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História A maldição do amor - Capítulo único - Maldições


Escrita por: Westtigerproj e _Or1on

Notas do Autor


Oieeee, Orion aqui!

Eu estava muuuuito ansiosa pra postar essa fic, eu simplesmente amo ela, AMO! Eu criei um casal secundário muito poderoso, preciso de opiniões sobre eles, porque eu sou suspeita de falar...
Vamos ao agradecimentos: @Flamme, meu anjo, muito obrigada pela betagem, sério, foi ótima como sempre! Deixou a fic perfeita. @TaakaDracon, muitooo obrigada pela capa mais fofa da minha vida! 💖

Capítulo 1 - Capítulo único - Maldições


14 de Fevereiro

 

Sukuna andava irritado pelas ruas de Kyoto, não deveria estar na cidade, não deveria nem ter aceito aquele maldito trabalho! 

Sair no Dia dos Namorados para fazer entregas era pedir para sentir amargura e nojo, todos estavam felizes, com caixas de bombons, de mãos dadas, buquês de rosas, felizes com suas almas gêmeas. O rosado odiava isso.

Desceu do carro azul e dourado com um buquê de gardênias e outro de rosas em mãos, indo em direção de um salão de festas, a porta estava aberta e apenas algumas pessoas estavam ali.

— Com licença, estou procurando pelo Kageyama, pode me dizer onde ele está? — Parando ao lado de um garoto baixinho e de cabelos roxos, perguntou, estranhando a expressão de desgosto que recebeu.

— Terceira porta à direita — respondeu, desviando o olhar. 

Voltando para as tarefas intermináveis que tinha. O rapaz de cabelos roxos estava cansado, Dia dos Namorados e ele ali, atolado de serviço e sem ninguém o esperando em casa, para completar seu superior tinha ganhado uma surpresa do noivo maluco, perfeito!

— Obrigado. — Mesmo sentindo a aura irritada do outro, Ryomen foi educado, antes de seguir para seu destino. Encontrou o dono das flores dentro de um pequeno escritório, ele parecia cansado, mas abriu um sorriso enorme ao ver as flores.

— Kageyama?

— Sim?

— São para você. Hinata mandou um cartão para cada buquê e disse que devem ser abertos em ordem, se não estraga a surpresa. E… — Um pouco tímido, entregou os presentes, estava envergonhado por se sentir um pombo correio do amor. — Me mandou dizer que te ama.

— Me desculpe por isso, ele pode ser um pouco… emocionado. — Com o rosto levemente corado, agradeceu pelo trabalho duro. Sukuna se curvou em despedida e voltou para seu carro. 

No caminho encontrou um artista de rua, algumas pessoas paravam para assistir o pequeno show na praça, movido pela curiosidade Sukuna se viu parado, enquanto o velhinho pintava e contava sua história. 

— Há milhares de anos, uma lenda antiga se espalhou pelos quatro cantos da terra, um conto de dádiva e maldição. — A voz aveludada envolvia seus espectadores, os movimentos suaves de suas mãos prendiam a atenção.

— Após a criação dos humanos, os deuses sentiram que suas criaturas se sentiam sós, vagando pelo mundo sem propósitos ou ambições. — Mergulhando o pincel em tinta preta, deixou as palavras guiaram seus movimentos, como uma melodia calma e suave, desenvolvendo uma pequena bolha ao redor de todos, as pequenas crianças, ao lado de seus pais, pareciam encantadas.

— Foi por desejarem a felicidade dos seus, que os deuses concederam aos seus filhos uma pequena, mas valiosa, dádiva. Um fio vermelho. — Usando o tom mais vibrante de vermelho, fez uma longa e fina linha ligando as duas extremidades do desenho, tirando reações diversas do público, a maioria de felicidade, alguns casais olharam-se com carinho.

Akai-ito fala que não importa o tempo, nem a distância, nem nada que aconteça no meio do caminho, no final, as extremidades desse fio vão se unir, então você descobrirá a felicidade verdadeira, do seu propósito de vida em amar e ser amado. — Finalizou sua obra, duas pessoas dentro de um vazio negro, os sorrisos radiantes, o fio embolado entre elas, nada mais importava, apenas a pessoas que estava na liga a você pelo fio vermelho do amor. Cada pessoa presente ergueu seu dedo, ou baixou o olhar para seu tornozelo, onde podiam ver o início do eterno fio do amor, Sukuna riu baixinho pela reação das crianças.

— Pai, pai, olha! Eu tenho um fiozinho também! — Muito animada  uma menina de cabelos azuis escuros, mostrava animada o dedo; o pai sorrindo, pegou a filha com cuidado.

— Isso é ótimo, meu anjinho. — O homem de cabelos negros, uma franja longa sobre a testa e um coque samurai, disse com um sorriso.

— Um dia você vai encontrar alguém tão incrível quanto o papai. — A mulher, de cabelos azuis claros e longos, disse sorrindo, os olhos atentos do marido brilhavam admirados.

— Mesmo, mesmo? 

— Mesmo, mesmo. 

O rosado desviou sua atenção da pequena interação familiar, conforme o senhor iniciava uma nova pintura, desta vez usando cinza como fundo.

