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História A Madrasta (Jenslisa - Satzu G!P) - 03


Escrita por: cadela_da_Lisa

Notas do Autor


⚠️Gatilho bem forte nesse cap⚠️

Capítulo 3 - 03


Sana estava animada, olhava para o seu mais novo quarto como se fosse um enorme castelo, não se lembrava em ter um quarto tão grande assim, em todas as casas que morou com a sua mãe, nenhum quarto era tão lindo quanto aquele. Poderia apenas ter uma cama de casal, uma escrivaninha, dois criados mudos e uma parede espelhada que dava acesso ao closet e a o banheiro, mas pra ela estava perfeito, olhou pela janela e teve a visão do lindo jardim, o sol não tão forte refletia na grama verdinha, Sana queria ver os passarinhos, as borboletas, talvez ela poderia caminhar por aquele jardim com um lindo vestido, ela estava esperançosa.


Após deixar sua mala sobre a cama, pegou a sua caixa de livros e história em quadrinhos, vendo algo novo ali. Seus olhos mau acreditavam no que estavam vendo, ela não podia acreditar.


- Acho que você achou o seu presente.


- Você comprou! Você comprou! Você comprou! - a menina pulava enquanto abraçava a sua mãe, Jennie sorria acariciando os fios de sua pequena menina - Você comprou, você comprou, você comprou!


- Prometi que iria comprar, não prometi?


- Quinze dólares - Sana murmurou - Quinze dólares.. quinze dólares é caro, não é? Não temos dinheiro.. quinze dólares é muito dinheiro, você não deveria ter comprado.. vamos ficar sem dinheiro assim..


- Está tudo bem, eu tinha esse dinheiro guardado, não se preocupe com isso, você gostou?


- Sim! Eu gostei! - Sana olhava para o seu caderno de colorir com o maior sorriso em seus lábios, correu até a sua caixa e pegou o seu estojo, cheio de lápis coloridos, canetinhas e giz de cera para começar a pintar todas as imagens que ali haviam.


- Filha, vamos deixar para pintar isso mais tarde? Você precisa tomar um banho, irão servir o jantar em breve.


- Olha, mãe! Tem passarinho! - Sana falou afobadamente passando as páginas do seu mais novo presente - Mais um passarinho.. eu gosto de passarinhos..


- O que você quer usar para o jantar?


- Eu sei escolher a minha roupa, você não precisa fazer isso. Não, você está desorganizando.


- Não, Sannie, eu estou dobrando para colocar no seu closet.


- Mãe, eu sei fazer isso, Sannie tem autismo mas Sannie não é burra, está bem? Eu sei fazer isso.


- Tudo bem - Jennie sorriu - Qualquer coisa você me chama.


Sana fechou a porta assim que a sua mãe saiu, não gostava do cuidado extremo mesmo sabendo que era necessário, sua mãe a tratava ainda como uma criança, e ela não era mais uma criança, em sua mente, ela era igual aos outros, e sim! Ela era! Mas, as demais pessoas não a enxergava dessa forma, o que fazia Sana ficar nervosa, com medo, com fome, com dores pelo o corpo.


Ela retirou de sua mala um vestido florido, ela adorava aquele vestido, o ganhou de sua mãe em seu aniversário, Sana amava lembrar de seus aniversários, sempre ganhava roupas lindas de sua mãe e de seu padrasto Oliver. Ela gostava dele, pois ele tratava a sua mãe bem, Sana o via como um príncipe, que as resgatou da torre em seu cavalo branco.


Sana estava feliz.


A menina desceu um tempo depois, todos já estavam a mesa, passou por sua mãe, se sentando na cadeira vaga ao lado de Tzuyu, o seu prato já estava montado, ela estava nervosa, todos a olhavam, começava a ficar incomodada.


- Sannie - seu padrasto chamou, simpático como sempre, ela sorriu e o olhou - Você vai adorar a sua nova escola.


- Eu gosto da escola, la é um lugar bom - Sana respondeu, Jennie e Oliver sorriram.


