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História A marca do dragão - Como peças de um jogo de xadrez


Escrita por: LaurenFell23

Notas do Autor


Oi querydos

postei mais cedo porque tive uma folguinha hoje e eu só posso postar em fds e amanhã farei um prova de vestibular, então ne, não teria como. aí postei hoje hehe

esse do gif é o Hayden Christensen (ator que faz o Anakin em Star Wars <3) que interpreta meu doce Edmund Stingin. Nesse gif, o Ed não parece tão doce, mas ele é rsrs e se o gif não carregar é pq deu problema afs

boa leitura e até as notas finaisss

Capítulo 3 - Como peças de um jogo de xadrez


Fanfic / Fanfiction A marca do dragão - Como peças de um jogo de xadrez


Aquela era a noite que Allya Donoghan chegaria à Strongard. Quando um dos guardas – que estava na torre de pedra mais alta – viu a carruagem que carregava a bandeira prateada de Snowlot chegando, ele tocou a trombeta.

Allya ouviu aquele som e olhou para Edmund de imediato. Eles haviam chegado à Strongard. Ed viu a ansiedade nos olhos de Allya. Então, ele fez exatamente como fazia na infância: segurou a mão dela e mostrou que estava ali para apoiá-la.  

– Fique tranquila. Será ótimo – ele disse. – Estamos juntos. 

Ela mordeu o lábio inferior, nervosa. Allya percebeu quando a carruagem parou e sentiu seu coração acelerar-se. O cocheiro abriu a porta. Edmund desceu primeiro para ajudá-la a sair. Os ventos eram mais fracos e quentes do que em Snowlot. Ela sentiu como se sua pele pegasse fogo. Allya não conseguia enxergar nenhuma colina de gelo, nada pálido e branco. Isso foi desesperador.

De repente, um corvo parou em um galho de uma árvore perto de onde Allya estava. Seus sentidos estavam tão aguçados por causa do medo que ela olhou para a ave no momento em que esta pousou no galho. Os olhos negros e sem vida do corvo estavam concentrados nela de uma forma tão intensa que Allya quase não conseguiu desviar o olhar. Era quase como se ela estivesse sendo hipnotizada. Uma sensação ruim cobriu o corpo da princesa, ela sentiu sua pele arrepiar-se e uma cicatriz de nascimento que ela tinha no ombro direito começou a arder, ela não entendeu o motivo.

Uma voz alta e estrondosa fez Allya olhar para frente e deixar o corvo de lado.

– Alteza! É maravilhoso vê-la aqui! – um homem desconhecido disse.

Sem reconhecê-lo, ela deu um sorriso vazio. Ela já o tinha visto uma vez, em Snowlot. Ela não se lembrava de quando, mas desconfiava ser no último inverno, quando acontecia o Conselho, no qual o rei Thorin convocara alguns representantes dos outros reinos. O homem tinha cabelos grisalhos e perfeitamente arrumados. Seus olhos eram acinzentados. Ele aproximou-se dela e estendeu sua mão, como se a pedisse para ela aceitar a saudação dele.

– Perdoe-me – ela disse, esperando que ele se apresentasse.

– Sou Lorde Beckett Answel, alteza. Eu estive em seu reino no último inverno.

Allya balançou a cabeça.

– Eu me lembro de você. Participa do Conselho de Snowlot, representando Strongard.

– Exatamente, princesa – Beckett deu um sorriso educado, mas havia algo naquele olhar que ela não confiava. – Fiquei muitíssimo honrado pelo convite de seu pai. Eu sou o braço direito do Rei Carlisle. Ele permitiu que eu fosse enviado até o seu reino.

Algo na voz de Beckett que não transmitiu confiança. Lorde Theodor Berryann, melhor amigo de seu pai e o padrinho da princesa, havia conversado com ela antes de sua ida até Strongard. Ele a havia informado que desconfiava que um dos representantes de Strongard houvesse roubado algumas moedas de Thorin no Conselho, desviando o lucro. Allya desconfiou dele.

Beckett pigarreou:

– Alteza, levarei a senhorita e o seu amigo até o rei e a rainha. Eles a esperam no Salão Real.

Allya viu Edmund caminhar atrás de Beckett. Antes de ir, ela deu uma última olhada no corvo em cima do galho da árvore. A negra ave ainda a observava. Aquele olhar lhe causou certo tormento. Então, parecendo entender a angustia dela, o corvo voou para longe.

Sua saída fez algumas folhas secas caírem em cima da princesa. Ela observou o corvo voar no céu noturno até não poder mais vê-lo.

– Algum – a voz de Edmund a fez olhar para ele. – problema?

Beckett já estava quase na porta do Castelo e ela nem saíra do seu lugar, perto da carruagem. Vendo os olhares estranhos de Edmund e de Beckett, ela engoliu em seco.

