Makarov – Sentem-se.
Após terem sidos apanhados por Makarov, Natsu e Wendy tiveram que ir junto ao diretor para a sala do mesmo. O lugar era bonito e espaçoso. Estantes gigantes coladas às paredes subiam até o teto, com inúmeros livros.
Makarov, sentado na sua cadeira de trás da mesa, olhava para os jovens com um olhar serio, que fazia os dois jovens suarem a frio.
Makarov – Então... Vão me dizer por que estavam ali? Espiando a conversa dos outros?
Os dois jovens desviaram o olhar dos olhos do diretor.
Natsu – Pra falar a verdade, eu nem sei o do por que. A Wendy apenas me puxou para lá... – pensou com uma gota na cabeça.
Wendy suspirou – Diretor, não culpe o Natsu-san, eu o levei até lá.
Makarov – Por quê?
Wendy – Porque, bem, eu queria descobrir qual era o verdadeiro estado da Levy-nee e como a Ultear-san está. Então puxei o Natsu-san até lá e ficamos escutando a conversa.
Makarov – Entendo – murmurou soltando um suspiro arrastado – Vocês devem estar realmente preocupados com o que vem ocorrendo aqui em Rochtheis, né?
Os dois assentiram sem questionamento ou atraso.
Makarov – A medusa... A aparição de Héstia... O selo que ela pôs no Natsu... O guardião... O espirito travesso que possuiu o corpo de Levy McGarden... E a invocação de um Espirito Heroico, não é Wendy?
Wendy – O-O q...? O-O Senhor sabe?
Makarov – Nem um Mundo de Vidro pode se esconder de mim. E por sinal, devo admitir, manter um Mundo de Vidro e um Espirito Heroico ao mesmo tempo, realmente é impressionante.
Wendy corou pelo elogio.
Wendy – Obrigado... Mas, poderia dizer por que disse naquela hora sobre o destino da Levy-nee e da Ultear-san?
Makarov – Ah! Eu já tinha me esquecido.
Natsu/Wendy – Ele só pode estar de brincadeira!
Makarov – Bom, gostaria de primeiro perguntar uma coisa a você, Natsu.
Natsu – Hun? O quê?
Makarov – Já lhe disseram sobre Kyorisviel Dragneel? Quem era ela?
Natsu – Ah, sim. Ela não era a minha ancestral que matou muitos monstros, aí, por conta disso, esses monstros quando renasciam iam atrás da minha mãe e vem atrás de mim? A Lucy me contou sobre ela.
Makarov – Isso já facilita uma parte. Mas ela não contou sobre a profecia que envolve Kyorisviel, certo?
Wendy – Não, Lucy-nee apenas contou sobre ela ser uma ancestral muito conhecida do Natsu-san, ela apenas contou isso. Ah! E um pouco da história sobre os Jogos Mágicos da época.
Makarov – Uhm, entendo. Bom, não importa, pois irei contar o resto. Natsu?
Natsu – S-Sim?
Makarov – Você já deve saber que sua família é bastante antiga, certo? – viu o rosado assentir – Sim, muito antiga mesmo. Ouve uma época, onde os semideuses e monstros batalharam ferozmente, sem trégua. Por ordem das parcas, os deuses não podiam se intrometer em tal batalha. Os semideuses estavam quase perdendo, quando quatro das Quinze Grandes Famílias de semideuses se intrometeram na batalha. Os Dragneel's, os Gaebolg's, os Vermilion's, e os Marvel's.
Natsu – Gaebolg... Vermilion... Marvel... Já ouvi esses nomes... Menos o Marvel.
Makarov – Bom, eu acho que você conhece esses nomes sim. Precht Gaebolg. Zera Vermilion. Lembrou?
A face de Natsu mostrou claramente surpresa.
Natsu – Dois dos quatro fundadores de Rochtheis?
Makarov – Sim. E Marvel é o sobrenome de sua amiga aí do lado.
Natsu – Hã? Nunca soube do seu outro nome, mas é Marvel mesmo?
A garota afirmou um pouco acanhada por ter seu nome exposto tão repentinamente.
Natsu – Mas e essas tais Quinze Famílias? O que elas significam?
Makarov – Irei explicar de uma forma rápida, espero que entenda. As quinze famílias, na época, eram famílias de semideuses. Naquele tempo existiam os semideuses sem família, que não tinha nenhum antecessor divino ou sangue de outro deus além daquele que era seu único parentesco divino. E tinha as famílias de semideuses, que ao longo das eras foi acumulando semideuses e passando seu sangue nobre através dos tempos. Assim ficaram conhecidas as quinze famílias.
Natsu – Entendi... Então além de mim, a Wendy também vem de uma família antiga? Por isso você tem tantos antecessores divinos? – direcionou a pergunta a garota.
Wendy – Sim.
Makarov – Mas a família da Wendy não é uma família qualquer – disse, sussurrando, com um tom brincalhão.
