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História A Madrasta (Jenslisa - Satzu G!P) - 04


Escrita por: cadela_da_Lisa

Capítulo 4 - 04


Lalisa olhava distraidamente pela janela do seu quarto, lembrando que a sua mãe sempre regava as plantas naquele horário, antes dela e de Tzuyu irem para a escola, agora as plantas eram regada as por jardineiros que não tinham um pingo de cuidado com aquilo, não o mesmo cuidado pelo o qual a sua mãe tinha. 


Fechou a sua cortina e pegou a sua mochila, todos tomavam café da manhã, a menina tentou fazer o seu sangue parar de borbulhar entre suas veias ao ver sua madrasta no lugar que a sua mãe costumava ficar, na ponta da mesa, ela fechou os olhos e respirou fundo, tinha treino aquela manhã e não queria se irritar com nada.


- Bom dia, Lalisa - Oliver saudou.


Ela não respondeu, presa em sua concentração matinal, agradecendo a irmã mais velha quando a serviu com o seu cereal favorito, Tzuyu puxou o guardanapo, o colocando sobre o colo de Lalisa, que sempre se esquecia daquilo. Lalisa fazia uma nota mental de seus passos para o jogo, para a colocação do time, estava pensativa, olhando pro único ponto da mesa, sua tigela de cereal. Jennie percebeu a concentração, percebeu que a menina sussurrava sozinha enquanto arqueava a sobrancelha e assentia as vezes, a mulher deu um pequeno sorriso, pois se lembrou de Sana, ela fazia aquilo também quando estava concentrada. Ela percebeu também pequenos cortes nas mãos de Lisa, junto a uma mancha roxa em seu braço, sobre a dobra do cotovelo, se preocupou um pouco, aquilo deveria estar doendo.


Lalisa levantou a sua cabeça e olhou para Jennie, parando de organizar seus pensamentos ao perceber que sua madrasta a olhava de volta, Jennie ficou sem saber como reagir, pensou que se desviasse o olhar poderia ficar bem mais constrangedor do que já estava sendo, então o sustentou contra a enteada, Lalisa prestou atenção nela, pela primeira vez, a pele branca, acompanhado ao contraste de uma pequena pinta preta abaixo de seu olho esquerdo, a sobrancelhas baixas, em retaguarda, bem feitas, nariz desenhado em uma única linha perfeccionista, seus lábios meio sujos por conta do bolo de chocolate que comia, finos, rosados, subindo de novo até os seus olhos, castanhos, puxados para o escuro, mas que ainda permitia enxergar a esfera negra que ali tinha, abaixo daqueles cílios, Lalisa enxergou um par de olhos escuros que a fitavam, que a desenhava, que a via, tentando disfarçar, mas sabendo que era meio difícil.


Lalisa não conseguia, não conseguia desviar sobre aqueles olhos, procurando, tentando se reencontrar entre aquele labirinto castanho escuro, se afundando mais sobre as esferas, saindo do mundo atual, e entrando em uma dimensão cor de chocolate. 


Sana percebeu, olhou para as duas, meio perdida sobre o tanto que elas se olhavam, mastigando o seu morango, e achando engraçado aquela paralisação sobre sua mãe e Lalisa. 


- Vamos? - Tzuyu perguntou dando um tapa na nuca de Lalisa, que balançou a cabeça em negação várias vezes, se levantando em seguida atrás de sua irmã.


- Esperem - Oliver mandou - Sana é nova, então quero que vocês apresentem a escola para ela.


- Não somos guias turísticas. Ela se vira.


- Tzuyu, você já está me irritando com essa sua atitude.


- É? Que bom, acho que assim você repensa duas vezes antes de trazer duas mortas de fome pra dentro de casa - Oliver se levantou brutalmente, cansado da birra, pronto para dar um ponto final, Tzuyu não se incomodou e levantou a cabeça a altura de seu pai, estufando o seu peitoral forte de nadadora, mas então os olhos de Oliver caíram sobre Sana, que amarra os cadarços de seu tênis, sorridente com a nova escola. O homem engoliu a sua raiva e se sentou novamente.


- Vá, Sana, se não irá se atrasar.


- Tchau, mãe! Tchau, Oliver.


Sana seguiu as duas meninas até o carro, Lalisa abriu a porta de trás para que ela entrasse, ainda um pouco impactada sobre a forma que trocou olhar com a sua madrasta, foi capaz de esquecer a forma que tinha organizado o seu time, pois o espaço para dividir o olhar de sua madrasta e os seus pensamentos "profissionais" não era o suficiente, apenas um agora ocupava o lugar.


O mar escuro que lançava ondas de choque ao seu corpo todas as vezes que pensava.


- Está calada, o que aconteceu?


- Nada, pensando no treino.


