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História A Lei do Casamento - Dramione - Capítulo 20


Escrita por: Silver-Shades

Notas do Autor


Bom dia, meus amores! Tudo bem por aí?
Quero agradecer pelos comentários maravilhosos do último capítulo. Tô muito feliz que tenham gostado. @buenoc, @SenhoritaFanfiqueira, @Alassea, @Marangelsantos, @Brisa-chan, @Amandinha_MO, @IRLOUREIRO, @Flamelissa, @kia_hatake, @camilagomes94, @atenaizauchiha, @whoishielly, @Lady_Malfoy10, @Vivisoldi, @PrinsHel, @lynaHH, @Molin, @nonequeen, @Jessssy, @_bmoresco, @Jonhy_barganha, @IPotter2020, @athena131, @Maia1373, @Laom, @anjaencantada, @Plummit, @julianavieiram, @val2030, @Andress0, @Kakamalfoy100

Obrigada por tanto amor com essa fic, lindezas! Vocês me deixam muito felizes.
Bora para o capítulo! Nos vemos lá em baixo. Boa leitura <3

Capítulo 21 - Capítulo 20


A fraca luz solar que iluminava o quarto pela manhã foi a responsável por acordar Draco. O fogo na lareira crepitava, mantendo o local aquecido e aconchegante desde a noite passada. Nem ele ou Hermione se lembraram de fechar as cortinas do quarto após passarem horas com os corpos emaranhados na cama.

Apesar de ter despertado mais cedo do que gostaria, ele não se sentia cansado. Muito pelo contrário, sentia-se exultante. Desde a viagem a Paris, quando os dois passaram o restante dos dias separados mal falando um com o outro, Draco sentiu uma espécie de vazio interminável dentro dele, mas o sentimento não parecia estar mais ali depois de ontem.

Ele passara por um misto de sensações, sendo sincero; alívio por Hermione ter usado o vestido que comprara para ela. Felicidade por terem resolvido a última discussão que tiveram. Ciúmes por vê-la com Theo. Curiosidade e surpresa quando a viu dançando com um homem mais velho, ambos imersos em um assunto aparentemente sério ━ negócios, como ela havia falado depois. Hermione parecia totalmente à vontade com os convidados, cumprimentando todos aqueles conhecidos e desconhecidos. Ele não ficara muito tempo com ela durante a noite, mas manteve a atenção nela de longe o máximo que conseguiu. Gostava de observá-la. Seu coração palpitava cada vez em que a via sorrindo e jogando a cabeça para trás quando ria divertida, ou quando mordia o lábio quando estava concentrada em algum assunto.

Sim, havia muito a ser resolvido entre eles, mas um passo de cada vez. Por enquanto, queria aproveitar os momentos felizes com ela.

E por falar nela, sua bruxa estava deitada de bruços na cama. O lençol branco a cobria da cintura para baixo, deixando suas costas nuas à mostra, e seus cachos bagunçados estavam espalhados. Ele passou alguns minutos apreciando sua esposa adormecida antes de segurá-la na cintura e depositar beijos leves em sua coluna. Hermione se mexeu na cama, resmungando algo ininteligível enquanto se virava. Draco salpicou beijos no rosto dela, descendo pelo pescoço e clavícula, na tentativa de acordá-la de forma afetuosa.

— Você deveria acordar — ele murmurou entre os beijos. — Me faça companhia, Hermione.

Draco pôde ver um leve sorriso se formando nos lábios da bruxa e continuou as carícias, já que ela ainda estava de olhos fechados.

— Você podia acordar, e nós dois poderíamos ficar um tempo na banheira. O que acha? — ele cantarolou próximo a orelha dela.

A mão de Hermione se enroscou em alguns fios loiros de Draco e seu sorriso se alargou enquanto ela assentia com a cabeça. Os dois se levantaram rapidamente e se dirigiram até o banheiro, semelhante ao da suíte de Hermione, e logo encheram a banheira de hidromassagem.

Após um longo tempo na água quente entre beijos, carícias e um banho de verdade, eles decidiram sair, seus dedos enrugados depois de tanto tempo debaixo d’água. Enquanto ele secava o cabelo, braços e tronco, e depois enrolava a toalha na cintura, pôde perceber o rosto de Hermione se fechando em uma carranca.