– Está tudo ótimo – mentiu. A princesa pegou a cauda de seu vestido e subiu os três degraus da entrada do Castelo, indo até Beckett.

O lorde não pareceu notar nada sobre ela. Edmund, porém, soube que ela estava mentindo sobre estar tudo ótimo no mesmo instante.


Freya estava sentada em seu trono observando todo o salão. Seus cabelos louros estavam caídos em uma trança perfeita por cima do ombro. Ela usava uma tiara de ouro fina que combinava com suas jóias. Seu rosto era fino e seu queixo pontudo. Ela tinha olhos azuis escuros e penetrantes. Ela deu um sorriso ao ver Aidan descendo as escadas. Ela esperou que seu filho caminhasse até ela. Quando ele o fez, Freya passou sua mão no rosto do jovem, acariciando a pele gélida de seu filho mais jovem da mesma forma que ela fazia quando ele era criança.

– Você está tão lindo – falou serenamente.

Aidan deu um sorriso e balançou a cabeça. Ele estava com os cabelos castanhos perfeitamente arrumados e trajava uma capa preta e social.

– Você sempre diz isso, mãe.

– Você sempre está lindo – Freya disse – Mas hoje está mais.

– Obrigado. – Aidan respondeu, curvando-se. – A senhora também está divina.

Freya balançou a cabeça, aceitando o elogio. Ela era linda e adorava ouvir isso. Sua maturidade não lhe fez mal, aliás, sua beleza pareceu se intensificar.

Então, um alarde se passou pelo castelo. Houve um minuto de pânico e Aidan desviou-se de sua mãe e se concentrou nas palavras de um dos guardas.

– A princesa chegou – os servos do castelo começaram a se mover tão rapidamente que Aidan ficou um pouco tonto. Ele viu seu irmão, William, descendo a escadaria calmamente. Ele estava com um olhar indisposto, quase impertinente, sobre as pessoas indo receber a herdeira de Snowlot. William se juntou ao rei. O Rei Carlisle estava próximo à janela, observando tudo o que acontecia. Provavelmente, ele vigiava a recepção de Allya Donoghan.

Freya terminou de olhar em volta e viu a governanta aproximando-se. Erwinn tinha os cabelos de cor cinzenta e eles estavam presos a um coque. Ela usava vestidos fechados e com tons escuros sempre. Naquela noite, ela usava um verde escuro com uma gema negra presa no tecido, era a única decoração do traje.

– O que quer que eu faça, Majestade? – a voz da governanta soava grossa e não era muito feminina.

Freya respirou fundo. Depois que seus olhos percorreram todo o salão uma última vez, ela disse:

– Receba essa garota. Investigue se ela tem algum segredo. Algum mistério. Eu soube que ela dispensou as damas de companhia, mas trouxe um amigo. Um rapaz. Descubra quem ele é e o que ele é dela. Quero saber tudo. – a voz de Freya era gélida como um iceberg. Seu rosto fino e belo estava tomado por uma expressão impiedosa. Ela não se parecia mais com a mulher doce que conversava com seu filho.

Erwinn assentiu. Ela jamais poderia desobedecer uma regra da rainha. Erwinn sabia que Freya era uma inimiga cruel. Ela sabia que o desejo que a rainha possuía de saber todos os segredos não era uma simples curiosidade. Era uma defesa. 

– Como quiser, Majestade – respondeu. Depois de curvar-se, a governanta saiu.

Freya a seguiu com os olhos até que ela desapareceu no salão. Erwinn era conhecida da Rainha Freya desde a juventude de ambas. Elas tinham quase que a mesma idade, mas – por alguma razão –, a rainha parecia absurdamente mais jovem. Estava bem mais conservada e bonita. Erwinn Elhays nunca questionou isso, mas sempre estranhou. Apesar de estar sempre junta à Freya, ela não sabia de seu passado. 

Quando seus olhos encontraram uma jovem entrando, Erwinn logo soube que era Allya, junto à Beckett e um rapaz, a governanta respirou fundo e deixou seus pensamentos de lado.

Ela disse ao aproximar-se:

– Sejam bem-vindos, Alteza e... – a governanta cumprimentou seguida de uma reverência. – rapaz. Eu sou Erwinn Elhays, a governanta da Corte. Estou aqui para instruí-los. Sigam-me, por gentileza.

Lorde Beckett e Erwinn trocaram olhares estranhos e combinados. Quando Allya percebeu isso, estreitou os olhos e fingiu não notar enquanto enrijecia o corpo.  Assim que ela iria seguir a governanta, viu que o lorde havia dito algo para Edmund, algo que ela não conseguiu ouvir. Então, franziu o cenho e fitou o rosto magro de Ed:

– Allya – Ed disse. – Pode ir que eu a acompanho.

