História A Loira que apenas EU posso ver - Arame

Mais uma semana inteira se passou desde que Natsu e Lucy tiveram seu “reencontro” na lagoa. Como todos os outros dias, a loira andava pela floresta em busca de alimentos, já o rosado apenas permanecia deitado sobre o sofá enquanto encarava as telhas calmamente.

Natsu –... Já se passaram três semanas desde que viemos para cá – murmurou consigo mesmo com as mãos atrás da cabeça –... Então só mais uma semana... Mais uma semana e a Lucy será maior de idade.

Os olhos de Natsu permaneceram fixados sobre as telhas, como se viajasse em seus pensamentos procurando por algo que pudesse fazer. Mas não demorou muito e o mesmo se colocou de pé.

Natsu –... Eu pretendo me casar com a Lucy assim que ela completar dezoito anos, então... Eu preciso pedir sua mão, não é mesmo? – abriu um sorriso de canto ao caminhar em direção à porta dos fundos – E para isso, eu preciso... – viu uma tela de arame mais ao fundo – Sim, isso será perfeito!

Enquanto isso, Lucy estava pendurada sobre uma árvore, colhendo algumas frutas.

Lucy – Seria bom pescar alguns peixes... Natsu me pediu pra caçar alguns animais com a arma, que ele limparia e tudo mais, mas... Eu não teria coragem – murmurou com uma gota na cabeça ao alcançar a fruta, a colocando em uma bolsa que andava pendurada em seu corpo – Preciso terminar isso logo... – pulou da árvore, se esticando toda logo depois – Assim posso voltar pra casa, tomar um bom banho e... – abriu um sorriso sapeca – E SER PEGA DE JEITO PELO NATSU ENQUANTO APERTO AQUELE BUMBUM GOSTO DELE, KYAAAAAH – não conseguiu se conter, mas logo percebeu – Droga! Estou sendo dominada pela minha eu pervertida de novo! – corou violentamente ao correr em direção ao lago.

Horas depois, após o jantar, Lucy permanecia sentada sobre a cama um pouco ansiosa, já que o rosado havia dito que queria falar com ela.

Lucy – O que será que ele quer? Talvez queira voltar a ser o homem da relação... Não, ele não tem essa capacidade, mas... Então o que pode ser? – diversas perguntas percorriam sua mente naquele momento, mas logo Natsu adentrou o quarto com uma das mãos nas costas – É um brinquedinho... ELE COM CERTEZA ENCONTROU UM BRINQUEDINHO NOVO! – corou violentamente só de pensar. Mas antes que qualquer outra coisa invadisse sua mente, pode ver o rosado se ajoelhar a sua frente –... Eh?

Natsu – Lucy... Daqui uma semana você completará dezoito anos, então não precisarei mais me preocupar por assediar uma de menor... – fez a loira segurar a risada – E com isso, finalmente estaremos livres de quaisquer preocupações... Poderemos voltar ao nosso apartamento... Aquele apartamento no qual nossa história começou... Mas Lucy, eu quero voltar pra lá com... Com você já sendo meu marido! – exclamou seriamente, deixando a garota surpresa, mas logo soltou uma pequena risada –... Brincadeiras a parte... Lucy, você não quer se casar comigo? Se torne a senhora Dragneel... Se torne minha mulher, oficialmente! – pediu em um tom sério, deixando a loira sem palavras –... E-Eu gostaria de ter uma resposta – abriu um sorriso sem graça, mas mesmo assim continuou sem receber nenhuma palavra.

Lucy parecia ter travado. Apesar de já viver a um bom tempo com o rosado, como se fossem realmente marido e mulher, a cabeça da loira ficou em branco ao ouvir tal pedido.

Natsu –... S-Se você aceitar, lhe darei esse valiosíssimo anel! – mostrou a mão que estava em suas costas.

Os olhos de Lucy se encheram de lágrimas enquanto sua face era tomada por um forte rubor ao ver aquele anel vagabundo feito com diversos arames enrolados entre si.

Natsu – Talvez não tenha sido uma boa ideia fazer com arame... Apesar de estar bem feito... – pensou um pouco inseguro já que a resposta não vinha.

Mas logo depois o rosado pode ver Lucy lhe estender a mão direita. Ao levantar o rosto, viu o brilho nos olhos da garota. Natsu então levou aquele anel feito de ultima hora até o dedo da loira.

Assim que o anel fora posto em seu dedo, Lucy pulou sobre o rosado, fazendo o mesmo cair pra trás.