— Aconteceu alguma coisa? — ele perguntou, preocupado. Hermione simplesmente negou com a cabeça, mas o semblante ainda estava lá. Dúvida.

— Estou vendo seus neurônios colidirem entre si e a dúvida está estampada em seu rosto. O que foi?

— Não é nada. — Hermione enrolou o cabelo na toalha extra que estava no suporte do banheiro e voltou para o quarto. 

Ele foi atrás dela em um instante, parando em sua frente e segurando seu rosto com as mãos. O tempo que passaram juntos até agora foi, no mínimo, incrível. Ele não entendia porque Hermione parecia estar incerta do que havia ali.

— Eu já pedi que não se afastasse, certo? Me conte o que está havendo — Draco pediu, uma leve súplica em sua voz.

Ela respirou fundo.

— Onde… O que nós somos?

Draco ergueu uma sobrancelha.

— Marido e mulher?

Ela revirou os olhos e tentou conter a acidez em sua voz.

— Pareço estar brincando? O que nós somos, Draco?

— Você vê algum divertimento em meu rosto? Como assim, o que nós somos? Somos casados, óbvio. Por uma lei inútil, mas não quer dizer que você seja menos minha esposa por causa dela. Eu gosto de estar com você.

— Então quer dizer que estamos “nisso” — ela indicou os dois com o dedo —, por obrigação? Conveniência?

Draco arregalou os olhos com a linha de raciocínio dela.

— O quê? Não! Hermione, por que está iniciando essa discussão?

— Eu quero saber em que página nós estamos, mas aparentemente você está só se aproveitando de uma situação da qual não teve controle. Já que está casado comigo, devido à uma inutilidade, como bem disse. Pelo menos teria um sexo garantido — ela ironizou.

— Hermione! Você está se ouvindo? — Ele estava prestes a perder a paciência. Como ela podia acusá-lo dessa forma? Os olhares, os gestos, as noites que passaram juntos depois do casamento não eram suficientes? Ela estava tão presa às consequências da lei que não conseguia enxergar que ele queria ficar com ela?

— Deixa para lá. Acho que já entendi tudo. — Ela pegou sua varinha em cima da cômoda perto da lareira, convocou seus pertences e aparatou.

Draco ficou tão pasmo com a atitude repentina que não conseguiu formular uma frase antes que ela sumisse. Ele passou alguns segundos olhando para o nada onde ela estivera, estático. Por que Hermione era tão teimosa? Parecia que gostava de alfinetá-lo e arranjar discussões, e sobretudo impedi-lo de falar.

Por que ela fugia? Ele não aguentava mais deixar a situação em aberto. Essas atitudes dela o encurralavam mentalmente, deixando-o inseguro e confuso sobre o que ela queria dele. Ou com ele.

Agora seria a última vez. Precisavam colocar as cartas na mesa. Caso ela fugisse novamente ou não estivesse na mesma página, Draco não insistiria mais.

Ele se arrumou em velocidade recorde, apenas pegando uma calça e uma camisa qualquer para não aparecer de toalha no quarto dela, e aparatou no closet, onde deduziu que ela estaria se vestindo.

Hermione estava de costas para ele naquele momento, buscando alguma peça em uma gaveta. Ela já estava vestida, os cachos úmidos balançando em suas costas conforme se movimentava. Draco a escutou fungar e não demorou para se aproximar dela.

— Você não pode fugir assim — ele falou, decidido. — Não enquanto estamos no meio de uma conversa.

— Não temos nada para conversar, Malfoy — ela retrucou com a voz embargada.

— Não. Sem essa de Malfoy, Hermione. — Draco estava a menos de meio metro de distância, mas ela ainda ficou de costas, recusando-se a olhar para ele. — Nós não terminamos de falar. Eu não terminei.

— Então fale o que quer e saia, por favor.

— Não antes de você olhar para mim. — Ele suavizou seu tom de voz.

Hermione estava rígida em sua posição, Draco podia perceber. Arriscou um passo em direção a ela, depois outro, até estar perto o suficiente para sentir o cheiro dos produtos de cabelo que ela usava. Ele levou a mão até a dela que pendia ao lado do corpo, segurando seus dedos, tentando fornecer segurança. Ele não estava ali para brigar ou deixá-la desconfortável.

— Olha para mim, por favor — ele pediu mais uma vez. Hermione fechou a gaveta com a mão livre, não se desvencilhando do toque dele. Draco escutou seu suspiro profundo e ela se virou, devagar.

