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História A Maldição do Amor - Ódio


Escrita por: Wither_x

Notas do Autor


Peço desculpas pela demora, meus amores, ocorreram alguns problemas enquanto estava fora, mas acho que não demorei tanto assim.

Agradeço de coração pelos comentários que recebi no capítulo passado! Não sabem o quanto isso me deixa feliz e satisfeita como autora.
Apesar de certos comentários um tanto "peculiares", mesmo com os avisos bem claros que eu deixei, fico agradecida em ver que muitas pessoas amam a história. 😊

Bem, trouxe um capítulo que eu particularmente gostei muito de escrever, e que ficou com um bom número de palavras escritas. Então, eu peço que leiam com muita calma! Não leiam com pressa. 😉

Apreciem bastante este capítulo um tanto polêmico, é bem provável que terão muitos sentimentos no meio da leitura e opiniões divididas.

Me perdoem por qualquer erro ortográfico, provavelmente passará despercebido.

Tenham uma boa leitura. 😘💕

Capítulo 32 - Ódio


 – Ele nos encontrou, S/N! – Kanon me puxou para fora da área da casa que estava começando a desabar pelo tremor. 


Meu coração gelou naquele momento, meu pior pesadelo tinha me encontrado! Não… isso não pode ser real! 

– Tem certeza, Kanon? – Perguntei assustada, observando ao nosso redor, sentindo meu coração bater rapidamente, como se fosse sair pela minha boca. – Mas e a barreira? Ela não iria ocultar a nossa presença? – Exclamei. 

Será que o cosmo de meu ventre que entregou a nossa localização?

Com essa minha dedução, o acariciei assustada e pedia a deus para que não fosse quem eu estava pensando que seria.

– Tem vezes que a barreira não é segura! – Advertiu – Eu conheço esse cosmo!!!! – Encarou o outro lado da barreira feita por Athena, me deixando em alerta. – S/N, CORRA AGORA!!! – Gritou, me assustando.

Meus olhos se arregalaram quando avistei Hades vestido tipicamente na sua sapuris e segurando sua espada que eu tanto tinha medo, caminhando em nossa direção com uma feição nada boa em seu rosto.

Seus olhos transmitiam puro ódio, o que fez meu desespero aumentar mais ainda e meu ventre formigar, me causando uma leve dor. 

Kanon chamou a sua armadura dourada que veio em direção ao seu encontro, e se vestiu na mesma, se preparando para atacar o Deus que caminhava lentamente em nossa direção. 

– S/N, NÃO OLHE PARA TRÁS, APENAS CORRA! AGORA!!!

Fiz o que Kanon mandou e comecei a correr desesperadamente até a floresta que ficava perto da casa, meus olhos começaram a lacrimejar pelo extremo desespero enquanto senti o chão do ambiente tremer, indicando apenas uma coisa:

Os dois estavam se enfrentando! 

Isso não pode ser real, meu Deus! 

Quando esse inferno vai acabar?

Entrando dentro da floresta escura eu corria desesperada, sem rumo, escutando os galhos fazerem pequenos barulhos ao serem quebrados pela minha força ao tentar correr, mas já sentia a minha garganta ressecar pelo cansaço.

Eu estava me cansando facilmente por conta da gravidez em tão pouco tempo! 

Engolindo a saliva pelo extremo cansaço que se formava cada vez mais em meu corpo, sentia a minha garganta doer cada vez mais.  

Continuei a correr e acabei olhando para trás, me certificando se Hades não estaria vindo ao meu encontro, mas enxergava de longe os dois se enfrentando intensamente, e Kanon caindo de joelhos no chão parecendo estar ferido. 

Minhas lágrimas desceram intensamente por imaginar o pior. Eu não queria ser pega e não queria que Kanon morresse! Mas o maldito destino sempre foi injusto comigo!

Pude escutar em uma certa distância o barulho do riacho mais a frente onde eu visitava para pensar. Naquele momento notei que eu estava mais longe de Kanon e Hades, o que poderia facilitar a minha fuga. 

