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História A Megera e o Indomado - Ódio


Escrita por: Cereijinha-

Notas do Autor


Só pra terminar a noite.

Capítulo 18 - Ódio


Fanfic / Fanfiction A Megera e o Indomado - Ódio

S A K U R A

Algo estranho aconteceu assim que coloquei os pés na escola segunda pela manhã. Sai me mandou uma mensagem incompleta, e haviam alguns folhetos espalhados pelas paredes. Eram fotos da festa de Naruto ontem.

A maldita festa que me rendeu um orgasmo espetacular e descobertas confusas. Itachi Uchiha havia colocado chiclete no meu cabelo, algo extraordinário que eu precisava descobrir os motivos.

Me aproximei de um grupinho de pessoas e arranquei a foto da parede, observando o que havia ali.

Alguém havia tirado uma foto de Ino dando um selinho em Sai. Os desenhos de caneta permanente em volta da cabeça do meu amigo eram nojentos.

— Do que estão rindo? — berrei para os idiotas, amassando aquela porcaria de folha antes de jogar na cabeça de um babaca.

Sai dali os ouvindo me chamar de grossa e ergui o dedo do meio para todos.

Bando de abutres mal-amados.

Mandei uma mensagem para Sai perguntando onde ele estava e depois de alguns minutos a resposta veio.

S.O.S.

A merda estava feita e eu estava puta. Aquela mensagem era o nosso código de socorro, e não era qualquer socorro, nós só a mandamos duas vezes na vida.

Corri pelos corredores ligando para ele, e depois de alguns toques Sai atendeu. Sua voz estava ofegante e baixa.

— Onde você está?

— Banheiro.

— Qual banheiro?

— Ala norte.

Segui em direção ao banheiro da Ala norte, era perto da saída para as quadras de esportes e eu só conseguia imaginar coisas ruins. Com certeza Sai não estava com caganeira e tudo indica que aquelas fotos tem algo haver com isso.

Quando entrei no banheiro masculino o encontrei vazio, a não ser por algumas gotas de sangue que levavam a uma das cabines.

Me apressei a abrir a porta olhando apavorada para meu amigo, todo machucado, na verdade ele havia levado uma surra.

Aquela visão era demais para mim.

Seu olho estava roxo, a boca sangrava e sua mão cobria o estômago e não preciso ser esperta para adivinhar que havia levado chutes ali.

— Quem foi o defunto que fez isso com você? — forcei minha voz, incrédula a sair.

Me abaixei tentando fazer alguma coisa, mas pela sua expressão de dor, não havia nada que eu pudesse fazer.

— Estou bem. — tentou falar, e todo sangue que saia de sua boca me deixou enjoada.

— Você foi espancando Sai, quem foi o imbecil que fez isso com você?

— Não importa.

— Ou você me fala ou acabo de te matar aqui, juro por Deus Sai, eu acabo com você se não me falar quem foi.

— Itachi não gostou de ver Ino me beijando.

Pisquei os olhos incrédula demais

— Itachi fez isso com você?

— Só dói quando eu respiro.

Respirei fundo buscando algum fio de controle e razão em algum local dentro de mim, para manter a calma e conseguir levá-lo ao menos na enfermaria, antes de cometer um crime que me levaria à cadeia.

— Vem, vou levá-lo à enfermaria.

O ajudei a se levantar e nós conseguimos sair do banheiro. Sai era magro, mas era mais alto que eu e muito pesado.

O guiei pelos corredores vazios, não encontrando ninguém para ajudar. As aulas já haviam começado a algum tempo atrás.

Tentei manter a calma para tentar tranquilizá-lo, mas a raiva era tão grande que estava sendo difícil conter.

— Quando eu pegar esse cara.

— Não vá fazer nada sua louca. Você não pode com ele.

Não posso? Eu arranco as bolas dele fora e asso na fornalha.

— O que aconteceu com ele? — ouvi o grito horrorizado de Ino.

Era ela a última pessoa que eu gostaria de ver agora.

A patricinha apareceu desesperada, tentando tocar Sai, que resmungava para ela se afastar.

— Estou bem Ino, não me veja assim.

— O que fizeram com você? — ela fez uma expressão chorosa e eu quis arrancá-la de seu rosto.

A culpa de toda essa merda era dela. Sai e eu estávamos muito bem antes dessa idiota invadir nossas vidas.

