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História A Marota - Capítulo 27


Escrita por: SrtaFuller

Capítulo 28 - Capítulo 27


Fanfic / Fanfiction A Marota - Capítulo 27

Dias se passaram desde o acontecido. Os N.O.M.s foram piores do que eu imaginei.. E não por eu ter estudado pouco, e sim por não conseguir me concentrar. As respostas pairavam na minha cabeça junto de vários outros pensamentos e eu sabia que havia respondido questões erradas. Faziam dias que eu não falava com nenhum dos marotos, quase não os via também já que passei a sair mais cedo da sala comunal.

Lilian parecia mais animada hoje, tentando me fazer rir enquanto caminhavamos para a aula de criaturas mágicas. Me arrancou alguns sorrisos, ela era muito boba quando queria. Nossas conversas retomaram a sua rotina: coisas aleatórias. Marlene e Jessy também entraram no ritmo como se nada tivesse acontecido. Nós paramos perto da floresta, enquanto a professora falava sobre a criatura que estudariamos hoje.

Eu não prestei atenção, apenas quando caminhamos para dentro da floresta, parando perto do tronco onde aconteceu, meio que, meu primeiro encontro com Sirius. Meu coração se apertou e eu pigarreei, acabando por chamar a atenção de Lily. Ela passou um braço pela minha cintura, a apertando levemente na tentativa de me reconfortar.

— Foi aqui? - sussurrou e eu apenas assenti.

Eu suspirei e meus olhos encontraram olhos azuis. Eles me observavam com atenção, como se quisessem ver a minha alma e saber exatamente o que eu estava sentindo. Eu me deixei impassível, desviando os olhos para a professora que falava sobre comidas animais. Talvez criaturas mágicas não fosse minha aula favorita.. Menos ainda hoje. Ou talvez eu estivesse insuportável.

— Professora? Desculpe interromper, não estou me sentindo muito bem.. - menti, fingindo uma cara de doente e creio que não foi preciso muito esforço.

— Oh, quer voltar e ir a enfermaria? - eu assenti. — Tudo bem.. Quer que a acompanhe?

— Não precisa.. Obrigada. - eu forcei um sorrisinho.

Eu olhei para Lilian e ela apenas assentiu. Apertando a alça da minha bolsa, eu caminhei para longe do pequeno aglomerado de alunos em direção a saída da floresta. Não levou muito tempo para que eu estivesse perto do castelo, logo dentro do mesmo. Eu realmente iria a enfermaria.. Quem sabe a Madame Pomfrey não tinha algo para aliviar essa confusão que se formava no meu coração? Ou pelo menos para desfazer o nó em meu estomago.

No quarto andar, eu acabei esbarrando em alguém. Eu devia mesmo estar com a cabeça nas nuvens.. Olhos claros encontraram os meus e ele suspirou, parecendo meio desinteressado.

— Devia olhar por onde anda, Potter.. - Theodore comentou, cruzando os braços rente ao peito.

— Desculpe... - eu apenas disse, desviando dele e continuando minha caminhada para a enfermaria.

Antes que eu pudesse entrar, sua mão segurou suavemente meu braço e eu parei.

— Jane.. Eu fui um idiota, sinto muito. - ele disse e eu o olhei.

— Você estava certo.. Já ouviu dizer que as garotas gostam de caras idiotas? - eu sorri fraco e ele assentiu.

— Mas não quer dizer que você seja idiota por isso.. Não escolhemos por quem vamos nos apaixonar. - seus dedos ergueram minha cabeça ao segurar meu queixo e ele sorriu.

Ele estava falando de mim ou de si mesmo..? Antes que eu questionasse, ele se afastou e eu observei ele caminhar pelo corredor até sumir no fim dele. Eu balancei a cabeça e entrei na enfermaria, logo sendo recebida por uma Madame Pomfrey meio agitada. Uns três alunos estavam nas camas, gemiam enquanto se mexiam inquietos. Madame Pomfrey parecia apressada, devia estar tentando preparar algo para que os três se sentissem melhor.

— Me diz, o que faz três alunos beberem algo que não sabem o que é? - ela me perguntou, pondo as mãos em minha testa e bochecha. — O que está sentindo?

— Err.. Nada que seja tão grave. A senhora precisa de ajuda? - perguntei, olhando para os garotos que se contorciam.

— Bem, o Sr. Malfoy está tentando me ajudar mas ele não é tão prático quando o assunto são remédios. - ela me puxou para que eu me sentasse em uma das camas.

— Malfoy?