Hades no fim realmente conseguiu quebrar a barreira para a minha surpresa. Isso me fez cair a ficha que aquele Deus era realmente muito poderoso, eu tinha o subestimado demais! 

Mesmo sabendo claramente que aquela barreira não iria me proteger e que estar escondida nesse lugar também não, eu insistia em pensar que nunca iria ser encontrada por ele. 

Eu fui ingênua em pensar que nunca mais veria, Hades. Obviamente ele não iria desistir de mim com tanta facilidade assim, visto que deixava bem claro que não desistia tão facilmente das suas ambições malignas. 

Ele me encontrou mais rápido do que eu realmente esperava. Eu pensei que poderia demorar meses ou até mesmo anos para esse feito acontecer. 

Mas como? Me lembro bem de ter jogado o anel dado por ele no riacho.

Me escorei em uma árvore, tentando recuperar o meu fôlego, pois meu ventre estava começando a doer mais do que deveria, fazendo os gemidos sofridos escaparem da minha garganta.   

Poderia desmaiar a qualquer momento! 

Minha vista antes normal, se tornou turva, sinalizando que a minha consciência queria me deixar.

 Para isso não ocorrer fechei os olhos por um breve momento, na tentativa de fazer passar a vertigem e em seguida continuei a correr rapidamente, olhando para os lados e para trás a cada 10 segundos. 

Milhares de pássaros assustados voaram pelos céus, fugindo assim como eu daquela situação desesperadora e dos tremores que permaneciam ainda mais fortes que nunca. 

Contudo, em questão de poucos minutos, ainda correndo, eu acabei sendo surpreendida por uma forte rajada de poder destruindo tudo à minha volta, não deixando nenhum vestígio das árvores. 

Meus olhos se arregalaram, tendo a conclusão rapidamente de que o meu inimigo estava próximo de mim. 

Então o Kanon… 

Não! Ele não morreu! Eu espero que não! 

– S/N, VOCÊ CONSEGUIU O FEITO DE ME DEIXAR PUTO! NÓS VAMOS PARA O SUBMUNDO AGORA! VOCÊ NÃO ME ESCAPA! – Eu conhecia aquela voz grossa, seca e tão imponente muito bem.

Meu corpo se arrepiou da cabeça aos pés com a sua voz alterada que eu nunca escutei e meu desespero aumentou drasticamente, seguido do intenso medo que percorreu toda a minha alma.

Hades nunca havia gritado daquela maneira, principalmente comigo, pois sempre se mostrou alguém mais calmo do que o habitual, diante de mim e dos seus espectros.

Toda a sua imponência em sua entonação pareceu ter me afetado absurdamente. 

Eu estava sem saída, literalmente! 

Droga!!!

Extremamente assustada, tentei encontrar algum lugar para me esconder, mas só havia árvores e mais árvores em minha frente, como se eu estivesse em um labirinto sem fim. 

– NÃO FUJA DE MIM, HUMANA! – Gritou uma outra vez com a voz alterada. 

Eu tenho que me esconder!!!! Ele não pode me encontrar! Ele vai me matar! 

Desviei de caminho e corri por outra direção, tentando desviar dos diversos ataques de Hades que estavam cada vez mais próximos de mim. 

Colocava impulso em meus pés, uma força que me causava extremas dores no calcanhar, tentando despistar Hades enquanto os ataques continuavam ocorrendo por toda floresta, destruindo cada vez mais o lugar.

O seu poder era enorme! Ele insistia em me atacar sem piedade! 

Quando eu pensei que havia me afastado o suficiente da sua pessoa, outra vez me escorei em uma árvore, tentando controlar a minha respiração ofegante.

– Eu não vou aguentar! – Murmurei, engolindo a saliva. – Meu Deus! – Meus olhos lacrimejaram. 

Dei alguns passos para frente, colocando as mãos nos meus joelhos, enquanto minhas vistas se tornavam cada vez mais turvas, acompanhada da ânsia de vômito insuportável.