Hermione tinha os olhos levemente vermelhos e molhados, indicando que estava chorando antes dele chegar. Um pedaço de Draco torceu com a cena, triste e aborrecido consigo mesmo, mesmo que não fosse sua intenção. Deixá-la nesse estado já não era mais sua intenção há um bom tempo.

A mão que estava segurando a dela intensificou o aperto. Ele acariciou a pele quente com o polegar, em silêncio, apenas observando-a por alguns segundos.

Ele não insistiria se ela não o quisesse, mas provavelmente o deixaria em frangalhos caso acontecesse.

Hermione inclinou a cabeça para trás, encostando-a na porta do armário. Draco mordeu os lábios, nervoso, mal sabendo por onde começar.

— Eu não queria que você entendesse que estamos “nisso” por causa da lei. — Um bom começo, já que ela não exibiu nenhuma reação. — Sim, uma coisa surgiu devido a outra, mas eu nunca te usaria dessa forma, como se você fosse um objeto a ser usufruído.

Hermione acenou minimamente com a cabeça e ele tomou como uma permissão para continuar falando:

— A lei me pegou de surpresa, não vou mentir. Tudo foi repentino e estranho, sim, eu reconheço. Nosso histórico não é dos melhores e eu não agi bem quando soube, mas… 

Draco não era acostumado a falar sobre sentimentos. Ou melhor, Malfoys nunca deveriam deixar suas emoções expostas. Mas ela não trazia tantos sentimentos à superfície? Ele já não se sentia completamente aberto?

Não deixe para amanhã o que se pode fazer hoje, certo?

— Eu gosto de estar com você — ele atropelou as palavras, mas soube que Hermione havia entendido no momento em que um brilho surgiu em seus olhos castanhos. — Eu… eu… Hermione, eu gosto de estar ao seu lado — ele repetiu fracamente. — Nós pisamos em ovos um com o outro, mas não quero que seja assim. Eu quero conhecê-la, se você permitir, saber do que gosta, sobre seu trabalho. Quero conhecê-la com outros olhos, outra mentalidade, diferente do meu eu de onze anos. 

Ele deu mais um passo à frente, quase anulando a distância entre seus corpos e apoiou a mão livre próxima à cabeça dela, depois seus dedos flexionaram involuntariamente e ele não se conteve, colocando-a sobre a bochecha de Hermione.

— Eu gosto de você. — Praticamente um sussurro, mas estava lá. Ele sabia que havia falado. Sua garganta queimava com as palavras, misturado ao medo da rejeição. Estava para nascer a pessoa que soubesse lhe dizer, com clareza, o que Hermione fazia que o deixava desorientado dessa forma.

Ele engoliu em seco, aguardando uma resposta, uma reação, qualquer coisa. Hermione estava muda e isso lhe trazia uma sensação de ansiedade absurda.

Não te contaram que ficar em silêncio após ouvir que alguém gosta de você pode matar a pessoa do coração?

— Tudo bem — ela murmurou.

— Tudo bem, o quê? — ele perguntou, aflito.

— Você pode me conhecer melhor.

Uma parte dele quase gemeu em alívio, mas faltava algo.

— Isso é tudo? — Draco tentou conter o nervosismo. Ela só captou que ele queria conhecê-la? 

Hermione sorriu levemente e entrelaçou seus dedos. Seus olhos castanhos focaram no rosto de Draco.

— Eu gosto de você também — ela sussurrou, tirando um suspiro que estava preso no peito de Draco. Ele fechou os olhos e encostou sua testa na dela.

— Graças a Merlin. — Ele soltou a mão que estava segurando e colocou no rosto de Hermione, beijando-a em seguida.

Diferente dos outros beijos pesados e carregados de tensão, ou aqueles pós-sexo preguiçosos que trocavam, esse parecia diferente; tinha uma intenção diferente. Draco não hesitou em colocar seus sentimentos nele, todas as emoções que não conseguiu definir em palavras. Ele queria que Hermione entendesse que aquilo entre eles era uma nova fase. Um novo marco na relação confusa deles.

Era um início para os dois. Uma segunda chance.

Finalizando o beijo com um selar de lábios, Draco se afastou da esposa com um sorriso. Hermione retribuiu o gesto, mas logo franziu os lábios.

