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História A Little Wicked - Algo Perverso Está a Caminho!!!


Escrita por: Muffin_Paradise

Notas do Autor


Muito obrigado a todos os comentários e "Favoritei" que recebi aqui pelos últimos capítulos. Estou muito feliz com o feedback de vocês e espero que gostem igualmente desse capítulo.
Boa Leitura!

Capítulo 5 - Algo Perverso Está a Caminho!!!


CAPÍTULO 5

ALGO PERVERSO ESTÁ A CAMINHO!

Após os convidados terem partido, Edward se recolheu em seu quarto, a mente sobrecarregada por uma torrente de seus pensamentos assim como os de seus irmãos e pais. Ao fechar a porta, ele esfregou as mãos no rosto e tentou pôr em ordem seus pensamentos com as informações que tinha.

Harry, Ron e Hermione eram bruxos!

Bruxos!

Eles eram mágicos!

Edward teve vontade de rir com o quão absurdo e impossível era aquilo, mas sua parte racional o lembrou de tudo o que seus olhos presenciaram (se alguém o contasse, ele chamaria a pessoa de mentirosa ou insana) e de que dentro do campo dos absurdos e impossibilidades, ele e sua família também se encaixariam nessa categoria. Eles eram vampiros. Alguns deles tinham superpoderes. Eles brilham sob a luz do sol!

Mas bruxos?

Em sua mente, a palavra se associava a imagens distintas nos quais ele catalogou durante quase todo o século XX e também por conhecimentos gerais: ele se lembrou da Bruxa Malvada do Oeste, sua pele verde e chapéu pontudo no filme O Mágico de Oz que ele assistiu em 1939. Ele se lembrou da série de comédia A Feiticeira, dos anos 60 e de Samantha fazendo mágica ao mexer seu nariz. Ele se lembrou da comédia Hocus Pocus da década de 90. Ele se lembrou da iconografia clássica a das bruxas: chapéu pontudo, varinha mágica, gatos pretos, voando em vassouras sob a lua cheia.

Harry e seus amigos tinham varinha mágica?

Eles voavam em vassouras?

Eles faziam poções no caldeirão?

Edward pegou seu notebook e começou a pesquisar por palavras-chaves como “bruxas”, “bruxaria” e “magia” em diferentes páginas da Web, lendo o máximo de informações que pode encontrar. Ele leu sobre as bruxas ao longo da História do Ocidente, começando pela idade pré-histórica e as primeiras civilizações onde magia era religião e vice-versa. Ele leu sobre as deusas Hécate e Circe da Grécia Antiga, Heka e Ísis do Antigo Egito assim como alguns dos rituais das duas civilizações. Ele leu sobre a perspectiva das diferentes religiões ainda existentes sobre o assunto, desde o Cristianismo até o Budismo.

Ele leu sobre a Caça as Bruxas na Europa entre os séculos XV e XVIII assim como o julgamento das Bruxas de Salém – esse último fazendo Edward se lembrar de que Hermione mencionou que havia uma escola de magia para mulheres nessa cidade, o que levou ele a pensar na doce ironia daquilo. Edward entrou em blogs sobre o assunto, assim como leu rapidamente sobre a Wicca, religião neo-pagã que reverenciava a natureza, seus deuses e o uso da magia.

Edward parou mexer seus dedos no touchpad do notebook quando entrou em uma página de cores sombrias com o título escrito em letras vermelhas:

“BRUXAS – AS PROPAGADORAS DO MAL”

Ele piscou os olhos.

Abaixando um pouco, ele leu sobre a suposta relação das bruxas e seus envolvimentos com Satã e outros entes mitológicos associados à perversidade, a maldade, ao maligno. Edward engoliu o seco ao ver gravuras de bruxas em seus supostos sabás, dançando com demônios, invocando o Diabo e realizando atos profanos.