Ela não precisou responder. Ephram apareceu detrás de uma das cortinas das camas com um copo na mão, indo até um dos alunos e o ajudando a beber o líquido, aparentemente, meio viscoso. Eu fiz uma careta, observando a Madame Pomfrey ir até ele. Ela o ajudou a dar o mesmo, provavelmente, remédio aos outros dois alunos que logo já não se debatiam tanto. Aos poucos, eles foram se acalmando e Ephram olhou na minha direção, sorrindo antes de vir até mim.

— O que a senhorita está sentindo? Eu poderia ajuda-la? - ele fez uma leve reverência e eu sorri, achando graça.

— Se tornou assistente da Madame Pomfrey? - perguntei, me virando pra ele quando se sentou ao meu lado.

— Eu poderia.. Se ela me aceitasse. Eu sou um desastre! - comentou, rindo de si próprio.

Eu neguei, acabando por rir com ele. Ephram era adorável... Mesmo que não nos encontrassemos muito, ele soava um cara legal. Quando não estava falando de quadribol, falava sobre assuntos aleatórios que surgiam no nada. Era bem diferente de seus irmãos..

— O que aconteceu com eles? - perguntei, indicando os três rapazes.

— Ah.. Eles são do 4° ano. Um deles decidiu fazer uma poção que ele mesmo inventou e os amigos acabaram tomando junto. - ele olhou para os garotos, balançando a cabeça levemente.

— Parece que não deu muito certo.. - comentei, dando de ombros.

Ephram assentiu e olhou pra mim novamente, outro sorriso se formando em seus lábios. Eu já sabia que ele perguntaria algo..

— Você vai a Hogsmead com alguém? - perguntou, parecendo bastante interessado e animado.

— Eu não sei se vou.. Sabe, as provas me deixaram meio desanimada. - suspirei, olhando pra ele que ainda sorria. — Por que?

— Eu queria te chamar pra ir comigo.. Será uma chance pra nos conhecermos melhor. - ele fez uma carinha pidona e eu ri. — Por favorzinho...

Não faria mal algum, não é..? Seria bom conhecer Ephram melhor, quem sabe virarmos amigos? Amizades novas eram sempre bem vindas.

— Tudo bem. - eu concordei e ele bateu palminhas silenciosas.

Parecia realmente uma criança...

*****

O resto das aulas passou rápido. Tivemos aula com a sonserina e assim pude passar mais um tempo com Ephram. Ele era bom em fazer você esquecer os problemas ou as coisas ruins.. Quem não pareceu satisfeito foi sua irmã que nos olhava feio a todo momento. Eu não me importava com Roxanne, nem um pouco. Agora ela tinha o caminho dela livre pra ter o cara que ela gosta, mas nada me impede de ser amiga do irmão dela apenas por ser irmão dela.

No jantar, nós nos despedimos e fomos cada um para a sua mesa. Lilian sorriu grande pra mim e eu retribui, me sentando ao seu lado. O jantar foi mais animado do que nos dias anteriores e nós conversamos bastante. Na hora de voltar para a sala comunal, eu pedi para que elas fossem sem mim. Queria passar na biblioteca rapidinho e depois ir dormir, ou estudar um pouco perto da lareira. Eu tinha que correr ou Madame Pince me impediria de entrar. 

Subir as escadas correndo não foi uma experiência muito boa, mas consegui chegar a tempo, pedindo apenas 5 minutos a Madame Pince que concordou. Procurar um livro dentre muitos outros em 5 minutos não foi fácil também, mas consegui por algum milagre, sem nem deixar Madame Pince irritada. Me despedindo dela, eu sai da biblioteca, subindo as escadas para o sétimo andar. 

Lilian costumava dizer que eu tinha a mania de Remo; andar enquanto lia. E eu acabei concordando com ela, pois era exatamente o que estava fazendo agora. Distraída, eu caminhava pelo corredor do sétimo andar para o retrato da mulher gorda até que eu ouvi algo. Fechando o livro devagar, eu olhei em volta, percebendo que vinha de um armário de vassouras. Meio desconfiada, eu caminhei até ele e parei em frente a porta. 

— Que não seja um morcego.. Por favor.. - eu sussurrei, levando minha mão até a maçaneta. 

Devagar, eu abri a porta até que ela estivesse totalmente aberta, me dando a visão do lugar inteiro. Meu coração se apertou pela segunda vez naquele dia e eu me arrependi de ter aberto aquela porta. Mesmo de costas, eu reconheceria aqueles cabelos em qualquer lugar. Sirius estava sem camisa, aos beijos com uma garota que eu não conhecia. Não tinha como saber se era da Grifinoria, Sonserina, Lufa Lufa ou Corvinal pois ela usava apenas a saia preta e a camisa branca que todas usavam. 