— Porém, ao passar dos séculos, os deuses perceberam que nem todos eram dignos de tal bênção, o amor não deveria ser para qualquer um. Então da dádiva nasceu a maldição. Aquele que desagradar os deuses será condenado à solidão eterna e jamais encontrará o amor. — A nova pintura eram duas pessoas, viradas de costas, os semblantes tristes, nenhum fio as unia, ou existia. Pareciam andar sozinhos, envoltos pelo cinza da solidão.

Sukuna não precisava que outra pessoa falasse sobre a maldição do amor, a conhecia bem, pois carregava esse fardo sobre seus ombros, desde o dia de seu nascimento. Deixou uma nota de dinheiro no chapéu do homem, seguindo, ainda mais exausto, para o carro. 

Se deixou cair no assento de couro, os olhos cansados mal notavam o que acontecia ao seu redor, ergueu o mindinho da mão esquerda e como todas as vezes estava vazio. 

Sukuna é um homem amaldiçoado e já tinha aceitado esse fato.

Em um mundo onde o fio vermelho do amor é a maior dádiva concedida aos homens, ao nascer, pelos deuses. 

Não ter tal fio significa que você foi rejeitado pelas entidades divinas, condenado a passar toda a sua existência em plena solidão, sem jamais encontrar o amor verdadeiro. 

— Eu realmente odeio o Dia dos Namorados. — Suspirou, pronto para encerrar seu dia. Mas antes que pudesse dar partida, sentiu o celular vibrar em seu bolso, fez uma careta ao identificar o nome do amigo e parceiro de negócios brilhando na tela. 

— O que foi, Gojo? — Junto de Satoru e Suguru, que estava aproveitando seu dia de folga na casa do namorado, havia aberto uma pequena empresa de entregas, eles cresciam aos poucos e estavam conseguindo se manter e expandir, mas algumas vezes pedidos estúpidos  como os do Dia dos Namorados, acabavam em suas mãos.

— A última entrega é em Tokyo.

— O quê? 

— To-kyo. Na sua cidade natal e…

— Eu entendi essa parte, Satoru! Mas isso fica há… cinco horas de Kyoto! 

— De trem são duas. 

— Como eu vou deixar o carro da empresa aqui, seu acéfalo?!

— Ah… bem… Boa sorte, Ryomen. — Sem realmente se importar com a situação do amigo, desligou o celular no momento que Nanami, seu marido, entrou pela portinha de vidro do seu escritório, um sorriso ameno, quase imperceptível, nos lábios finos. Não precisou pensar duas vezes para saber quem era mais importante naquele momento.

— Ligação importante?

— Não, era só o Ryo-chan. — Nanami olhou com pena para o celular, não sabia como o outro conseguia suportar trabalhar todos os dias com alguém tão despreocupado quanto seu marido.

— Trouxe docinhos. 

— Kikufuku?

— De Sendai. Zunda com Creme, como você gosta. — Ergueu a sacola verde, enquanto fazia a volta na mesa de madeira,  os olhos azuis acompanhando o movimento com muito entusiasmo.

— Já falei que te amo hoje? 

— 52 vezes desde o amanhecer.

— Ainda não foi o suficiente. — Com a voz grave, puxou o marido para seu colo pela gravata amarela. Segurou a cintura com ternura, os olhos sempre brilhavam de admiração pelo homem que tanto lhe suportava e amava. — Eu te amo.

— Eu também te amo, feliz Dia dos Namorados. — A mão esquerda, onde a aliança prateada brilhava, acariciou o rosto macio.

— Feliz Dia dos Namorados.

Sukuna jogou o celular contra o banco traseiro, o idiota tinha esquecido de desligar o celular. Olhou odioso para as flores azuis. Sem escolhas deu partida no carro, iniciando a longa jornada de trabalho, pelo menos aquela seria a última do dia.

 

(...)

 

O homem chegou em casa por volta de uma da madrugada, além das seis horas de viagem até Tokyo, porque o trânsito estava ruim, precisou dirigir duas horas até encontrar o endereço, uma até a empresa onde deixou o carro e meia hora de caminhada até sua casa; tinha excedido seu horário de trabalho e faria Satoru pagar por isso, mal conseguia se manter em pé pela exaustão. 

—Nya. — A gatinha de pelagem branca, olhos azuis, um presente de Satoru para nunca esquecê-lo, o recebeu na porta, se esfregando nas pernas do dono.

— Okaeri, Kana-chan; — Abaixou-se para fazer carinho entre as orelhinhas, a felina ronronou satisfeita. — Com fome?

— Nya.

— Vamos comer então. — Foi até a pequena cozinha, com sua companheira seguindo-o, colocou a marca favorita na tigelinha, trocou a água e deixou a pequena comendo em seu cantinho. Para si mesmo, pegou um pote de Cup Noodles. Deixou a água esquentando na chaleira elétrica,  indo tomar um banho breve.

Entrar no quarto vazio sempre trazia-lhe uma sensação estranha, era onde mais podia ver o quão só ele é. Não tinha comprado uma cama, usava um futon simples, preferia um local para pendurar os cabides do que um roupeiro, e era só isso.