— Nós precisamos definir algumas coisas — ela informou.

Draco assentiu com a cabeça.

— Vamos sentar e conversamos. — Ele e Hermione foram até a sala, sentaram-se em frente à lareira e permaneceram com as mãos entrelaçadas. — O que você precisa falar?

— Eu quero te conhecer também, Draco, mas essa confusão entre nós não pode mais acontecer.

— O que quer dizer com “confusão”? — ele questionou.

— Esses desentendimentos e falta de diálogos. Acusações, ciúmes e imposições sobre mim. Se você estiver desconfortável, venha falar comigo antes de sugerir algo sem fundamento.

Draco acenou com a cabeça em concordância.

— Justo, desde que faça o mesmo comigo.

— Sim, é claro — Hermione respondeu.

— O que mais? 

— Nós… hum… Você se importa em ser visto em público, comigo?

— Nos beijamos na frente de duzentas pessoas ontem, Hermione, por que me importaria com isso?

— Por nada. É que Gina vai estrear como jogadora profissional na nova temporada de quadribol, e ela tem um camarote disponível para todos nós, e bem…, eu queria saber se você quer ir comigo.

Draco ficou surpreso com o convite. Ele imaginou que Hermione se incomodaria em sair em público, por isso estava perguntando sobre o assunto.

— Não sabia que você gostava de quadribol. — Sério, Draco? Ela te convida e você questiona?

— Bom, nunca fui muito adepta ao esporte ou voar em uma vassoura, mas quero ir e apoiar minha amiga. Se você quiser ir também, tem um lugar — Hermione informou.

— Eu quero — ele se apressou em dizer. — Obrigado por me convidar.

A bruxa assentiu com a cabeça.

— Vai me contar sobre aquele tal de Morris? — Draco trocou de assunto depois de alguns minutos de silêncio.

— Oh, é mesmo! Ele quer expandir o mercado potioneiro na América e se tornar investidor da empresa responsável.

— E o que isso tem a ver com você?

— Ele sabe que você é dono de uma exportadora de poções e queria saber se tínhamos o interesse de conversar sobre a proposta. — A história estava deixando-o muito curioso. Havia um tempo que queria aumentar o alcance da empresa, mas por que então o homem não viera falar diretamente com ele?

— Por favor, não me leve a mal — Draco começou —, mas por que ele falou com você?

— Pensei o mesmo no início, mas então tudo fez sentido. Ele namora minha chefe de departamento, então sabia sobre meus projetos e todo o assunto sobre vampiros e lobisomens, o que você também sabe — ela respondeu e Draco acenou com a cabeça para que ela continuasse —, mas ele disse que vê um potencial na criação de novas poções de tratamento para as criaturas mágicas e quer estar envolvido, desde que eu também esteja.

— Resumindo, ele quer investir na minha empresa, mas apenas se você tiver trabalhos ativos dentro dela, algo que concordamos em fazer há algumas semanas?

— Sim, basicamente. Eu disse que era preciso falar com você antes, e então poderíamos marcar alguma reunião para conversarmos pessoalmente. Mas sim, é isso mesmo.

Ele já dissera que essa mulher iria vencê-lo em tudo sem ao menos que ele tentasse, certo?

Ele também dissera que esse sorriso seria a morte dele, assim como a expressão que ela tinha quando estava concentrada em assuntos sérios, certo?

Agora, ele sabia que esse sorriso associado às emoções de Hermione quando se tratava de trabalho, mais a consideração que ela tivera com ele e sua empresa seria a cartada final. 

Não havia mais volta.

Draco puxou Hermione para seu colo e ela conteve um resmungo de susto. Ele colocou ambas as mãos na cintura dela, segurando-a firme e aproximou seus rostos.

— Então quer dizer que a Sra. Malfoy vai trabalhar comigo e me deixar ainda mais rico?

Hermione sorriu.

— E ajudar as criaturas necessitadas e negligenciadas.

— Não sei o que fiz para merecer você — ele murmurou antes de capturar os lábios dela e beijá-la com orgulho. Seu coração martelava no peito, sabendo que Hermione estava dando abertura para ele e seu trabalho de uma forma que jamais imaginara. Realmente, um novo começo e uma segunda chance.

Hermione retribuiu o beijo e, em minutos, eles estavam esparramados no sofá, aproveitando do calor um do outro mais uma vez.