Edward levantou seu olhar, fitando a parede-janela no qual mostrava que estava amanhecendo. Ele pensou se havia uma possibilidade de que os três britânicos que os visitaram fossem, como a página ocultista dizia, agentes do mal. Não poderia ser... Ou poderia? Não... Não poderia ser... Harry, assim como Hermione e Ron, até o momento não fizeram nada contra ele e sua família, quando eles poderiam.

Não demonstraram que tinham tal índole.

Mas as palavras de Rosalie ecoaram na cabeça dele. Eles não sabiam de nada sobre os três. Eles responderam algumas perguntas, mas abriu uma enorme gama para outras, nos quais preferiram não contar. Eles apenas tinham meias-verdades.

Lendo até o final do artigo, Edward leu uma frase retirada de Macbeth de Shakespeare, livro que ele não lia há anos, mas conhecia de cor. O vampiro parou por um momento, enquanto sentiu uma sensação de assombro ante aquelas palavras que agora soavam como uma profecia.

Something wicked this way comes!

(Algo perverso está a caminho!)

...

...

Poucas horas depois, Edward chegou a sua aula de Matemática e para sua surpresa viu que Harry estava lá, sentado sozinho na mesa dos fundos, totalmente alheio com que ocorria em sua volta. O vampiro respirou fundo vendo que novamente seria parceiro de Harry em uma aula e caminhou em sua direção e ao puxar a cadeira, Harry ergueu a cabeça fazendo uma genuína expressão de espanto.

– Bom dia. – Edward cumprimentou casualmente.

– Bom dia... – Harry respondeu um pouco aturdido.

– Sabe... Não me lembro de ter te visto nas aulas anteriores de Matemática. – ele comentou enquanto abria o caderno, tendo cuidado para que não resistisse a tentação de olhar nos olhos de Harry e ter sua mente lida. Ele estava o seguindo?

– Bem, eu frequento essa aula desde meu primeiro dia... E é a primeira vez que te vejo aqui. – Harry respondeu – Por acaso está me stalkeando, Edward?

Edward se remexeu minimamente na cadeira ao notar como o nome dele soava musical na voz dele. Depois percebeu que de fato ele havia faltado na aula anterior, pois ainda estava fugindo de Harry e o seu cheiro.

– Sim, de fato... – ele murmurou.

Harry levantou a sobrancelha.

– Então você está me seguindo? – Harry sussurrou.

– N-não... – Edward gaguejou finalmente olhando para o garoto, que o olhava de forma séria – O que quis dizer é que eu faltei nas últimas aulas.

Harry olhou para ele por uns momentos e por fim sorriu.

– Ah sim...

Um momento de silencio se passou entre eles.

– Eu andei pesquisando algumas coisas sobre vocês... – Edward disse baixinho – Quer dizer, não sobre você e seus amigos especificamente e sim o que vocês são.

Harry apoiou a mão em sua bochecha olhando para Edward com o canto dos olhos.

– ...E?

Edward soltou a respiração.

– Achei algumas coisas. Muitas na verdade... Uma mistura de História, cultura popular, superstições e fantasias.

– Humm... – Harry disse – Não é muito preciso. Algumas coisas são verdadeiras, outras nem tanto.

Edward assentiu com a cabeça enquanto mordia seu lábio inferior, pensando se deveria ou não dizer o que passava em sua cabeça.

– Você está louco para me fazer perguntas, não é mesmo? – Harry sussurrou para o vampiro.

– Está lendo a minha mente? – Edward perguntou um tanto quanto preocupado.

– Não... Mas está na sua cara que você quer me perguntar coisas. – Harry sorriu ao abaixar a cabeça.

– Eu posso? – Edward sussurrou.

Harry suspirou e por fim sorriu.

– Tudo bem... Mas eu também tenho perguntas.

– Oh... Mas eu achei que vocês já sabiam de tudo sobre nós.  – Edward murmurou com sinceridade.

– Não muito pra ser sincero. Então, você primeiro. – Harry disse enquanto resolvia um cálculo.

Edward respirou fundo.

– Me diga uma coisa sobre as bruxas que é mito.