Eles não haviam me notado e eu não conseguia mexer. A garota passou a abrir sua própria blusa e eu recuei, não querendo ver mais aquilo. Meus olhos estavam embaçados e eu tropecei, fazendo barulho por me apoiar na porta. Os dois me olharam e uma lágrima escorreu por meu rosto. A expressão de Sirius ficou surpresa e a garota corou, parecendo um tanto envergonhada por ter sido pega. 

— E-eu.. Eu sinto muito.. - eu disse, olhando para Sirius uma última vez antes de me virar. 

Apressada, eu praticamente corri pelo corredor pra bem longe dali. Mas antes que pudesse alcançar o caminho para o retrato da mulher gorda, uma mão grande agarrou meu braço me fazendo parar. 

— Me larga, Sirius. - eu mandei, tentando puxar o meu braço mas ele não soltou.

— Jane, eu posso explicar. - ele disse e eu ri, mesmo que não tivesse humor algum.

— Você não me deve explicação nenhuma, Sirius. - eu me soltei de seu aperto e me afastei. 

— Jane.. Por favor, eu não consigo mais. - Sirius se aproximou, seu peito subia e descia um tanto rápido demais. 

— Não aguenta mais o que? - eu franzi as sombrancelhas em confusão.

— Ficar longe de você. - ele concluiu. 

Eu parei de respirar por alguns segundos, me deixando ir quando ele puxou meu corpo para perto do seu. 

— Não aguento mais te ver passar no corredor e não poder beijar você, - ele segurou meu rosto, passando seu polegar por meus lábios. — tocar você, nem ao menos falar com você. 

Minha consciência gritou e eu me afastei dele, respirando fundo varias vezes seguidas. 

— Acha que eu não tenho razão? - perguntei, apertando meus dedos em volta do livro. 

— Qual é, Jane! Foi só uma brincadeira com o Ranhoso. - Sirius disse, como se fosse óbvio.

— Brincadeira..? Atacar um colega desprevenido e desarmado é brincadeira pra você? 

Eu não estava acreditando naquilo.. Tinha como ele ser mais babaca e arrogante? Ele não disse nada e eu me afastei, voltando a caminhar. 

— Jane.. - ele foi interrompido. 

— Hey, os dois! - uma voz soou atrás de nós.

Eu parei, me virando e vendo um garoto da corvinal vindo até nós. Legal.. Além de encontrar Sirius aos beijos com uma garota em um armário de vassouras e ele ser babaca mais uma vez, vou levar uma detenção... E, provavelmente, vai ser com ele. 

— Sabiam que já passou da hora de estarem fora da sua sala comunal? - o garoto perguntou, olhando para Sirius. — Por que está sem camisa? 

— Não é da sua conta. - ele parecia irritado agora. 

— Não importa, vou ter que lhes aplicar uma detenção. - o corvino concluiu, escrevendo algo em um pergaminho. 

— Mas nem passou tanto.. - eu lhe disse, um tanto desanimada. 

— São regras, não posso quebra-las. Como.. O seu amiguinho, Lupin. - o garoto sorriu debochado. 

— Não fale de Remo. - Sirius retrucou entre dentes, cerrando os punhos em direção ao garoto.

— Sirius.. - eu o chamei e ele parou, soltando um suspiro longo e irritado. 

— Cuidado, Black.. - Sirius revirou os olhos com o alerta do outro. — Enfim.. Sexta feira a noite, a Madame Pince precisa de uma ajuda pra arrumar a biblioteca. 

— Engraçado que.. A punição por andar a noite na escola sempre é ficar a noite em algum lugar da escola. - comentei, cruzando meus braços sobre o livro em meu peito. 

— Vocês não podem fazer detenção na hora da aula e não podemos proibir que vão a Hogsmead no sábado. - ele explicou. 

— Certo.. Estou indo então. - sorri falso, me virando e começando a caminhar. 

Finalmente, dei a senha a mulher gorda e entrei na sala comunal, me jogando no sofá mais próximo. Que fim de noite horroroso... Antes que o retrato da mulher gorda se abrisse novamente, eu me levantei e corri escada acima, entrando no dormitório feminino. As meninas já dormiam, ou tentavam. O livro ficou encima do criado mudo.

Eu suspirei, pegando meu pijama e indo para o banheiro. Um banho sempre melhorava tudo, era relaxante. Vestir minhas roupas e me enfiar debaixo das cobertas foi a melhor coisa daquela noite. Eu não queria pensar, só queria dormir. Não queria pensar. Só dormir. Mas era impossível não pensar e lembrar de Sirius aos beijos com outra... Ele nunca foi meu, eu sabia disso. Mas.. Doía do mesmo jeito. Talvez até mais por isso. 

Meio irritada comigo mesma, me virei para o outro lado na cama e fechei os olhos, tentando a todo custo dormir. Foi difícil... Mas posso dizer que tive bons sonhos quando adormeci.



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