Sentiu-se melhor quando a água quente caiu sobre os músculos tensos, o cansaço deixando aos poucos o corpo alto e moreno, o rosto, naturalmente franzido, ganhando uma expressão mais leve. Suspirou, desligando o chuveiro, não se deu ao trabalho de vestir-se já que não fazia muito frio — mas o aquecedor mantinha-se ligado —, apenas amarrou uma toalha na cintura, pronto para comer seu "jantar".

Ligou a TV, vendo a figura séria de Nanami aparecer na reprise do noticiário, era estranho ser amigo do âncora, vê-lo todos os dias trajando o mesmo terno e a máscara de marfim, não que Nanami fosse um poço de ânimo, mas distinguir a persona era fácil.

"E hoje, no dia mais romântico do ano, as declarações mais imprudentes causaram acidentes. Um homem caiu de um andaime, enquanto pendurava uma faixa na janela de seu prédio, apesar do susto, passa bem e está em observação no hospital."

Ryomen riu com as outras notícias, acidentes bobos, declarações malucas e pessoas que encontraram o verdadeiro amor, os choques e reverberações causadas pela conexão do fio. Um vídeo havia viralizado, onde mostrava duas meninas andando distraídas pela avenida principal, ao fundo da gravação de um clipe, quando por acidente se olharam e a união foi instantânea.

Outro vídeo mostra um casal brigando, por não serem destinados, o término acabou em lágrimas.

— Idiotas. — Desligou irritado a TV e jogou o copo de plástico no lixo, colocou uma sunga e indo para seu futon, pôs um fim aquele estressante dia.

 

05:30 am, 15 de fevereiro 

 

Itadori acordou muito mais cedo que o comum, tinha um dia longo e atarefado pela frente, afinal era o seu grande dia, abriria seu negócio dos sonhos em poucas horas. 

Podia ouvir o som vindo de sua cozinha, as risadas baixas e suaves que Megumi soltava de maneira preguiçosa, sorriu contente, pois isso significa que Geto estava presente. Correu para se arrumar, não queria desperdiçar um único segundo.

— Alguém acordou animado.

— Portanto faminto, larga o celular e vem me ajudar com o café. — Sério, Megumi deu a ordem para o namorado, que sorriu ladino, mostrando a mensagem que havia enviado para Sukuna.

— Estou checando seu nii-chan.

— Ele vem. 

— Sim, sim. — Revirou os olhos, deixando o celular no bolso, muito maduramente permitindo um bico formar-se em seus lábios, indo passar café. Megumi riu, depois de todos aqueles anos, ainda não sabia quem era o adulto da relação.

— Ge-chan

— Hum?

— Eu te amo, e estou ligado a você. — Deixando o que estava fazendo de lado, abraçou Geto pela cintura, dando um beijo casto em sua bochecha. — Não seja ciumento, Suku-nii não tem ninguém. 

— Golpe baixo — murmurou inquieto, porque era verdade. Desde muito cedo Sukuna vivia só, sem os pais ou parentes próximos, de uma forma maluca acabou sob a proteção da família Gojo, quando Megumi e Tsumiki se juntaram à família. Foi a primeira vez que o rosado teve alguém para cuidar, que pudesse dedicar todo o seu afeto, de certa forma era triste, por outro irritante, por toda aquela obsessão por seu namorado. 

— Bom dia, pombinhos.

— Bom dia, Yuu, pronto?

— Eu nasci pronto!

O café da manhã ocorreu entre provocações e risinhos, em nenhum momento Geto recebeu uma resposta, o que era estranho, mas não deu muita importância, tinha que levar um muito animado Yuuji, e um silencioso Megumi, para abrirem seu negócio. 

Os esperando estava Yuuta, abraçado no noivo, Toge, Maki e a irmã gêmea, cada uma do lado da namorada e sua melhor amiga Nobara, ainda não sabia muito bem como era possível aquele trisal dar certo. Três mulheres de personalidades fortes e muito ódio nos corpos, mas que se amavam tão intensamente que às vezes Yuuji sentia inveja. Panda e Mechamaru também faziam presença, Muta tinha deixado a esposa e a filhinha em casa para ajudar o amigo, com a promessa que levaria vários bolinhos do tio Yuuji. 

Todos dispostos a ajudar e nada poderia deixar a manhã de Itadori e Fushiguro mais perfeita. Abrir o estabelecimento, ao lado de seus amigos, foi uma das experiências mais revigorantes de suas vidas.

 

09:10 am

 

Sukuna se permitiu dormir algumas horas a mais, ao invés de levantar durante a madrugada, Kana estava deitada sobre seu peito, os olhos azuis muito atentos a cada movimento seu. E o rosado sabia muito bem o que isso significava, vindo da pequena bolinha comilona.

— Ohayo, Kana-chan, vamos comer? — O miado veio em tom de confirmação, o que tirou um riso baixo do homem.A gata desceu primeiro da cama, Sukuna precisou de alguns momentos olhando para o teto, despertando aos poucos.

Em dúvida sobre o café da manhã, pois não queria, mais uma vez, comer miojo, olhou batendo o pé para dentro da geladeira. Tinha certeza que uma mosca caiu congelada no chão, o que reduziu a zero o número de itens.

— Nya. 

