História A Madrasta - What Is Love?

Scarlett Bieber

Estava terminando de me arrumar em frente ao espelho do quarto, retocando por uma última vez a minha boca com o batom vermelho para deixar meus lábios ainda mais sensuais e provocantes. Olhei-me de cima a baixo, contemplando o resultado que causei em mim mesma com satisfação e adoração, realmente estou vestida para matar e com apenas um alvo em mente: Meu amado e doce querido, Justin.

Resolvi usar e abusar do vermelho essa noite, a única parte do meu corpo que não continham a cor forte da paixão e do desejo, é a minha calça jeans de couro preta, a minha lingerie que levava um tom grená e minha camiseta era branca. A jaqueta curtinha que aquecia meu corpo era de couro e também carregava um tom avermelhado bem fechado, assim como os meus saltos em meus pés.

— Scarlett… me diga. — fitei o reflexo do loiro quando ele invadiu o quarto, sem bater na porta, ou anunciar sua chegada. Bieber vestia uma camisa de manga comprida, dobrada até seu antebraço deixando suas tatuagens amostra, listrada alternando entre o preto e branco, calça preta e tênis branco, e o cabelo penteado de forma despojada, ou teria Ryan bagunçado? — Qual é o nome que se dá quando uma pessoa consegue ultrapassar o limite da beleza e da gostosura? — ele perguntou em tom brincalhão abraçando-me por trás, seu queixo repousou em meu ombro e o loiro não perdeu tempo antes de cheirar por alguns longos segundos o meu pescoço. — Tão cheirosa e… minha! — sorriu docemente, fitando-me pelo espelho. Nossas mãos estavam entrelaçadas e sorri vendo o quanto combinamos, e o quanto conseguimos ser tão bonitos.

Realmente, a beleza que possuímos não é normal pois dá para dar, vender e distribuir que ainda sobra o suficiente para sairmos encantando as pessoas pelo mundo!

Não estou com nenhum pouco prepotente está noite, como todos podem ver.

— Você até que dá para gasto essa noite… — o provoquei, dando uma leve empurrada nele com a minha bunda e me apressei para pegar minha minúscula e discreta bolsa que conseguia suportar apenas meu celular, minha carteira, chaves e os documentos mais importantes que se deve carregar ao ir na rua.

— Eu deveria ter me vestido melhor. Sabia que estava simples demais… — ele murmurou enquanto analisava-se no espelho, fazendo várias poses em frente ao mesmo com uma expressão insatisfeita. Revirei os olhos, rindo fracamente ao notar que o mais novo levou a sério o que falei.

Justin é muito vaidoso e se preocupa bastante com sua aparência, e talvez mais do que eu mesma. Se ele não receber um elogiozinho sequer pensa que o jeito ao estar arrumado não foi o suficiente para receber o elogio, chamar atenção.

— Você está lindo, Justin!

— É o meu cabelo não é? O diabo do Ryan bagunçou ele e ficou essa merda! — reclamou tentando ajeitar o cabelo com as próprias mãos, porém ele não notava que estava apenas piorando e tratei logo de segurar seus pulsos, impedindo que o estrago fosse maior.

— Não a nada de errado com o seu cabelo! — garanti, ele me ignorou ao continuar fitando-se fixamente no reflexo.

—   Deve ser a blusa. Vou me trocar rapidinho e… — o interrompi, segurando-o antes que o loiro conseguisse andar até o armário.

— Você está lindo, Justin. Maravilhoso. Perfeito. Gostoso. Sexy. Uma delícia de tão irresistível! — o elogiei de maneira desesperada, torcendo para que ele pudesse crer em minhas palavras e tirasse a ideia louca de trocar de roupa da cabeça.

— Eu sei que estou lindo e tudo mais, amor, só estava fazendo charme para conseguir arrancar isso de você! — piscou sorrindo sapeca, deixando-me boquiaberta. Justin riu da minha cara e segurou em meu rosto para plantar um demorado selinho em minha boca, porém logo o separei de mim ao estapeá-lo.

— Safado! Cretino! — falei brava e tentei acertar um chute no mais novo, contudo ele foi mais ágil ao desviar e correr até a porta.

— Vamos logo, deixe para me bater, me xingar depois ou perderemos a nossa reserva. Estamos quase atrasados! — olhou aflito para o relógio de ouro em seu pulso. — Vamos, ou prefere ficar aqui com essa carinha linda emburradinha? — ameaçou se aproximar para tentar me tocar e o ameacei erguendo minha bolsa enquanto rosnava em sua direção, Bieber riu debochadamente e mandou-me um beijo no ar voltando a se aproximar de mim.

—  Você não presta! — falei entre os dentes enquanto era segurada em seus braços, desviando de sua boca tentando beijar a minha.

— E você irá superar que eu sei. — e então ele colou nossos lábios em um beijo lento e suave.

♧♧♧

Fomos para a boate, depois de termos tido um divertido e maravilhoso jantar regado a ótimas conversas e boas risadas, Ryan como sempre era o palhacinho e não perdia a chance antes de contar milhares de histórias hilárias sobre ele mesmo, ou sobre Justin, ou sobre ambos e isso irritava o amigo pois o deixava constrangido. Se dependesse de Justin, jamais saberia que na faculdade ele ficou tão bêbado em uma festa do campus que conseguiu perder o próprio carro e no dia seguinte, ao procurar por ele, encontraram o veículo debaixo de uma ponte submergido em um rio.

Ah, e também jamais saberia da boca de Justin que ele e Ryan se envolveram e foderam, sem saber, com as filha gêmeas do diretor da faculdade que frequentavam na época. Butler revelou que até então quando descobriu as semelhanças físicas, após um mostrar a foto para o outro, e as conscidências que aconteciam para impedir que se conhecessem, estranhou e pensou que ambos estivessem transando com a mesma garota. Ryan deixou claro que na hora achou o máximo, na cabeça dele a imaginação estava a mil e pensava até que poderia rolar um ménage, porém todo o plano dele envolvendo “putaria” foi por água abaixo quando ele e Justin resolveram visitá-la, juntos, e quando tentaram questioná-la sobre o motivo de terem sido feitos de trouxas, acabaram descobrindo que na verdade a garota tinha uma irmã gêmea completamente idêntica. Butler e Bieber continuaram saindo, normalmente, com as gêmeas até que o diretor da faculdade, o pai delas, flagrou os quatro em momentos íntimos e mesmo que não estivessem transando, ele se enfureceu. E pela primeira vez durante as historinhas de Ryan, Justin resolveu abriu a boca e contar que após terem sido pegos no flagra pelo pai das gêmeas, foram expulsos da faculdade e proibidos de pisarem em um centímetro sequer que pertencesse ao local.

— Agora consigo entender o porquê de você ter ligado para o seu pai desesperado.

