Sandara estava imóvel encarando sua xícara de café. A mãe fazia ovos mexidos e conversava sobre assuntos aleatórios.
- Estava pensando que talvez nas férias do seu pai pudéssemos viajar para as Filipinas, o que acha? A gente comemora seu aniversário lá. Vai ser ótimo.
A mãe continuou falando sozinha e Sandara estava com os pensamentos vagando em algum lugar.
- Seu pai anda trabalhando muito e você não tem aproveitado o tempo livre da faculdade para descansar. E eu sei que você precisa respirar novos ares longe de Seul. O que acha, filha?
- Hãm?
- Ouviu o que eu disse?
A campainha tocou e Sandara finalmente tocou em sua xícara, mas fez cara feia porque o café já estava frio demais.
- Vou atender. Tome seu café – disse a mãe.
Ao abrir a porta, viu um homem bastante elegante que segurava um pacote de presente.
- Bom dia. Sandara está?
A senhora levou alguns segundos para reconhecer. Olhou-o dos pés à cabeça e arregalou os olhos de emoção.
- Sim. Ela está sim.
- Posso falar com ela?
- Claro que sim. Ah, a propósito, é você que faz a propaganda da TV, não é? Que trabalha do famoso prédio da YG?
- Sim. Sou eu mesmo.
Sandara se engasgou com café quando ouviu a voz de Seunghyun. Ela andou devagar e ficou escondida atrás da porta e começou a fazer mímicas para a mãe dizer que ela não estava em casa, mas não deu muito certo.
- Ah, nossa. O senhor é muito bonito pessoalmente.
- Obrigado. Será que pode chamar a Sandara? É muito importante.
- Ah, sim – Sandara quase arrancou o braço da mãe, mas não teve jeito. –Ela está bem aqui. Vem, filha, falar com ele.
Não acredito que minha mãe fez isso!
Sandara foi puxada delicadamente pela mãe.
- Não vai cumprimentar o senhor Seunghyun, querida? Ele veio especialmente te ver. E trouxe um presente bem bonito. Seja educada e peça para ele entrar.
- Mas, mãe. Eu não o convidei para minha casa.
- Como dizer uma coisa dessa na frente dele, filha? Se ele está aqui, segurando um presente para você, então isso quer dizer que...
A mãe só levou alguns segundos para concluir a coisa mais absurda do mundo.
- Espere! Você e o Choi Seunghyun estão namorando e não me disse nada?
-Namorando? – os dois disseram ao mesmo tempo, Sandara e Seunghyun.
- Mãe?! Não é nada disso que está pensando. E-eu...
- Ah, então é por isso que anda tão diferente. Está me escondendo algo tão importante?
A mãe ficou tão entusiasmada para a ‘novidade’ que nem se deu conta do olhar furioso da filha em direção a ele. Seunghyun estendeu o braço e entregou o presente. Sandara segurou aquele pacote tão bonito como se estivesse com nojo.
- Peço desculpas pelo que houve ontem. A ShuHua e eu, bem, nós temos um caso mal resolvido.
- Porque está me dando explicações? Realmente não entendo porque se deu o trabalho de vir até minha casa depois de ter me chamado de intrusa na frente dela.
- Preciso que entenda que estou muito confuso. Por isso vim aqui pedir desculpas. E agradecer por ter me alertado sobre aquele assaltante. – ele teve cuidado para não revelar nada sobre a história do Reino Lunar e toda aquele absurdo na frente da mãe.
- Não precisa me agradecer. E não precisava gastar seu dinheiro por minha causa. Vai embora.
De repente, Jisoo entra na casa, como num passe de mágica. Sandara ficou em choque e com medo que a garota dissesse algo.
- Jisoo? Você está aqui – disse Seunghyun com um sorriso nervoso.
- Vim porque ouvi seu chamado – disse olhando para a mãe. Sandara não entendeu nada e isso a deixou em pânico.
- Quem é essa mocinha tão bonita? Sua amiga, filha?
- Sou filha de San...
Jisoo foi interrompida bem na hora por Seunghyun, ainda bem.
- Ah, ela é filha da...da minha prima. Está conhecendo a cidade. O nome dela é Jisoo e apresentei a Sandara recentemente.
- Jisoo, sinta-se em casa, querida. Aceita um suco, uma xícara de café? Acabei de passar.
- Suco? O que seria uma xícara de café?
Jisoo ficou completamente confusa, mas do jeito que a conversa estava indo nada mais poderia impactar a mãe de Sandara do que saber que a filha estava ‘namorando’ Seunghyun.
Os quatro ficaram se olhando por alguns instantes, tudo estava tão desconfortável para Sandara. Ela estava quase tendo um ataque e desmaiando de novo. Continuou com tanta raiva que pegou o belo pacote de presente e jogou no chão.
- Filha! Porque fez isso?
Sandara subiu as escadas chorando e bateu a porta com tanta força que as paredes do andar de cima estremeceram.
.........
Sandara estava deitada na cama, as lágrimas caindo. A dor em seu peito era insuportável. E ela não conseguia compreender o porquê dessa dor repentina.
A porta do quarto abriu sorrateiramente. Jisoo se aproxima e afaga os cabelos dela.
- P-porque você veio? Minha vida está enlouquecendo e não sei o que fazer.
As lágrimas de Sandara tocaram Jisoo. A menina suspirou fundo e rezou para suas palavras a calmasse.
- Eu posso sentir quando está triste. E também posso sentir quando está feliz. Temos uma ligação muito forte.
Sandara virou o rosto molhado e olhou para Jisoo. E sentiu medo novamente.
- Jisoo, diga, tudo que contou é mesmo verdade? Sobre o Reino Lunar.
- Sim.
- Como posso ser sua mãe? Como posso ter vivido há cem anos atrás? Tudo é tão difícil de acreditar.
- Acredite, mãe. Somos mãe e filha.
- Por favor, pare de chamar assim. É tão estranho. A minha mãe vai achar bem estranho se te ouvir falando assim. Pode me chamar de Dara ou Sandara.
- Tudo bem. Se quer assim, te chamarei como desejar.
- Você é tão obediente. Diferente de mim quando fui adolescente.
Sandara enxugou o rosto e ajeitou-se na cama. Observou Jisoo e ficou em choque ao confirmar pela segunda vez a incrível semelhança.
- É assustador.
- O que?
- Quando olho para você é como se estivesse voltando no tempo e me vendo no espelho.
- Então acredita em mim?
- A-acho que sim. O que mais posso fazer? É tão assustador e maravilhoso ao mesmo tempo.
- Fico feliz que tenha começado a aceitar.
- Só tem uma coisa: tem certeza que o seu pai é Seunghyun?
- Sim.
- Oh! Céus! Estou perdida.
- Porque tem tanto medo de acreditar?
- É que eu e ele não temos nada em comum, a gente não se conhece, não sei nada sobre ele e ele não sabe nada sobre mim. Ele deve me achar a pessoa mais desinteressante do mundo. E eu não consigo ficar dez minutos perto dele sem sentir algum tipo de raiva.
Jisoo sorriu. A menina se contentou em apenas observar e deixar que a mãe descobrisse sozinha todos os mistérios e sentimentos que estavam nascendo em seu coração.
- Não tenho permissão para interferir nas decisões dos meus pais. A única coisa que sei é que eu existo. E se eu existo é por causa de vocês dois.
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