- Você começa amanhã, e irá com a Lisa e com a Tzuyu, está bem?


- O que?! - Tzuyu protestou no mesmo segundo, arqueando uma sobrancelha em desafio ao pai - Eu não vou ser motorista de ninguém, ainda mais de uma estranha.


- Tzuyu, por favor, não começa-


- Você traz a porra de duas sem tetos para morar debaixo da nossa casa e agora quer que eu seja motorista?! Você é realmente sem noção, Oliver.


Sana engoliu a comida, olhando para o seu prato, começando a comer como se a briga não importasse, ela não queria se importar com aqueles comentários.


- Eu concordo com a Tzuyu - Lalisa falou, Tzuyu sorriu - Quer que a sua querida enteada vá para a escola, leve você mesmo, não estamos fazendo parte dessa.. - olhou pra Jennie e Sana, voltando a atenção para o seu pai - Dessa palhaçada.


- Vocês não tem essa obrigação de fato - Jennie interviu - Eu levo a Sana, não há problema nisso.


- Não, você não precisa se dar a esse trabalho - Oliver falou - Tzuyu e Lisa irão levar Sana para a escola, ou é isso, ou é eu tiro o carro de vocês por dois meses.


- Você está brincando - Tzuyu negou - Você teve a ideia de trazer duas mortas de fome pra cá! E agora quer que a gente vire uma família feliz?! NUNCA FOMOS A PORRA DE UMA FAMÍLIA FELIZ!


- Tzuyu - Oliver chamou, a garota riu.


- Claro, claro. Olha só, Lisa, como somos a família perfeita. O pai que nunca esteve em casa, a nova madrasta que quer bancar a boazinha, a filha repetente, a filha drogada, e a bastarda parecendo uma baleia - Tzuyu pontou assim que viu Sana repetindo o seu prato pela terceira vez. Lalisa riu.


- Sabe o que isso parece? Um circo de fato, um circo de aberrações - Lalisa concluiu, se levantando da mesa após jogar o guardanapo, Tzuyu fez a mesma coisa, pegando a chave do carro.


- Vamos comer fora, acho que a bastarda não vai deixar comida para nós.


Sana escutou aquilo, levantou os olhos para a sua mãe, que mesmo com lágrimas em suas órbitas, deu um pequeno sorriso, sussurrando a sua filha que estava tudo bem. Sana olhou para Oliver, que sorriu também, doce e seguro de si.


- Está bom? Você quer mais suco? - Sana assentiu, sorrindo, se eles estavam sorrindo, então estava tudo bem - Não ligue para elas, Jen.. só estão em choque sobre tudo.


- Oliver - Jennie chamou, secando as suas lágrimas - Da próxima vez que as suas filhas chamarem a Sana de aberração, ou de baleia, eu juro que não respondo por mim. Elas podem falar qualquer coisa referente a minha pessoa, mas se elas mexerem com a minha filha de novo-


- Elas não irão fazer isso, meu amor. Irei conversar com elas, não se preocupe, está bem?


Sana viu sua mãe assentir calmamente, limpando a sua boca com o guardanapo, pedindo licença logo em seguida. Subiu até o seu quarto e fechou a porta, se olhou no espelho e coçou um pouco a cabeça, pensando no que poderia fazer para emagrecer, para não ser uma aberração igual Lalisa havia falado, prendeu o ar puxando a sua barriga para trás, pensou que poderia ficar daquela forma, poderia ficar magra se prendesse o ar para sempre, mas logo a agonia por oxigênio se fez presente, ela soltou a respiração e procurou por ar em seguida, aquela forma não daria certo.


Correu até a sua mala e pegou o seu notebook, o qual ganhou de Oliver alguns meses antes, colocou no YouTube e pesquisou finalmente.