– Humm... Deixe-me ver... Ah sim. Nós não nos transformamos em gato preto. – Harry sussurrou de maneira divertida – Digo, alguns podem, mas não especificamente só com gatos.

– Oh...

– Mas em compensação, podemos entrar na mente dos animais e controlar eles...

– Sério? – O vampiro perguntou surpreso.

– Sim. Com animais selvagens é mais difícil. Mas com nossos familiares se torna mais fácil. – Harry esfregou o nariz.

– Familiares?

– Como eu posso dizer... São animais especiais no qual criamos uma profunda conexão mágica. Somos aliados e protetores um dos outros. – Harry explicou – Todo bruxo precisa de uma familiar para ser seu guia.

Edward assentiu com a cabeça enquanto absolvia a informação.

– Qual o seu familiar? – O vampiro perguntou.

– Achei que era a minha vez de perguntar... – Harry franziu a testa com um sorriso. – Mas respondendo desde já, é uma coruja-das-neves. O nome dela é Edwiges.

O vampiro sorriu educadamente ao saber da informação e prosseguiu.

– Sua vez.

– Bem... O que acontecem quando vocês entram em contato com o sol? – Harry perguntou.

– Vocês não sabem? – Edward perguntou incrédulo.

– As informações são muito contraditórias de acordo com Hermione... Textos antigos que são muitos vagos, com traduções inexatas.  – Harry explicou – Vocês queimam a pele?

– Bem... Nós... – O vampiro respondeu estranhamente envergonhado – Brilhamos.

Harry olhou para ele incrédulo.

– Brilham? – ele respondeu por fim, tentando conter o riso.

Edward definitivamente estava envergonhado.

– É... Brilhamos. – Edward suspirou – É por causa da nossa pele. Quando somos transformados pelo veneno, as células se organizam em uma estrutura semelhante a dos carbonos em um diamante e quando a luz do sol nos toca...

–... A luz refrate nas células fazendo com que vocês brilhem. – Harry completou, sua voz soando fascinada.

– Sim. – Edward respondeu.

– É interessante pensar que no final das contas, a sua espécie se trata mais de algo biológico do que propriamente sobrenatural. – Harry disse pensativo.

Edward piscou ante a consideração do garoto.

– Creio que se toda a Humanidade soubesse da existência de vocês desde o inicios dos tempos e que vocês estivessem integrados a ela, provavelmente seriam vistos hoje como algo natural, que nem as variações genéticas. – Harry disse, tirava a mecha de seus cabelos dos olhos.

– É uma consideração interessante... Mas às vezes a ignorância é uma benção. – Edward disse – Vocês, por exemplo... Há relatos sobre magia desde o início dos tempos, mas vocês ainda vivem em segredo.

Harry considerou as palavras do outro e assentiu.

– Sua vez de perguntar. – Harry disse por fim.

– Continuando... Por que vocês vivem em segredo? – Edward ingadou, terminando de fazer seu cálculo e seguindo para o próximo.

– É uma longa história, tipo, coisa de milênios, mas fazendo um resumo básico de tudo, até a época do Império Romano a comunidade mágica vivia em relativa harmonia com os outros... Mas com a ascensão das religiões Judaico-Cristãs, tivemos que “bater em retirada”, digamos assim. – Harry sussurrou.

– Perseguição? – Edward indagou.

– Sim... A coisa começou a ficar ruim no início, mas tomou proporções catastróficas durante a Idade Média. Caça as Bruxas, já ouviu falar? – Harry piscou para Edward.

– Então foi real? Se é que me entende... – o vampiro olhou para bruxo.

– Sim... E não. Eles conseguiram executar várias pessoas que realmente praticavam magia, mas também mataram muitas pessoas inocentes graças a aquela piada de manual de caça as bruxas, o Malleus Maleficarum. – Harry disse com uma careta – Foi o período mais sombrio de nossa História.

– O pai de Carlisle... – Edward prosseguiu cauteloso – Ele foi um pastor e também um caçador de bruxas.