— Jesus… como ele ficou bravo! — ele parecia lembrar pois ria, como se pudesse assistir a cena.

— Mas você não contou para ele o motivo da sua expulsão… ou contou? — o loiro negou enquanto bebericava o seu Dry Martini, acabando com o mesmo e em seguida comeu a azeitona. Antes de me responder, como estávamos sentados nos banquinhos ao redor do bar, Justin virou-se para o barman e pediu a sua terceira dose da mesma bebida.

Estava apenas observando até onde ele aguentaria ir porque se ele ficar, pela primeira vez, bêbado na minha companhia será algo ao qual irei recordar para sempre pois farei questão de ter provas suficientes engraçadas pra rir da cara dele.

— Não contei por vergonha, mesmo sabendo que ele ficaria “orgulhoso” do motivo da minha expulsão. E também não contei por receio que ele brigasse com o amiguinho dele lá por minha causa, até porque o motivo é torpe! Onde já se viu expulsar dois alunos por razões pessoais?  Tudo bem que Ryan não era e nunca foi um aluno exemplar e nem de longe um exemplo para qualquer pessoa, mas eu sempre fui estudioso e centrado nas minhas obrigações. Escorreguei só um pouquinho e sem saber ainda por cima que estava me relacionando com a filha do dono da faculdade, e me fodi! — ele riu sem humor, dando de ombros. — Mas o importante é que me formei em uma faculdade mil vezes melhor que a daquele velho idiota… obrigado! — agradeceu o belo barman de pele morena e que tinha belos olhos verdes, sorri quando o mesmo mandou-me uma piscadela e agradeci por Justin não ter sequer percebido por estar muito ocupado saboreando sua bebida. — Kétlyn parece uma louca dançando e o Ryan um retardado naqueles passos desengonçados! Que belo casal eu formei! — ele comentou enquanto observava o casal citado dançando juntos de forma engraçada a música eletrônica: This Girl, Kungs.

Era bonitinho observá-los dançando pois a maneira como Ryan tentava acompanhar a namorada e o desespero estampado em seu rosto com uma barba rala da mesma cor de seu cabelo era demasiadamente engraçado, seus movimentos exageros e desengonçados rendia boas e gostosas risadas em Justin além de Kétlyn que divertia-se com o namorado também por vê-lo dançar daquela maneira.

— Você só critica o coitado do seu melhor amigo, mas até agora não dançou comigo.

— Eu sou daqueles que prefere observar, rir da cara dos outros e beber. Melhor... prefiro observar a minha mulher dançar… — o loiro esticou os braços e fingiu um enquadramento de foto/vídeo em cima de mim enquanto fitava-me de cima a baixo mordendo os lábios. — Principalmente se estiver dançando somente pra mim! — ele abriu um apaixonante sorriso de tão lindo e meigo, por mais que sua frase tivesse sido carregada, pelo menos na minha interpretação, em sensualidade e malícia.

— Para sua infelicidade você se dá bem com seus pés e sabe dançar muito bem. — fiquei no meio de suas pernas e brinquei com o seu cordão que continha apenas duas letras: JB bem delicadas em ouro amarelo. — Estamos aqui faz uma hora e até agora você não conseguiu dançar uma música comigo, bebê!

— Não gosto de pagar mico!

— Mico? Pare de graça! Você dança bem… anda, vamos logo! Só uma música! — continuei insistindo e tentei convencê-lo ao fazer beicinho, como não adiantou de muita coisa parti para o jogo “sujo” e comecei a beijar seu rosto, alternando entre seu pescoço deliciosamente perfumado e voltando para sua boca, lugar onde dei algumas mordidinhas provocantes. — Eu amo essa música! — exclamei ao notar o início de X, Nicky Jam e J Balvin. Bastava ouvir essa música que meus quadris automaticamente começavam a rebolar na batida gostosa que a mesma possui.

— O que é isso? Uma espécie de hipnose? —ele falou rindo, segurando em minha cintura ao notar o movimento que eu fazia.

— Vamos dançar? Por favor?! — desta vez implorei, fazendo meu olhar pidão e o loiro riu fracamente negando com a cabeça.

— Ai, ai, Scarlett… o que você não pede, que eu não faço chorando, hein? — disse ele com uma expressão desanimada, sorri vitoriosa comemorando por ele finalmente ter cedido. — Vou cobrar isso… — murmurou em meu ouvido enquanto caminhavámos abraçados em direção da pista de dança centralizada no meio da boate e bastante movimentada, tumultuada com os vários corpos dançantes e agitados. — Só vou dançar essa música! — disse sério, pondo-se em minha frente.

— Nem pensar! — exclamei incrédula enquanto mexia meu corpo no ritmo da música espanhola.

— Scarlett…

— Vai dançar quantas eu quiser!

— Mas não vou mesmo!

— Então irei arranjar quem queira… — lhe dei as costas, pronta para dar meia volta e o loiro rapidamente segurou em meu braço e encostou seu corpo no meu.

— É claro que danço contigo, Scar. — seu tom de voz era apreensivo, pois ele sabe que sou louca e não duvida que eu iria mesma atrás de outro homem para dançar comigo e poderia até ser o barman bonitinho que deu mole pra mim. — Mas oh… vou isso cobrar de você!

— Pode cobrar... o que você quiser de mim! —provoquei ao virar minha cabeça em direção de sua orelha e sussurrar em seu ouvido.

E então comecei a dançar com ele, podia sentir perfeitamente Justin movimentando-se atrás de mim conforme o meu corpo mexia-se em sua frente, me acompanhando. Até que ele se empolgou com o gostoso ritmo de X e resolveu me conduzir, ao segurar em minha mão e fazer-me girar para em seguida grudar nos corpos, arfei com o fato do movimento ter sido um tanto forte, e dançar juntinho comigo. Porém ao nos separarmos, não pude deixar de sorrir da forma charmosa como Justin dançava, movimentando os braços e as pernas perfeitamente de acordo com o ritmo, sempre com um sorrisinho na boca. Entretanto, percebi que já havia passado da hora de provocá-lo porque o loiro conseguiu me hipnotizar com a forma tímida e charmosa que dançava. Por isto, passei a exagerar mais nos movimentos obtendo a total atenção do mais novo, que automaticamente parou de dançar para apenas me observar com uma das mãos sob o queixo fitando-me de cima á baixo. Levei uma das mãos ao meu cabelo e comecei a mexer o corpo devagar, sensualmente conforme o ritmo da música pedia, desci provocadoramente e devagar até o chão, deixando um sorriso sacana repuxar no canto dos meus lábios, apenas para subir de costas para ele. O resto do pessoal ali presente dançava, contudo prestava atenção em mim também e pude notar o olhar interessado e babão de alguns homens sob mim pelo meu pequeno showzinho sensual e tive a certeza que Justin também percebeu quando ele abraçou minha cintura com um dos braços, demonstrando para quem quisesse e ousasse se aproximar que estou muito bem acompanhada, e em troca levei uma mão para trás segurando em sua nuca e voltei a descer até o chão, subindo desta vez com a única intenção de roçar meu corpo no de Justin e provocando um grande estremecimento nele ao provocá-lo em rebolar minha bunda com vontade contra seu pau.