• ───── ✾ ───── •

A estreia de Gina na primeira partida da temporada aconteceria hoje, no segundo final de semana de janeiro. Seria Harpias x Chudley Cannons, e a duração do jogo estava prevista para em torno de quatro horas, devido ao histórico dos dois times, mas havia grandes chances de ser ainda mais longa.

Hermione estava animada para prestigiar o primeiro jogo da amiga. Entretanto, não podia fingir que o mal estar que sentia sugava todas suas energias, e ainda era de manhã. Parecia que um hipogrifo passara por cima dela.

Jogando as cobertas para longe, ela se levantou da cama com um pouco de dificuldade e decidiu tomar um banho, na intenção de relaxar seu corpo. Realmente sua noite de sono não fora tão proveitosa. Ela já havia deitado tarde da noite, depois de um jantar divertido com Narcisa e Draco e horas trabalhando com os projetos do departamento. Seu marido até quisera que ela passasse a noite com ele, mas ela recusara, alegando que precisava colocar suas ideias no papel e que gostava de fazer isso sozinha, antes dos dois iniciarem os trabalhos oficialmente.

Draco ficava insatisfeito quando ela resolvia dormir em seu quarto em vez de com ele, mas Hermione sabia que por mais que eles estivessem dando uma chance para o relacionamento, os passos seriam curtos. Não era como se ela fosse esquecer todo o histórico deles, mas também não havia porquê se apegar ao passado.

Ela só queria ir devagar. Conhecê-lo apropriadamente e deixá-lo conhecê-la, antes de pular de cabeça desse penhasco.

Mas a cabeça dela, nesse momento, parecia ter pulado de um penhasco. Literalmente.

Enquanto a banheira se enchia de água quente, Hermione suspirou cansada. Mais um dia fazendo essa rotina maluca de passar horas a fio trabalhando durante a noite, somado ao tempo chuvoso do primeiro mês do ano e ela ficaria doente. Mas precisava compensar o tempo perdido.

Tempo perdido. Seu filho perdido.

Hermione balançou a cabeça para afastar os pensamentos indesejáveis. Ela não sabia que estava grávida, e portanto, não poderia ter feito nada para impedir. Ponto.

Mas não significava que doía menos.

Ou que ela não se pegava pensando em como ele ou ela seria. Ou o que Draco pensara da situação, uma vez que nunca conversaram sobre o assunto.

Chega. É suficiente.

Entrando na água quente e sentindo os músculos responderem imediatamente à temperatura, ela recostou a cabeça na borda da banheira e respirou fundo, limpando sua mente. Foi questão de minutos até que adormecesse mais uma vez.

• ───── ✾ ───── •

Hermione estava atrasada.

O jogo começava às 14h. Eles usariam o flu para ir até o estádio, mas a lotação seria um fator que atrapalharia a chegada até o camarote.

Draco estava estranhando a ausência dela. Ontem à noite estava tudo bem, aparentemente, mas depois ela quis ficar sozinha trabalhando. Hoje, Dipsy havia avisado pela manhã que Hermione ainda estava dormindo, mas depois de um tempo, ela estava acordada e tomando um banho.

Mas um banho de 4h? Por que ele não deixava de achar que algo estava errado, e sua vontade era correr até ela? Também havia uma chance dele estar invadindo sua privacidade. Hermione tinha o direito de ficar sozinha.

A parte dele que prezava pelo controle falava mais alto, apesar. Draco esfregou as mãos no rosto, resignado, e decidiu ir até o quarto dela para ver o que estava acontecendo. Dane-se a privacidade.

Parando na porta da suíte, ele bateu três vezes e aguardou. Nada. Resolveu bater de novo, dessa vez mais forte. Alguns minutos depois, a porta continuava fechada.

Draco bufou. Ela estava evitando-o de propósito!

Entrar ou não? Ele arcaria com as consequências de qualquer forma, mas não queria arranjar brigas com Hermione.

Foda-se.

Abrindo a porta dupla de madeira facilmente, já que nenhum feitiço de tranca estava ali, ele entrou no local. A sala estava vazia, mas a lareira estava acesa. Compreensível, dado ao frio que fazia. Adentrando um pouco mais com passos lentos, ele chamou por Hermione mais uma vez, ainda sem resposta. Quarto vazio. Closet vazio. Sobrava apenas o banheiro, mas novamente: Hermione estava no banho fazia quatro horas?

