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História A Maldição do Faraó ERERI-RIREN - Capítulo 1


Escrita por: Amante_yaois

Capítulo 2 - Capítulo 1


Cairo - Egito

Tempo atual

 

“Senhor Jaeger, por favor! Nos fale mais sobre o seu novo trabalho nessa região!” pediu Marco Bodt, um jornalista e escritor americano que havia entrado em contato com os assessores do moreno para que pudesse publicar uma biografia, onde narraria o começo da vida do Jaeger até seu trabalho atual -  que visava encontrar novas múmias, dessa vez mirando numa quantidade de tempo ainda maior.

Ao perceber que o questionário iria começar, Eren teve que lutar contra a vontade de revirar seus olhos. Era clara sua opinião em relação a aquilo, mas seus superiores acharam que seria melhor para alavancar ainda mais sua carreira – o que Eren via como desnecessário. Por razões óbvias, ele conseguia lembrar bem de onde ficava cada cemitério, principalmente o Vale dos Reis, e graças as suas descobertas históricas, sua fama cresceu de forma absurda, atraindo olhares de curiosos e colecionadores - que pagavam caro por cada objeto que não ia aos museus.

Dita Ness, o câmera man, gravava a paisagem ao redor deles antes que focasse sua câmera no entrevistador e no entrevistado, fazendo um pequeno sinal com a mão de que Eren poderia começar a falar quando quisesse. Suspirando, Eren assumiu sua pose profissional, não deixando um resquício sequer de desatentamento. “Bem, antes de tudo, gostaria de falar que é uma honra estar servindo de inspiração para o trabalho de vocês e tudo mais. De verdade, muito obrigado.”

“Não há de quê, senhor Jaeger. Acredite, a honra é toda nossa por ter conseguido sua autorização de participar de suas escavações com o seu pessoal.” Falou Marco, totalmente radiante com a ideia de ver de perto o trabalho sendo feito.

Deixando com que um sorriso ladino viesse à tona, Eren falou: “Bem, isso é só o começo. O processo é demorado, e pode durar meses. Porém, após pesquisar bastante sobre essa área, tenho cerca de noventa por cento de certeza de que há algo por aqui. Provavelmente valioso.”

Com a deixa do moreno, Armin Arlert veio a aparecer do seu lado. O loiro era um historiador, e fazia parte de sua equipe. “Eren e eu acreditamos que possamos encontrar o sarcófago de um antigo Faraó datado de dois mil e quinhentos anos antes de Cristo. Se de fato a teoria que ele criou estiver certa - como tantas outras esteve - , acredito que atingiremos o ápice já descoberto.”

Tendo sua curiosidade alimentada, Marco animou-se. “Poderia nos falar mais sobre esse antigo Faraó, senhor Arlert?”

Sorrindo de forma amigável, o loiro assentiu, não vendo mal algum em dizer aquilo já que o documentário só sairia após a finalização desse trabalho – se é que tivesse. Mesmo depois de anos trabalhando ao lado do moreno, Armin temia internamente que a ganância subisse em algum momento em sua cabeça, pois já havia trabalhado com grandes egiptólogos que se perderam no caminho enquanto tentavam provar algo que ia além do impossível para eles no momento. E como Eren já estava acostumado com a rotina de simplesmente estudar sozinho e após algumas semanas dar a confirmação, como se fosse o dono da verdade, Armin decidiu se envolver nos estudos, e assim percebeu que, de fato, Eren não era apenas um soberbo – como imaginava -, mas sim alguém de tamanha inteligência invejável.

“Eren conseguiu traduzir os hieróglifos que encontramos na pirâmide da nossa última escavação, e pelo que sabemos, o Faraó havia sido muito importante para a época em que viveu. Acreditamos que a sua dinastia tenha sido uma das mais ricas do Antigo Egito.” Explicou, parando somente para ajeitar seu óculos de grau. “A cada dia que se passa, mais satisfeito me sinto como homem em relação a minhas próprias ambições. Um conselho meu, trabalhar com Eren é um pouco difícil, mas quando nos acostumamos, podemos aprender coisas incríveis e totalmente fascinantes.”

Após ter dito isso, Marco fez um sinal para que encerrasse a primeira gravação, e quando Dita desligou a câmera, o moreno não se conteu. “Eu não consigo acreditar! É um sonho de infância estar acompanhando uma escavação!”

Jean, outro egiptólogo e braço direito do Eren, passou a tempo de dizer: “Vai mudar de ideia logo, gracinha. Armin já os avisou.”

