Diz que atrapalha no sono.”

“Não sabia, mas isso é bom!” Concordou a grávida. “Eu adoro esse voal no berço.”

“Eu sei, por isso coloquei. E fiz dois trocadores também, afinal, elas podem querer se sujar ao mesmo tempo.” Ele explicou, rindo. “Nada muito rebuscado ou cheio de coisas, mas eu gostei.”

“Eu adorei, Dan, e tenho certeza de que elas também. Eu não quero encher elas de coisas, para que nós nos sintamos melhor pelo que aconteceu. Eu gosto das coisas assim, você também, e elas vão gostar de saber que fizemos de coração.”

“Vem aqui.” Ele a puxou, se ajoelhando e beijando a barriga dela. “Gostaram dos quartos de vocês, princesas?”

“Eu acho que essa bagunça toda é um sim, papai.” Carmen riu, acariciando a cabeça dele. “O armário delas é maior do que o nosso.”

“Eu to chocado com o tanto de roupa que um recém-nascido usa.” Comentou o homem, a puxando e abrindo as portas. “E isso é só o que nós compramos. Tem as coisas que vamos ganhar no chá de bebê ainda.”

“E as fraldas. Tenho até medo de pensar em quanta fralda elas vão usar.” Os dois começaram a rir. “Sinto que esse cantinho não vai ser muito tranquilo, hã?”

“Olha, por enquanto está sendo um ponto de paz para mim.” Garantiu Daniel, e abraçando. “Eu to realmente gostando de tudo isso, amor.”

“Eu também, Dan... To amando demais.” Ela sorriu, acariciando a barriga. “No fim, acho que a culpa do que aconteceu com os meus pais, não foi minha.”

“Não, não foi.” Ele beijou a testa dela. “Quando duas pessoas se amam, um filho se torna uma extensão desse amor, e não algo que o destrua. Se algo não dá certo na relação, a culpa nunca é do filho.”

“Quando tem amor, o filho só vem para fortalecer.” Carmen sorriu para ele, lhe dando um selinho. “Agora eu sei que elas só reafirmam o quanto eu te amo.”

“E o quanto eu te amo. Amo vocês três, na verdade.” Ele deu outro selinho nela. “Minhas meninas.”

“Assim vou ter ciúme.”

“Vem aqui que eu acabo com isso.” Ele a pegou no colo, rindo.

“Eu to gorda, Dan.”

“Para a sua sorte, eu sou forte.” Ele disse, enquanto caminhava pelo apartamento. “Meninas, hora de dormir. Mamãe e papai vão estar ocupados por um tempo.”

 

~ Marcelina e Mário ~

“Não acredito que finalmente está pronto.” Marcelina estava sentada na poltrona do quarto, observando tudo.

“Eu que não acredito que você quis fazer o quarto dele com tema da África.” Mário riu, terminando de ajeitar os bichos de pelúcia.

“Também, você trouxe tanta coisa de presente quando voltou, não consegui pensar em outra coisa.” Riu a grávida, acariciando a barriga. “Seu quartinho tá tão lindo, Enzo. A mamãe e o papai capricharam.”

“A mamãe merecia é uns puxões de orelha, porque ficou pegando peso, quando deveria estar quietinha e de repouso.” Repreendeu o veterinário, caminhando até a esposa e se abaixando. “Você tá se sentindo bem, amor?”

“To sim, lindo. Nenhum desconforto.” Prometeu a mulher, erguendo a bata. “Olha, o corte está fechadinho.”

“Fazem só três semanas, pequena, você não devia ter abusado, eu fico preocupado. Ele tem que ficar aí por mais cinco semanas, não se esqueça disso.”

“Eu sei, senhor super protetor.” A mulher riu, segurando o rosto dele e lhe dando um selinho. “Abusar seria fazer o quarto todo, como eu queria. Eu deixei você fazer muita coisa, hã?”

“Na verdade, você adiantou tudo antes da cirurgia, para eu não ter muito o que fazer.” Ele lembrou, vendo-a rir. “Mas ficou tudo perfeito. Você é uma ótima designer, amor.”

“Eu sei. Queria ter feito um quarto de princesa para a Lara, mas meu irmão e a Alicia não queriam nada muito menininha, né? Mas o de cachorrinho que eu fiz ficou lindo.” Ela se gabou, vendo o marido rir. “O do Luca também ficou ótimo, e o dos trigêmeos também.”

“Só o da Emma e das gêmeas que você não desenhou, não é?”

“A Majo bolou o quarto da Emma sozinha, aquela chata. E a Carmen e o Dan quiseram fazer as coisas do jeito deles, não sei ao certo o que aconteceu. Eles estão bem estranhos desde que ela engravidou.”

“No começo eu acho que eles estavam meio infelizes com a gravidez... Mas, agora, eles parecem estar bem felizes.” Comentou o Ayala. “Será que alguma delas vai ser namoradinha do Enzo?”