— Bom pra você — resmungou, indo para o quarto pegar o celular, talvez encontrasse um lugar perto de casa para comer, ou pediria uma pizza. Estreitou os olhos para o aplicativo de mensagens, vendo a notificação, quem em sã consciência mandava mensagens tão cedo? Geto o cara tão sem noção quanto Satoru. 

"Tu vai vir?" Curta e direta, a mensagem o fez franzir o cenho, não lembrava de ter marcado de sair com Geto — o melhor amigo de Gojo —, no início conseguiam no mínimo se suportar, mas como anos descobriram que era mais fácil ignorar as idiotices de Satoru se estivessem unidos.

"Na abertura da cafeteira do Megumi" Geto sabia, melhor do que ninguém, como o homem podia ser esquecido, apenas coisas dignas tinham o direito de permanecer em sua mente, por isso ao ver a mensagem visualizada enviou o restante da informação.

"Ah, claro, claro, vou tomar café da manhã aí, mas vou chegar atrasado"

"Nenhuma novidade"

"Vai a merda, quer que eu vá ou não?" 

"Como se você fosse capaz de resistir ao Gumi"

"Foda-se." 

Encerrou a conversa com isso, pois aquela era a verdade, às vezes se sentia mal por depender emocionalmente do homem mais novo, mas Megumi sempre o recebeu com carinho e respeito, prezava muito pelo bem estar dele. 

Se arrumou como pode, pelo endereço o estabelecimento ficava perto o suficiente para uma caminhada, cerca de quinze minutos. Fez carinho na gatinha e trancou a porta, já ansioso para comer uma das tortas de Megumi.

 

09:13 am

 

A gargalhada de Geto chamou a atenção dos outros, que agora, após por mesas para rua, checar os suprimentos, passar pano no chão e nos móveis e dar uma olhadinha na eletricidade; estavam descansando, conversando antes do grande momento. 

— O que foi? — Megumi ergueu a sobrancelha em um claro questionamento.

— Sukuna não vive longe de você — disse após a breve troca de mensagens com o outro, onde terminou com Suguru sendo mandado longe.

— Não seja mal com ele. 

— Quem é Sukuna?

— Um amigo de escola do Satoru. — A resposta veio de Maki, a esverdeada estava usando um avental rosa bebê, sobre o uniforme claro do estabelecimento, assim como Toge, Nobara e Geto.

— E qual a neura dele contigo? — Foi impossível, para todos os presentes, não rir da pergunta de Yuuji. Todos se perguntaram isso, porque Ryomen Sukuna é tão fixado no mais novo.

— Hã… Suku-nii é um pouco… diferenciado.

— Estranho e obsessivo, é mais a cara dele.

— E vocês se dizem amigos desse cara? 

— Quando você conhecer ele, vai entender.

— Pra falar a verdade, como Yuu-chan é o único que não conhece o Sukuna? — Panda, que havia ganhado o apelido por sempre estar com bolsas escuras sobre os olhos, pelas noites mal dormidas cuidando de seu irmãos, perguntou com o cenho franzido. 

— Não tem importância. — Geto, muito disposto a falar sobre o assunto, puxou a atenção de todos para o assunto central. — Yuu, Lembra que antes de ele ir fazer o ensino médio na escola Jujutsu, estudava perto do trabalho do Sato? 

— Uhum.

— Então, ele tem uma "fama" por aquelas bandas.

— Geto… — O tom de alerta apenas faz um sorriso maroto nascer nos lábios finos.

— Só estou citando fatos.

— Que tipo de fama?

— Ele bateu em cada valentão da antiga escola, eles gritam "Fushiguro-sama" e fogem, ele é o domador de badboys.

— Megumi? — Itadori olhou assustado para o outro, o poço de plenitude Fushiguro Megumi, que tinha demorado a aceitar que lutar com outras pessoas não era um problema, havia espancado pessoas fora do tatame?

Enfim, Suku-nii disse que era um desperdício de potencial e fez o Sr.Gojo me colocar em aulas de luta.

— E consequentemente me conhecer! Gosto desse cara. 

— É o que todos dizem, até conhecer a alma amargurada daquele idiota.

 

09:45 am

 

Sukuna chegou tranquilamente ao local, a região parecia ser calma, e muitas pessoas passavam curiosas pelo café — que já estava com um número significativo de pessoas —, sorriu feliz por seu *otouto.

Passou pelas portas de vidro, ouvindo o típico sininho tocar sobre sua cabeça, o que fez o homem, de cabelos tão rosados quanto os seus,  erguer o olhar do que fazia e focar os olhos nos seus. Foi nesse instante, durante aquela cinza manhã de fevereiro, que o mundo de Ryomen Sukuna mudou para sempre.

Sentiu cada pedaço do seu corpo travar, uma reação forte e latejante, queria aproximar-se do outro, sentir sua pele, conhecer sua voz, mas seu corpo estava em choque. Era como encontrar algo muito valioso, uma parte sua e estar tão feliz que só tornava impossível reagir.

Por algum motivo uma lembrança específica tomou a mente de Yuuji, conforme os olhos castanhos, mais intensos e escuros que os vossos, prenderam-se nos seus. A sensação de ter aquele olhar sobre seu corpo comparava-se a uma corrente elétrica, que percorria cada centímetro de seu corpo, acendendo cada célula, uma atração magnética assustadoramente forte acendia o desejo de estar entre os braços fortes, sentindo as batidas do coração do ouro. 