Revirando seus olhos, Eren cruzou os braços sobre seu peitoral. “Estão realmente passando uma péssima imagem sobre mim, hein?” permanecendo com uma feição de poucos amigos por um breve momento, logo riu em divertimento. “Começaremos agora. Erwin já mandou as máquinas desde ontem, e eles já começaram a escavar. Se continuarmos assim, perderemos toda a parte boa.”

Ao ouvir isso, Jean franziu o cenho por um breve momento. “Alguém já te contou que você parece uma criança na caixa de areia do parquinho?”

“Seus comentários deixaram de me ofender há muito tempo, cara de cavalo.” Dito isso, voltou com sua postura de chefe. “Pessoal, vamos agilizar. Nosso destino se encontra a dez quilômetros daqui e eu não tô a fim de perder um segundo a mais aqui.”

Após isso, toda a equipe de Marco se organizou junto da equipe do Eren - que já terminava de guardar as bolsas nos jipes estacionados do lado de fora da pousada. O dito moreno já se encontrava com sua bolsa, tendo em mãos alguns mapas para serem estudados. Era certo, ele havia conseguido encontrar o sarcófago do pai de Levi, agora só precisava ter a sorte de encontrar em algum lugar a explicação que precisava para ter a ideia de onde encontraria seu amor - Não querendo pensar em encontrar somente uma múmia podre. Depois de tudo, lembrava-se muito bem, faltava muito pouco para o ritual ter sido concluído, mas morreu antes de poder descobrir se funcionou ou não. Mas pelo estudo que fez, descobriu que o Faraó havia morrido velho, o que já significava por si só que Levi também havia falhado. E foi essa linha de percepção que o fez franzir o cenho, tornando-se ainda mais inquieto sobre o destino final do seu Levi. O que será que aqueles malditos fizeram com seu tão amado amante?


Lutando para afastar os pensamentos negativos de sua mente, deu um passo em frente a saída da pousada com determinação, mas sua atenção continuava nos hieróglifos antigos descritos nos mapas que lia. Semicerrando os olhos por causa do sol forte daquela manhã quente, foi até o jipe mais próximo, apoiando-se nele para aproveitar a sombra. Apesar de ter reencarnado em uma outra vida, Eren tinha uma vista horrível no seu olho direito - olho qual havia ficado cego graças a fúria do Faraó - e por sempre ler muito com o esquerdo, força bastante sua vista - o que resultou em um problema de miopia. E como se já soubesse o que o chefe estava passando, Armin parou ao seu lado com um sorriso.


"Esquecendo-se de algo?" provocou, ao entregar-lhe o óculos ainda dentro da caixinha. 


Pegando a caixa, Eren sorriu antes de pôr seu óculos, piscando algumas vezes para aliviar o pequeno incômodo que sentiu. "Nunca irei me acostumar com ele." murmurou, o que tirou uma boa risada do loiro.


"Eu também pensava assim quando comecei a usar o meu. Acredite, com o tempo você se acostuma." disse, dando um soco amigável no ombro do maior. "Agora coloque sua bunda dentro do carro, porque nós estamos saindo."


"Finalmente." murmurou, apressado. Sem perder tempo, abriu a porta e sentou-se no banco ao lado do motorista - que hoje seria Jean.


Não muito tempo depois, o outro homem entrou. "E lá vamos nós para a caixa de areia." provocou, já esperando por algum comentário do amigo. Infelizmente, para sua pessoa, Eren estava focado demais na leitura que nem sequer notou que o comentário era para si.


"Deixe disso, Jean!" brincou Armin, "Todos nós sabemos que você gosta tanto quanto Eren."


"Eu? Eu gosto do dinheiro que recebo. Sou bem pago, então claro que fico feliz embora seja cansativo." explicou, apontando com o dedão para Eren. "Ao contrário desse indivíduo."


"O que eu fiz agora?" retrucou alheio, não dando muita importância para a mesma conversa de sempre.


"Admita, Eren. Você deve ter algum fetiche em múmias. Você estuda tanto sobre elas, que eu consigo te ver bem se masturbando para algumas." provocou, já ligando o carro e dando partida.


Armin franziu o cenho com nojo da imagem mental que se formou em sua mente. "Que nojo! São corpos podres!"


"Tem doido pra tudo nessa vida, Armin." disse, "Inclusive, creio que nosso amigo seja um desses."


Deixando para terminar de ler os mapas depois - já que agora, por mais que quisesse, não teria espaço e nem paciência -, Eren voltou sua atenção para o outro. "Não sou um necrófilo. Estou buscando por algo importante. Apenas isso."