“Ai, Mário, para! Nosso bebezinho nem nasceu e você já está querendo arrumar namorada para ele? Ele é meu bebê, só meu.” A mulher fez um bico fofo, fazendo o noivo rir.

“Esse ciúme dos Guerra é bem forte, hein?” Ele beijou a ponta do nariz dela. “Bom, agora que o quarto dele está pronto, hora de voltar para a cama, mocinha.”

“Ah, amor, eu vou criar raízes lá.” Reclamou ela, se levantando com a ajuda dele.

“É o que repouso significa, Marcelina, sossega.” Riu o homem, ignorando os protestos da grávida.

 

~ Margarida e Jorge ~

“Eu amo azul marinho.” Suspirou Margarida, deitada na cama com Jorge.

“Eu sei, você só comprou coisas dessa cor para o Luca.” Riu o loiro, encarando o quarto do filho. “Eu nunca tinha pensado em uma parede de tijolinho em um quarto de bebê.”

“Eu achei a ideia sensacional quando a Marcelina propôs. Assim como colocarmos já uma cama aqui, para eu poder dormir perto dele quando precisar. Aliás, ela é bem confortável, né?”

“Você já está quase dormindo, minha panda.” Ele beijou a testa dela, encarando o ambiente. “É o quarto de um príncipe, que um dia vai ser rei.”

“Hum, não sabia que éramos a família real.” Riu a grávida, o encarando.

“Claro, eu sou real desde sempre, né? Sempre fui um príncipe, de classe. E você era minha camponesa, que eu transformei em princesa e depois rainha.” Ele brincou, fazendo-a rir. “E agora, está carregando o príncipe herdeiro.”

“Você é muito metido e egocêntrico, eu não acostumo com isso.” Ela negou com a cabeça, deitando no peito dele.

Os dois ficaram em silêncio por um tempo, encarando o teto do quarto. Até que Jorge a encarou, pensativo.

“Você está ansiosa?”

“Para o que, exatamente?”

“Você vai tirar os pontos da cerclagem amanhã, Marga... Isso quer dizer que o Luca pode nascer a qualquer momento.” Lembrou o loiro, mordendo o lábio inferior. “Isso quer dizer que ele está cada vez mais perto.”

“Claro que ele está cada vez mais perto, loirinho.” Riu a grávida, encarando a barriga gigante. “E sim, eu estou ansiosa. Eu sei que, depois que tirarmos os pontos, vai ser questão de dias até ele nascer. E agora está começando a me dar medo.”

“Medo o que, exatamente?”

“Acho que mais do parto, em si. De não ter dilatação, ou contrações, não conseguir um parto normal... Eu não queria ter que recorrer a cesárea.” Ela explanou seus pensamentos. “Mas também estou com medo de como vai ser quando ele estiver aqui, com a gente... Será que a gente vai dar conta, amor? Conseguir cuidar dele direitinho?”

“Acho que nós vamos penar um pouco no começo, linda, mas isso é normal.” Garantiu Jorge, pensativo. “Vai ser questão de nós nos habituarmos a ele, e ele a nós. Criarmos um laço e um ritmo, começarmos a nos entender... Nós nunca cuidamos de um bebê, e ele não vai saber falar. Mas é da nossa natureza proteger e cuidar dele, então acho que vamos nos sair bem sim.”

“Eu gosto de como você me acalma, Jorge.” Ela disse com um sorriso, fechando os olhos. “Você se importa se eu dormir um pouquinho aqui?”

“Claro que não, meu amor... Aproveita para dormir agora, porque depois nosso baixinho vai ocupar todo o nosso tempo.” Ele disse com um sorriso, começando um cafuné e vendo-a pegar no sono depressa.

 

~ Maria Joaquina e Cirilo ~

Cirilo encarava o local, admirado. Não pôde ajudar tanto quanto gostaria na arrumação do quarto da filha, mas não podia negar que a esposa estava de parabéns. O lugar estava perfeito e impecável!

“Gostou, amor?” Ela perguntou, admirando o ambiente.

“É perfeito, Maria Joaquina.” O médico sorriu, acariciando o berço. “Cada pedacinho.”

“Eu preferi deixar o berço no meio do quarto, já que ele é temporário, né? A cama é para nós podermos dormir aqui com ela, se precisar. E no futuro, será dela já também. E eu achei que bailarinas seriam legais, já que princesa é muito clichê.” Ela foi explicando os detalhes. “Seu pai que fez essa parede, eu fiz o desenho e ele cortou a madeira para mim do jeitinho que eu pensei. Aliás, ele que fez o berço e a cama também, além do armário dela e essas duas prateleiras, e o trocador.”

