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História A Mansão Malfoy. - A Pintura.


Escrita por: firefox1

Capítulo 17 - A Pintura.


Fanfic / Fanfiction A Mansão Malfoy. - A Pintura.

       Intrigado, Harry levantou-se e seguiu lady Longbottom até a porta dos fundos, entrando por ela e subindo uma escada estreita que, deduzira, devia ser a escada dos criados. Os dois andaram por um corredor até a galeria da frente, que seguia ao longo da casa.

       — Não dá para ver direito agora, infelizmente — disse Pansy, fazendo um gesto na direção da parede externa, na qual se alinhavam grandes janelas. — Durante o dia, há luz suficiente, mas à noite...

      Todos os candeeiros na parede oposta às janelas estavam acesos, pois toda a casa fora preparada com luzes flamejantes para a festa, mas, mesmo assim, havia sombras.

      — Posso ver o suficiente — disse Harry, indo mais perto para olhar o primeiro quadro.

      — Todos eles são de Malfoy?

      — Estes três primeiros são. Há mais do outro lado. — Ela sorriu, languidamente.— Tive de abrir espaço para alguns dos ancestrais dos Longbottom.

      A primeira pintura era um retrato de Pansy. Ela estava postada ao lado de um pedestal alto, o antebraço apoiado, olhando para o observador com um sorriso tênue nos lábios. Tratava-se de uma Pansy mais jovem e mais alegre. Os tons eram esverdeados e claros, por cima dos quais uma Pansy de cabelos negros com um vestido branco simples se destacava vividamente. Os olhos pretos sorriam; parecia à beira de revelar um segredo divertido. E fora pintado, pensou Harry, por um especialista. A mulher no retrato tinha vida; mais do que simplesmente uma semelhança física, o quadro irradiava sua personalidade, terna e convidativa.

       — É lindo — disse Harry, sendo honesto.

      — Eu tinha 17 anos quando ele o pintou — disse Pansy, serenamente. — Ele o deu de presente a Neville quando nos casamos. — Continuou andando. — E esta é Luna.Isso foi alguns anos antes. Dray tinha uns, ah, 17 ou 18 anos. Luna devia ter 15.

      Harry olhou com interesse para a jovem, um tipo sonhador com grandes olhos azuis e os cabelos densos e loiros iguais ao de Narcisa presos para trás com um laço, caindo em ondas nos ombros. Ela usava um manto azul sobre o vestido branco, um dos lados atirado para trás, e trazia um gato sobre o braço. Cada detalhe era rico e luminoso.

      Harry fechou as mãos, os dedos fincando as palmas para conter a excitação que o arrebatava ao olhar para as pinturas. Passou para a próxima, agora uma paisagem de um campo árido, salpicado de pedras, belamente cru e inundado pela luz do sol. Ele quase podia sentir o calor.

      — Eles são lindos! — Harry virou-se para Pansy, não conseguindo conter o prazer que crescia por dentro. Fora seduzido pelos museus e galerias que visitara na Europa. Olhando para muitas das esplêndidas obras de arte, com freqüência antigas, arrebatara-se pelo mesmo tipo de excitação, até mesmo alegria, que preenchia seu ser agora.

       — Ele é um artista maravilhoso! Você disse que há mais?

       Pansy fez que sim com a cabeça, sorrindo.

       — Na outra extremidade do corredor, no meu quarto e na sala de visitas.

       Pansy levou-o pela galeria, onde mostrou-lhe quatro outros quadros que seu irmão pintara, e depois pelo corredor até uma sala de visitas grande e ricamente mobiliada. Ali, e na extensão do quarto, havia outras seis pinturas. Uma delas mostrava uma casa de pedra de cor levemente desbotada e formidavelmente grande, ainda que graciosa,construída no formato de um E.

     — Esta é Malfoy maior? — arriscou Harry, e Pansy respondeu que sim.

     — Por algum motivo imaginei que seria escura e soturna. A ilustração no livro a retratava mais escura.

   — Oh, não é devido ao lago próximo a casa. O lago é preto como carvão. Mas a casa é linda e clara. Pelo menos a distância. De perto, vê-se que está caindo aos pedaços. Mas com dignidade. É calcário. Quando o sol a ilumina assim, parece dourada.

      Fora desse modo que Draco a pintara, com uma luz dourada cascateando sobre as pedras quase como água, as janelas de vidro em formato de diamante brilhando. — Ele a pintou de memória — continuou Pansy. — Isso foi depois que saiu de casa. Esta é uma pintura do lago.

   Ela apontou para um outro quadro menor, o de um lago negro localizado no meio de  rochas cinzentas. Era uma pintura mais escura, sombreada e nebulosa, com um único raio de sol caindo do céu como uma espada, sua luz engolida pela escuridão do lago.  Harry sentiu um calafrio involuntário. Era tão vívido, de sua própria maneira, quanto as pinturas mais claras, mas sua riqueza criava uma cena quase assustadora, silenciosa.

    As outras pinturas eram cruas: uma, de uma cama escura com dossel ao lado de uma janela, os lençóis brancos, pano de fundo para um vívido  robe de veludo vermelho jogado por cima dela; a outra, de uma bacia e de um jarro brancos sobre uma cômoda de madeira escura, uma rosa vermelho-sangue murchando ao lado dele em um salpico de cor. Mas em todas as pinturas havia a mesma riqueza de textura e cores, a mesma mão especializada nos detalhes.

       — Posso vê-las durante o dia, em outra ocasião? — perguntou Harry, virando-se para Pansy, sua avidez aparente. — Adoraria observá-las sob uma luz mais apropriada.

        — É claro. Você gostou?

       — São magníficas. Eu... — Ele voltou ao quadro da cama com o robe vermelho vívido jogado sobre os lençóis. A pintura era profundamente sensual, quase erótica, e mexeu com Harry de uma maneira primitiva, primordial. — Não sei o que dizer. Estas são recentes?

     O rosto de Pansy anuviou-se.— São mais recentes do que as outras na galeria. Mas ele não pinta mais. Já não pinta há vários anos.

     — Ele não pinta! — disse Harry, pasmo, demonstrando uma surpresa quase cômica. — Você quer dizer que ele parou? Ele não pinta mais nada? Nem desenha?

       Pansy fez que não com a cabeça.

        — Nada.— Mas por quê?

        — Não sei. Já fiz esta pergunta uma ou duas vezes, mas ele sempre dá de ombros.

    Diz que cansou, ou que a pintura começou a parecer tolice. É tudo culpa da vida que leva.— De novo, um tom de amargura surgiu em sua voz. — Seus amigos... a bebida, a jogatina e... — Sua voz foi ficando desanimada, e ela deu de ombros.

       — Não posso acreditar. Isso é um pecado! — Os olhos de Harry se voltaram para as pinturas.

      — Eu sei. — Lágrimas brilharam nos olhos de Pansy. — Só queria que Dray se desse conta do dom que possui, do talento. Ele não enxerga a beleza que há dentro dele.

      Harry franziu o cenho ao seguir Pansy para fora do cômodo e descer as escadas na direção do salão de baile. Ele e o pai partiram logo depois.



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