Draco parou em frente a porta entreaberta e tentou olhar pela fresta, não querendo interromper nada que ela pudesse estar fazendo, mas o que ele encontrou trouxe a mais pura confusão e um certo alívio. 

Ela estava dormindo na banheira. 

Hermione estava dormindo na banheira? 

Ele abriu a porta e se aproximou com cuidado para não assustá-la.

— Hermione — ele chamou em voz baixa. Ela se mexeu levemente na água, espirrando algumas gotas no chão, mas não acordou. 

— Hermione — Draco chamou mais alto, parou próximo à borda da banheira e se ajoelhou. Ele colocou a mão sobre a cabeça dela e passou os dedos pelos cabelos da raiz. Mais um estímulo; ela parecia desmaiada de tanto sono.

Os cílios de Hermione tremulavam. Seus olhos começaram a se abrir e Draco falou novamente:

— Sou eu, Hermione.

Ele escutou a mulher respirar fundo e ela se espreguiçou, esticando os músculos. Conforme despertava, Draco pôde ver que ela estava notando onde estava, dada a expressão confusa em seu rosto. 

Ele se levantou e pegou o roupão branco pendurado para cobri-la, enquanto a observava levantar a cabeça e olhar ao redor com as orbes castanhas sonolentas.

— Que horas são? — ela perguntou.

— Já se passa da uma da tarde.

Hermione arregalou os olhos.

— O quê? O jogo de quadribol… Espere, o que estou fazendo na banheira?

— Aparentemente, você cochilou na água — Draco falou com um leve sorriso.

Hermione mordeu o lábio, pensativa.

— Eu entrei para tomar banho pouco depois das dez da manhã. 

Draco franziu a testa. Ela estava tão cansada assim a ponto de dormir na banheira?

— Você está bem?

— Sim… só me senti muito cansada quando acordei. Esse cochilo não foi intencional.

— Hermione, não é melhor ir ao St. Mungos? Cansaços absurdos não são normais — ele perguntou. — Talvez uma poção ajude, mas o curandeiro vai te avaliar melhor.

Ela acenou com a mão. 

— Não é necessário! Só não dormi direito.

Hermione puxou o roupão da mão de Draco e olhou para ele, pedindo silenciosamente que saísse para que ela pudesse sair da água, e ele obedeceu rapidamente, respeitando seu espaço. 

• ───── ✾ ───── •

Ela tomou um tempo para colocar uma roupa simples antes de voltar à sala. Draco estava parado de frente para a lareira, encarando as chamas. Conforme se aproximava, Draco se virou.

— Melhor? — ele perguntou e Hermione assentiu.

— Perdemos o jogo, né? Me desculpe…

— Não é como se eu nunca tivesse assistido um, teremos outras oportunidades. Weasley vai entender?

Jordan. Sim, claro. Depois explico para ela. Tomara que Theo e Alicia tenham ido — ela comentou.

Draco fechou a cara com a menção ao homem.

— É por ele que você ia? Convidou-o antes de mim? — Seu tom de voz estava ácido.

Hermione conteve um revirar de olhos.

— Draco… 

— É apenas uma pergunta.

Ela respirou fundo. Não adiantaria iniciar uma discussão. Não queria que Theo ficasse entre eles para sempre, mas parecia inevitável em alguns momentos.

— O camarote não era meu para convidá-lo, Gina ofereceu porque ele queria levar Alicia. Eu te convidei.

Draco bufou e mudou de assunto:

— Você está bem mesmo?

Ela acenou com a cabeça mais uma vez.

— Hum… Você quer… não sei, fazer alguma coisa? Já que não conseguiremos ir ao jogo.

— Fazer o quê? — perguntou, curiosa.

— É sábado, podemos almoçar, talvez? No Caldeirão Furado ou outro lugar que queira. Eu pago. — Ele sorriu, sedutor.

— Por mim tudo bem. Vou colocar outra roupa então.

Draco olhou-a de cima a baixo descaradamente, fazendo-a corar sob seu escrutínio. 

— Só coloque um casaco quente. Você está linda assim.

Ela abaixou o olhar, um pouco sem graça. Apenas usava calça jeans, uma blusa branca de mangas compridas e meias. Não era o suficiente para sair com Draco Malfoy nas ruas do Beco Diagonal.