Ela balançou a cabeça de forma hesitante e o viu seguir até o fim do corredor escuro, acompanhado de Beckett. 


Beckett guiava o jovem Ed pelo Castelo. Edmund caminhava a passos lentos enquanto o seguia; ele aproveitava o passeio para observar as grandes paredes decoradas por quadro cujas pinturas eram tão reais e escuras que pareciam o encarar. Ele olhava para as paredes e percebia a diferença entre aquele lugar do Castelo Branco. Edmund lembrava-se de Beckett Answel. Já o tinha visto pelos corredores em uma visita à Snowlot. Ele já sentira um pressentimento  ruim quanto ao caráter do lorde.

Edmund Stingin era filho de Thomas Stingin, um serralheiro de Snowlot, amigo do rei desde a juventude de ambos. Ed era plebeu, vivia como plebeu e tinha orgulho de ser quem era. Os Donoghan também sempre se orgulharam da amizade e aliança com os Stingin, eles eram honestos e leais. E, além disso, Edmund era muito esperto. Ele aprendera com seu pai o dom da observação. Ele observava as pessoas. Gostava de lê-las. Naquele momento, ele tentava ler o lorde.

Beckett Answel não aparentava ser um homem honesto. Seus cabelos grisalhos, juntamente com os seus olhos, formavam uma aparência questionável. Ele olhava para as pessoas a sua volta como se fosse derrubá-las. Não era confiável, nem de longe. O olhar duro, frio e calculado de Beckett era como se ele estivesse em um pedestal e todas as outras pessoas o idolatrassem. De alguma maneira misteriosa, o egocentrismo dele incomodava Ed. O jovem serralheiro deixou suas análises e observações de lado quando o lorde parou em frente a uma porta no fim do corredor. O jovem estreitou os olhos quando viu o lorde acenar para ele entrar. Ed respirou fundo e caminhou até a porta. Hesitantemente, ele entrou e virou-se para ver se Beckett o seguia.

O lorde entrou logo atrás dele. Assim que adentrou o cômodo, Edmund notou, ele fechou a porta. Um silêncio constrangedor pairou naquela sala. Então, Edmund teve tempo de olhar em volta. Ele estava em um pequeno cômodo quadrangular. As paredes eram escuras e tinha uma pequena janela redonda cuja cortina vermelha cobria e escondia o lado de fora. Havia candelabros espalhados pela sala. Encostada à parede havia uma mesa de madeira cheia de livros empoeirados. Edmund não sabia rotular a utilidade daquele cômodo. 

– Então? – Edmund disse, ao perceber que Beckett estava esperando um sinal dele para começar a falar.

– Meu jovem, permita-me apresentar-me, eu sou Lorde Beckett Answel e devo informar-lhe que sua estadia no castelo não é bem aceita – Edmund estreitou os olhos. O jovem serralheiro já soube, naquele momento, o que estava preste a acontecer. O lorde continuou: – Peço-lhe desculpas, mas você não pertence à realeza de Snowlot, portanto tem uma suspeita sobre sua lealdade e o rei achou melhor você ficar em uma ótima moradia na aldeia. – a voz de Beckett estava fazendo Edmund perder a paciência – Moradia na qual quem pagará será o próprio rei Carlisle. Você poderá visitar a princesa Allya sempre que quiser e…

Edmund o interrompeu:

– Eu não vou a lugar algum – disse. Sua voz já carregava toda a segurança e coragem que ele precisava ter naquele momento.  

Lorde Beckett o encarou, seu olhar estava mais frio que a colina de Snowlot. Toda a aparente cortesia que ele demonstrara para a princesa parecia ter desaparecido totalmente. A postura ereta daquele nobre fez Ed perceber que Beckett também estava seguro do que ele iria falar:

– Acho que você não entendeu, meu jovem, isso não é um pedido. É uma ordem. Do rei.

A voz de Beckett endureceu-se, como uma pedra de gelo. Sua dureza foi tão sólida que Ed estreitou os olhos, sentindo-se ofendido com aquela grosseria.

– Peço-lhe as devidas desculpas, mas eu também tenho ordem do meu rei. – Edmund respondeu, ríspido. O rosto anguloso do jovem elevou-se, deixando o queixo dele erguido; ele parecia confiante. – O rei Thorin me ordenou cuidar da princesa e eu o prometi. Eu o farei.

Houve um minuto de silêncio. A chama de um dos candelabros ameaçou falhar. Edmund não pôde evitar olhar para ele. O jovem cerrou suas mãos em punho e virou seu rosto na direção de Beckett. A troca de olhares entre os dois era dura e o lorde deu um sorriso pretensioso quando falou:

– Eu entendo, plebeu. Pena que quem governa Strongard não é o rei Thorin Donoghan, é o rei Carlisle Stavenger. Então, as ordens que predominam são as ordens do rei Carlisle. Quem não as cumprir, a consequência é a morte.