Enquanto o mundo parecia parar, e nada mais importava, pois tudo girava em torno do desconhecido, a voz de seu falecido avô invadiu sua mente:

 

— Algumas pessoas consideram a incapacidade de amar uma maldição, mas a mais forte, dolorosa e poderosa maldição sempre foi, e será, o amor.

— Por que diz isso, jii-chan?

— Para amar você tem que ser forte, capaz de suportar as diferenças, as brigas e se entregar de  todo seu coração e alma.

— Mas eu sou forte, Jii-chan! O mais forte da escolinha.

— Sim, você é. — Sorrindo docemente com a ingenuidade da pequena criança, acariciou os cabelos rosados, os olhos desviando para uma foto antiga, onde o pai do garoto o segurava em seus braços. — Mas além de tudo, Yuuji, o amor pode enlouquecer uma pessoa. 

— Enlouquecer?

— Sim. Quando você ama alguém essa pessoa tem  capacidade de se tornar o seu mundo, e quando ela parte… não sobra nada.

— Por que ela partiria?

— Porque esse é o ciclo natural da vida, mesmo que os humanos tentam fugir, dos deuses recebemos uma vida limitada e frágil. Cuide bem de sua vida, Yuu. 

Para Yuuji a verdadeira maldição foram as palavras de seu avô, elas ficaram gravadas em seu coração, quando o jovem descobriu que não tinha o fio vermelho não sentiu tristeza ou angústia, pelo contrário, sentiu a mais pura liberdade.

— Não se preocupe, jii-chan, não seguirei os passos de meu pai.

 

Foi assim que ele viveu em paz, construindo amizades, fortalecendo laços e descobrindo as outras facetas do amor, como seu melhor e eterno amigo Fushiguro Megumi, porém, quando viu todas as estruturas firmes de sua vida sendo abaladas e gradativamente destruídas naquela manhã de inverno, Itadori não soube se seu coração batia acelerado de felicidade ou pavor, pois ele soube, antes da conexão, o que aquele homem seria para si.

— Suku-nii, vocês se  conhecem?  — Fushiguro olhava curioso para o mais velho, que continuava parado na porta, alguns clientes pareciam tão intrigados quanto ele, o que era aquela estranha sensação de misticismo no ar, era quase como… Desviou o olhar apressado para Geto, aquele que estava conectado a si para toda a eternidade pelo fio que os unia pelos tornozelos.

— Isso é?

— Ao meus olhos, é exatamente isso.

 

O destino tem um humor ácido, entrelaça a vida das pessoas da maneira que deseja, brincando com as possibilidades, formando arranjos e desenvolvendo a trama que mais faria seu tédio, mesmo que por um curto momento, passar. Um sopro de entretenimento, tão curto quanto a vida dos humanos. 

O deus Amor, sentado ao seu lado, no dossel, observava a bagunça que o companheiro havia criado: almas destinadas, vazias e sem perspectivas de serem amadas, sendo jogadas para todas as direções, criando um divisão tão grande e profunda que o fio vermelho do amor estava tão transparente que mal podia ser visto. 

— O que você pensa que fez?!

— Nada demais, apenas alonguei um pouquinho a história deles. 

— Um pouquinho?! — Arrogantes e prepotentes, deuses como o destino se permitem brincar com a finita vida humana, brincando com seus sentimentos e razões, o amor nada podia fazer sobre isso, além de comportar as pobres almas com a completude de sua dádiva, mesmo que seus desejos honrosos pudessem destruir a efêmera mente mortal.

— Não fique tão bravo, já pode dar o final feliz deles agora. — A voz baixa e grave, saiu em um sussurro, os dedos longos, de pele escura, passeando pelos braços desnudos, os lábios grossos e fartos com sabor de cacau pressionados gentilmente contra o pescoço âmbar.

— Como se fosse fácil assim. — E mesmo que estivesse irritado, o Amor não pôde resistir, deixou-se envolver pois até mesmo o mais poderoso dos sentimentos dependia de alguém para se desenvolver, até por que o que seria do amor sem o destino para guiá-lo?

A mão firme, pois para amar é preciso força, fez um movimento fluido e delicado, porque o cultivo do amor é lento, gracioso e suave, o movimento causou uma reação que reverberou pelas quatro paredes do pequeno estabelecimento, com uma intensidade jamais vista as duas extremidades se conectaram, exibindo para todos o fio vermelho, do destino e do amor, vermelho como sangue, que ligava Itadori Yuuji a Ryomen Sukuna pelo mindinho.

— O quê? — Assustado, Itadori caiu sentado sobre um dos banquinhos do balcão, incapaz de desviar os olhos da fina linha.

— I-itadori? — Sukuna tremia, conforme caminhava a passos incertos até o outro, sua pele queimava de ansiedade, os dedos trêmulas necessitando tocar, mesmo que um pouco a pele dourada.

— Ryomen. — Ouvir seu nome ser pronunciado foi o impulso que faltava para ele percorrer a pequena distância entre eles, segurando a mão que tremia tanto quanto a sua. O toque quente causou uma onda de sensações, os corações batendo acelerados, num mesmo ritmo, ansiavam por mais.