— Esses babacas te olhando, está me tirando do sério… — ele rosnou, irritado e segurou com mais força em minha cintura querendo descontar ali o incômodo. Me virei para ele e passei meus braços ao redor de seu pescoço, dando-lhe um leve e suave beijo. — Vou matar um, Scarlett… — ri roucamente, repousando meu dedo sob seus lábios o silenciando.

— Vai mesmo se preocupar com eles, tendo coisa melhor para prestar atenção? Hum? — mordi seu queixo, seus olhos caramelados resolveram voltar a me olhar e chegava a ser divertido por causa das luzes neon brincando pela boate.

Agarrei a gola de sua camisa e o puxei, colando de vez nossos corpos. Encaixei nossas pernas uma na outra e logo começamos a dançar desta vez juntos e em perfeita sincronia, nossos movimentos eram lentos, sensuais e provocantes, e nossos olhares não se desgrudaram de maneira alguma. Ao contrário dele não fiquei incomodada, só um pouquinho, quando percebi os olhares das mulheres em cima do meu homem e por isto resolvi beijá-lo, fazendo questão de olhar fixamente para as vadias ousadas enquanto me deliciava com o sabor da boca do loiro e o beijo maravilhoso que apenas ele sabe dar. Quando Bieber percebeu a minha provocação, havia diversão estampada nas íris de Justin, nos meus malícia e combinava perfeitamente com meu sorrisinho safado.

Quando a música  "X", infelizmente, chegou ao fim dando início para outra música no estilo eletrônica e talvez fosse do Dj Guetta, Justin preparou-se para se retirar da pista e voltar para o bar, ou para o lugar onde Kétlyn e Ryan deveriam estar, porém o fiz ficar pela “dívida” que o mesmo tinha comigo e quando retornou a falar que não dançaria outra, novamente o ameacei com o fato de ter vários homens loucos para dançarem comigo e obviamente ele cedeu, com medo de ver outro homem se “aproveitando” de mim em uma dança.

♧♧♧

Após passarmos um bom tempo na pista de dança nos divertindo e eu ter cansado o homem loiro tatuado, o deixando suado e com vontade de apenas ficar sentado pelo resto da noite, voltamos a ficar na nossa área VIP e quando chegamos ao local citado, encontramos Ryan e Kétlyn praticamente se engolindo, sentados no sofá envolta da mesa com algumas garrafas de bebidas. E aproveitamos o fato de Ryan, depois de muito tempo (e não que eu esteja reclamando pois aproveitei eles estarem na “bolha” deles e agarrei Justin também) ele deixou a namorada respirar para podermos iniciar uma conversa e fui obrigada a fazer o mesmo com Justin.

— Nice for what… — o loiro cantarolou animado, fazendo alguns movimentos caracterizados como hip-hop enquanto abria sua cerveja. — Na minha festa de casamento quero que o Drake esteja cantado! — franzi o cenho, o encarando curiosa e surpresa, não foi apenas eu que fiquei o encarando desta maneira. — Que foi gente? — falou envergonhado dando de ombros e levou a garrafa de cerveja à boca após abrí-la.

A minha surpresa não era pelo fato dele ter citado o nome desse cantor fabulosamente lindo porque realmente o Drake é um verdadeiro Deus Grego e deveria receber um prêmio por ser um moreno de tirar o fôlego porém Justin não precisa, jamais, saber disto. Sei que o mais novo é fã do rapper, ele o adora e o que não falta em sua playlist são as músicas dele, a minha surpresa mesmo foi pelo fato dele ter dito a palavra “casamento”.

— Você acabou de sair de um casamento e já está pensando em outro? — Kétlyn falou  ao perceber que nem eu, ou o namorado dela nos pronunciariamos. A morena disse o que Ryan e eu queríamos falar, porém faltou coragem ou vontade.

— É proibido agora? Não sabia que havia se tornado um crime… — ele respondeu em um tom grosseiro, sentando-se ao meu lado e coloquei minha perna sobre as deles, logo a mão do loiro repousou em cima da minha coxa e de vez em quando ele dava alguns fracos e carinhosos apertões na mesma. Parecia estar nervoso. — Você acha que é crime, amor? — me encarou curioso, engoli em seco dando de ombros e balançando a cabeça negativamente, me negando a respondê-lo.

Casamento: É algo que pretendo não conversar tão cedo com Justin até porque irei sair, felizmente, de um relacionamento de quinze anos, namorei por quatro anos com Jeremy e sou casada com ele há onze anos e até completaríamos doze anos, caso não nos divorciassemos, entretanto, graças a deus isso irá acontecer assim que eu voltar para Miami.

Portanto, por enquanto não quero conversar sobre casamento com ele porque simplesmente quero respirar um pouco. Não quero novamente essa responsabilidade em minhas costas e  não é porque eu não queira ou não deseje me casar com ele, muito pelo contrário. Desejo e muito me casar com Justin, entretanto, agora não é o melhor e o mais apropriado momento, e se eu ousar falar isso para essa desgraça, por ele ser muito apressado, afobado e impulsivo, qualquer palavrinha errada ou dita em um contexto errado, é o bastante para deixá-lo puto por ele entender absolutamente tudo errado.

Justin ficou alguns segundos fitando-me curioso e intrigado, por conta disso fiquei sem graça e incomodada pela clara expressão interrogativa em seu rosto, Kétlyn por ter notado meu desconforto trocou de lugar comigo e empurrou o amigo para perto de Ryan, e logo engatou uma conversa comigo.

— Obrigada, Ket! — beijei sua bochecha, ela sorriu meiga.

— Ou era te livrar do senhor cabeça dura, ou teríamos que aturar Justin com um bico enorme pelo resto da noite e ainda por cima presenciar briga de vocês e acredito que depois de ficar vendo beijos alheios, não existe coisa mais chata para assistir do que DR de casal! — reclamou revirando os olhos e concordei com a morena. — Portanto me agradeça me dando um aumento! — me surpreendi com seu atrevimento, porém não deixei de rir ao notar que a mais nova estava apenas brincando.

Ou quase brincando, com certeza deveria ter um pinguinho de verdade em querer aumento e ela não estava longe de merecer tal coisa.

— Terá que resolver isso com o Jeremy, querida!