"Eren, você tem uma quantia enorme de dinheiro, poderia simplesmente entrar de férias por anos sem se preocupar em reabastecer. Mas mesmo assim, mesmo que entremos de férias, você continua com outra equipe. Diz aí, o que é esse algo importante? Você encontrou vários Faraós, encontrou sarcófagos de sumo sacerdotes, encontrou ouro, esculturas, consegue ler hieróglifos melhor do que qualquer um, já desvendou mistérios e a lista só vai aumentando. Por acaso não fica satisfeito?" questionou, agora em um tom mais sério por se preocupar com a saúde do Jaeger. "Cara, eu te conheço desde que éramos pirralhos. Não lembro de ver você saindo pra foder com ninguém."


"J-Jean!" falou Armin, ficando corado pelo assunto que havia se instalado.


"Só porque você não vê, não quer dizer que minha vida sexual é parada." rebateu com o cenho franzido, "E outra, eu tenho meus dias de lazer. Pode ter certeza."


"Quando? Da última vez que passou alguns dias parados, foi porque se desequilibrou e caiu da escada. Tão burro que quebrou o braço." continuou. "Estou falando isso porque me preocupo com sua saúde mental e física. Trabalhar demais vai te matar."


"Eu sei que está preocupado, mas…" parando para pensar no que diria a seguir, suspirou. "Sinto que estou perto de encontrar o que quero."


"Você diz: aquele algo especial?" murmurou, ganhando em troca um acenar de cabeça. "Eren, depois dessa escavação, você vai tirar uma folga. Nem que seja de uma semana."


"Claro, Claro." resmungou, fingindo concordar com o que foi dito. "Uma semana paradinho."


Depois de quase uma hora dentro do carro, finalmente chegaram na área de escavação, onde Eren já saiu de dentro do carro dando ordens e comandando o restante do grupo a fazer seus respectivos trabalhos, sem perder muito tempo por saber o quão duradouro seria até que começassem a encontrar algo. E enquanto todos se moviam, ele dava um passo em frente as montanhas e pirâmides quase escondidas, parando somente para sentir a brisa do vento raro ao fechar seus olhos. Como não havia ninguém próximo a si, ele sussurrou em um tom cheio de rancor: “Estou de volta.”


Com seu cenho franzido, voltou a atenção para a pessoa que lhe chamou, só para descobrir que era o Armin pedindo sua ajuda para armar a tenda de descanso. Suspirando, não falou nada, mas foi ajudar, sendo esse seu primeiro desafio de muito que viriam.



Quatro meses e meio depois



Os dias se tornaram semanas, e semanas se tornaram quase cinco meses de escavação e trabalho árduo em pleno sol quente do Egito, porém, para a felicidade deles, hoje parecia ser um dia em que dariam um passo incrivelmente grande na direção da vitória. Eren estava conversando por telefone com Erwin, um de seus empresários, e o loiro estava explicando sobre as novas atualizações, onde mandaria mais um grupo liderado pela egiptóloga, Hanji Zoe - uma velha amiga do Jaeger - para ajudá-los. Enquanto falavam, seu olhar passava pelos objetos que haviam encontrado na primeira parte da pirâmide que conseguiram descobrir. Não eram nada relevante para si, somente copos e jarros que serviam para colocar vinho. Haviam também algumas mini esculturas ao lado de algumas fotos que tirou dos hieróglifos que encontrou. Enfim, mais uma vez, nada relevante.


“Compreendo.” concordou, “Hanji e sua equipe é uma grande ajuda. Estou feliz em saber que voltarei a trabalhar lado a lado com ela.”


Ele não mentia, e também admitia ser um grande fã da mulher, pois a mesma entendia bastante sobre o Egito assim como ele, e muitas vezes suas conversas se tornavam em longos debates positivos. Do outro lado da linha, Erwin parecia muito satisfeito com sua escolha, e por isso suspirou aliviado. “Sendo assim, em dois dias, ela pegará o voo junto da equipe. Houve um pequeno equívoco e a viagem teve que ser adiada por dois dias, mas não se preocupe. Sua ajuda chegará.”


“O único que não deve se preocupar é você, Erwin. Logo, logo você terá uma múmia de dois mil anos.”Brincou, sorrindo quando o chefe deu uma risada baixa.


“Esse meu hobbie ainda me fará gastar tudo o que tenho.” admitiu, mesmo que fosse uma mentira. Erwin Smith era um grande empresário e filho de uma família nobre que tinha ao menos três ou quatro museus em seu nome, se não lhe falhava a memória.