— Yuuji. — O nome saiu de maneira natural, como se Ryomen tivesse toda a sua vida perpetuando pelo momento certo para dizer a mais bonita das palavras. 

— Sukuna. — Yuuji o abraçou com forças, seus medos desfazendo-se com a sensação dos braços fortes e cálidos, a respiração acelerada do homem batendo contra a pele exposta de seu pescoço. 

Ninguém os julgava quando passaram a chamar pelo nome um do outro, enquanto os corpos tremiam e grossas lágrimas, de alívio, satisfação e completude caiam.

 

05:55 pm

 

O sentimento novo e estranho perdurou entre os dois ao decorrer do dia, Sukuna ligou para Satoru e mandou, literalmente, se virar. Queria passar cada segundo que pudesse próximo ao homem de sorriso brilhante.

Yuuji não se sentia diferente, mas não podia deixar seu trabalho no dia mais importante, por isso enquanto cozinhava, preparava bebidas e servia algumas vezes, deixou o outro sentado. Ocasionalmente suas mãos tocavam-se sobre o balcão, os olhos nunca saindo um do outro.

— Achei que nunca veria esse olhar vindo dele.

— Sukuna é insuportável… Não acredito que alguém tão doce acabou destinado a esse babaca.

— Eu consigo te ouvir, Nobaka! 

— Por acaso eu disse alguma mentira? — E por mais que o tom fosse apenas provocativo, Sukuna sentiu o golpe em seu coração, o garoto era pura luz, podia sentir isso a cada sorriso, as conversas com os clientes, todos pareciam adorar estar perto, roubar um pouquinho daquela sensação quente. 

E o que ele era? Um cara amargurado, que tinha se metido em muitas brigas durante a infância e adolescência, além da gangue que fez parte até Satoru bater em si para que criasse juízo, o obrigando a focar sua raiva na empresa que criaram juntos.

— Talvez seja melhor eu ir embora. — Não falou para ninguém em especial, apenas murmurou para si mesmo, indo pegar o casaco que estava guardado na entrada.

— Passou dos limites, Kugisaki. — Yuuta, sentado ao lado do namorado, Toge, repreendeu sua kōhai.

— Mas eu…— Murchou com o olhar que recebia do albino

— Okaka. — A ruiva fez um bico chateado, ser repreendida por Toge era o cúmulo, sinal de que realmente tinha feito algo idiota. 

— Vou falar com ele.

— Não precisa, deixa com o Yuu. — Itadori, vendo o outro sair discretamente franziu o cenho, trocando um olhar rápido com Megumi, correu para o lado de fora.

Mesmo com todos seus medos e maldições, não seria capaz de ignorar aquele sentimento tão forte e vívido que enchia seu peito, não iria mais fugir do amor.

— Nobara, culpa sua, pega seu avental e me ajuda. Vocês também, parem de corpo mole. 

— Ryomen, Ryomen! — O outro, submerso em seus pensamentos confusos, e na saudade que já o preenchia, não notou o rosado correndo atrás de si. — Sukuna!

— Yuuji? O que está fazendo aqui? E o café?

— Eu é que pergunto, pra onde tu pensa que vai?

— Para casa?

— Sem se despedir?!

— E-eu… Yuuji, eu não sei se é uma boa ideia você se envolver comigo, eu… eu não sou uma boa pessoa. Se conversar com a Nobara, ou com o Geto, você vai ver que...

— Cala boca, e para de falar idiotices.

— Mas...

— Deixe que eu decida por mim mesmo se você é bom ou não. Quero te conhecer melhor, descobrir o porquê, depois de todos esses anos, meu fio apareceu, me unindo a você. Tenho o direito de ao menos tentar. — Pediu, estendendo a mão para o rosado.

Tentar, pois nem todos aceitavam a união, pessoas que já tinham encontrado o amor e decidiram seu destino com suas próprias mãos. Era o outro lado da maldição do amor, alguns não conseguiram suportar a rejeição de sua alma gêmea e morriam por isso, Sukuna não conseguiu se imaginar causando tamanha dor.

— Tudo bem — Desistiu, pegando a mão que lhe era oferecida, aquela sensação de estar completo se fez presente novamente, causando um arrepio gostoso. — O que quer fazer?

— Andar até o rio Kanda? — Sukuna riu baixinho, o nome do tio lhe fazendo lembrar da gata temperamental que tinha em casa e que não lidaria bem com a presença de outra pessoa. Sentindo que a ideia de levar Yuuji para sua casa, seu pequeno esconderijo, fez um carinho suave na mão outro, formando círculos invisíveis com o dedo. — O que foi?

— Minha gatinha, se chama Kana.

— Gatinha?

— Uhum, quando quiser conhecer ela… 

— Vai ser um prazer. — Itadori não quis esconder como estava corado, agitando o pobre coração de Sukuna, mas ele não esperava que alguém tão fofo fosse tomar uma atitude. — Mas isso vai ser antes ou depois de você me beijar?

O mais velho não queria, tão rapidamente mostrar seu lado mais sádico, porém, sendo provocado daquela maneira. 