— Mas você está aqui, bem na minha frente e podemos muito bem… — a interrompi.

— Não serei mais a sua chefe a partir de segunda-feira, Ket. Jeremy e eu estamos nos divorciando, irei embora daquela casa assim que voltarmos de viagem! — os olhos negros da morena arregalaram-se em espanto, contudo ela logo sorriu e abraçou-me.

— Mentira? Meu deus… que notícia maravilhosa! — comemorou e bateu levemente sua taça de champagne na minha em um brinde. — Justin já sabe disso?

— Jeremy fez questão em dizer ao Justin por telefone ontem e fez o filho de pombo correio!

— Agora entendi a animação dela hoje de manhã… se pudesse, estaria soltando fogos pela bunda!

— Pois é, não tenho dúvidas! — ri imaginando a cena e lembrando do quão animado o loiro acordou ao meu lado hoje, o dia inteiro ele só soube falar o fato de seu pai e eu estarmos finalmente nos separando. — Chega de falar de mim. Vamos falar sobre você, moça…

— Eu? Não tem nada para dizer.

— Não se faça de difícil pra mim também, querida.E essa noite, Kétlyn? Rola ou…?

— Veremos… — ela murmurou, notei as bochechas coradas porém isso não a impediu de abrir um sorrisinho malicioso quando novamente tocamos nossas taças em mais um brinde.

♧♧♧

O relógio marcava quinze minutos para às três da manhã quando decidimos irmos embora, Ryan queria ficar mais um pouco e com certeza ficaria bêbado juntamente com Justin pois ambos estavam passando da conta e quando Kétlyn notou que os dois começavam a ficar alterados por conta da grande quantidade de álcool no sangue, resolvemos que era hora de partimos por mais que a madrugada estivesse perfeita de tão boa e divertida. Bieber e Butler estavam finalizando nossas contas, pagando por tudo que consumimos, enquanto Kétlyn e eu esperávamos pelos dois lesados no bar aproveitando nosso último drink: Sex on the Beach.

— Ah… não… — resmunguei insatisfeita quando meus olhos bateram em uma figura masculina, que conheço muito bem até de olhos fechados, caminhando em minha direção de forma sedutora e um sorriso charmoso. — Não pode ser possível… — Kétlyn fitou-me confusa com o canudo da bebida dela na boca.

— O que foi? — perguntou ela, apontei discretamente com a cabeça para o homem que se aproximava cada vez mais.

A expressão dela foi de susto para surpresa e comecei a rir quando a mais nova sugou com mais força a bebida pelo canudo praticamente acabando com a mesma talvez por estar nervosa pela presença de Christopher Pine bem em nossa frente. O moreno barbudo não pensou duas vezes antes de me dar um abraço apertado, e foi impossível não retribuir ao sentir seus braços fortes envolta do meu corpo me acolhendo em seu peito.

— Olá, tudo bem? — Christopher cumprimentou educadamente Kétlyn com dois beijos em seu rosto, ela sorriu amigavelmente e nada disse. — Por que não atende minhas ligações? Não responde minhas mensagens?

— Andei ocupada, Chris…

— Estou vendo como anda ocupada, Scarlett… em Los Cabos, queria ter essa ocupação todos os dias em minha vida. — ele debochou e rimos. — Não passou tanto tempo que deixamos de nos ver, mas estou com saudades! — acariciou com o polegar meu rosto, fitando descaradamente minha boca. Olhei de rabo de olho para Kétlyn e a morena estava imóvel, encarando a cena furiosa, sua expressão não me deixava mentir. — Saudade da sua boca… — seus dedos acariciaram meus lábios e os pressionaram levemente, e segurei rapidamente sua mão ao notar sua aproximação perigosa.

— Christopher, você… — comecei desconfortável com a proximidade de nossos corpos.

— Já sei o que irá dizer e tenho a resposta do que iria me pergunta: Vou me divorciar de Romee. E adivinha o por quê? Para ficar contigo, Scar! —o moreno revelou em um tom animado, o sorriso enorme em seu rosto fez meu coração se apertar por ter que destruir mais uma vez o “sonho” ao qual ele sempre teve quando no passado nos apaixonamos. — Pode me chamar de louco, o que for… mas o meu desejo é ficar contigo!

— Meu deus… — ouvi Kétlyn dizer, boquiaberta e com uma das mãos tampando o rosto.

— Diga que quer ficar comigo, que me deseja tanto quanto eu, Scar… — sussurrou suplicante encostando nossas testas e espalmei minhas mãos em seu peitoral, tentando impedir que houvesse qualquer toque entre nossas bocas perigosamente próximas.

— Christopher… eu… érr...

— Não quer?

— Não é isso!

— Então qual é o problema? Eu quero você, você me quer, certo? — não consegui respondê-lo apenas por ter visto por trás do moreno, Justin aproximando-se com Ryan e ambos riam de algo comentando entre eles porém Bieber rapidamente ficou sério e estático ao me ver com Christopher. — Tudo bem. Não precisa dizer nada, Scar… afinal, você nunca foi boa com palavras, não é? — ele disse rindo fracamente, parecia envergonhado. — Sempre foi melhor com ações… — arregalei os olhos quando Pine segurou firmemente em meu rosto e simplesmente beijou-me.

Por mais que eu não retribuísse e tentasse afastá-lo a todo custo, o  “beijo” provavelmente não durou mais do que cinco segundos porque Justin surgiu das cinzas e como o Flash perto da gente e afastou Christopher de perto do meu corpo brutalmente e não hesitou antes de desferir um soco no rosto do homem mais velho, e o mesmo cambaleou e acabou sendo amparado por Ryan antes que caísse no chão. Kétlyn, assim como eu, ficou preocupada e estática, contudo existia um sorriso satisfeito e contente pela cena em que ela assistia. E diferente dela que ficou sentada apenas observando Justin e Christopher trocando ofensas aos gritos, me levantei para tentar acalmar o mais novo.

A essa altura os olhares curiosos estavam voltados para todos nós porém isto não abalou nenhum dos dois homens que pareciam dois galos gritando um com o outro, e Justin não pensou novamente antes de acertar outro soco em Christopher após o mesmo ter lhe provocado com algo que não consegui ouvir e o soco foi tão forte que senti dores apenas de ouvir o barulho de tão apavorante. Pine tentou soltar-se de Butler que o segurou com mais força e com isto Justin agiu na pura covardia ao se aproveitar de outra chance perfeita que recebeu para acertar outro soco em Christopher e desta vez foi no abdômen.

— Pare, Justin! — o segurei ao notar que ele se preparava para bater novamente em Christopher, Ryan estava aflito pois tentava levar o homem mais velho para longe dos punhos do melhor amigo e Kétlyn apenas se divertia com a cena enquanto bebia tranquilamente sua bebida.