– Eu avisei que iria te encontrar! – Falou próximo de mim. 

Olhei para trás assustada e dei de frente com Hades, cara a cara.

Seu rosto me deu calafrios, pois estava com diversas olheiras visíveis, mas ainda sim, continuava com o mesmo rosto bonito. 

– N-Não!!!! – Me afastei e tentei correr mas acabei tropeçando feio nos galhos que fizeram eu cair no chão. 

Hades me pegou brutalmente pelo antebraço, sem nenhuma delicadeza, fazendo eu gemer de dor pelo seu aperto extremo e me prensando contra o seu corpo. 

Seu olhar era de extremo ódio dirigido a mim, fazendo o meu medo por ele triplicar. 

– ME SOLTA SEU FILHO DA PUTA!!!! EU TE ODEIO!!!! – Gritei, começando a chorar e me debater em seus braços, mas ele era muito forte. – ME SOLTA!!!! ME DEIXE EM PAZ!!!! – Comecei a chorar intensamente, tentando sair do seu aperto que me machucava.  

– Eu não consigo acreditar que foi capaz de fazer isso comigo, S/N! – Negava para si mesmo, com o seu rosto aproximado do meu e na hora o grande odor de álcool em sua boca invadiu as minhas narinas, piorando o meu enjôo. 

– ME DEIXE IR!!! – Tentei estapear seu rosto mas ele se esquivou agilmente e segurou minha mão com uma grande força presente. – VOCÊ É UM DESGRAÇADO, HADES!! – Me debati em seus braços que continuavam a me prender com firmeza, me impedindo de fugir.

Era impossível eu escapar, a sua força era extrema, ultrapassa a minha em vários níveis. Uma simples humana como eu não iria conseguir se desvencilhar de um Deus. 

– Como pode ter sido capaz de me deixar?!! – Em nenhum momento afrouxou o seu aperto, me prendendo cada vez mais a ele. – Não sabe como eu fiquei a sua procura, sua maldita!! – Me ofendeu e naquele momento eu percebi o quanto Hades estava alterado pela bebida que surtiu efeito. 

Seu olhar raivoso e sua espada que jazia em sua mão brilhando em vermelho vivo fazia o medo que eu sentia dele aumentar. 

– Eu te deixei por não aguentar suas maldades! – O enfrentava, cara a cara e Hades ouvia seriamente, com as feições endurecidas pela raiva que sentia. – Você merece ficar sozinho! Sofrer por toda a sua eternidade! 

– Não! Você não pode me deixar! – Negava, em desespero e apertava mais ainda o meu antebraço, me causando dor. 

 – Eu te odeio! – Falei com a pouca força que me restava. 

Hades negou com a cabeça, e seu semblante se tornou triste? 

– Não diga isso… – Sua voz era embargada pela tristeza. 

Quando fui respondê-lo, minhas vistas se escureceram por completo, me fazendo desmaiar em seus braços por conta da fraqueza e do meu esforço em correr de um Deus. 


                  ~ HADES POV ON ~

Como eu imaginei, S/N estava perto, bem perto de mim… 

Apertei o seu anel que estava em minha mão, e comecei a caminhar pelo local já sabendo em qual lugar ela estaria. Se for realmente o que estou pensando…

Suspirei, evitando criar hipóteses, por enquanto não agora, pois eu queria ver com os meus próprios olhos aonde estaria a minha imperatriz. 

S/N, você não está lá, está? 

Minha respiração tensa pelo nervosismo só agitava ainda mais o meu cosmo que se eleva mais e mais. Aquela bendita humana era o motivo!

Estar nesse lugar fazia o passado me atormentar que desde sempre me rodeava, mas não demonstrava para ninguém ao meu redor. Ninguém era digno de ouvir as minhas lamentações, exceto S/N. 

