Abyss – Bom, antes de começarmos a lutar, kouhai, tenho que lhe perguntar algo – chamou a atenção de Natsu, ao levantar a mão e falar.
Natsu – Hm? O que? – se viu um pouco interessado no assunto – Se for o papo de eu me aliar a você novamente, já deixo avisado a você, que não!
Abyss suspira – Não é isso. Você já provou se impossível nosso relacionamento pacífico.
Natsu – Relacionamento passivo? Já disse que não corto para essas bandas não, viu?! – exclamou.
Abyss – Eu vou matar esse fedelho... – uma veia pulsou em sua testa. Mas logo suspirou novamente – Kouhai, você... Saberia me explicar de onde veio esse seu poder?
Natsu – Poder?
Abyss – Sim. Anulação e Absorção absolutas de magia é uma técnica pertencente apenas à família real do Rochedo dos Sonhos, porém – estreitou seus olhos – Você a utiliza como se não fosse nada e faz pouco caso? Devo dizer que isso me irrita um pouco... A única que deveria deter esse poder é minha filha, Lucy Azazel, e minha amada Thereshia... Então como um fedelho como você conseguiu isso?
Natsu – Família Real do Rochedo dos Sonhos? Que merda esse velho está falando? – coçou a nuca, desviando o olhar – Bom, não faço a mínima ideia. Só descobri como usar esse poder graças a Kitty quando fizemos nosso contrato. Não sei explicar de onde veio esse meu poder.
Abyss – Entendo – pareceu pensar em algo, e veio a indagar novamente – Tenho mais uma pergunta. Mesmo que tenha sido fraco, o poder de Lucy deveria ter sido mais do que suficiente para destruí-lo completamente, para não deixar nem mesmo poeira, mesmo você sendo um candidato a Lorde Demônio, não deveria sair ileso assim.
Natsu – Bom, é porque eu já não possuo minha parte humana mais – sorriu de canto.
Wendy arregalou os olhos, surpresa com a resposta do Dragneel.
Abyss – Oh? – sorriu largo – Bom, é verdade... Para virar um “Candidato” é necessário perder sua alma humana e ter uma imensa força de vontade para virar um Lorde Demônio... Mas ainda assim, no nível de minha filha, ela deveria ter sido capaz de destruí-lo até a ultima migalha... Então porque ele está ali, de pé como se não tivesse sofrido nenhum ataque? Por mais que seja rápido, ele não conseguiria desviar de algo como aquilo... Hm? – viu Kitty rir alto, chamando a atenção até do Lorde Demônio – O que foi, Grimório? Qual é a graça?
Kitty foi parando de rir aos poucos – A graça é vê você tentando descobrir porque meu Master ainda permanece vivo – sorriu de canto, voltando a possuir uma coloração mais vivida em seus olhos – Sabe, meu Master aqui, eu não diria que é uma boa ideia você tentar entender o que ele é. Eu sou imortal graças a minha maldição, mas o Master... Ele já possuía uma imortalidade adormecida dentro de si próprio. Quando meus poderes entraram em contato com os dele, a imortalidade dele foi ligada... E agora, o meu Master – sorriu ainda mais largo – É um monstro imortal que não pode morrer por nada! Estou muitíssimo interessada para saber o que é essa imortalidade que ele possui.
Abyss – Entendo agora, ele é imortal... – suspirou – Bom, não faz diferença para mim... Até mesmo para imortais, existem modos de “morrerem” e o Vanitas é o mais apto para isso.
Abyss – Fim de perguntas – sorriu largo – Então, kouhai, vamos resolver tudo logo de uma vez?
Natsu – Cai dentro, senpai – chocou seus punhos juntos, animado.
Kitty – Bom, Master, não teremos desempenho algum na luta, então vista isso – puxou uma capa de um circulo místico e jogando para Natsu.
Natsu – Mas eu não me importo de ficar assim.
Kitty – Não estou falando do seu desempenho, Master, estou falando do desempenho dessa aí, no chão – apontou para Wendy, que permanecia sentada no chão, completamente corada, porém não desviando o olhar de modo algum.
Natsu – Hm, entendi – vestiu a capa sobre seus ombros – Kitty, quero que faça algo para mim.
O chamado sério até mesmo chamou a atenção do Evangelho Negro, deixando-a interessada no que viria a seguir de seu Mestre.
Natsu – Leve Wendy e luta lá fora contra a Lucy. Sinto que terei que ir com tudo que possuo no momento para vencer esse velhote.
Kitty – Pode deixar comigo, Master – sorriu largo.