— Vai defender esse merda? — questionou-me aos berros, bravo.

— Está todo mundo olhando!

— E daí, porra? Tô pouco me fodendo se estão olhando ou não, caralho! — ele separou-se dos meus braços. — Eu não vou ser feito de palhaço de novo por você, Scarlett! — exclamou seriamente, apontando o dedo indicador em minha face e não pestanejei antes de agarrar o mesmo e torcê-lo porém sem aplicar muita força senão o quebraria e mesmo que essa fosse a minha vontade, respirei fundo e me controlei para não machucá-lo tanto porque eu só queria que ele ficasse mais calmo. —  Solta… solta… — implorou, com a expressão contorcida em em dor.

— Nunca mais coloque esse dedo gordo na minha cara, ou eu vou quebrar ele! Entendeu bem, Bieber? — o ameacei severa, fazendo o mesmo gesto que até segundos atrás ele fez comigo enquanto continuava segurando seu dedo. Justin assentiu rapidamente e suspirou aliviado quando soltei seu dedo. — Agora deixe Christopher em paz, ele já teve o que mereceu segundo a sua cabeça, Justin!

— Você não sabe o que esse filho da puta acabou de me falar… — o interrompi, tocando em seus lábios com meus dedos.

— Não quero saber, não me importa. E sabe por quê? Porque estou contigo, Justin! E é isso que importa! — e então o beijei calmamente, tentando acalmá-lo de vez. A voz de Christopher sumiu enquanto minha boca brincava com a de Justin serenamente, e quando partimos o beijo e meu olhar encontrou com o de Pine notei a decepção em seus olhos azuis.

— Não estou acreditando, Scarlett! — Christopher falou incrédulo, a decepção continuava estampada em seu rosto.

— Era isso que eu estava tentando te dizer!

— Voltou mesmo pra esse pirralho? — Christopher conseguiu se soltar de Ryan e se aproximou novamente da gente, Butler rapidamente colocou-se em nosso meio para evitar uma nova “briga”. — Sai caralho! Virou segurança do seu amiguinho?

— Não preciso de segurança, seu babaca. E quem é pirralho aqui, seu… — tampei a boca de Justin e o coloquei atrás de mim.

— O que você está fazendo é loucura, Scarlett! — Christopher falou irritado, porém notei que seu tom também estava carregado de preocupação. — Jeremy vai te matar quando descobrir do caso de vocês e eu espero que mate esse babaca também!

Senti o corpo de Justin ficar tenso com o que foi dito por Pine, essa ideia passava pela minha cabeça também sempre que eu pensava na possibilidade de um dia, Jeremy conseguir descobrir que meu amante na verdade é o seu próprio filho

— E o amor não é isso, Chris?

— Não, Scarlett! Amor é tudo menos essa porra que você acha sentir!

— Acho? Eu tenho certeza que amo esse homem como nunca amei ninguém!

— Ah, faça-me o favor, Scarlett! Até parece, você bem sabe o que é o amor!

— E você sabe, Christopher? Então me diga... o que é o amor? Consegue me responder?

— Você é louca... vai morrer por achar amar o cara errado!

— Caralho e o amor não é insano, carregado de loucura, etc? Eu amo o Justin, e se somente a morte foi capaz de nos separar que assim seja! — falei determinada, deixando-o surpreso com minhas palavras e não somente ele, como Ryan e Kétlyn também, até eu fiquei… imagine o próprio Justin que estava atrás de mim?

Com certeza deve estar me amando mais ainda depois dessa pequena declaração de amor.

— Espero que não se arrependa da sua decisão quando for tarde demais, Scarlett! Depois não vá dizer que não te avisei, Johansson! — e pela primeira vez, depois de muito anos, voltei a ouvir meu nome de mulher solteira. Porém foi a maneira como a palavra saiu em tom de desgosto da boca de Christopher que não consegui sentir mais nada além de preocupação e receio.

— Está ameaçando ela, canalha?

— Estou dando um toque. E se ela for esperta mesmo, se realmente for inteligente seguirá o meu conselho!

Christopher mais nada falou além disso e se retirou, trombando em meu corpo propositalmente ao passar por mim. Precisei segurar Justin porque ele quis tirar satisfação com Pine por causa disso e avançou em sua direção com a intenção de bater no homem mais velho novamente, e o mesmo até parou para poder afrontá-lo porém se os seguranças da boate não tivessem chegado, com certeza desta vez eles estariam rolando no chão trocando socos. Pelos próprios seguranças fomos encaminhados até a saída, Kétlyn não sabia onde enfiar a cara por estar envergonhada ao sermos “expulsos” do local mesmo que já estivessemos prestes a irmos embora.

— Já estou mais do que acostumado com isso… — Ryan falou despreocupado, fazendo sinal para o táxi que passou direto. — Filho da puta! Desgraçado… tomara que bata com o carro e fique paraplégico!

— Que isso, Ryan? — Justin falou, encarando o melhor amigo horrorizado. E enquanto Kétlyn resolveu repreender particularmente o namorado, o loiro fitou-me. — O que Christopher está fazendo aqui?

— Não estou mais falando com ele desde aquele dia, portanto não o chamei! — me defendi, erguendo as mãos.

— Ontem você falou que era amiga dele, blá, blá, blá…

— Foi modo de dizer.

— Tem certeza?

— Justin… é sério?

— Porra, então me explica como é que esse idiota descobriu que você estava aqui?

— Ele não veio atrás de mim, foi uma grande coincidência porque assim como você não postei nada em minhas redes sociais. Christopher deve estar a trabalho, ou viajando a lazer… sei lá!

— Traindo a esposa, por exemplo…

— Isso não é da nossa conta, Justin! — falei seriamente, incomodada pelo fato dele se preocupar com a loira aguada. — E pare de se preocupar com aquelazinha…

— Quero que Romee se dane junto com o marido filho da puta dela. Estou preocupado comigo, Scarlett. Por acaso, você viu o olhar assassino dele pra cima de mim quando foi embora? — neguei, franzindo o cenho confusa e tentando me lembrar do fato ocorrido, mas estive tão ocupada prestando atenção em Justin para acalmá-lo que nem sequer olhei para meu ex-amante. — Christopher vai aprontar alguma pra cima de mim, estou sentindo! — o loiro estava preocupado, pude sentir pelo tom de sua voz e também por causa de sua expressão contorcida em uma careta de receio. — Tomare que meu pai o mate de uma vez! — deu de ombros e o estapeei, incrédula com o que o mais novo teve capacidade de dizer em voz alta e ainda por cima em minha frente.

— Nunca mais repita isso!

— Ora, antes aquele crápula do que eu, Scarlett. Tenho um filho para criar e ver crescer! — o loiro argumentou dando de ombros e balancei a cabeça negativamente, repreendendo com o olhar.