Estando ao seu lado, sentia a grande necessidade de me abrir pela primeira vez, a sua presença tão pura e ingênua me fazia querer dizer tudo o que me atormentava, mas o meu orgulho não permitia que eu fizesse. 

 Eu ainda me lembrava claramente, como se fosse recentemente, dos tempos mitológicos, milênios atrás, desde o meu nascimento e de quando vivi "pacificamente" com minha mãe, Reia, juntamente de meus irmãos. 

A nossa vida foi se destruindo aos poucos com os problemas que surgiam, até chegar ao caos completo, quando fomos atacados por Cronos. 

O medo de ser destronado pelos próprios filhos, o ódio que sentia de nós por besteiras, era imperdoável, indigno de perdão. 

Eu apenas sentia repulsa e ódio. 

A palavra felicidade nunca esteve em meu vocabulário, nunca havia sentido tal sentimento, apenas quando estava próximo da pessoa que me deu a luz. Mas tudo aconteceu rápido demais… 

Apesar de tudo eu havia sido abençoado, me foi entregue uma humana e agora, eu estava sofrendo como nunca sofri por conta dos meus atos que a deixou infeliz. 

Caminhando lentamente pelo lugar que era uma pequena estrada só de terra com algumas árvores em volta, um pequeno cosmo ao longe chamou a minha atenção, o mesmo cosmo que vinha de S/N. 

Longe dos meus pensamentos insistentes, fiquei em alerta, me concentrando no mesmo, tentando descobrir a sua localização exata que realmente estava aonde eu deduzi que estaria. 

Meus passos antes lentos, aumentaram, e me senti psicologicamente preparado para o que eu iria me deparar. 

Caminhei por um período de tempo, tendo apenas o barulho de minha sapuris como companhia, e como o esperado, dei de cara com uma barreira presente que impediu a minha entrada. 

Eu não me surpreendi, o cosmo emitido na barreira era de uma deusa que eu conhecia muito bem. 

– Athena… Maldita! – Cerrei os punhos. 

 Ao observar o local no qual eu acabei de chegar, fez meu ódio triplicar. 

O lugar onde passei a minha odiosa infância estava bem à minha frente. Eu conseguia ouvir os gritos de minha mãe ao ver eu e Poseidon sermos engolidos por aquele verme, todas as humilhações que sofremos. Eu era uma criança, eu não podia sequer me defender daquele ser, sequer tinha despertado o meu cosmo.


                  ~ FLASHBACK ON ~

Estava no riacho com minha mãe Reia que derramava lágrimas de seus olhos por ter sofrido agressão de meu pai, a encarava tristonho, inocentemente, sem entender o que realmente estava acontecendo consigo. 

Estando em seu colo, seus dedos acariciavam meus cabelos, e se mantinha abraçada a mim, como se eu fosse fugir da sua pessoa. 

Naquele momento eu sabia que algo estava acontecendo mas não conseguia entender por ser jovem. 

– Mãe, o que te afeta tanto? – Perguntei inocentemente retribuindo seu abraço. – Eu estou aqui! – Ofereci um sorriso, no fundo, estando intrigado com aquela situação. 

– Eu não estou. – Segurou minhas bochechas, tentando sorrir. – Estou bem! – Me abraçou carinhosamente. – Eu te amo! Você é a minha luz mais preciosa, saiba disso, Hades. – Suspirou. 

– Está chorando por causa dos meus olhos que são parecidos com os do Papai? – Deduzi. 

A cada ano que se passava, mais eu ficava parecido com a sua fisionomia, especialmente os meus olhos tão raros, que eram diferenciados dos meus irmãos. 

Reia não iria demonstrar o seu lado inseguro em ver que eu estava ficando cada vez mais parecido com o meu pai, visto que Zeus também era parecido com ele, mas eu… 

Era o extremo. 

Isso a fazia insegura e agora eu entendia o motivo. 

Eu a fazia lembrar dele… 

– Não, não. Porque pensa assim? – Seu semblante entregou preocupação.

– Não quero ser igual a ele!