Harry olhou para ele com um meio sorriso.

– E hoje o filho dele é um vampiro. O carma é uma vadia. – Harry disse.

Edward não foi capaz de conter seu sorriso ao olhar para o garoto, fazendo com que Harry corasse e desviasse o seu rosto para seu caderno.

– Sr. Cullen, o assunto entre você e o Sr. Potter está mais interessante que a minha aula?

Edward foi pego de surpreso pelo professor de Matemática, Sr. Pearlman, fazendo com que todos olhassem para ele e Harry, sendo que este último continuava a resolver o exercício como se nada estivesse acontecendo.

– Não senhor... Estava apenas pedindo umas orientações a Harry. – Edward disse sorrindo educadamente.

‘Orientações? Você quase sempre gabarita a minha prova... Você e seus irmãos... Parece até que trapaceiam...’, os pensamentos do professor se tornaram ácidos.

– Certo. Continuando sobre o assunto de trigonometria... – o homem se dirigiu ao quadro.

Edward voltou sua atenção para os pensamentos dos humanos ao redor.

‘Estranho... Edward nunca conversa com ninguém a não ser os irmãos.’

‘Pelo visto o novato conseguiu falar com o esnobe do Cullen, que se acha bom demais para falar com o restante da galera.’

‘Jess iria adorar saber disso se ela não estivesse tão preocupada com Mike...’

Edward abaixou a cabeça, ignorando o fluxo de pensamentos que pareciam mais altos.

– Deve ser irritante... – Harry sussurrou baixinho, olhando fixamente para o caderno.

– O quê? – Edward disse imitando o gesto.

– Ter que ouvir eternamente os pensamentos de todos... – Harry respondeu.

- Você não tem noção. – Edward respondeu amargo, entortando sua boca.

O celular de Edward vibrou no bolso da sua calça jeans, que pegou instantaneamente de maneira discreta, pois os únicos que sabiam seu número era a sua família e por isso ele achava que deveria ser algo importante.

Lendo a mensagem, ele viu que era Alice fazendo um pedido a ele.

– Alice está convidando você e seus amigos para se juntarem a nós no almoço. – Edward informou para o garoto após ler a mensagem. – Se você quiser...

– Hum... Mais uma vez vamos ser alvos de fofocas... Soa divertido. – Harry sorriu, fazendo com que o vampiro também sorrisse e abaixasse a cabeça.

...

...

Edward balançava o pé impacientemente embaixo da mesa do refeitório enquanto via o fluxo de alunos entrarem no refeitório e se agruparem em suas respectivas mesas. Olhando para a esquerda ele viu Harry e seus amigos se aproximarem das mesas deles, cada um carregando sua bandeja com o lanche. Aos poucos, os restantes dos alunos viraram a cabeça na direção deles e Edward pôde ouvir suas reações.

‘Eu não acredito que os novatos são amigos dos Cullen!!!’

‘Esses esnobes não se misturam conosco a quase dois anos, mas para se enturmar com outro grupo de novatos riquinhos é super rápido... Mas se bem que teve Bella...’

‘O que será que eles conversam?’

– Bom dia. – Hermione sorriu ao ser a primeira a se sentar, interrompendo o fluxo de pensamentos no qual Edward estava concentrado.

– Bom dia! – Alice sorriu animada ao ver que Hermione se sentara ao lado dela.

Ron e Harry sorriram e assentiram com a cabeça ao se sentar.

– Eu peço desculpas pelo meu temperamento ontem... Você sabe, por causa dos vasos e tudo mais, – Hermione disse, colocando uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.

– Não, tudo bem... Essas coisas acontecem. Quer dizer, eu nunca tinha visto, mas acontecem. – Alice deu risadinha.

– Eu... Eu peço desculpas... Por minha conduta ontem. – Rosalie disse com uma expressão neutra, evitando olhar para Harry. Mas Edward ainda podia ler a mente da irmã e ver que ela não estava sendo sincera.