Antes que Edmund respondesse, a porta abriu-se e Allya apareceu, ganhando a atenção de ambos. Ela fitou o lorde e cruzou os braços, desafiando-o.

– Edmund não vai a lugar algum. –  disse.

O lorde estreitou os olhos sem esconder a surpresa. Ele preparou-se para respondê-la, mas Allya levantou a mão, fazendo-o se calar no mesmo instante.

Ela disse, destemida:

– Eu não pedi nenhuma dama de companhia, meu companheiro é Edmund Stingin, não deixarei ninguém tirá-lo. E não me importa se são ordens do rei. Se Carlisle – ela o chamou pelo nome, sem demonstrar respeito – não gostar da ideia, mande-o falar comigo, mas o Edmund não sairá do Castelo.

Lorde Beckett engoliu sua resposta e não conseguiu disfarçar sua raiva. Seus olhos cinzas estavam frios e ele parecia intrigado. Ele cerrou suas mãos em punho e disse secamente:

– Claro, alteza.

Ele fez uma reverência e saiu da sala. Provavelmente, estava indo até o rei, no salão principal, informá-lo do ocorrido. Quando a porta se fechou atrás dele, Allya respirou fundo e olhou para o chão, pensando no que aquilo poderia lhe causar.

– Não era para você ter feito aquilo, Allya – Edmund disse. Ele parecia preocupado. Uma mecha de seu cabelo louro-escuro caiu em sua testa.

Ela olhou para ele. Ela havia agido por impulso, não estava arrependida, mas sabia que aquilo teria um preço. No entanto, ela não iria permitir que lhe tirassem Edmund.

– Eu não me arrependo. – ela disse. – Meus pais me ensinaram a lutar pelo que eu acho certo. Temos que lutar pela justiça. Não estou fazendo diferente, estou?

Edmund balançou a cabeça negativamente. Essas atitudes impulsivas e corajosas de Allya eram comuns desde a infância. Ele não estava surpreso. No entanto, ele não queria que ela se metesse em confusões. Ele já tinha percebido que os Stavenger não eram gentis como os Donoghan.

– O rei Carlisle irá pensar que você não tem respeito por ele. Ele não é compassivo como o rei Thorin. Ele pode arruiná-la.

– Ele não pode – a confiança da garota assustou o jovem serralheiro.

Os olhos verdes de Edmund foram tomados pela incompreensão. Uma linha se formou em suas sobrancelhas e ele franziu a testa. O céu estrelado estava exposto pela janela aberta do Castelo. O vento ameaçava as velas a apagarem, e os olhos cor de mel de Allya estavam absurdamente dourados.

– Eu não tenho medo dele – ela continuou. – Não dependo dele. Não totalmente.

Ed não respondeu. Ele já havia se acostumado com a força e determinação de Allya, sua coragem aperfeiçoava seus instintos de rainha. Mesmo antes da morte de seus irmãos e de Allya ser a herdeira do trono, ela já era uma líder.

O barulho da porta de madeira se abrindo fez Edmund olhar naquela direção. Ele respirou fundo quando viu o lorde entrando. Seus olhos cinzentos estavam vazios e Ed queria saber no que ele pensava naquele instante, enquanto os observava com um olhar vitorioso.

– Princesa de Snowlot – ele disse com um quê de desdém. –, o rei Carlisle a aguarda na Sala do Rei.

Os olhos de Allya brilharam sob a luz da vela. Ela caminhou até a porta. Antes de sair, olhou para o rosto ansioso de Edmund e deu um sorriso gentil. Depois, saiu e Lorde Beckett a seguiu, deixando Edmund na sala. Allya caminhava pelos corredores escuros do Castelo. Ela podia ouvir os passos de Beckett atrás de si. O barulho da música, que tocava no Salão Principal, estava cada vez mais abafada pela distância.

O silêncio de Beckett começou a incomodar Allya, então ela disse:

– Eu espero que vocês se acostumem comigo – sua voz demonstrava um tom de uma falsa diversão. – Em minha presença, ninguém morrerá de tédio.

O lorde deu um sorriso de lado, falou:

– Acho que a alteza terá problemas, então. – ele deu uma pausa. – A corte de Strongard costuma ser bem calma.

Allya olhou para ele de lado e deu um sorriso amarelo, mas não respondeu.

Eles finalmente chegaram a um corredor cujas paredes eram douradas e o chão era coberto por um tapete vermelho de camurça. Allya viu um homem de costas para ela e parado de frente a uma porta dupla, provavelmente ao Salão do rei. Quando esse homem ouviu os passos de Allya e de Beckett, ele se virou, ele estava com as mãos no bolso. Os olhos azuis do homem se encontraram com os olhos da princesa, o homem deu um sorriso frio e descontraído – ele estava com a mesma expressão de Beckett quando ele foi avisar da audiência privada de Allya com o rei Carlisle. Enquanto Allya caminhava até esse homem de olhos azuis, ela tentava se lembrar de onde ela o conhecia. Ele era familiar, mas ela não sabia de onde o conhecia.