– E você não vai. – Me apertou contra os seus braços, acariciando os meus cabelos. – É natural que se pareça com seu pai em sua beleza, você nasceu de nossa união. – Se esforçava em ser compreensiva. 

– Guardou o presente que lhe dei? – Sorriu. 

– Sim. Eu guardei. – Assenti com a cabeça. 

– Tenho certeza que a sua amada irá amar! – Depositou um selar em minha testa. – Meu filho, a proteja sempre, está me ouvindo? 

– Eu irei. – Sorri. 

– Nunca, em hipótese alguma, a machuque. 

Continuamos conversando e de seus olhos, mais lágrimas desciam, pois nada estava bem.

Apesar de eu ser um Deus e o primogênito em especial, tive a má sorte de ser o mais frágil de meus irmãos, o filho que necessitou de mais cuidados por esse motivo, o que mais sofreu xingamentos e humilhações do próprio pai. 

Assim como era humilhado pelos próprios irmãos que se orgulhavam de seu cosmo.  

Zeus e Poseidon que estavam brincando no riacho ficaram atentos quando escutaram passos barulhentos, minha mãe também ficou atenta e me apertou fortemente contra ela, em proteção. 

Tudo ficou em câmera lenta, Cronos indo até nós, minha mãe tentando correr comigo em seu colo, e meus irmãos tentando fugir. 

– N-Não, não pode ser! – Seu semblante deu lugar ao desespero. – CRONOS NÃO FAÇA ISSO!!! – Gritou, vendo o titã pegar Poseidon primeiro. 

– MEU IRMÃO!!! – Gritou Zeus.

Arregalei meus olhos, sem saber o que fazer diante daquela situação. 

Poseidon tentava de todos os modos sair de suas mãos, mas acabou sendo engolido, como um alimento. 

Minha mãe colocou a mão em sua boca, abafando o seu grito de terror, seus olhos estavam vermelhos pelo choro intenso. 

Cronos veio até nós e minha mãe tentou correr mas acabou sendo puxada pelos pés que nos derrubaram no chão. 

– HADES E ZEUS, FUJAM! – Gritou, mas acabou sendo morta, atingida por um poder de Cronos. 

– MÃE!! – Zeus e eu falamos juntos. 

Dei passos para trás, encarando aquele ser horrendo.

Eu não sabia o que fazer!

Tentei correr, mas Cronos me alcançou com facilidade, Zeus gritou meu nome, mas apenas me vi sendo engolido, acompanhado de minhas irmãs que também haviam sido engolidas. 

Eu não fazia a mínima ideia por quanto tempo eu e Poseidon ficamos dentro de Cronos mas sabia que ficamos presos dentro do seu estômago por um longo tempo, talvez anos. Nossas milhares de tentativas para escapar foram completamente inúteis. 

Mas fomos salvos por Zeus que em sua mão, segurava uma espada com uma forte luz que rasgou completamente Cronos e nos tirou de seu estômago, banhados de sangue. 

Dali, surgiu a guerra contra os titãs… 

Eu estava sentindo ódio. Não iria perdoá-lo pelo que causou.

Não iria! 



                  ~ FLASHBACK OFF ~

Ao lembrar de tudo o que passei, de minha mãe morrendo, do meu medo, fiz a minha espada surgir em minhas mãos que emanava um grande poder e brilhava em vermelho vivo. 

 Cerrei os dentes e destruí todo o lugar por onde eu tinha vindo, apenas com um golpe certeiro. Meu ódio aumentou absurdamente, assim como o meu poder, do primeiro golpe juntamente de vários, querendo destruir tudo aquilo, e o mais importante...

A barreira!

Me afastei e concentrei todo o meu cosmo em minha espada que com um só golpe da mesma fez a barreira se quebrar por completo. Adentro o lugar, continuando o meu trabalho, golpeando tudo o que vejo pela frente, sem me importar com qualquer ser vivo.