“Ele me disse que fazia questão de que todos os móveis da Emma fossem feitos por ele.” Relembrou o homem, emocionado. “E esse lustre?”

“Deu trabalho, mas eu achei um que me agradou. Não queria nada básico, mas também não ia pôr um lustre de cristal no quarto dela. Esse é com pingentes de acrílico, e bem mais simples. Os espelhos são por efeito estético, mas também vão ser úteis para distrair a Emma.” Ela explicou, indo até o interruptor. “Ah, é... Dá para regularmos a intensidade da luz, e a cor dela. Temos a luz fria, comum, e essa luz mais amarelada, para trazer um ar mais aconchegante.”

“Maravilhoso, minha linda. O quarto da nossa filha está perfeito.” Cirilo caminhou até Maria Joaquina, a abraçando e enchendo de beijos. “E eu vi que você deixou uma caminha para a Eevee, hã?”

“Elas vão ser melhores amigas, amor, tenho certeza. Nossa raposinha não vai querer sair de perto da irmãzinha, então é melhor deixar uma caminha para ela aqui.” A estilista sorriu ao ver a filhote deitada na almofadinha rosa no canto.

“Tantos livrinhos, tantos ursinhos, brinquedos... Eu fico feliz de poder dar tudo isso para ela, sabe? Quando eu era pequeno, antes dos meus pais ficarem ricos, eles podiam me dar tão pouco. Eu era, e sou, muito grato por tudo o que eles conseguiram fazer por mim, sei o esforço que eles fizeram para isso! Mas meu pai sempre dizia que, o grande sonho dele, era poder me dar condições melhores de vida! E, agora, eu posso dar isso para a nossa filha.” Cirilo confessou, observando tudo com os olhos marejados.

“Mesmo que você pudesse dar um berço simples e um armário minúsculo, com uma boneca, eu sei que para a Emma seria o bastante. E para mim também. Porque se tem algo que você me ensinou, Cirilo Rivera, foi dar valor para o que os outros nos fazem com amor. E eu sei que você daria isso para ela com todo o amor do seu coração, assim como você está dando tudo isso.” Maria Joaquina se esticou na ponta dos pés, dando um longo selinho no marido. “Te amo, meu lindo.”

“Eu também te amo, minha linda. Você, e a nossa princesinha.” Ele acariciou a barriga dela. “Eu recebi o resultado do meu teste hoje.”

“E aí?”

“Eu passei, Maria Joaquina. Agora, eu sou um neurocirurgião.” Cirilo abriu o maior sorriso do mundo, sendo retribuído na mesma intensidade.

“Eu não tive dúvidas, por nenhum segundo. Parabéns, meu amor.” Ela o abraçou com força. “Nós estamos tão orgulhosas de você.”

“Não tanto quanto eu estou, Majo. Eu consegui, eu finalmente consegui.” Ele soluçou, chorando com o rosto escondido no ombro dela.

A mulher apenas sorriu, o apertando com mais força e deixando que ele soluçasse a vontade.

 

~ Valéria e Davi ~

Por fim, decidiram por demolir a parede entre os dois quartos e fazer um único, bem grande. No futuro, quando achassem que era a hora, o dividiriam de novo em dois ou três, dependendo da vontade dos filhos. Agora, não achavam que seria certo separar Sara de Ravi e Liam.

“Ficou tão lindo, Davizinho.” Valéria estava sentada na poltrona de amamentação, observando tudo com os olhos marejados. “Do jeitinho que eu imaginava.

“Ficou lindo mesmo.” Ele concordou, sorrindo. “Bem simples, igual para os três... Mas elegante e caprichado.”

“E essas plaquinhas com o nome deles? Um mimo.” Ela caminhou até a parede atrás dos berços, observando as placas ovais, feitas pelo pai de Cirilo, com o nome dos filhos entalhados. “Uma graça, realmente.”

“Por que os ursinhos dos meninos são diferentes?” Perguntou o judeu, curioso.

“Porque eles vão ser diferentes? Tá, não fisicamente, mas eles vão ter gostos diferentes. E é bom que estimulemos isso desde o início.” Garantiu Valéria, animada. “Agora eu to em paz.”

“Em paz?”

“É, eles podem chegar quando quiserem. Está tudo pronto.”

“Hey, calma aí. Você ainda está com 27 semanas, meu amor... Temos pelo menos mais cinco, ok?” Ele a abraçou, beijando o rosto dela. “Não é, crianças? Vocês vão ficar na barriga da mamãe por várias semanas ainda, ela que se prepare.”

“Eu não dou mais três, amor.” Ela sorriu triste. “Eu estou sentindo que não vai demorar. O espaço aqui está muito pouco para eles, minha barriga não tem mais para onde crescer. Mas vai dar tudo certo, Davizinho, você vai ver. Logo, nossos anjinhos vão estar aqui com a gente!”


Notas Finais




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