– Príncipe William. – Lorde Beckett falou com uma reverência.

Uma lembrança passou pela mente de Allya, ela se lembrou de quando era criança e sempre o via de longe com um livro ou com algo sério para fazer quando havia um congresso entre os reinos. Eles nunca foram muito próximos, ele estava sempre ocupado. William estava bem diferente desde a última vez que ela tinha o visto.

– Quanto tempo – a princesa de Snowlot falou. –, príncipe William.

William respondeu:

– Vejo que a alteza continua com seus olhos cor-de-âmbar radiante – apesar do elogio e da gentileza, havia algo na expressão dele que não permitiu que ela sorrisse, ele não parecia confiável.

– Alteza – disse Beckett para Will –, eu deixarei que o senhor a leve até seu pai.

William não pareceu surpreso, aliás, ele os esperava. Seus trajes de príncipes eram de camurça e eram azuis. Seus cabelos negros estavam tão escuros quando comparados a sua pele albina e lisa.

– Alteza – Will disse estendendo a mão para ela, enquanto Beckett se afastava. – Acompanhe-me?

Allya olhou para a mão dele, a mão de William que esperava a mão da jovem tocá-la a fim de ela aceitar-se ser guiada por ele até a sala do rei. E a princesa estava tão elegante e pomposa quanto ele, se fosse uma guerra agora, seria uma guerra de realezas.

Allya respondeu:

– Claro, meu senhor – ela olhou para o rosto de Will, o qual estava preenchido por uma expressão misteriosa.

Allya, porém, não deu sua mão para ele. Ela foi direto para o Salão do Rei, abrindo a porta-dupla por si só. Will estreitou os olhos e recolheu a mão que estara no vácuo. Ela, então, entrou no salão e encontrou Carlisle sentado a seu trono, aguardando a presença dela.

– Estou aqui, meu rei – disse ela, não convincentemente, enquanto se curvava.

Logo em seguida, William entrou e fechou a porta atrás de si. O Salão era enorme. Do lado leste da sala, estava uma janela de vidro revestida por uma cortina vinho de veludo com as pontas douradas. O teto era detalhado, tinha uma pintura, era o desenho de natureza, tinha uma colina, abaixo da colina verde, estava um lago de água cristalina. O lago era cercado por uma floresta densa que ocupava grande parte do teto. Allya tentou imaginar quem havia pintado aquele teto, seja quem​ fosse, tinha um dom maravilhoso, pois parecia tão real.

– É lindo, não? – Carlisle perguntou. Allya olhou para ele em seu trono. O rei estava sentado com a mão apoiada no braço da cadeira, enquanto seus dedos acariciavam sua barba. – O pintor dessa obra maravilhosa já conheceu a morte.

– Quem era? – Allya perguntou, enquanto se aproximava.

Carlisle deu um sorriso, de repente.

– Eu não me lembro do nome. – ele disse. – Mas o desenho representado é o Reino de Strongard. Estas são as fronteiras de meu Reino, uma colina que leva a um lago, e logo depois uma Floresta.

– Fascinante. – Allya olhou novamente para a pintura.

William se aproximava dos dois com passos lentos. Devido ao seu silêncio, Allya havia se esquecido de que ele estava ali.

– Eu já fiquei informado sobre seu comportamento, princesa Donoghan – Carlisle ergueu seu olhar para ela. –, herdeira de Snowlot.

Allya não disse nada, permaneceu olhando para Carlisle. William parou ao lado de seu pai. O trono do Rei Carlisle ficava dois degraus acima do chão e William estava apoiado no braço da cadeira, seu futuro lugar.

– Snowlot tem passado por dificuldade, pelo que eu soube – a voz do rei apresentava um tom de sarcasmo. – Problemas econômicos, problemas alimentícios, problemas no exército. Problemas e mais problemas.

Ele deu uma risada. Ela permaneceu em silêncio observando o entretenimento do rei.

– O seu pai sente muita falta dela, não é? Arwen. Ah, como eu o alertei para não se casar por amor. Ele viu a camponesa, se apaixonou e casou-se com ela. Ela, é claro, não acrescentou em nada no reino. E a consequência disso está vindo agora. Um rei deve se casar com alguém que ofereça algum interesse político. E não amor.

Carlisle olhou para William. O seu primogênito estava parado perto da parede agora. Estava de braços cruzados e sua expressão facial estava séria, mas impossível de ler. Allya não conseguiu imaginar algo que ele pudesse estar pensando.