— Hermione — ele chamou, firme, e colocou as mãos em sua cintura. — Apenas o casaco.

O olhar que ele deu a ela foi suficiente para aquecê-la. Como conseguia despertar essas emoções fazendo tão pouco?

Draco deve ter capturado o brilho em seus olhos castanhos, porque desceu as mãos até sua bunda e a puxou para mais perto dele.

— Você jamais ficaria em dúvida se te visse pela minha visão. Essa calça faz maravilhas. — Ele enterrou o nariz em seu pescoço, fazendo a pele arrepiar com o contato, e colocou um beijo no local. Hermione conteve um suspiro com o toque.

— Peça-me para parar, ou vou te jogar na cama.

Hermione não queria parar, mas também estava com muita fome.

No momento que ela abriu a boca, Draco mordiscou sua orelha, descendo para beijar seu pescoço novamente, e tudo que saiu dela foi um gemido engasgado. Ele aproveitou o momento para colar seus lábios, procurando sua língua com rapidez. Hermione entrelaçou as mãos na nuca dele e correspondeu com paixão.

Eles praticamente correram até a cama, sem interromper o beijo. Peça por peça de roupa foi retirada e jogada em algum lugar do quarto, nenhum deles prestando atenção. Draco levantou seu corpo com facilidade, colocou no centro do colchão e subiu nela em seguida.

Lábios colados mais uma vez, Hermione se deixou levar por todas as sensações que seu marido estava causando nela. Os beijos, os toques, as carícias. Tudo estava construindo um caminho sem volta. Ele não poupava tempo em deixá-la desejosa por mais.

Sua boca estava provocando seu ponto de pulsação no pescoço. Suas mãos foram para sua cintura, brincando com a costura da calcinha, e depois seus dedos buscaram suas dobras escorregadias, fazendo-a gemer.

Hermione fechou os olhos com o prazer que seu marido estava lhe dando. Seu orgasmo cresceu, e em minutos ela estava se contorcendo nos dedos dele, os suspiros preenchendo o silêncio do quarto.

— Mais um, Hermione — ele murmurou antes de empurrar o pênis na entrada dela de uma vez só. Draco criou um ritmo rápido de estocadas, seus movimentos cada vez mais frenéticos. Ela podia sentir seu segundo orgasmo sendo construído e seus gemidos já estavam fora de controle.

Ela gemeu alto na segunda vez que gozou, seu corpo já sensível do primeiro orgasmo. Não demorou para Draco jorrar dentro dela e beijá-la em seguida.

Os dois continuaram as carícias lânguidas por mais alguns minutos, e ele caiu ao lado dela no colchão, puxando o lençol branco para cobri-los.

— Nós não íamos almoçar? — Hermione perguntou com um sorriso exausto no rosto.

Draco riu e a puxou pela cintura.

— Acho que teremos que recorrer à Dipsy. Podemos fazer alguma coisa juntos à noite, tudo bem? Aquela coisa italiana que Daphne fez… Pizá?

Hermione não conteve o riso com a confusão.

— É pizza! E sim, podemos fazer. Mas se bem me lembro, você disse que não sabia cozinhar, o que não faz muito sentido. Cozinhar é tão intuitivo quanto preparar poções. 

— Eu nunca cozinhei — ele confessou em voz baixa enquanto mexia com alguns cachos no ombro dela. — Nunca precisei, na verdade.

— Sempre há uma primeira vez. Faremos juntos?

— Sim, mas antes… — Ele enredou uma mão nos cachos dela. — Venha aqui, bruxa. Ainda não terminei de beijar você. 


Notas Finais


E, aí? Gostaram desse capítulo?
É muito amor envolvido, né? Finalmente, eles estão se entendendo, apesar de estar claro que ainda têm muitas coisas a serem resolvidas. O passado é uma delas, assim como o aborto.
Parece amor adolescente esses dois, confesso que sou 100% rendida. Porém, a calmaria sempre vem antes da tempestade...
E para quem falar que é impossível dormir em uma banheira: é super possível. Eu mesma já fiz isso, e foi totalmente sem querer hahahaha.

Espero que tenham gostado! Quero reações e teorias. Nesse capítulo já dá pra teorizar uma coisinha aí... Será que alguém acerta? Bora fazer um bolão de novo?

Até sábado! <3


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