O cosmo similar ao meu se tornou tenso com a chegada da minha presença, eu o conhecia muito bem, era do meu semideus, eu sabia que era. 

 Em minha frente avistei uma pequena casa antiga que apenas com um golpe meu foi o suficiente para a destruir, e dali surgiu S/N juntamente do cavaleiro de gêmeos, esses estavam assustados, foram pegos de surpresa com a minha presença. 

Meu olhar foi diretamente para S/N que quando me viu começou a correr para uma floresta que ficava perto, atiçando a minha raiva pela sua audácia. 

O cavaleiro se vestiu em sua armadura e ficou em posição de ataque.

– Isso não vai adiantar, mero cavaleiro. – Avisei sarcástico, sabendo claramente de que iria derrotá-lo facilmente por ser um Deus. – Deveria preservar a sua vida, mas me parece que você está querendo morrer. – Apertei minha espada em mãos. 

– Hades, maldito! Porque não a deixa em paz de uma vez por todas?! – Me atacou em seguida. 

– Você não tem nada haver com isso! – Respondi me desviando facilmente do seu ataque insignificante. – Como vocês, os cavaleiros de Athena são inúteis! 

Continuei me desviando dos seus poderes facilmente, e com apenas um golpe meu foi o suficiente para fazer o cavaleiro voar para longe de mim e cair de joelhos no chão, ferido. 

– Não passam de seres desprezíveis! – O encarei com repulsa, mas meu olhar foi em direção a floresta, onde S/N correu. 

O cavaleiro tentou me impedir com seu irritante poder de dimensões, no entanto, sem paciência para continuar aquela luta, ataquei mais uma vez, fazendo o cavaleiro, por fim cair desmaiado ou morto no chão, o que não me importava. 

S/N era mais importante. 

– inútil. – Observei seu corpo caído no chão pela última vez. 

Fazendo menção de dar meu primeiro passo em busca da minha humana, as mãos imundas do cavaleiro de Athena segurou meu calcanhar, me impedindo de alcançá-la. 

Meus olhos se arregalaram e eu o observei. 

– Eu não vou deixar. – Murmurou, me encarando em seguida e cuspindo sangue. – EU NÃO IREI DEIXAR! 

Enrijeci minhas feições, raivoso com a sua insistência estúpida, e usei meu poder ocular contra a sua pessoa com o intuito de matá-lo de uma vez por todas e tirá-lo do caminho da minha imperatriz, o fazendo perder a consciência e seu cosmo desaparecer, indicando a sua morte. 

Suas mãos continuaram presas em meu calcanhar mesmo após o meu ataque. 

Sua força de vontade para proteger S/N de mim mesmo depois de morto, me impressionava e fazia meu ódio apenas aumentar em vê-lo tão próximo dela. 

Com nojo de sua mão imunda, afastei meus pés e chutei seu rosto. 

– Seu verme desprezível! – Pisei em seu corpo, finalmente conseguindo continuar o meu caminho. 

Aumentei os meus passos e adentrei a floresta escura, começando a procurar S/N e levá-la de volta para o submundo de uma vez por todas. 

Seu cosmo estava por perto, eu sentia claramente, como também escutava o barulho dos diversos galhos se quebrando pois eu tinha uma ótima audição por ser um Deus. 

Eu poderia me teletransportar diretamente até ela, mas sabia que não iria ser possível pois não conseguia avistar a sua pessoa à minha frente. 

Eu teria que procurá-la pelo caminho mais difícil. 

Levantei a minha espada e dei alguns golpes leves nas árvores para não atingir S/N, que destruiu tudo à minha frente. 

Ao mesmo tempo eu estava raivoso pela sua audácia de ter me deixado, e agora, estar fugindo outra vez de mim. Ela não iria conseguir escapar, não dessa vez, eu não iria permitir. 

Essa humana era a minha propriedade. 

– S/N, VOCÊ CONSEGUIU O FEITO DE ME DEIXAR PUTO! NÓS VAMOS PARA O SUBMUNDO AGORA! VOCÊ NÃO ME ESCAPA! – Gritei furioso, golpeando o lugar mais vezes. 