Natsu – Não é? Como assim?
Makarov – Bom, sua família também não é uma qualquer, mas antes de falar qualquer coisa – olhou de canto para a garota, que estava completamente corada – Preciso dizer o estado atual de Ultear e de Levy.
O diretor de Rochtheis viu a face da garota se suavizar, mas logo ser tomada por uma expressão preocupada, afinal era de sua irmã mais velha de quem eles falariam, agora.
Makarov – Aquele ataque a Ultear Fernandes, iremos falar primeiro disso. Ainda não sabemos se ela era o alvo ou só uma isca, mas pelo que descobrimos foi que ela simplesmente foi utilizada para um ritual. Wendy? Naquela luta que invocaste um Espirito Heroico, sentiu algo de diferente, ou aconteceu algo inesperado?
Wendy pensou um pouco antes de falar – Sim. O fato do Natsu-san ter ido parar lá. Eu tinha invocado o Espirito Heroico junto ao selo, mas o Natsu apareceu no meio da batalha. Foi surpreendente.
Natsu – É surpreendente eu ter entrado no meio da luta? Eu sou muito azarento, não desconfio que meu azar tenha quebrado esse selo e me fez ir até lá.
Makarov – Não, nenhum azar pode quebrar uma barreira, principalmente a de uma Sacerdotisa.
Wendy – Então, o que o Senhor quer dizer...
Makarov – Sim! Os jogos começaram.
Natsu – Jogos? Como assim? Que “jogos” são esses?
Wendy – Os piores já existentes Natsu-san.
Natsu – Hã?
Wendy – Os Grandes Jogos Mágicos.
Natsu sentiu o ar esvaziar rapidamente de seu pulmão. Lembrava claramente da história de sua antepassada – Kyorisviel Dragneel – e que a mesma tinha participado de tais jogos.
Natsu – Né, como assim esses jogos começaram? Não estamos mais na Grécia antiga sabia?
Wendy – Natsu-san – chamou, seria, a atenção do garoto – Os Grandes Jogos Mágicos não podem acabar. A cada vinte anos um novo jogo ocorre. E ao que parece você foi escolhido como participante da Héstia-sama.
Natsu – Essa maldita deusa de novo? – pensou indignado, lembrado que ela tinha feito – Mas então, eu tenho que participar desses jogos?
Makarov logo se manifestou.
Makarov – Não. Recentemente conversei com Héstia-sama e...
Natsu – “E deu um soco nela”. Por favor, diretor, diz que você deu um soco na cara dela, diz, por favor.
Makarov – Claro que não – ficou espantado ao pensar como o rosado via a deusa – Com certeza será perigoso se Héstia-sama vier vê-lo, às escondidas, ele irá tentar atacá-la... E atacar um deus, isso não é bom, principalmente no estado em que ele esta, com seus poderes limitados... – suspirou – Não se preocupe quanto aos problemas que Héstia-sama causou a você, Natsu.
Natsu – Como assim? Sabia que a Lucy quase arrancou fora minhas tripas?
Makarov – É por isso que você está indignado?! – exclamou surpreso – Deixando a brincadeira de lado... E voltando ao assunto principal. O ritual que ocorreu utilizou Ultear Fernandes como condutor para uma invocação. Então, desconfiam de alguém?
Wendy – Antes de falar algo, Diretor, quero perguntar. É possível fazer uma invocação de dentro da escola?
Makarov – Sim. Mesmo para um deus é difícil invadir Rochtheis sem eu perceber, mas se alguém invocar um monstro ou deus de dentro da escola, não conseguirei perceber que passaram pelos meus poderes.
Wendy – Então a hipótese mais certa é que invocaram tanto o espirito travesso quanto Jenny Realight, assim passando despercebido por você. Mas o real problema foi quem invocou o espirito travesso e Jenny Realight. Como fara para descobrir?
Makarov – Aí que tá o problema. Como foi uma invocação feita dentro de Rochtheis, quase não sinto rastros, e tudo só piora, já que utilizaram um banho de sangue para completarem o ritual de invocação. Caso eu e os professores não descubramos quem fez a invocação, teremos sérios problemas, podendo até mesmo haver mais vitimas.
Natsu – Então isso tá ficando perigoso, não? Mas porque está nos dizendo isso tudo?
Makarov – Porque preciso da ajudar de vocês dois.
Wendy – De nossa ajuda?
Makarov – Exatamente. Uma Sacerdotisa pode investigar um fluxo místico, certo? Então quero que você descubra por onde esse fluxo está sendo liberado, rastreie quem fez a invocação e nos diga imediatamente. Enquanto a você Natsu, uhn... Bem... É...
Natsu olhou para o diretor com um tique nervoso, vendo que ele olhava para todos os lados, tentando pensar em algo útil que pudesse dizer.
Natsu – É... Eu gostaria que o Senhor dissesse com sinceridade o que quer que eu faça.