- Você não fica calada assim enquanto pensa em seu treino, Lalisa, pelo o contrário, sai surrando várias coisas e fazendo vários movimentos com as mãos, sei lá o que você faz, é engraçado.


- Ah, Tzuyu, não enche. 


A menina pediu sem paciência, olhando pela janela a avenida, os estabelecimentos que ficavam para trás conforme o automóvel se locomovia. Fechou os olhos por breves minutos, mas os lábios sujos de chocolate vieram a sua mente, então ela logo os abriu, começando a ficar irritada com tudo aquilo.


Após ser largada literalmente na porta da escola, Sana olhou em volta e se sentiu nervosa, sua mãe não estava ali para sussurrar que tudo ficaria bem, queria que a sua mãe estivesse ali ao seu lado.. 


A menina engoliu seco e caminhou até o enorme e largo prédio, andou pelo o corredor, alguns alunos a olharam, mas parecia que Sana não existia muito. O número do seu armário estava em sua apostila, então com um pouco de dificuldade a garota o localizou, preenchendo a senha e o abrindo, guardou algum dos seus materiais, seguindo até a sala, confiante em fazer novos amigos, ela esperava fazer.


Tzuyu se encontrava na biblioteca, no fundo dela, com o seu livro favorito, o qual só lia na escola, de uma forma escondida, ninguém sabia sobre o seu fascino sobre o Stephen King, e todas as suas obras macabras, ela escondia a sua verdadeira paixão, ler e escrever, Tzuyu achava que aquilo, aquele lance de escrever era para os fracos, sem futuros, e ela não era uma sem futuro.

(Autora on: é isso galeris, sou uma sem futuro então)


Ela estava compenetrada em "O instituto" história essa sobre um garoto de doze anos que havia tido os seus pais mortos, junto a isso um sequestro relâmpago sobre o menino, Tzuyu estava achando interessante, ela havia começado o livro na noite passada, e já estava na página 535, faltando apenas nove páginas para acabar. Era o bem mais valioso que herdou de sua mãe, a paixão escondida pela literatura.


Mas a magia morrendo assim que o sinal tocou, e ela precisou ir até a sua sala.


Lalisa após o aquecimento diário, focou em seu treino, vendo as líderes de torcida a olharem, como sempre, mas não deu a sua devida importância, tinha um jogo para prestar atenção, mesmo sabendo que a sua atenção estava bem longe do campo, acho que especificamente em sua casa.


Sana fechou os olhos e saboreou o sanduíche de pasta de amendoim, estava tão bom que a fez sentir mais e mais fome, o suco de laranja estava doce o suficiente para fazer a sua boca salivar até mesmo quando ingeria o líquido, seu sorriso era enorme, nunca se sentiu tão bem.


- Já está comendo de novo? - Tzuyu se aproximou com algumas garotas e garotos atrás dela - O que foi mesmo que você comeu no café? Dois ovos mexidos, uma panqueca, duas taças de salada de frutas, ah, além de três torradas, esqueci algo, pequena baleia? - Sana limpou o canto da sua boca com o punho da mão e recuou um pouco quando os demais riram - É, pessoal, além de ter uma bastarda como minha "meia irmã" tenho um mini leitãozinho de estimação em casa.


- Como é mesmo os barulhos dos porcos? Faz aí, Sana, já que você é da família deles.


- Ela não vai fazer, está ocupada demais sendo gorda.


- Parem já com isso! - Momo mandou, entrando na frente de Sana - Se a mãe de vocês não lhes deu respeito, eu acho que a tentação pode dar, vão querer arriscar?


- Nos vemos em casa, leitãozinho- Tzuyu imitou um porco e saiu gargalhando após mostrar o dedo do meio para Momo.


- Filha da puta, parece uma criança. Você está bem?


- Sim - Sana respondeu, mentiu no caso, guardando o seu sanduíche - Eu.. vou parar de comer..


- Não, se você está com fome, você deve comer. O que é? Sanduíche de pasta de amendoim? É o meu favorito!


- É o meu também! Gosto muito! Com suco de laranja fica incrível!


- Sim! Fica mesmo! Eu sou a Momo, e você é a..?


- Sana! Minatozaki Kim Sana! 


- Que nome bonito o seu - Sana sorriu, pela primeira vez alguém falou que o seu nome era bonito - Você é a nova aluna do segundo ano, não é? 


- Sim. Minatozaki Kim Sana, dezessete anos, autista e com compulsão alimentar, é assim que todos me apresentam.


- Você tem autismo? - Sana assentiu.


- Sannie tem autismo mas Sannie é burra, está bem? - garantiu no mesmo segundo, Momo riu e assentiu - Você está rindo porque eu sou uma aberração?


- Que? Claro que não! Estou rindo porque achei você muito fofa. Vem vou te apresentar as minhas amigas!


Animada, Sana se levantou, mau sabendo ela que todas as histórias começariam naquele momento.



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