— Moleque atrevido. — Não deu brechas para resposta, puxou de maneira agressiva, a mão firme entre os sedosos cabelos rosados, erguendo o rosto para beijá-lo com vontade, invadindo os lábios fartos, amando sentir o gemido de surpresa do outro.

Não deixou ele se afastar, o prendendo contra si, as línguas movendo-se juntas, de uma forma tão gostosa que o deixava zonzo, nunca, em toda sua vida, havia sentido-se tão bem apenas com um beijo. 

Foi mais do que qualquer um poderia lidar com a imagem de Sukuna corado, os olhos nublados de prazer, os lábios vermelhos inchados.

— Um… piercing? — Ryomen sorriu aberto, colocando a língua para fora, a bolinha brilhante no meio do músculo rosado. — Porra, Sukuna.

Nenhum deles se importou em iniciar outro beijo selvagem, onde qualquer um poderia os ver, apenas se jogaram na sensação prazerosa.

 

— Então, todos esse tempo nós moramos muito próximos e temos amigos em comum, mas nunca, jamais, nos encontramos?

— É exatamente isso.

— Que tipo de piada de mau gosto é essa? — Sentados à beira do rio Kanda, com Yuuji sentado entre as pernas do parceiro, aconchegado no calor do corpo forte, poderia passar horas dentro daquele abraço, sem enjoar.

— Acho que os deuses não gostam muito de nós.

— Licença. — Parado, alguns centímetros acima da água, estava um homem alto, pele negra, no tom perfeito de âmbar, os olhos escuros, como a noite ao redor, fixos no casal, um olhar de carinho. 

Hã? — Foi tudo o que eles conseguiram falar, diante da cena, principalmente pelo estado do outro homem, que era segurado pela camisa preta que usava, um bico irritado nos lábios, seus olhos pareciam duas bolas de cristal, brancas e nebulosas.

— Perdoem a interrupção, trouxe este idiota pra pedir lhes pedir, melhor, implorar perdão.

— Os deuses não imploram por perdão, principalmente a reles humanos.

— Pois se deverias pensar sobre as consequências de teus atos antes de transviar a história destes jovens!

— Por que tu não pode falar normal, como todos os outros?! — O comentário ácido lhe rendeu um banho nas águas escuras e frias do rio Kanda. 

— Vocês… 

— ...deuses?

— Perdoem minha falta de educação, sou Amor, este no rio é Destino. 

Por toda a vida, ouvisse falar dos deuses, seus feitos, suas bênçãos, maldições e histórias. A mitologia é ensinada nas escolas, usada pelos políticos, e mesmo crendo que há algo maior e mais sábio que os humanos, seres imortais que regem o universo, ninguém jamais esperou encontrar tais divindades, e ali estavam os dois rosados, parados diante de dois dos mais importantes deuses da atualidade.

Sukuna franziu o cenho, mesmo com a aparente visita pacífica, eles exalavam superioridade e autoridade, prestando seu ilimitado tempo a eles, lhes dando a graça de estarem em sua presença, principalmente o que se erguia das águas gélidas; os olhos tão frígidos quanto o inverno. Yuuji estava incomodado, sabia que seu longo tempo sozinho tinha um motivo, uma parcela da culpa era sua, mas estar perante quem poderia ter poupado sua família da destruição não ajudava seu coração a permanecer feliz. 

Perante o silêncio, conseguia sentir o ressentimento dos homens, o brilho de ódio de Sukuna estava claro como o dia, mesmo assim Amor preferiu se pronunciar:

— Não és um sonho, ou delírio. Por mais ausentes que deuses devam ser, quando há um desvio na história, quando um Deus abusa de seus poderes, és comum que tenhamos permissão para visitar aqueles que sofreram com tais atos. 

— E com o que exatamente nós sofremos?

— Com o prolongamento incomum de sua separação, tão próximos, mas tão distantes. O destino embaraçou e nublou seus futuros, causando um quase desaparecimento do fio.

— Ou seja, vocês deveriam ter se conhecido a muito tempo, porém, sua separação prolongada foi desejada e o destino assim quis. 

— Desejada?

— Sim, pelo garoto, Itadori Yuuji.

— Eu?

— Após a conversa com seu avô, você orou a todos os deuses, pedindo que jamais encontrasse seu destinado e que se possível não tivesse a dádiva, mas sim a maldição. — Destino pronunciou, olhando diretamente para o jovem, curioso em como ele parecia desgostoso pelo próprio pedido. Os deuses recebem muitos pedidos todos os dias, de fontes e motivações variadas, porém, era comum ver a humanidade se arrepender ao ter certo desejo concedido. 

— Itadori desejou não me conhecer?

— Eu… precisava. — respondeu baixinho, um tanto envergonhado por ter fugido todos aqueles anos, Sukuna parecia estar sofrendo, o olhar confuso.

— De todo modo, viemos lhes pedir que concedesse seu perdão a este Deus incapaz de atingir a maturidade completa. E como ato de redenção, conceder um desejo para cada um, em qualquer momento de suas vidas, qualquer coisa, possível ou impossível, lhes concederemos. — Yuuji se manteve em silêncio, não estava mais entre os braços confortáveis de Sukuna, olhava ansioso para o homem, quem mais havia sofrido com aquela história havia sido ele.