– Eu entendo... – Hermione disse igualmente neutra.

Um momento de silêncio se passou na mesa, apesar dos pensamentos dos outros vampiros serem claros para Edward.

‘Será que pergunto se é possível eles trazerem a torta de ontem no próximo dia?’, Emmett divagou ao se lembrar do gosto único do alimento.

‘Mantenha-se neutra... Não faça algum comentário sarcástico... Mantenha-se neutra...’, Rosalie recitou o mantra em sua cabeça, enquanto cutucava a sua salada.

‘Silêncio não é bom... Se pelo menos eu pudesse influenciar os humores deles, talvez pudéssemos conversar de forma fluída...’, Jasper franziu a testa.

– Sabe, eu nem cheguei a perguntar a vocês... – Alice interrompeu subitamente o silêncio – Mas vocês se mudaram com seus pais?

Edward piscou. Como ele não havia pensado nisso antes?

Se bem que Harry e seus amigos não comentaram nada sobre e com todos esses acontecimentos, ele havia se esquecido desse detalhe importante.

– Somos emancipados. – Hermione sorriu – Meus pais e os de Ron moram em Londres. Os pais de Harry em Paris.

– E Forks era o melhor lugar para se mudar do que Londres ou Paris? – Rosalie perguntou cuidadosamente, torcendo que sua voz não fosse tingida pelo sarcasmo.

– Bem... – Harry disse ajeitando-se na cadeira. – Estamos aqui por um motivo em específico.

– Perdoe-me a indiscrição, mas qual seria? – Alice perguntou de forma educada. – Talvez possamos ajudar...

– Creio que não, mas enfim... Vai ocorrer nesse ano uma espécie de eclipse chamada Lua de Sangue, um acontecimento cósmico importante para nós. – Hermione disse de forma cautelosa, fazendo com que Ron arregalasse os olhos em protesto, mas a garota ignorou – Aqui no estado de Washington vai ser a região do planeta onde terá uma melhor captação de energia mágica desse evento.

– Logo aqui? Do jeito que chove, é bem capaz de seu eclipse ser coberto por nuvens. – Emmett sorriu de forma travessa.

– Ah isso é o de menos... Nós garantiremos que não chova. – Harry disse casualmente enquanto comia a maçã.

Edward e o restante dos Cullen franziram a testa com a naturalidade daquilo, como se ele tivesse falando de algo banal.

– Okay... – Alice disse de forma simpática. – Ah, antes que eu me esqueça... Hermione, você gostaria de acompanhar eu e Rosalie até em Port Angeles? Eu estou urgentemente precisando fazer compras.

Rosalie arregalou seus olhos dourados para a vampira.

– Ah... Tudo bem, claro... É até perfeito, pois assim posso aproveitar e comprar umas roupas que estou precisando. – Hermione disse – Harry e Ron nunca gostam de sair comigo quando eu quero fazer comprar.

– Temos isso em comum... Eu sou a única ao lado de Rosalie que tem algum senso de estilo. – Alice disse rindo – Mas eu acho que todos nós deveríamos sair juntos um dia... Iria ser legal.

– Soube que há uma praia perto daqui... La Push. – Ron disse pela primeira vez.

Edward coçou a nuca.

Invadir o território dos Quileutes estava terminantemente fora de cogitação.

– Nós não podemos ir até lá... – Edward respondeu calmamente enquanto desenhava círculos com seu dedo em cima da mesa.

– Por quê? – Harry perguntou com curiosidade.

– Razões territoriais. – Jasper replicou com um tom que finalizava aquele tópico.

– Que pena... – Hermione disse mudando de assunto – Por falar em praia, eu estou com vontade de visitar Los Angeles, vocês sabem... Califórnia, palmeiras sob o sol, água azul...

– Poderíamos ir para lá no mês que vêm. – Harry disse sorrindo para o amigo e se virando para os Cullens – O que vocês acham?

 Os vampiros piscaram um tanto quanto incrédulos ante ao convite.