Wendy – Eh?
A azulada olhou confusa para a albina quando essa agarrou suas vestes, sorrindo de um modo largo e feliz – porém, visivelmente, falso e maléfico.
Kitty – Master mandou – pegou impulso – E eu obedeço! – e com uma tremenda e assustadora força, lançou a azulada pelo buraco do teto, indo para o lado de fora – E agora, pequena Azazel, és sua vez.
Sorriu largamente, mostrando malevolência.
Lucy, ainda presa pelo circulo místico do Evangelho, olhou friamente para o Grimório, fulminando-a com seus olhos. E quando em um único movimento, as correntes tinham sido destruídas.
Kitty – Oh, não esperaria menos de uma Princesa – riu – Mas ainda assim, pirralha, acha que está a meu nível? Posso estar fraca e enferrujada graças ao tempo que hibernei naquela espada, mas ainda posso dar uns belos tapas nessa sua bunda lisa.
Kitty pressionou seu pé contra o chão, fazendo com que Lucy fosse empurrada por uma grande alavanca de Terra para o alto, sendo, assim como Wendy, jogada para fora do castelo.
Kitty – Ei, Master – voltou sua atenção para o rosado, que deu uma olhada para a garota – Eu gosto de você e desse seu sorriso. Mas por alguma razão, a algo em ti... Que eu realmente odeio.
Natsu – Oh, o que? – sorriu de canto, encarando aqueles olhos gélidos que o Grimório possuía.
Kitty – Ainda não sei – deu de ombros – Obtive muitos inimigos no passado, talvez você seja descendente de um deles, afinal, seu sangue é uma bagunça em termos de árvore genealógica. Mas bem, teremos longo tempo pela frente e um convívio mutuo, então acho bom você não perder, se não revogarei nosso contrato.
Natsu – Agora me sinto ainda mais inspirado a não perder – lançou um olhar e sorriso para Abyss – Já que não posso perder esses novos poderes que acabei de adquirir com esse nosso contrato.
Kitty – Master tolo, esses poderes são seus, eu nunca dei a você, apenas os ativei com o nosso contrato – suspirou – Bom, vou indo resolver os assuntos daquela garota e salvar sua outra amante.
Natsu – Não machuque a Lucy de forma alguma – comunicou sério, voltando sua atenção para a garota – Faça o máximo que conseguir para tirá-la do controle de Abyss, mas sem feri-la.
Kitty – Ai, ai, ai. Farei o possível, Master, mas ainda não estou cem por cento, legal? Diria que minha reserva só está a dezessete por cento, então será meio complicado.
Natsu – Não faz diferença, não machuque de forma alguma minha Lucy.
O evangelho sorriu ainda mais largo, vendo como o seu Mestre possuía uma convicção forte. E, não dizendo mais nada, partiu para fora do castelo do Lorde Demônio também.
Abyss e Natsu se encararam friamente um ao outro, mostrado hostilidade em relação aos seus objetivos.
Porém, era visível como ambos se encontravam animados em relação a toda aquela situação, mesmo com seus contras – Abyss sorria por poder lutar contra outro Rei Demônio, mesmo sendo apenas um candidato a um, ainda assim o deixava animado por ter um inimigo a altura, mesmo que tal só atrapalhasse em seus planos.
Lentamente e um passo de cada vez, começaram a seguir um em direção ao outro. E em poucos passos, já estavam um de frente para o outro.
Silencio. Silencio tornou-se presente entre os dois, com nenhum vindo a falar nada, simplesmente encarando-se fulminantemente a pessoa a sua frente com tamanho ódio.
Natsu – Eu não vou com a sua cara – declarou com ódio.
Abyss – O sentimento é mutuo.
A Lorde Demônio do outro mundo fez seu primeiro movimento – Vanitas: Clarioueses! – e atacou o rosado.
Porém, Natsu defendeu o ataque com sua mão esquerda, absorvendo completamente aquele ataque e indo com tudo com sua mão livre, mas antes de conseguir atracá-lo, Abyss destruiu o braço do rosado completamente com sua mão livre.
O rosado pulou para trás, sentindo uma dor incontrolável em seu braço que tinha sido levado a mais nada do que uma posa de sangue e carne logo a sua frente.
Abyss – Irá se arrepender, garoto, caso você me subestime – seus olhos brilharam de um modo maléfico – Posso possuir apenas um quarto do que eu tinha antes, mas ainda assim sou muito poderoso. E não é porque você se tornou um imortal que o temerei. Eu já lutei contra um monstro imortal antes como você, ele era terrivelmente nojento, mais ainda assim, sai vitorioso.