"Como emagrecer rapidamente"


Rolou pelo os vídeos e achou um, ela ficou assustada um pouco, muito assustada, abriu a porta de vidro que dava ao banheiro e olhou para o vaso sanitário, pensou que poderia doer se tentasse, mas ela ficaria magra.. ela não seria mais uma aberração. Engoliu seco, prendeu os seus fios e se ajoelhou na frente do vaso, trincou um pouco a mandíbula, mas respirou fundo levando dois de seus dedos para o fundo da sua garganta, a ânsia veio, mas ela não conseguiu vomitar.


O seus olhos se encheram de lágrimas, mas ela não iria desistir, iria ficar magra para assim Lalisa e Tzuyu gostarem dela. Ela tentou mais uma vez, mas parou no meio do caminho, assim que sentiu alguém a puxando para trás e segurando o seu pulso.


- Sana! Não faça isso! Nunca mais, você me entendeu?! - Jennie falava desesperada, atrás da filha enquanto a abraçava, Sana não aguentou muito, começou a chorar contra o colo de Jennie, não queria dar trabalho para a sua mãe - Filha.. por que você queria fazer isso? Meu Deus, Sana isso pode matar!


- Eu quero ser magra.. eu quero que gostem de mim, Sana quer ser normal.. 


- Você é normal! Meu Deus, Sana.. - Jennie estava em choque, não conseguia dizer muita coisa, a não ser acariciar os fios de sua filha que ainda soluçava contra o seu abraço - Você não precisa ser magra para que as pessoas gostem de você, meu bem, elas irão gostar de você por quem você é de verdade, e não pela a sua aparência.


- Você está mentindo, para de mentir.


- Eu não estou mentindo, Sannie..


- Está. Você está mentindo. Ninguém mais liga para a sua personalidade ou para quem você é, eles só gostam de você se você for alto, branco, com olhos claros e magro, eles só gostam de você se você for o padrão. Se você for bonito, não ligam para as suas qualidades e sim para a sua beleza, você está mentindo, para de mentir. Eu não tenho olhos claros, eu não sou alta, eu não sou magra.. por isso não gostam de mim..


- Eu gosto de você! Eu amo você, meu bem.


- Você é a minha mãe. Não conta - Sana murmurou - Eu queria ter amigos.. mãe.. você pode me dar um amigo de aniversário? Por favor?


Jennie sentiu o seu coração partir em mil pedaços, ficou calada, tentou fazer que o seu choro fosse silencioso contra os fios de sua filha, a abraçando cada vez mais forte, tentando mostrar que a protegeria sempre. Jennie não sabia mais como ajudar a filha naquela relação, sobre amizade, sobre pessoas boas, Jennie não podia mudar as pessoas para que aceitassem Sana, ela não podia fazer aquilo, infelizmente não podia..


Sana em seu mundo começou a se odiar por fazer a sua mãe chorar, começou a pensar que não servia para nada, só conseguia fazer a única pessoa que cuidava dela chorar, pensou que se não existisse, Jennie não iria chorar mais, pensou que se estive morta, não seria mais um problema para Lalisa e Tzuyu. Sana pensou que seria mais fácil se estivesse morta.


- Olha, me escuta - Jennie pediu fungando e limpando suas lágrimas, segurando o rosto de sua filha entre as mãos - Você é a menina mais linda que eu já vi em toda a minha vida, não falo isso porque é a minha filha, falo isso porque é a mais pura verdade. Sana, você é linda do jeito que é, não precisa entrar em nenhum padrão para ser uma garota legal, amanhã você irá para a uma escola nova, e fará vários amigos legais, está bem?


- Você gosta de mim? - Sana perguntou, inocentemente, verdadeiramente, aquela dúvida era real dentro de seu pequeno coração machucado.


- Meu bem, eu te amo, amo tudo em você, cada coisinha, você ainda é o meu bebê, se lembra? 


- Não, mãe, eu já tenho dezessete anos, não sou mais um bebê.


- Sim, você é sim - Jennie riu apertando as bochechas de sua garota, a ouvindo reclamar, mas sorrir - Eu te amo, está bem? Agora, o que você acha de irmos pintar os passarinhos que tem naquele livro?


- Sim! Vamos! Vamos!


[...]



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