— Nem vou falar nada para depois você não vir reclamar e dizer que estou defendendo o Chris.

— É melhor mesmo… — resmungou emburrado, fazendo sinal para o táxi que se aproximava da gente. Havíamos perdido alguns já que Ryan e Kétlyn resolveram ficar se beijando, trocando carícias e sussurros como se ninguém mais existisse ao redor deles. — Ah, e o nome dele é Christopher, ou Andrew, como preferir! — disse entre os dentes e exibiu um sorriso falso enquanto abria a porta do táxi para que eu pudesse entrar no veículo.

— Pra mim é Chris, ou Andy, e para o mais intimos… grandão! — o provoquei, sorrindo de forma sacana. O mais novo trincou o maxilar, sua respiração ficou pesada e percebi que ele controlou-se para não xingar, ou até mesmo gritar.

— Não quero nem imaginar o porque desse “apelidinho” tosco e ridículo!

— O que é isso, bebê? Inveja? — continuei o provocando, Justin fitou-me abismado.

— Inveja dele? — perguntou indignado, parecia realmente ofendido com a minha brincadeirinha.

— E de outras coisinhas mais… — insinuei soltando uma risada maldosa, ele semicerrou os olhos e balançou a cabeça negativamente em repreensão.

— Você tá reclamando do que te satisfaz? Está mesmo reclamando daquele que te come?

— Por acaso reclamei? Só disse que você pode estar com inveja…

— Jamais terei inveja daquela babaca. Porque o mais importante eu tenho, que ele nunca teve e nunca terá…

— O que? Posso saber?

Justin deu um sorrisinho besta, tendo uma expressão convencida no rosto e aproximou-se, fazendo nossas respirações se misturarem e o cheiro razoável de alcóol em seu corpo entrar em minhas narinas. Ele colocou as mãos em meu rosto e roçou nossos lábios um no outro, quando pensei que ele me beijaria, recuou minimamente apenas para voltar a me olhar nos olhos.

— Você, Scar… eu tenho você… — sussurrou contra minha boca e por fim, beijou-me.

Poderíamos muito bem ter ficado bastante tempo ali, apenas curtindo a sensação de nossas bocas coladas, movendo-se contra a outra, sentindo o gosto um do outro, porém Butler juntamente com a Martins tinham que ser belos estraga prazeres, assim como o motorista do táxi que buzinou para chamar nossa atenção.

O nosso beijo era tão gostoso, tão anestesiante, que até esquecemos do coitado do taxista parado apenas nos esperando entrar em seu carro para poder voltar a trabalhar.

— Em casa vocês poderam continuar com a perversão. — Ryan brincou rindo maliciosamente enquanto dava tapinhas nas costas do melhor amigo, que ficou envergonhado. Lhe dei um último selinho antes de entrar no táxi com Kétlyn na parte de trás do mesmo.

— Sorte de uns, azar de outros, amigo. — Justin respondeu de forma arrogante, mandando uma piscadela para Ryan e entrou no veículo ocupando o lugar ao lado do motorista. Desta vez foi Butler quem ficou sem graça e em silêncio ele entrou no táxi ficando ao lado da namorada com uma expressão aborrecida.

— Isso não se faz, Scarlett… — Kétlyn murmurou, descontente com a fala de Bieber.

— Ket, eles que são grandes e brancos que se entendam, não tenho nada a ver com a putaria deles. Agora, isso que você também está fazendo com Ryan… não se faz!

— Não fique me apressando!

— Quando for pra ser, será, Ket! — sorri amigavelmente.

Por dentro estou uma pilha de nervos e de saco cheio desse doce que ela estava fazendo com o coitado do Ryan. Se Justin ousasse em fazer isso comigo desde que voltamos, teria surtado faz tempo e talvez até dispensado ele, por mais que eu o ame e seja terrivelmente apaixonada por este homem não consigo viver sem sexo, é uma atividade que não pode deixar de fazer parte do meu dia-a-dia.

♧♧♧

Obviamente quando chegamos em casa Jaxon estava em seu milésimo sono porém Justin como o bom e verdadeiro implicante nato que é, resolveu “mandar” Kétlyn dormir no mesmo quarto que Jaxon para tomar conta do menino e quando a morena negou-se, fazendo o que Bieber gostaria que ela tivesse feito, ele foi taxativo na hora de respondê-la.

— Pra quer dormir com Ryan? Não fará nada, apenas deixará o rapaz na vontade como faz todos os dias, Kétlyn. Pode ir dormir com meu filho, lá sim você terá alguma “utilidade”...

É claro que a jovem morena ficou irritada com a provocação do amigo porém por apenas se tratar de uma brincadeira e Justin ter deixado bem claro que ele estava zoando com a cara dela com o único propósito de vê-la emburrada, o loiro a abraçou e tudo ficou em paz, tranquilo novamente, e logo ela foi para o quarto, onde Ryan já tinha ido desde que chegamos na mansão. Passei no quarto de Jaxon apenas para ter a certeza de que o meu pequeno menininho realmente dormia confortavelmente em sua cama como um verdadeiro anjinho debaixo das cobertas. Após ter tirado uma foto de seu rosto angelical e fofo, depositei um carinhoso beijo em sua testa e me retirei do quarto, rumando para o meu.

— Ainda bem que ainda não começou a tomar banho! —  comemorei começando a tirar minha roupa, assim que entrei no quarto fui diretamente para o banheiro e encontrei Justin terminando de despir-se.

— Por que… opa… — ele perdeu a voz, surpreso quando fiquei nua em sua frente e passei por ele ao entrar no box. — Quem te disse que quero tomar banho contigo, ou dei permissão para entrar aqui, hm? — perguntou em um tom brincalhão, mordi os lábios quando a cueca sumiu de seu corpo e exibindo uma das melhores partes de seu belo corpo pra mim.

O loiro entrou no box e logo ficou com o corpo debaixo do chuveiro, molhando-o ao deixar os jatos fortes d’água  do chuveiro escorregarem desde sua cabeça, passar pelo tronco e perde-se em seu abdômen perfeito, e foi impossível não admirar aquela cena caracterizada em minha mente como sensual demais para o meu pobre coração. Me aproximei mais do homem mais novo que eu, com diversas tatuagens espalhadas pelo corpo, e envolvi seu pescoço com os braços.

— Você não tem que querer. E não preciso de permissão para nada! — dei uma mordidinha em seu queixo e segui com minha boca para o seu rosto, depositando alguns beijos pelo mesmo até chegar em sua boca e lhe dar um rápido beijo muito bem retribuído por ele.

— Claro, você é a poderosa… — ironizou, rindo fracamente.