Natsu – Oh? – sorriu de canto – Mas sabe, eu sou meio especial.
Foi aí que Abyss percebeu – O sangue está voltando ao seu corpo... Ele não está se regenerando, mas sim, se reconstruindo... Entendo agora... Esse é o pior tipo de imortalidade.
Quando completamente curado, Natsu estalou os ossos de seu braço direito, endireitando seu ombro de volta ao lugar correto logo depois.
Natsu – Eu ainda não entendo uma coisa, senpai... – olhou para o Lorde a alguns metros a sua frente –... Lucy é filha de Atena, correto? Então como ela pode ser filha de outra mulher?
Abyss – Oh, pergunta interessante. Acho que só a responderei por que estou de bom humor e quero tirar suas duvidas antes de matá-lo – sorriu – Sabe como os filhos de Atena nascem?
Natsu – Uhn, sim. De sua cabeça, os filhos de Atena nascem da cabeça dela.
Abyss – Sim. Atena e seus filhos não possuem uma ligação de “sangue”, eles só têm como ligação, sua fé em sua mãe e a ligação de seus espíritos.
Natsu – Ligação de... Espíritos? – franziu o cenho, ficando de pé.
Abyss – Exatamente. Fora essa ligação possuinte entre mãe e filho, os filhos de Atena não passam de humanos comuns.
Natsu – E onde isso leva a Lucy?
Abyss – Simples. Minha filha, Lucy Azazel, possuí a habilidades da verdadeira Princesa do Crepúsculo, e isso a permite fácil quebrar dimensões e cancelar a existência da própria magia. Como anular a existência de uma simples semideusa, assim usurpando seu lugar, e fazer uma ligação com Atena.
Natsu arregalou os olhos, ao em fim entender – Isso significa... Que Lucy realmente fez a existência da verdadeira Lucy desse mundo desaparecer para ela ficar e completou sua ligação espiritual com Atena. Isso é... Totalmente sem sentido.
Abyss – Sim, és vero, porém, isso não importa para mim – sorriu largo, frio – O sucesso desse meu plano... Quando eu recuperar todo o meu poder... Eu irei destruir todos os deuses desse mundo, roubarei a autoridade de Nix e das parcas, e em fim... Trarei minha Thereshia de volta a vida! Sim! Minha amada me espera para trazê-la de volta!
Natsu – E você acha que eu vou deixar você fazer o que quer? – rangeu os dentes em tamanha ira que o canto de seus lábios sangrou – Não deixarei você usar a Lucy de forma alguma. Não permitirei que você a faça de um brinquedo, seu maldito.
Abyss – Seu moleque – as veias de ira ficaram visíveis com sua raiva – Eu vou te matar antes de eu começar meu plano! Você é uma irregularidade do próprio cosmos! Morra, Natsu Dragneel!
Natsu – Venha, Abyss, eu vou te matar!
O rosado fez seu movimento, desaparecendo e surgindo rapidamente as costas de Abyss, que logo sentiu a presença do rosado e o atacou, destruindo completamente metade do corpo do rosado.
Porém, em uma velocidade monstruosa, ainda no ar, Natsu se regenerou, acertando o rosto de Abyss com seu punho fechado, fazendo-o cambalear alguns passos para trás.
O Lorde Demônio riu friamente por fim.
Abyss – Acha que isso terá efeito em mim, garoto? – riu, mas logo se calou ao sentir sua face rachar – Isso... É impossível – sentiu aquela dor por todo seu rosto, principalmente onde o rosado tinha o acertado – Ele... Anulou minha existência?!
Natsu – Meu punho não só anula magia, Abyss – rangeu novamente seus dentes – Ele também anula... Aquilo que não devia existir nesse mundo – caminhou um passo a frente – Kitty me contou. Você não passa de uma sombra. Uma sombra do verdadeiro Abyss Azazel Trinity. Isso significa que você não possui um corpo verdadeiro. Sua própria existência não é nada além de magia.
Abyss – Entendo – sorriu de canto, meio vacilante – Você pretende anular minha própria existência, banindo-me de tudo desse cosmos. Certamente, esse é um poder que realmente pode me destruir completamente. Porém... – sorriu largo – Isso só se você me tocar. Vanitas: Grimirio Glitoris.
Novamente, a nevoa negra se formou e saiu das mãos de Abyss, só que diferente das antecessoras, essa tomou a forma de milhares de lanças negras no ar. E num simples movimento de mãos, todas elas atacaram Natsu ao mesmo tempo.