— Consegue levá-lo até a enfermaria? — perguntei atraindo sua atenção

— Acho que sim. — murmurou incerta e eu entreguei Sai para ela, que passou o braço em volta de seus ombros magrelos.

A patricinha o segurou desajeitadamente e Sai pediu desculpas.

— É melhor cuidar dele. — avisei.

— Sakura. — Sai me chamou, quando virei na direção contrária.

Eu socaria qualquer um que entrasse na minha frente agora, mas guardaria essa raiva para um certo alguém. Coloca chiclete no meu cabelo e agora espancou meu amigo? Hoje eu saio dessa escola indo direto para a cadeia.

É bom meus pais terem um bom advogado e dinheiro sobrando no banco, porque vão precisar.

Os caras do futebol americano treinavam sempre nos primeiros horários de aula, às vezes até chegavam mais cedo para isso. E eu tive o prazer de encontrar meu alvo no campo junto com alguns otários, que devem ter ajudado no ato sujo que fizeram com Sai.

Eram um bando de covardes.

Invadi o campo caminhando em direção ao meu alvo, ouvindo alguns caras chamando meu nome.

— O que essa garota faz aqui?

— Itachi fodido Uchiha. — gritei alto o suficiente para toda a cidade me escutar.

Que o mundo acabe hoje, não me importo com mais nada a não ser matar esse cara.

Itachi parou de correr e me encarou, arqueando uma sobrancelha. Tão sonso, sempre bancando o bonzinho, um príncipe gentil e educado, acobertando uma faceta de filho da puta mau-caráter e odioso.

Sasuke não era o filho do diabo, o verdadeiro filho do diabo estava o tempo todo escondido, enganando a todos, brincando com a minha cara.

Sempre soube que esse cara era santinho demais.

Meu tiro foi certeiro e eu acertei um soco no meio da sua cara o fazendo tropeçar para trás.

Não me controlando, pulei em cima daquele filho da puta, ficando com as pernas presas em sua cintura enquanto o enchia de socos.

Itachi segurou minha cintura, tentando me afastar e naquele momento não me atentei ao detalhe de que estava de saia.

Os caras do time agradecem a visão. Foda-se eles.

Caímos no chão com o Uchiha tentando desviar dos meus murros, mas eu não pararia.

— Bata em alguém do seu tamanho seu filho da puta.

Itachi segurou meus punhos, olhando-me ofegante e todo vermelho.

— O que pensa que está fazendo garota?

— Tirei as mãos de mim, não toque nos meus amigos, não toque no meu cabelo. — gritei irada. — Eu vou matá-lo seu covarde de merda. Egoísta, você é um mentiroso que engana a todos com essa cara de bonzinho.

— Está louca?

Ousou olhar no fundo dos meus olhos e me chamar de louca.

— Vai se foder. — puxei meus punhos de seu aperto, continuando a soca-lo, mas seu peito era duro demais para minhas mãos.

Aquele miserável nem parecia estar sentindo dor, apenas me olhava confuso e incrédulo.

Quando percebi estava chorando de uma forma humilhante. Eu deveria ser mais forte.

Era muita raiva para conseguir conter.

— Sakura. — ouvi meu nome de uma voz conhecida.

Alguém me tirou de cima de Itachi, chamando meu nome e eu não conseguia ver nada por conta do choro. Tentei limpar meu rosto, sentindo os braços em volta da minha cintura, me puxando de encontro a um corpo.

— Que merda foi essa Sakura?

Quando me virei para trás, era Sasuke que estava ali, olhando-me surpreso enquanto limpava meu rosto pedindo para que eu me acalmasse.

Me afastei de seu toque, tentando inútilmente limpar meu rosto de uma forma humilhante.

Itachi havia se levantado com a ajuda de seus amigos, e me olhava com raiva agora.

— O que você fez com ela? — Sasuke gritou para o irmão.

— Não fiz nada.

— Não vou perguntar de novo. Que caralhos você fez com ela?

— Ela me atacou, é uma louca desequilibrada.

Louca desequilibrada?

Não tive tempo para retrucar, quando percebi os dois irmãos estavam rolando no gramado aos socos.

Sasori se aproximou olhando com diversão a briga, comentando para seus amigos que deveriam fazer uma aposta para ver quem sairia inteiro dali.

— Itachi precisa dar uma lição nesse babaca.

— Eu nunca vi uma briga entre os dois, mas aposto no Uchiha mais velho.