Lucy – Te amo tanto! – exclamou completamente emocionada, ficando sobre o garoto.

Natsu – Sim, eu também te amo – soltou uma pequena risada ao abraça-la – Apesar de tudo... Ela não respondeu...

E então os últimos sete dias se passaram. Apesar de todo seu esforço e seu empenho, Jude não conseguiu descobrir a localização de sua filha. Igneel, Grandine e Wendy se preparavam para sair de casa, enquanto Lucy caminhava pela floresta, não conseguindo disfarçar sua ansiedade.

Lucy –... N-Natsu disse que os pais dele devem chegar no meio da tarde com o juiz de paz... Eu vou me casar... Eu vou realmente me casar... – falava sozinha com a face tomada por um forte rubor –... A pequena cerimonia será naquele espaço aberto que encontrei em meio à floresta... Melhor eu voltar pra casa, preciso me arrumar, dar um jeito no meu cabelo e arrumar algo branco pra vestir... Apesar de que branco seja pra significar a pureza da mulher, dizendo que está se casando virgem, mas... Eu também tenho uma parte santa em mim... Eu acho... Do que estou falando? Estou dizendo coisas sem sentido... Acho que vou enlouquecer – se agachou, levando as mãos à cabeça –... Eu vou me casar... Eu vou me casar com o Natsu – disse em um tom emocionado com o rosto completamente vermelho.

Da mesma forma que a loira, Natsu parecia estar prestes a enlouquecer dentro de casa. O mesmo andava de um lado para o outro a procura do que fazer.

Natsu –... E-Esse vai ser um casamento de pobre, mesmo nossas famílias sendo podres de ricas, mas não importa... V-Vamos nos casar e isso é o que importa – falava sozinho completamente nervoso –... O-O que farei para comermos depois da cerimônia? Além das frutas, eu poderia fazer algo a mais... Mas, sem ingredientes é impossível!

Apesar de todo o nervosismo e de toda correria, as horas se passaram. E não demorou muito para que pudessem ouvir o barulho do carro de Igneel.

Lucy – Eles chegaram – comentou ao lado de Natsu em frente à porta de casa.

Natsu – Sim... – a respondeu no mesmo tom, vendo o carro se aproximar lentamente por entre as árvores –... Será que eles trazem algo bom de presente além do juiz de paz? – indagou, fazendo a loira o encarar.

Lucy – E precisa de presente? – estreitou os olhos, mas logo viu que o rosado ainda estava nervoso, talvez por temer a reação dos pais.

A loira então apenas abraçou o braço do mesmo, chamando sua atenção.

Logo o carro encostou, e Igneel e Grandine desceram, sendo seguidos por Wendy e por um homem mais velho, que acreditaram ser o juiz de paz. Mas no mesmo instante os olhos de Lucy e Natsu se arregalaram ao ver mais uma pessoa descer do carro.

Lucy –... L-Levy? – não pode acreditar ao ver sua melhor amiga, aquela baixinha de cabelos azulados, descer do carro.

Natsu – Como? – não conseguia entender o que a pequena estava fazendo ali.

Igneel e Grandine não falaram nada, apenas passaram pelos dois, entrando calmamente dentro da casa.

— Vocês são os noivos? – o juiz de paz indagou ao parar em frente à loira e ao rosado.

Natsu – S-Sim, somos – sorriu ao estender a mão ao mesmo.

— Bem que seu pai disse que eram bem jovens – respondeu apertando a mão do garoto – Irei acertar os últimos detalhes com Igneel-san, então poderemos começar – informou adentrando o local logo em seguida.

Lucy nada falava, apenas encarava Levy se aproximar ao lado de Wendy.

Lucy –... O-O que está f-fazendo aqui? – indagou assim que a amiga parou a sua frente.

Levy – É assim que recebe sua melhor amiga? – sorriu alegremente, abrindo os braços como se esperasse um abraço da loira.

Lucy então fez aquilo que a amiga desejava, lhe deu um abraço apertado e demorado. Assim como Wendy fez com o rosado.

Levy – A Wendy de alguma forma conseguiu meu numero... Então me ligou ontem à noite e me disse... – explicou ainda abraçada à loira –... Você realmente vai se casar com o Natsu?

Lucy se afastou, fazendo com que Levy visse seu sorriso.

Levy – Tem certeza? Pensou bem nisso? Você sabe quem ele é, certo? Sabe... O Rejeitado... O garoto que é um fracasso tanto nos estudos quanto nos esportes... – pareceu tentar convencer a amiga a não fazer aquilo.