“Tanto você quanto eu sabemos que isso é quase improvável. Não precisa ser muito gentil quando fala comigo. Você caga dinheiro.”


Rindo outra vez pela sinceridade do velho amigo, Erwin falou: “Você me conhece tão bem… Infelizmente, tenho que desligar agora. Tenho uma reunião daqui a alguns minutos, e não posso me atrasar.”


“Já falei que adoro o meu trabalho?” provocou, sabendo que o loiro não tinha muita paciência com aquelas reuniões embora amasse a profissão que exercia. “Meus clientes são bem silenciosos.”


“E fedorentos.” completou, “Fique com suas múmias, que eu fico com os vivos.”


“Bom trabalho, Erwin.”


“Bom trabalho, Eren.”


E assim a chamada finalizou. Suspirando em cansaço, bebeu um pouco de água ao jogar o celular na mesa, sentando-se na cadeira enquanto refletia sobre o quão quente estava, o que não era surpresa, já que havia acabado de dar 11hrs40min da manhã.


"Chefe!"


De repente um grito ecoou, atraindo a atenção de todos, inclusive a do Eren, que se levantou de imediato olhando já na direção do barulho. "Encontramos algo!"


Sem perder tempo, correu junto de Armin e Jean que viram logo atrás. Parando alguns passos de distância do homem que o chamou, Eren franziu o cenho ao forçar sua vista para ver o que quer que seja, e para sua felicidade, eles acharam a entrada que faltava. A entrada que o levaria direto para o Faraó. Sorrindo, deu um passo em frente, tocando nos hieróglifos enquanto os lia com calma, e não muito diferente de si, se encontrava Armin. A produção de Marco já havia chegado não muito tempo depois, com tudo pronto para as gravações e fotos.


"Encontramos, pessoal." anunciou Eren, mal contendo sua própria voz. Finalmente! Mais perto do que nunca, ele estava perto de reencontrar seu Levi!


Gritando de felicidade Armin se jogou nos braços de Jean, conseguindo se esticar o suficiente para puxar o Jaeger também para o abraço de urso. "Conseguimos!"


Sem perder tempo, Marco se organizou e com o sinal do companheiro, começou a narrar os acontecimentos, seu sorriso nunca desaparecendo. "-- E após meses, finalmente um resultado grande! Perguntaremos agora qual a sensação de mais uma conquista?"


Armin estava prestes a responder, mas Eren interveio. "Ainda não acabou. Nosso trabalho real começa aqui, e eu peço para que nenhum dos seus homens venham."


Franzindo o cenho em dúvida, Marco fez um sinal para que parassem de gravar, e quando foi obedecido, questionou a ordem do moreno. "Por que?"


"Primeiro, isso é uma pirâmide que terá armadilhas. Segundo, só quero o necessário para que seja o mais breve possível. Perdi cinco meses nessa escavação, não quero perder um segundo a mais. Terceiro-"


"Olha, entendemos. Mas no contrato está escrito que iremos com vocês." insistiu, o que fez Eren revirar os olhos. Sabendo que o amigo estava perdendo a paciência, Armin assumiu.


"Eren está somente preocupado." Disse, "Já perdemos alguns dos nossos várias vezes nessas buscas. Não queremos enterrar mais pessoas."


"Estamos cientes do perigo."


Sem saber o que dizer, Armin olhou para o Jean em busca de respostas. "Então abriremos uma exceção."


Ao ouvir isso, Eren voltou sua atenção para Jean, e o mesmo não hesitou em continuar. "Eren. Isso é importante. Um faraó de dois mil anos, cara! Precisa ser filmado até o último segundo."


"Eu não quero ser responsabilizado por uma morte sequer que não teve nenhuma relação comigo."


"Ok!" sorriu, "Ao menos dois podem ir."


Suspirando, Eren voltou sua atenção para os hieróglifos enquanto Jean organizava a situação junto do Armin. Seja como fosse, ele não teria nada a ver com isso. Com seu cenho franzido, leu calmamente. De fato, realmente estavam tratando do Faraó Mehotepp, e as palavras escritas na parede nada mais eram que a narração de sua vida até a morte - que aconteceu não muito tempo depois que Levi os traiu. Com um sorriso vitorioso, terminou de ler, ficando satisfeito ao descobrir que o impiedoso faraó havia sido, não só enterrado ali, mas junto dele, a localização real de seu filho - ou melhor -, do seu traidor. "Eu te encontrei." 



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