— Tão poderosa que farei você calar a boca, bebê! — minhas unhas fizeram o percurso perigoso de seu peitoral, passando por seu abdômen até chegar em seu membro, ainda, amolecido em minhas mãos. E não tardei antes de começar a estimulá-lo até que o mesmo ficasse da maneira que amo e necessito.

Ou seja: Duro e pulsante.

— E como pretende fazer isso? — ergueu uma das sobrancelhas, fitando-me de uma maneira questionadora mesmo que seus olhos castanhos exalasse e brilhassem em divertimento.

— Colocando sua boca bem aqui! — sugeri, sorrindo maliciosamente, fazendo força em seus ombros para que o mais novo abaixasse e ficasse de joelhos em minha frente.

Justin soltou uma fraca e rouca risada, surpreso com a minha ousadia em praticamente mandar que ele me fizesse um oral e mesmo assim não deixou de encarar fixamente com interesse minha boceta exposta na altura perfeita de seu rosto, mais precisamente da sua boca.

— Você é impossível, Scarlett! Mas seu desejo é uma ordem que cumprirei com muito prazer... — ele assouprou suavemente e joguei a cabeça para trás, fechando meus olhos com força ao sentir os dedos longos e gordos de Justin passarem por minha intimidade, pressionando-os ali.

Justin mantinha boca ocupada depositando beijos ao redor da minha barriga, alternava às vezes para as minhas coxas e de vez em quando beijava delicadamente meu ventre sempre muito carinhoso e calmo. Meu corpo inteiro estremeceu quando o loiro pressionou com força um de seus dedos em minha boceta, apertei meus olhos com força ao sentir mais dois dedos me massageando, e prendi a respiração sentindo todos os meus músculos se contraíram com seu toque divino, cravando, sem misericórdia, minhas unhas, pintadas em vinho, seus ombros assim que ele posicionou um dedo em minha entrada e o penetrou. Justin me penetrou lentamente, fazendo movimentos circulares com seu dedo dentro de mim e massageando deliciosamente meu clitóris com seu polegar, alternando com sua língua quente e aveludada.

Porém por mais que fosse bom e gostoso, era torturador pois aquela lentidão me deixava em total desespero. Quero força, agilidade, um pouquinho quem sabe de violência e principalmente prazer… muito prazer, quero estar tão satisfeita que amanhã quero acordar vendo estrelas e passarinhos verdes.

— Justin… mais rápido… por favor, bebê… — supliquei, fitando suas íris brilhantes em luxúria, o dourado de seus olhos estavam intensos e completamente lindos.

Sorri satisfeita quando o mais novo colocou o segundo, seguido de um terceiro dedo dentro de mim e começou a movimentá-los rapidamente, deixando-me saciada da minha vontade, e alguns gemidos de aprovação e principalmente satisfeitos, fugiram da minha boca com total liberdade.  A cada movimento de seus dedos dentro de mim, em perfeita sincronia com sua língua que continuava massageando meu clitóris com a mesma velocidade que ele usava para investir em mim com os dedos, podia sentir meu corpo queimar por dentro por estar tão próxima de gozar e a minha respiração pesada, ofegante e completamente acelerada, juntamente com meus gemidos altos denunciavam claramente a chegada do meu ápice.

— Só saio daqui quando gozar na minha boca, Scar… goza pra mim, amor!

Não tive outra alternativa ao não ser realizar o seu desejo e prontamente obedecê-lo. Relaxei meu corpo, sentindo a adrenalina percorrer por todas as minhas veias e logo depois por minha boceta úmida e sensível após o orgasmo, parecia até que eu tinha levado um choque. Fiquei tão mole que Justin ficou me segurando enquanto continuava sugando todo o líquido que liberei após ele ter me feito gozar.

Fechei os olhos, encostado mais uma vez minha cabeça na parede gélida atrás de mim, tentando regularizar minha respiração e falhei pois Justin ficou de pé novamente, não perdeu tempo antes de segurar meu rosto e tomar meus lábios para si. Nos beijávamos com ferocidade, com desejo, nossas línguas travavam batalhas por disputarem incansavelmente território e eu podia sentir claramente o meu próprio gosto em sua língua, e durante beijo escorreguei uma de minhas mãos por seu abdômen até estar com a mesma em seu pau extremamente rígido que pulsava de excitação sob meus dedos e o apertei com força, sorrindo vitoriosa ao ouvir um gemido rouco e manhoso sair de sua boca que foi abafado por estarmos nos beijando.

Ele não permitiu que eu o provocasse até que ele implorasse por minha boca em seu pau, ou qualquer coisa do tipo, Justin simplesmente agarrou com força meus pulsos e os colocou na altura da minha cabeça prendendo-os com uma de suas mãos na parede, pois a outra segurou com firmeza em minha perna a levantando até que a mesma estivesse na perfeita altura de seu quadril, e me surpreendeu mais uma vez quando sem aviso prévio iniciou um novo beijo e tomei impulso para pular em seu colo, rapidamente ele segurou-me (sem ao menos soltar meus pulsos) e tive que me contentar em apenas abraçar sua cintura com minhas pernas envolta da mesma. O loiro partiu o beijo com uma mordida tão bruta em meu lábio inferior que pude sentir um pouco de gosto de sangue em minha boca após ter feito um pequeno corte, ele afastou meu cabelo molhado do meu pescoço e sem gentileza alguma, aproveitou a minha vulnerabilidade, para com sua boca sedenta ir de encontro ao mesmo e o mordê-lo, chupá-lo de forma violenta com certeza deixando marcas, fazendo-me gritar em desespero para que o mais novo parasse o mais rápido possível… contudo, ao mesmo tempo quero que ele continue com o que está fazendo.

Voltei a gritar em plenos pulmões novamente quando o loiro em um único movimento conectou nossos corpos ao enfiar seu pau dentro de mim com força e rapidez, e pude sentir os lábios de Justin formarem um sorriso contra o meu pescoço e como um pedido rápido de desculpas, ele plantou um carinhoso e demorado beijinho na pele marcada e sensível. Decidiu pegar leve, enquanto mexia-se vagarosamente dentro de mim, fazendo-me sentir toda a extensão grossa do pau dele em mim de forma profunda ao fazer apenas penetrações longas que faziam suas bolas encostarem em minha entrada, o loiro continuava empenhando-se com sua boca em meu pescoço, deixando mordidinhas fracas e beijando-o e ao finalizar sua sessão de carícias no mesmo, ele o chupou com força prendendo a carne em seus dentes. Após terminar de atacar meu pescoço com sua boca, o homem tatuado minimamente mais alto que eu em minha frente, desceu os beijos para o meu colo. Suas mãos apertavam meus seios com vontade, fazendo-me arfar e soltar gemidos manhosos perto de seu ouvido.