Claramente estava alterado pela maldita bebida e isso era estranho, eu era um Deus. Não conseguia raciocinar muito bem e meu ódio era tanto que imaginei S/N sendo castigada por mim de várias maneiras quando voltasse…

Não teria misericórdia. 

Escutei o barulho de outro riacho pela redondeza e mais galhos se quebrando ao longo do tempo. Aquilo estava começando a me deixar sem paciência, todo aquele ambiente familiar me irritava profundamente. 

– NÃO FUJA DE MIM, HUMANA! – Gritei autoritário uma outra vez com a voz alterada. 

O cosmo estava mais perto, eu estava prestes a encontrar S/N! 

Foi dito e feito, encontrei a garota ofegante com as mãos nos joelhos bem a minha frente, me deixando sentido, com preocupação, pois eu observei claramente o seu esforço em correr de mim, mesmo estando grávida.

– Eu avisei que iria te encontrar! – Indaguei, próximo a ela, que olhou para trás com os olhos arregalados transmitidos pelo medo.

– N-Não!!! – Se afastou e tentou correr mas acabou tropeçando feio nos galhos que causaram a sua queda no chão.

A peguei pelo antebraço sem ser violento, o que não adiantou e prendi a garota em meu corpo, a encarando raivoso.

– ME SOLTA SEU FILHO DA PUTA!! EU TE ODEIO! – Me xingou, começando a chorar e se debater em meus braços, me deixando desconfortável pois eu não queria que ela me visse como um monstro e me odiasse. – ME SOLTA!!! ME DEIXE EM PAZ!!! – Chorava, tentando sair do meu aperto.

– Eu não consigo acreditar que foi capaz de fazer isso comigo, S/N!!! – Apertava o seu antebraço com força, me referindo a sua fuga em ter me deixado. 

– ME DEIXE IR!! – Tentou novamente estapear o meu rosto mas me esquivei, e segurei sua mão fortemente. – VOCÊ É UM DESGRAÇADO, HADES!! – S/N continuava se debatendo, tentando fugir de mim.

– Como pode ter sido capaz de me deixar?!! – A prendi com mais força. – Não sabe como eu fiquei à sua procura, sua maldita!! – Demonstrava a minha raiva contida e eu não conseguia raciocinar exatamente o que eu dizia, S/N apenas iria me odiar cada vez mais...

Aquelas malditas bebidas estavam surtindo efeito em mim, mesmo eu sendo um Deus. 

Seu olhar medroso e ao mesmo tempo raivoso, encarava a espada em minhas mãos e seu medo se duplicava, provavelmente estaria pensando o pior do que eu poderia fazer. 

Eu não chegaria a esse ponto, não iria feri-la. 

– Eu te deixei por não aguentar suas maldades! – Respondeu, também demonstrando a sua raiva e eu escutava seriamente. – Você merece ficar sozinho! Sofrer por toda a sua eternidade! 

Não, não...

– Não! Você não pode me deixar! – Neguei, em desespero. 

– Eu te odeio! – Sua voz era amargurada de rancor e aquilo me entristeceu. 

Ela sentia ódio de mim, e aquilo foi o suficiente para me deixar mais culpado ainda por tudo que causei. 

– Não diga isso. – Neguei, sentindo meu peito doer. 

S/N abriu levemente a boca para me responder, mas seus olhos foram se fechando aos poucos e seu corpo amoleceu em meus braços. Ela havia desmaiado pelo cansaço. 

Fiz minha espada desaparecer e a peguei delicadamente no colo.

Me teletransportei para o submundo, mas antes, dando uma última observada naquele horrendo lugar onde passei a minha vida.

Entrei no castelo, sentindo o peso sumir das minhas costas por um tempo, pois eu sabia que não iria durar tanto assim, mesmo tendo conseguido S/N de volta, quando a mesma acordar iria me xingar.