– Não podemos... – Alice deu um sorriso melancólico. – Por causa do sol.

Edward suspirou.

Qualquer coisa que envolvesse o sol, luz e calor, já era motivo para que ele e sua família evitassem se não quisessem ser expostos. Vampiros eram, no final das contas, criaturas pertencentes à eterna escuridão.

– O que acontece quando vocês... Vocês sabem... – Ron sussurrou, enquanto Hermione se aproximou deles.

– A pele deles têm propriedades similares ao diamante... Eles brilham sob a luz do sol – Harry explicou a Ron.

– Brilham? Sob a luz do sol? – Ron piscou atônito enquanto um silêncio se instalou na mesa.

Ron gargalhou alto fazendo com que chamasse a atenção de alguns alunos ao redor.

– Desculpa, desculpa... É que... É engraçado... Vampiros... Bebedores de sangue... Criaturas góticas e das trevas... Brilham sob o sol!!! – o ruivo disse entre risadas, ficando vermelho.

Emmett riu um pouco, assim como Jasper e Alice, mas Rosalie deu a ele um olhar de desprezo.

– Ron, isso não têm graça. – Hermione disse constrangida para o namorado que parara de rir.

– Okay... Desculpas. – Ron levantou as mãos se rendendo.

Harry suspirou, lançando um olhar de desculpas para os vampiros.

– Se vocês quiserem... – Harry prosseguiu. – Podemos dar um jeito no seu problema.

Edward, ainda um pouco embaraçado, voltou sua atenção para Harry.

– O quê? Como assim? – o vampiro perguntou.

Os olhos de Hermione brilharam subitamente com a abertura de novas possibilidades.

– Existem encantamentos para ocultar certas característica diante dos olhos dos que estão em sua volta. – a bruxa explicou empolgada – É algo extremamente eficaz e simples. Precisa apenas de algum tipo de acessório no qual vocês utilizem diariamente e portem consigo. Geralmente um anel ou um colar.

Os vampiros olharam uns para os outros de maneira desconfiada, e se inclinaram para a mesa. Edward permaneceu imóvel.

– Como funcionaria? – Jasper perguntou desconfiado.

– O objeto criaria uma ilusão perfeita que encobriria quaisquer características nas quais vocês queiram esconder. – Hermione prosseguiu – Por exemplo, usando ele a pele de vocês não brilharia na luz do sol, poderia até mesmo aparentar estar menos pálida ou corada sob certas situações... Poderia até projetar uma cor diferente para seus olhos.

Edward piscou atônito para a bruxa.

– Isso... Isso é possível? – Ele perguntou.

– Sim, sim... É algo relativamente simples. – Harry respondeu.

Edward baixou os olhos de forma pensativa.

Como seria bom poder andar livremente pela luz do dia sem se preocupar de estar parecendo um diamante ambulante gigante.

Uma aberração.

– Se vocês quiserem, claro... – Harry sussurrou de maneira gentil.

– Não, obrigada, não acho que será necessário. – Rosalie respondeu sorrindo para o garoto. ‘Não queremos nada de vocês.’

- Eu vou querer! – Alice disse, tirando seu colar com um pequenino brasão da família Cullen e entregando para Hermione.

Rosalie arregalou os olhos se sentindo traída.

- Alice?!

- Rosie... Estou farta de chuva, de umidade... Quero sol, quero calor... E a oportunidade de usar um biquíni!!! – Alice disse risonha e se virou para Jasper – Jazz, vamos? Imagina... Nós... Em uma praia?!

O vampiro loiro piscou para sua companheira, sua mente pensando se deveria recusar ou não... Fazia anos que eles pisaram seus pés em uma praia... Ele se esquecera da sensação. Ele ainda tinha receio com os três bruxos e a proposta deles. Olhando para sua esposa com olhar suplicante, Jasper decidiu. Era por Alice e por Alice ele faria tudo. Jasper tirou seu bracelete e entregou para a bruxa, ainda se sentindo incerto com aquilo.