Natsu – Claro, continue... Não há mais nenhum adjetivo? – se indignou ao ouvir tais palavras da pequena.

Lucy –... Sim, eu sei – soltou uma pequena risada – Mas apesar de tudo, ele é uma boa esposa!

Levy e Wendy encararam a loira sem entender o que a mesma queria dizer com aquilo.

Wendy –... N-Não seria marido? – achou que a loira havia errado por engano.

Lucy – Não, é esposa mesmo – soltou uma pequena risada – Ele limpa a casa, prepara o meu banho, lava as roupas, faz o almoço e o jantar... E é muito bom nisso – explicou.

Levy – Entendo, então ele realmente é uma excelente esposa – segurou a risada ao encarar o rosado com um olhar de deboche.

Natsu – O que é tão engraçado? Eu ser melhor que você em algo? – foi a vez de o garoto encarar a pequena com um olhar convencido, provocando a mesma.

Levy – Ora seu... – foi interrompida.

Lucy – Levy, e o Gajeel? Não pensou em trazê-lo? – indagou em um tom calmo, mas aquela pergunta fez o clima ficar um pouco mais pesado.

Levy –... B-Bem... E-Eles não sabem o que aconteceu... Não sabem como você estava quando conhecer o Natsu – tentou explicar – E-Então para eles... O Natsu... Meio que apunhalou o Sting pelas costas... E você sabe que a amizade que temos não é uma simples amizade... Então eles condenam o Natsu por estar com você, aquela que era tão amada pelo Sting... Que era noiva do Sting – concluiu.

Lucy encarou ao rosado completamente surpresa, mas apenas pode ver um sorriso triste brotar sobre a face de seu amado.

Natsu –... Vamos entrar – as chamou para dentro.

Depois de pouco mais de uma hora, as garotas se trancaram no quarto enquanto Igneel e Grandine conversavam com o juiz de paz.

Natsu bateu na porta do quarto, queria entrar para pegar suas roupas, mas apenas pode ver uma pequena greta ser aberta.

Levy – O que você quer? – indagou seriamente.

Natsu – Pegar minhas roupas! – respondeu no mesmo tom.

Levy – Você não pode entrar... Se a vê-la vestida de noiva antes do casamento, vai dar azar...

Natsu – A Lucy não tem nenhum vestido, então isso não faz sentido! Me deixe entrar! – aumentou o tom de voz, ficando um pouco indignado com aquilo.

Levy – Não importa! Você não vai entrar! – exclamou – Se quiser roupa, peça ao seu pai! Ele parece ter trazido algo para você – surpreendeu o amigo, mas logo depois voltou a fechar a porta.

Natsu – Pai! – voltou à sala – Levy disse que trouxe algo pra mim, é verdade?

Igneel – Ah sim, é um terno, está na parte de trás do carro... Imaginei que você não tivesse nenhum aqui com você – explicou – Falando nisso, onde será a cerimônia?

Natsu –... No meio... Da floresta – forçou um sorriso, fazendo os três ali presentes o encararem surpresos.

Grandine –... Por acaso vocês andaram encontrando alguma plantação de cogumelos e então resolveram comer alguns antes da cerimônia? – indagou com certo sarcasmo.

Natsu – Não mãe – soltou um leve suspiro.

Igneel – Vocês sabem que tem ursos nessa floresta, certo? – estreitou os olhos.

Natsu – Sim, sabemos... Eu até mesmo fui atacado por um – murmurou a ultima parte.

— Não farei a cerimônia em um local que minha vida pode estar em perigo – o juiz de paz informou, deixando o rosado sem palavras.

Natsu – Eu não pensei em nada disso... Foi tudo plano da Lucy... O que falo pra ela agora? – pensou um pouco mais sério –... V-Vou pegar o terno... Já volto para conversarmos com mais calma.

Enquanto isso, Levy apenas trabalhava nos cabelos da loira enquanto Wendy ajudava a mesma com a maquiagem.

Levy – O que é isso no seu dedo? – estranhou ao ver os arames enrolados.

Lucy –... Meu anel de noivado – respondeu calmamente.

Levy/Wendy – Eh? – encararam a mão da amiga, vendo aquele anel com certo desprezo.

Wendy – Esse é o anel mais pobre que eu já vi – falou seriamente.

Lucy – Sério? – soltou uma pequena risada – Para mim ele é muito valioso...

Levy – Por quê? Ele é feito só de arame! – não entendeu a loira.

Lucy – Porque... Foi o Natsu quem me deu – respondeu com as bochechas tomadas por um leve rubor.