Depois de uma pequena pausa, o rei continuou:

– A senhorita não causou uma boa impressão, Allya Donoghan, filha de Thorin, filho de Tranir. No último inverno, eu enviei Lorde Beckett Answel para um Conselho, organizado por seu pai, no qual ele sugeriu uma aliança entre você e meu filho mais jovem. Assim, nós, reis de Snowlot e Strongard, estabeleceríamos uma aliança política. Ou estou enganado?

– Na verdade, Majestade – ela respondeu calmamente. –, no Conselho, meu pai pediu ajuda política e reforço no exército. A parte do casamento foi o senhor que sugeriu, porque foi incapaz de ofertar ajuda ao meu reino sem conseguir se beneficiar de alguma forma. E, então, Aidan Stavenger, seu filho mais jovem, irá se casar com a futura rainha de Snowlot, ou seja, eu, ele vai se casar comigo.

William olhou para ela de lado admirado com a falta de condescendência dela. Ela falava com o rei de forma natural, sem se preocupar em demonstrar submissão. Era como se fosse uma conversa de igual para igual, de rei para rainha, e não de rei para princesa. O príncipe William não soube dizer se essa característica dela era um defeito ou uma qualidade.

O Rei Carlisle continuou, como se ignorasse a postura erguida da princesa:

– De qualquer maneira, Allya Donoghan, você se casará com meu filho. Essa aliança estabelecida por mim e por seu pai é muito útil para o seu povo. Então, não haja de forma precipitada. Isso pode prejudicar Snowlot.

Allya viu o início de uma ameaça.

 – Como? Pode prejudicar meu reino de que maneira? – ela o desafiou – Se vai me ameaçar, o faça de forma clara.

Carlisle deu um sorriso gélido. Ela era esperta, ele não poderia controlá-la. Então, ele foi direto ao ponto:

– Sua desobediência. Não é muito bom para a princesa ficar desafiando autoridade do rei que pode romper com essa aliança. Você me entende?

William estava sério, atento ao assunto. Seus olhos azuis encaravam seu pai. Ele não era justo, nem sábio. Ele poderia perder a aliança e a única chance de Aidan reinar apenas por orgulho, para tentar fazer a filha de Thorin se submeter.

– Eu entendo. – ela falou, por fim, como o rei esperava. – Mas não concordo.

Carlisle arregalou os olhos e franziu o cenho, a surpresa tomou conta do rosto do príncipe, que comprimiu seus lábios e enrugou a sobrancelha. Ela não tinha o que discordar.

– O que disse? – a voz de Carlisle demonstrava reprovação, misturado com uma surpresa indesejada.

A princesa deu um sorriso e respirou fundo. Ela colocou suas mãos atrás das costas e começou a andar pelo salão.

– Permita-me explicar, Majestade – ela começou, com coragem. – Eu entendo os seus princípios e seu ponto de vista. Todavia, não concordo com eles. Eu não estou aqui de favor, nem preciso de esmolas. Só irei me casar com o seu filho para alcançar algum beneficio do nosso acordo. Você não cederia nada se não tivesse algo vantajoso. Como meu reino precisa de ajuda, eu tive que concordar. No entanto, não haja como se o contrato trouxesse vantagens para mim, para mim. Você também precisa dele para seu filho mais jovem ser rei.

Carlisle estava sério observando tudo o que ela dizia.

– O seu filho poderá ser rei, graças a mim. Ele será rei do meu reino! – ela deu uma pausa. Allya olhou para Carlisle. Seus olhos dourados não combinavam com sua aparência; ela era graciosa como uma princesa, entretanto, seus olhos eram ferozes quanto uma guerreira – Então, não sou eu quem está em xeque-mate neste jogo de tronos. O meu já está garantido, por herança. Eu serei a rainha de Snowlot e lutarei por meu povo com minha vida. Agora, é o seu filho quem precisa se estabilizar em uma coroa. E, é claro, que pelo nosso casamento, ele irá governar. Não tente, porém, meu rei, me persuadir de minha posição.

O olhar de Carlisle era mais gélido do que a colina mais alta de Snowlot. William, por outro lado, estava com uma expressão indefinida, parecia uma folha de papel em branco, vazia.

A jovem continuou:

– Se sua corte não estiver de acordo com meu comportamento e com minha personalidade, eu lamento, mas não mudarei. Desse modo, eu teria que procurar outro acordo. Outra Dinastia.

Carlisle se levantou bruscamente, entendendo onde ela queria chegar.

– E quem seria? – ele perguntou, sua voz quase se rompia de ódio. – Quem iria querer se casar com a princesa de um reino fodido como o seu?

– O príncipe do Quarto Reino demonstrou interesse em se casar comigo, na verdade. – a princesa do gelo sorriu.