– É mesmo eficaz? – ele indagou.

– Sim... 100%. – Hermione garantiu com a cabeça.

Emmett sorriu enquanto começou a tirar seu bracelete, mas o olhar de Rosalie o fez parar de imediato.

Edward se sentiu incerto ao ver a cena de seus irmãos entregando seus pertences a Hermione.

Seria isso possível?

Eles poderiam caminhar livremente por aí?

Pensando mais um pouco, ele viu que não teria nada a perder se tentasse. Ele gostaria de ir a uma praia. Seria bom. Ele, por fim, tirou o próprio bracelete e entregou timidamente para a bruxa.

A possibilidade de que ele poderia caminhar pela luz do sol o deixou profundamente tocado e emocionado, como se estivessem operando para ele uma espécie de milagre.

A magia iria operar um milagre.

– Praia? – Edward perguntou timidamente para Harry.

– Praia. – Harry confirmou sorrindo, fazendo com que o vampiro sorrisse de volta.

Um grito de choro ecoou pela cafeteria fazendo com que todos na mesa, assim os alunos ao redor voltassem para a fonte do som. Edward vasculhou com seus olhos a cafeteria e enxergou quem foi que gritara, vendo lágrimas de desespero escorrer juntamente com a maquiagem borrada.

Jessica Stanley.

– O que aconteceu? – Jasper perguntou.

– Eu não sei. – Alice respondeu tentando olhar para o lugar.

– Mas que diabos... – Rosalie resmungou.

Edward tentou focar sua audição física e telepática para o local, atravessando um mar de vozes que estavam mais agitadas do que o costume.

- M-M-Mi-ke... – Jessica gaguejou pelo choro – Oh M-M-Mike...

Mike? Mike Newton? Edward pensou no atleta loiro baderneiro, lembrando-se que o garoto aparentemente tinha sumido há poucos dias, mas todos acreditavam que Mike apenas tinha ido visitar o irmão dele em Washington, como era de costume ou pelo menos era isso que Edward ouvia ao longo de seus meses em Forks. O que havia com Mike?

– Não fique assim Jess... – Edward ouviu Angela Weber confortar as costas da garota. – Você precisa ser forte.

Jessica chorou ainda mais desesperada.

Edward resolveu focar nos pensamentos.

‘...Meu Deus... Eu não posso acreditar...’

‘Mike? Oh meu Deus...’

‘...não sei como alguém seria capaz de algo assim...’

‘...não consigo acreditar, não consigo... Deve ser uma piada de mau gosto... Mike não pode ter morrido, não...’

‘... parece que o encontraram na floresta...’

O último pensamento fez Edward sentir seu estômago se retorcer – se é que possível – pois ele logo soube o que os humanos estavam falando.

Mike Newton estava morto.

Mike Newton foi encontrado em uma floresta.

No dia anterior, quando se encontrara com Charlie Swan, ele vira na mente do policial a cena de um crime brutal: o corpo masculino nu, com cortes por toda a pele... Mãos, pés e cabeças decepados... E velas... Velas derretidas sob o chão da floresta.

Edward virou o rosto para os bruxos, que olhavam a cena no refeitório com legítimo interesse. Seus irmãos falavam/pensavam sobre algo, mas ele era incapaz de prestar atenção. Estava chocado demais para isso. Ele se lembrou do artigo que ele lera na madrugada, sobre bruxas maléficas. Lembrou-se do aviso: Algo perverso está a caminho!

– Edward... Está tudo bem? – Harry chamou sua atenção, fazendo com que o vampiro olhasse brevemente para o garoto de olhos verdes com semblante preocupado. Edward abaixou os olhos com sua testa franzida, forçando-se a responder algo que fosse coerente.

- Sim... Está.

Não estava nada bem.

Algo perverso, aparentemente, já estava entre eles.


Notas Finais


Se quiserem deixar um comment pra esse autor, pode saber que me deixará mt feliz hahaha
<3


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