— Hoje… foram vocês que fizeram eu conhecer o Yuuji?

— Sim, o destino ligou seus caminhos e eu conectei os fios.

— Então, por mais puto que eu esteja, com essa vontade enorme de fatiar vocês em vários pedaços… obrigado. Eu perdoo o imaturo Deus Destino. — O sorriso irônico,  junto do olhar afiado fez Destino ranger os dentes de raiva, lembrava claramente do quão descrente aquele homem era durante sua juventude, o quão irritante foi lidar com ele.

— Agradeço, lhes deixaremos aproveitar a conexão, até mais. 

Assim como apareceram, os deuses se foram, deixando apenas a água calma diante dos homens, que permaneceram em silêncio, buscando compreender tudo o que havia acontecido naquele dia.

— Então…

 — Venha, vou te deixar em casa. 

 

O caminho foi silencioso, os homens estavam tensos, uma sensação incômoda que não tinham sentido em toda sua vida, preenchia seus corações. Yuuji parou quando chegaram ao portão baixo de ferro, as grades brancas, que contrastavam com o vermelho escuro da casa, um pequeno jardim estendia-se pela entrada, pela estação apenas algumas flores mostravam sua beleza.

O mais novo estava parado e nervoso, Sukuna ainda tinha uma expressão indescritível, olhando para um lugar aleatório, qualquer coisa que não fosse ele. Mesmo com a situação desagradável, não queria deixar o outro partir daquele modo, a conexão era recente, precisavam passar mais tempo juntos, criar uma aliança, uma relação de verdade.

— C-Chegamos… voc-?

— Yuuji, você quer isso?

— O quê? — Sem entender, pendeu a cabeça para o lado, tirando um sorriso pequeno de Sukuna, como um homem adulto poderia ser tão fofo.

— Você quer essa conexão? Pelo o que ouvi você pediu muito para evitar isso, eu não quero impor algo que você não queira. — Ele queria, com todas as forças de seu corpo, impor aquilo a Yuuji, o desejava, queria tocá-lo, sentir mais dos lábios fartos, a pele quente, aquela fome que o outro mostrou apenas com um beijo, seu maior desejo era saciar e dar prazer, mas não faria nada sem permissão. 

— Eu… vamos entrar, Sukuna. É melhor conversar lá dentro. — Sem esperar uma resposta, abriu o portão, segurando a mão do outro. A casa de Yuuji tinha uma decoração minimalista, as cores vibrantes, contrastavam com os móveis de cores neutras. Ficou no sofá bege, olhando para as fotos de Itadori ao lado de um senhor de cabelos brancos.

Na cozinha, preparando chá verde, Yuuji repensada algumas coisas, tudo parecia estar acontecendo tão rápido, algumas horas atrás havia conhecido o amor da sua vida, sentindo uma necessidade irreal de permanecer ao seu lado, teve o melhor beijo de sua vida, encontrou deuses e agora aquela distância, a urgência para acabar com o clima estranho. 

— Esse é meu jii-chan, ele me criou depois que… meus pais morreram. — Deixando a xícara na mão do outro, sentou-se ao seu lado, próximo o suficiente para sentir o seu calor, decidido a contar parte de sua história. 

— Minha mãe morreu quando eu nasci, meu pai nunca mais foi o mesmo… e cometeu suicídio. Éramos só eu e o jii-chan. Enquanto eu crescia ele me contava histórias sobre o fio do amor, e como ele era amaldiçoado. Eu não queria seguir o mesmo caminho do meu pai, por isso orei tanto aos deuses. Mas… Suku, eu quero isso, tanto quanto você. 

Ryomen ainda ficou um tempo em silêncio, o chá intocado esfriando em suas mãos, absorvendo a breve história que ouviu. 

— Tem certeza disso?

— Absoluta. 

As mãos grandes entrelaçadas, transmitiam carinho e afeto, os olhos transbordando daquele sentimento novo e tão intenso: paixão, a mais pura e intensa paixão, pulsando em seus corpos, incitando-os a querer mais. 

— Acho que nossa maldição… finalmente se quebrou. — Com a mão sobre o rosto de traços leves e bonitos, Sukuna sussurrou baixinho, deixando o hálito quente bater contra os lábios semiabertos, sentindo com gosto a ansiedade do companheiro.

— Sim… exorcizada com sucesso. — falou tão baixo quanto o outro, findando a distância torturante, com um beijo lento e desejoso, apreciando a sensação de infinidade, como se o amor, prestes a nascer entre eles, fosse ser eterno e completo.


Notas Finais


Deuses negros no Japão? Sim, pessoas, eu dona do mundo quero deuses negros no Japão KKKKKKKKK

Como eu sou uma pessoa muito legal, vamos ter extra dessa fic, porque eu necessito de Sukuita fofos e casadinhos.
Acho muito importante falar que a @Daroon, foi ler a história morrendo de medo que fosse angst, achei super ofensivo, aí lembrei que só escrevo angst e mato meio mundo e comecei a rir.

Foi isso estrelinhas, até a próxima 💫

(Sim, tem personagens de outros animes, são três easter eggs)


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