Sebastian? – William perguntou surpreso e com os olhos azuis incompreendidos. Ele aproximou-se de Allya e cruzou os braços.

– Você não se atreveria – Carlisle disse. – Nosso Acordo já está selado. Aidan será o rei de Snowlot, ele se casará com você. E eu concederei como presente de casamento terras para Snowlot, apoio bélico e tudo o que o reino precisar para sair da sarjeta.

– O senhor me ameaçou a desfazer a Aliança – ela argumentou. – Então, por que você pode desfazer a aliança e eu não?

– O acordo não será desfeito! – Carlisle gritou. – Nunca! Aidan se casará com você e vocês dois governarão Snowlot.

A jovem soltou um suspiro e balançou seus cabelos.

– Concordo – falou – Não mudarei meu comportamento e Edmund ficará no castelo. Eu não trouxe minhas damas de companhia, mas eu o trouxe, ele é minha companhia e é bom ninguém se incomodar com ele, e ninguém incomodá-lo. Entendeu?

O rosto pálido e enrugado do rei estava tão rígido que a veia em sua testa estava aparecendo. Sua coroa dourada e cintilante estava presa em seus cabelos escuros e suas vestes pomposas. E mesmo assim, ele parecia inconsolável, sua raiva e desgostos eram perfeitamente notáveis. Allya seria capaz de ter misericórdia dele agora, mas ela sabia que era preciso.

– Princesa Donoghan – Carlisle falou com a voz cansada. Ele se sentou em seu trono e olhou para ela. – Saia de meu salão, eu já estou farto de sua presença.

Ela assentiu, obediente. Antes de sair, olhou para William. A expressão do príncipe ainda era indescritível, então, ela deu o sorriso triunfante que ele havia dado quando ela chegou com Beckett, em seguida, deu as costas de saiu do Salão do Rei, deixando a porta-dupla de madeira fechar atrás de si.

– Nós temos que dar um jeito nela. – Carlisle disse. – Isso não vai ficar assim.

Will se afastou de seu pai e caminhou até o centro do salão. A espada presa ao bolso de sua vestimenta estava balançando a cada passo. Seus olhos azuis estavam cerrados. Seus cabelos pareciam prateados à luz da lua que refletia da janela.

– Ela continua a mesma militante de sempre. –  falou. – Não acho que o senhor consiga mudá-la. Ela é um caso perdido.

Nesse momento, William olhou para seu pai. Carlisle se levantou lentamente, sua capa marrom aveludada escorregou em suas costas e os cabelos escuros do rei balançaram com o vento que o alcançou. A luz prateada da lua, misturada com a luz dourada das velas fizeram a coroa do rei oscilar em seu brilho. Os olhos de Carlisle estavam carregados de ódio, ele comprimiu seus dedos cheios de anéis, e disse:

– Ela terá que mudar. – sua voz estava tão ameaçadora, que Will estreitou seus olhos. – A princesa do Norte não terá escolha.


Eregon estava dormindo. Sua cama não era muito confortável. Ele estava coberto por um lençol amarelado, velho e encardido. Sua cabana estava toda escura. A chama da vela já tinha se apagado devido a uma ventania, deixando apenas aquela cor acinzentada. Estava tudo silencioso. Eregon vivia na divisa da Floresta – no meio do nada. Não havia um único ruído.

De repente, a janela de madeira foi aberta de forma abrupta, provocando um barulho inesperado. O feiticeiro levantou-se rapidamente, despertando com o ruído. Ele, com os olhos cerrados, olhou para a janela e a viu escancarada. Pensou ter sido o vento que a abriu, mas logo ele viu um par de olhos negros o encarando e soube exatamente o que ocasionara a abertura da janela.

– Rufus? – o mago olhou para o corvo pousado no braço da cadeira. – Por onde você andou?  

O corvo inclinou a cabeça para ele e crocitou em resposta. Eregon sentiu um arrepio alcançar seu corpo seguido de um calafrio. Ele soube no mesmo instante que Rufus tinha algo para mostrar para ele. Então, Eregon arregalou seus olhos azuis e encarou seu corvo de estimação com um olhar sério.

O guardião levantou-se e foi até o corvo rapidamente, tropeçando em seus próprios pés.  

Ostende mihi – ele disse com a voz grossa.

Ao tocar nas penas escura do corvo, Eregon sentiu um choque em sua mão e ele conseguiu ver o que o corvo tinha visto. Eregon viu o grande Castelo de Strongard. Ele viu um soldado tocando uma trombeta, ele viu uma carruagem com a bandeira de Snowlot. Ele viu uma garota. Ela tinha olhos dourados. As imagens passavam como flashes e Eregon parecia estar dentro de cada flash de imagem.

“– Alteza! É maravilhoso vê-la aqui!.”. Eregon viu.