— Rápido com isso, Justin… — falei em meio a sussurros, não suportando mais aquela lentidão de seus quadris. Mandei um olhar mortal em sua direção quando o loiro parou de movimentar-se e fitou-me com um olhar divertido, sorrindo brincalhão.

— Scar, meu amor… a pressa é inimiga da perfeição. Lembre-se sempre disso querida… — sussurrou em meu lóbulo, o mordendo em seguida.

Cansada de ser torturada por ele e decidida a virar o jogo, mostrar para ele que sou eu quem manda nesse caralho, acabar de uma vez por todas com o tesão sentido por mim, tentei me livrar de sua mão prendendo-me entre a parede e ele, entretanto, Bieber foi mais forte ao aumentar a força de seus dedos em meus pulsos em não deixar que eu me soltasse e fizesse o que tenho vontade.

Bufei irritada, fazendo-o rir da minha expressão enfurecida e da minha frustração.

— Você terá o que quer… mas só na hora que eu quiser. E para isso acontecer, terá que ser bem, mais bem boazinha, Scar. — falou em um tom sensual aos sussurros, e fiquei ainda mais molhada e excitada pela maneira séria e superior que o mais novo encarava-me. — Será boazinha? — roçou o nariz em meu pescoço e ao levar os lábios para o meu rosto, mordeu fracamente minha bochecha e em seguida, depositou um fraco tapa no mesmo lugar surpreendendo-me mais uma vez essa noite. — Se você não for boazinha, terei que parar… e pra ser sincero, não quero mesmo parar com a nossa brincadeirinha, Scarlett… então me responda! — falou ele em um tom autoritário, segurando firmemente em meu maxilar.

Por um momento o homem em minha frente passou a ser desconhecido. Porém, com a respiração entrecortada e ofegante, balancei a cabeça positivamente calada disposta a realizar sua vontade sem receio.

Enquanto uma das mãos dele continuavam prendendo-me, a outra livre passeou pelo meu corpo sem destino decidido e por mais que nossos corpos estivessem sendo molhados e sendo refrescados pela água gélida do chuveiro, sentia a minha pele quente  como se a mesma estivesse em chamas. Bieber apertou com tanta força meu seio que não tive outra alternativa ao não ser gemer alto, e ele continuou massageando meus seios com a mesma força, apertando e puxando o bico enrijecidos dos meus seios com a ponta dos dedos na única intenção de estimulá-los, o que na minha opinião não precisava mais pois é praticamente impossível eu ser mais estimulada do que já fui esta noite.

Então… é impressão minha, ou Justin apenas quer ver até onde consigo ir? Ele quer testar os meus limites? Alguém por favor traga um banquinho e comida para ele, pois se cansara bastante ao tentar descobrir.

— Lembre-se, seja boazinha e terá o que quer…

Estou me comportando bem, não o apressei e não tentei me soltar de novo, não aprontei nada desde então que ele pediu para que eu fosse “boazinha”. Então, o que esse idiota quer dizer com isso? Não consigo pensar em nada lógico enquanto ele continua com essas investidas tão lentas e torturantes… oh, é isso!

— Justin… — ele levantou os olhos castanhos para o meu rosto, já que estava ocupada demais chupando meu seio como um bebê esfomeado.

— Diga, amor… — acariciou meus lábios com a ponta dos dedos, analisando atento cada traço do meu rosto.

— Me fode agora! Com força, do jeito que eu gosto, Bieber! — ordenei irritada, mesmo que a minha voz tenha saído baixo e tom de súplica, seguida de um longo gemido ao sentir seu pau estimulando meu clitóris após ele ter o tirado de dentro de mim apenas para continuar me irritando em suas provocações baratas.

Ao conseguir o que queria o loiro sorriu satisfeito e rapidamente me colocou no chão, soltando-me e quando tentei segurar ele, o mesmo colocou-me de costas para ele completamente encostada na parede. Justin afastou minhas pernas, e sem levantá-las, me penetrou fundo e com força enquanto mantinha as mãos firmes em minha cintura e aproveitei a liberdade que ele deu-me para rebolar com vontade contra seu pau, que entrava e saia de mim em um ritmo rápido e intenso. Ao virar minha cabeça e segurar em sua nuca, na tentativa de beijá-lo, fracassei pois consegui apenas fazer com que nossas línguas se tocassem entretanto foi o suficiente para nos fazer gemer ainda mais e ficarmos saciados pelo pequeno contato. Nossas bocas emitiam sons altos, nossos olhos reviraram de prazer, enquanto nossos corpos estavam grudados um ao outro, banhados pela água gelada do chuveiro e o único barulho que escutava-se no ambiente, se não em toda a casa, era o barulho da água caindo, nossos corpos se chocando com força e brutalidade, além dos nossos gemidos altos. Encontravámos o amor, o prazer, o êxtase um no outro, não queríamos parar de jeito algum tamanho o prazer indescritível que sentimos no momento.

— Estou quase, bebê… mais, Justin… isso, oh meu deus… — falei, o incentivando em suas investidas profundas seguindo o mesmo ritmo rápido e forte.

As paredes quentes e deslizantes da minha boceta abraçavam o pau dele como bons e íntimos conhecidos de longo data, o que não é mentira. Eu gemia sem me importar de alguém estar nos ouvindo, foda-se só quero aproveitar essa foda maravilhosa que estou tendo com o meu homem. Em minha opinião não existe melodia mais prazerosa que essa quando estamos gemendo ao gozarmos juntos enquanto nossos quadris se chocavam com força e intensidade, é a melhor que já ouvi em toda a minha vida.

Não era só uma foda, não era uma transa qualquer, não era um sexo selvagem, era amor sujo, selvagem e acima de tudo gostoso demais para ser de verdade.

— Caralho! Por Deus, como você é gostosa, Scar.... — ele gemeu em um tom bastante desesperado ao sentir minha boceta apertá-lo por eu estar gozando.

Podia sentir claramente seu coração batendo descompensado em minhas costas, enquanto liberava seu líquido quente em mim e por cima dos meus ombros pude ver seus olhos revirarem de prazer ao estar gozando, perdido na nuvem de prazer e alívio  que o cercava. As minhas pernas tremiam, meu corpo parecia uma gelatina ambulante e mesmo assim isso não me impediu de me virar, para conseguir olhar o rosto dele voltando aos poucos a ter cor.

— É nessas horas que percebo que nascemos um para o outro! — Justin falou fitando-me tão apaixonado com um sorrisinho meigo nos lábios inchados, que fez meu coração acelerar.

— Você, por acaso, tinha dúvidas das nossas almas estarem ligadas uma à outra? — perguntei risonha, entrelaçando nossas mãos.  

— Estou deixando de ter, tanto que acabo de tomar uma decisão…

— Qual?

— Não quero passar mais um segundinho longe de você.