Com certa habilidade, Natsu conseguiu de desviar das inúmeras lanças, porém, mais e mais vieram e cada vez mais rápido elas ficavam. E em certo momento, quando percebeu que já não conseguiria mais desviar, começou a anular a magia. Porém aquele nível de concentração que precisava ter no momento ficava difícil de manter.
Natsu – Preciso treinar esse poder... – respirou profundamente, ao ver que não tinha mais lanças vindas em sua direção – Não adianta, senpai. Posso anular suas magias de distancia, e posso anular sua existência desse mundo a curta distancia. Você perdeu.
Abyss – Oh, não me diga? – sorriu de canto, enquanto seus olhos brilhavam fortemente.
Natsu – Sim, senpai, você perdeu completamen...
No exato segundo que Natsu ia proclamar a derrota de Abyss, o Lorde Demônio se transformou em sombra e desapareceu – e, repentinamente, Natsu sentiu seu peito ser perfurado por uma longa espada negra, que poderia ser comparada a sua “Black Imperial Sword”.
Abyss – Entenda, seu fedelho... Você pode ter algumas habilidades, mas ainda assim, eu vivi muito mais tempo que você... Eu já lutei incontáveis vezes com pessoas poderosas... Você é apenas uma criança especial com um poderzinho incômodo que já vem se achando superior? Encontre seu lugar, seu fedelho de merda!
E foi aí que, da ponta da espada que atravessava seu corpo, Natsu viu uma nevoa negra e densa começar a engolir a si.
Abyss – Eu finalmente entendi a singularidade desse seu poder de anular magia e de sua imortalidade – sorriu largo – E agora que eu entendi, posso emergir você em pura escuridão, afinal, não importa se você pode negar magia, para onde você vai, é o próprio nulo onde nem a magia alcança.
Natsu – V-Você... – olhou com ódio para Abyss.
Abyss – Você deve está se perguntando não é? Como se a magia na alcança lá, como eu mandarei você? – riu – Bom, eu sou especial, já que atravessei dimensões, eu adquiri uma habilidade bem legal, e não estou com vontade de explicá-la, já que você já vai.
Natsu rangeu seus dentes fortemente, sentindo a nevoa se completar a o cobri-lo completamente, sugando-o completamente para as trevas, imergindo-o em escuridão.
Abyss – Finalmente estou livre dessa peste... – sorriu largo, porém, foi então que sentiu um novo ponto de magia logo as suas costas, no portão de entrada daquele salão, onde teve a visão de duas pessoas desconhecidas – Você é... Quem é você?
– Prazer, cara Lorde Demônio de outro mundo – caminhou d vagar, descendo lentamente as escadas – Sou um simples andarilho que anda por aí – sorriu por de baixo de seu capuz.
Abyss – Um simples andarilho não conseguiria quebrar minha barreira em volta desse castelo, então o como conseguiu entrar aqui? – sorria de canto, porém, indagava seriamente.
– Não faz diferença de “como” ou “porque”, vamos direto ao assunto – retirou seu capaz, mostrando um familiar cabelo ruivo – Meu nome é Loke, Loke Verbiglion. É um prazer conhecê-lo, caro Lorde Demoníaco, Abyss Azazel Trinity.
Abyss – Eh, um rosto bastante estranho – sorriu, vendo aquela cicatriz no rosto do garoto – Diga-me. Veio me atrapalhar. Se sim, farei com você o mesmo que fiz com o kouhai.
Loke – Não, não, não – sorriu – Eu quero apenas saber algo do senhor. Apenas uma única coisa. Quero que você me ajude.
Abyss – O que?
Loke – Você está atrás de uma forma de reviver uma pessoa, correto? – viu o Lorde assentir positivamente – O mesmo para mim. E eu já consegui tudo que necessito para revivê-la. Porém, a algo me atrapalhando – suspirou – A alma dela está presa nos confins de Nix, por isso não consigo alcançá-la não importa o que eu faça, nem mesmo indo para o Rochedo dos Sonhos eu consegui fazer ela vir para a realidade, mesmo a força, eu ainda não consegui trazê-la a realidade.
Abyss – E o que você precisa? – sorriu largo.
Loke – De certa alma... – sorriu largo, de mesmo modo que o Lorde Demônio – A alma do tolo Rei dos Heróis. Daquele que chegou ao abismo mais profundo em si, sorriu, olhou, e voltou para o mundo humano. Eu necessito da alma do grande tolo, a alma de Gilgamesh, o semideus que voltou de Nix.
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