Não tiro sua razão e nem de Afrodite, eu não merecia alguém tão doce ao meu lado. Sou merecedor de ficar sozinho, aprofundado na escuridão como sempre estive. 

Chegando em meus aposentos a coloquei delicadamente na cama, ajeitando os travesseiros para deixar o seu corpo o mais confortável possível. 

Me sentei devagar ao seu lado da cama, não querendo acordá-la. 

– Por quê fugiu de mim, S/N? – Comecei a conversar sozinho, mesmo sabendo que ela não iria escutar as minhas lamentações. – Eu senti tanto a sua falta! – Peguei em sua mão, a trazendo para o meu rosto.

Uma única lágrima traiçoeira desceu do meu olho direito sem a minha permissão, a lágrima que eu rapidamente reprimi com o meu polegar, mas que veio acompanhada dos sentimentos fúteis que eu nunca sequer me importei por não acreditar, perfurar o meu coração de aço. 

Aquele bendito amor dolorido que eu nutria por essa humana.

Naquele momento, eu percebi o quão sentimental eu estava sendo. 

Estranho, eu diria. 

– Olha o que você me fez passar! – Suspirei. – Você é a minha fraqueza, humana! – Depositei um selar na sua delicada mão feminina com pequenos machucados a mostra que desapareceram após o meu ato de cura. 

S/N estava chorando desacordada, suas lágrimas sofredoras desciam lentamente em direção às suas bochechas, as deixando mais úmidas do que já estavam. Eu era o motivo de todas aquelas lágrimas.

Ela murmurava palavras inaudíveis, além da minha compreensão, era muito provável que estivesse sonhando comigo. 

Quando ela acordar, voltará a me odiar.

As sequei delicadamente, odiando vê-la chorar, pois cada lágrima daquela, era uma mágoa de S/N que me deixava mais arrependido. 

 Fechei os olhos, e as lembranças do meu passado surgiam como flashbacks, onde eu não conseguia esquecer, por mais que tentasse. 

Pela primeira vez em toda a minha vida senti a fraqueza tomar conta da minha alma, eu estava sem forças. 

Sem forças para continuar. 

Com o meu pensamento depressivo, me lembrei do que estava emanando intensamente em seu delicado ventre sem volume algum. Um detalhe importante que eu quase havia me esquecido. 

Levei minha mão em sua direção, um tanto ansioso talvez, a fim de sentir o meu semideus agitado.

Fechando os meus olhos novamente, me concentrei naquela energia que acalmou os meus nervos e que fez eu sentir com mais precisão o cosmo escondido no fundo do útero de S/N. 

Era uma semideusa. 

A princesa do submundo. 

Meus olhos imediatamente se mantiveram abertos ao ter a notícia que S/N não sabia, e um sorriso discreto me escapou no meio daquele caos que eu estava vivenciando. 

Estava satisfeito, eu gostaria que fosse uma menina igual a ela, a nossa união correndo e sorrindo alegremente pelo castelo. Esse meu desejo se realizou como eu gostaria. 



Mas ainda não havia terminado, era apenas o começo.







Notas Finais


Hades conseguiu encontrar a localização de S/N, fazendo o seu desespero aumentar diante da sua presença intimidadora, especialmente seu medo.

Com o aviso de Kanon, correu do local, entrando na floresta, deixando Hades e o cavaleiro em uma intensa batalha que não durou tanto assim...

S/N se surpreendia com a força esmagadora de uma divindade contra si, apenas fazendo o seu cansaço lhe atingir, juntamente das dores em estar correndo de um Deus invencível. 😓

Hades atordoado com tudo que estava acontecendo, não maneirava na sua busca por ela, e para a má sorte da S/N, novamente foi capturada...

Muitas coisas aconteceram nesse capítulo, meus amores, muitas coisas foram mostradas e muitas ainda virão.

Espero que tenham gostado dele. 😊

Se sintam livres para comentar, comentários são importantes. Adoro responder vocês. 😘💕


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