A visão desapareceu subitamente e ele cambaleou. Respirou fundo e sentiu o sangue escorrer de seu nariz.

– Quem é ela, Rufus? Novamente vem Strongard em minhas visões. – a última frase Eregon disse pensativo.

Além de descobrir quem enfeitiçou Aloys, ele tinha que descobrir a ligação de Strongard e suas visões. Tinha que descobrir quem era aquela jovem.

Ele vestiu sua túnica escura, pegou seu machado e deixou sua cabana. Ele iria até Strongard. Ele olhou para a enorme Muralha que quase alcançava as nuvens e soltou um suspiro pesaroso. Ele começou a caminhar na direção de Strongard. Quando afastou-se, viu desaparecer, como se fosse invisível.

Depois de muito tempo caminhando na noite escura e sombria, Eregon fez uma fogueira no meio da Floresta. Ele pegou um tronco de pinheiro que estava caído no meio do caminho e o usou como banco e amarrou seu cavalo negro em um dos arbustos. Como estava no meio da noite iria fazer uma pequena pausa, estava exausto. A lua iluminava o céu escondido, devido ao excesso de árvores​. Seus pés estavam cheios de bolhas e seu corpo parecia que iria desmembrar de tão cansado. A túnica cinza de Eregon estava suja de poeira e lodo. Seus cabelos negros estavam emaranhados por causa do vento gélido. Ele se aquecia no fogo e usava a luz dourada para olhar em volta, a fim de ver se alguém estava aproximando. Enquanto ele comia um cervo que havia assassinado, Eregon montava em sua mente a visão que tinha tido de manhã e o feiticeiro tentou relacionar sua visão com o que ele conseguiu ver na chegada das princesas à corte de Strongard.

Rufus, o corvo, estava ao seu lado, pousado em seu ombro. Ele sentiu que a mais pálida, a princesa que veio do Primeiro Reino, o reino do norte, também havia sentido a presença dele. Eregon ainda não sabia quem era ela, mas sabia que ela era uma parte importante do sacrifício. De repente, o corvo saiu abruptamente. A ave saiu voando para longe. Eregon estreitou os olhos e observou seu animal de estimação desaparecer no céu escuro. Com isso em mente, Eregon deixou o pedaço de carne mal passada em sua mão cair no chão, fazendo com que terra se levantasse. Ele se inclinou para abaixar, mas ouviu um barulho.

Tinha alguém ali.

Eregon entendeu que o ruído que ouvira era de alguém pisando em uma folha seca. Ele respirou fundo e foi se virando lentamente para trás, a fim de ver quem estava se aproximando. Eregon foi se virando e foi vendo que quanto mais longe da fogueira, mais escuro estava. Ele, agora, não podia ver ninguém, nem ouvia nada, só o sopro do vento.

– Quem está aí? – ele gritou, sem medo. Seja o que fosse, ele iria enfrentar, com os seus poderes ou não. – Quem está aí? – ele gritou mais forte, sua voz fez um eco perante às árvores. – Apareça!

Eregon não ouviu mais nada. De repente, o vento foi cessando e a floresta foi ficando cada vez mais silenciosa. Na escuridão, os arbustos pareciam vultos no meio da noite. Eregon foi estreitando seus olhos com a finalidade de enxergar quem se escondia atrás do pinheiro. Ele viu que estava muito escuro, mas tinha algo atrás de uma das árvores. Ele se preparou para pegar seu machado, que estava perto do tronco, no chão. Quando Eregon se preparou para ir até o machado, algo acertou seu ombro. Ele gritou e sentiu uma lâmina rasgar sua pele e sentiu a umidade do sangue em sua túnica.

Ele tinha sido flechado. Alguém o acertara. Eregon sentiu uma vontade enorme de gritar, doía muito. Com dificuldade, ele tirou a flecha de seu ombro, mas parecia que quem o observava estava esperando ele ter o trabalho e a dor de tirar a flecha, pois assim que ele conseguiu tirar, o observador jogou mais duas, uma em suas costas, outra em sua perna. Eregon gritou e a dor parecia não ter fim, ele viu o sangue gotejar para fora de seu corpo e viu as gotas caírem na terra. Eregon caiu no chão, sua visão foi ficando embaçada. Ele sentiu a terra em sua pele e tentou olhar quem estava atacando-o.

Então ele viu algo, mas antes que definisse o que era, tudo ficou escuro e ele sentiu seu corpo pesado. Caiu no chão, inconsciente. 


Notas Finais


e aiiii, o que acharam?
era desta treta que eu estava falando hahaha allya acabou com o rei carlisle hihihi

o que vcs acharam? olha, são mts personagens, ainda falta eu apresentar um tantão, vcs já gostaram/odiaram alguém? já shippam casais/amizades/inimizades/acordos

obrigada pela leitura s2 e desculpem os errineos


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