Makarov – Certo. Quero que você fique ao lado de Wendy e a siga para todos os cantos que ela for.
Natsu – Como um guarda-costas?
Makarov – Não, como uma isca para trazer as pessoas que lhe querem mal para perto.
Natsu – Draga, eu quero muito dar um soco nesse careca maldito! – serrou o punho por de baixo da mesa – C-Certo diretor. Farei isso – respondeu friamente.
Makarov – Estou contando com vocês – nem mesmo percebeu o tom frio na voz do rapaz – Voltem aos seus dormitórios.
Natsu e Wendy partiram entre a porta para fora da diretória, deixando ali o diretor. Makarov olhou para o chão com muita frieza, e então disse:
Makarov – O que você quer... Héstia-sama.
A risada alegre da deusa roronou e, pelo chao, um cisculo magico se formou e o corpo daquela deusa que tanta confusao estava fazendo apareceu.
Héstia – Olá Makarov-chan. Continua chato né? E que frieza.
Makarov – Não mudei meu jeito em relação a você durante toda a minha vida, porque mudaria agora, do nada? Mas esquece. O que quer?
Héstia – Porque disse que eu não queria que ele participasse. Você mais do que ninguém sabe que ele já está envolvido até o pescoço nessa guerra.
Makarov – Porque põem tantos problemas sobre as costas dele? Ele é apenas uma criança.
Héstia – Nesse termo você se engana, Makarov-chan.
Makarov – Hã?
Héstia sorriu e claramente percebia-se que seus olhos estavam opacos.
Héstia – Ele não é qualquer cria de um deus. Ele foi abençoado e amaldiçoado pelo destino. Só mesmo sua existência está desorbitando o fluxo magico do mundo.
Makarov – Não me diga que ele... Impossível – mostrou fúria em seu olhar – Como pôde enganar as parcas de tal modo? Sabe que quando elas descobrirem...
Héstia – Já será tarde. Eu o escolhi como meu campeão. Nada, é o que você pode fazer. Nada. A não ser que você decida quebrar sua palavra e então se livrar dele. O que fara?
Makarov – Que monstro... – pressionou sua mão contra sua cadeira – Como pode fazer isso com uma criança, Héstia? Já não basta a profecia, quer envolvê-lo em mais?
Héstia – A profecia... Será só isso mesmo?
Makarov – Do que você... – então percebeu – A menina Marvel... Não me diga que você os uniu de proposito...
Héstia – Claro. Faça as contas. Uma Sacerdotisa, uma dominadora de espíritos hereges, uma princesa... Ah, que destino Brilhante esse.
Makarov – Maldita... Eles são crianças! Não deixarei que faça o que quiser enquanto eu ainda for diretor de Rochtheis!
Héstia – Você se engana Makarov-chan. Eu não faço nada, o mundo apenas gira em direção ao futuro que eu tanto almejo que eu tanto esperei. Apenas isso.
Makarov – O que você está prestes a fazer, Héstia? E a que preço?
Héstia – Não se preocupe Makarov-chan. O meu sonho... Apenas trará felicidade...
O brilho do circulo sumiu junto à deusa. E mais uma vez Makarov ficou ali sozinho.
Makarov – O que planeja? – sussurrou olhando através da janela.
Naquele momento, Natsu corria freneticamente entre os corredores.
Natsu – Por quê? – exclamou, querendo uma explicação.
Lucy – Apenas fique parado e receba a punição!
Natsu – E eu lá quero morrer!
Ao saírem da sala do diretor, Natsu e Wendy encontraram uma loira com um arco em mãos e um sorriso histérico na sua face.
Natsu – L-Lucy? – deu um passo para trás ao ver o arco nas mãos da garota – Eh, Lucy-san, o que foi?
Lucy – Você se esqueceu?
Natsu – D-Do quê? Poderia me ajudar lembrar, meio que não me lembro de nada, te-he.
Lucy – Claro – sorriu gentilmente – Lembra o que eu lhe disse antes de sairmos da aula da Aquarius-sensei?
Natsu forçou sua mente ao máximo, mas nada vinha a sua mente.
Natsu – N-Não?
Lucy – Não, é? Hehe. Acho melhor você lembrar.
A mente de Natsu ficou clara como papel e ele se lembrou.
“Lucy – Natsu, vãos estudar então vá direto para o dormitório. Irei lhe ajudar no que você tiver dificuldade”
Natsu – Haha... Haha... Que coisa, à aula de estudo né?
Lucy – É, pois é. Você ultimamente tem andado bastante com a Wendy né? Devo me perguntar se você não está fazendo nada de ilícito com ela.
Natsu – C-Claro que não.
Lucy – Mas mesmo assim irei puni-lo por me deixar esperando... – preparou o arco – Morra em paz.
Natsu olhou pálido para o arco e desembalou, correndo.
Natsu – Quanto azar! – exclamou, lembrando como havia ido até aquela situação.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.