— Façam alguma coisa, bando de bunda mole. — gritei para eles.

Que loucura era aquela?

Os amigos de Itachi se aproximaram para separar a briga, juntamente com o treinador Assuma que havia acabado de chegar.

— Parem já com isso, resolvam seus problemas familiares fora daqui. — o homem empurrou Sasuke para longe de Itachi.

O baby Uchiha os ignorou e veio até mim.

— Você tá bem? — perguntou me analisando.

Observei chocada sua boca sangrando e a forma que ele parecia ignorar isso, como se não fosse nada.

— Está louco? Você que tá ferrado aqui. Qual o seu problema?

— Isso não é nada. O que Itachi fez a você? Isso foi por causa do chiclete?

— Ele espancou Sai, foram as fotos da festa de ontem. — comentei não gostando de lembrar, e Sasuke pareceu entender.

— Onde está seu amigo?

— Na enfermaria.

— Vamos até lá. — empurrou minhas costas me levando para longe dali, mas antes parou se virando para seu irmão. — Não ouse se aproximar dela.

Itachi nos olhou com seriedade, o nariz dele sangrava, e deve ter saído do lugar, ele estava mancando também. Seus colegas de time estavam ao seu lado lhe dando tapinhas nas costas, lançando olhares feios em nossa direção.

— Fez aquilo pra me defender? — perguntei aérea, tentando entender o que havia acontecido.

— Não, gosto de socar meu irmão por aí.

Ele estava zombando de mim.

— Não precisava, estava tudo sob controle. — Cruzei os braços, me sentindo um pouco mais calma.

Mas a frustração ainda continuava aqui.

— Você estava sentada em cima dele, chorando Sakura. É claro que não tinha nada sobre controle.— Sasuke repreendeu.

— Eu não sou de ferro, foram muitas frustrações e raiva guardada. Precisa ver o estado de Sai ele está horrível.

— Se precisar de atendimento médicos, Fugaku pode arcar com isso.

— Seu pai vai brigar com você?

— Ele está acostumado com isso, não é uma surpresa. — o Uchiha deu de ombros.

— Seu irmão é um filho da puta.

— Não posso discordar.

Passei a mão pelo rosto, me irritando ao me lembrar de Sai.

— O Sai está horrível, ele… Eu só queria estar lá para defender ele. Que tipo de amiga eu sou? — lamentei.

Eu não era tão boa no final das contas. Não fui uma boa amiga, a culpa era toda minha. Fui eu que aceitei aquela ideia estúpida e nós envolvi nessa confusão.

— Não pode defendê-lo pelo resto da vida. E o que você faria para impedir?

— Colocaria aquele babaca no chinelo.

Sasuke riu de mim agora.

— Acha mesmo que Itachi fez aquilo sozinho? Meu irmão não suja suas mãos com coisa sem importância, não pode manchar sua imagem de cara bonzinho.

Imaginar o time inteiro batendo em Sai me causou ânsia.

— Itachi não pode ter feito aquilo por causa de Ino, ele nem gosta dela. — murmurei inconformada.

Nada mais fazia sentido para mim.

— Ela estava com ele, as pessoas comentam, talvez não quisesse manchar sua imagem.

Não consigo acreditar que meu amigo levou uma surra, porque o Príncipe da escola não queria manchar sua imagem perfeita.

— Filho da puta, eu devo voltar lá e acabar de mata-lo. — dei meia volta, e o baby Uchiha agarrou minha cintura parando-me.

— Para de ser louca e temperamental

— Tira as mãos de mim, e não ouse me dar lição de moral, você não tem moral pra nada aqui.

— Tenho mais controle do que você.

— Fala isso pro seu irmão e Sasori, eu nunca sai espancando ninguém, essa foi a primeira vez.

— É sério que agora vamos discutir quem entrou em mais brigas aqui? — bufou, inconformado.

— Não vou perder meu tempo com você. Sai precisa de mim. — me larguei do seu aperto, o deixando para trás.

— Claro que não. — ele resmungou alguma coisa, e veio atrás de mim.

Não sei qual o problema de Sasuke, mas com certeza ele tem um.

(...)

Encontrei Sai deitado em uma das camas com alguns curativos, quando cheguei a enfermaria.

Sasuke acabou sendo pego pela enfermeira Anko e agora ela fazia curativos na sua boca e dedos, enquanto eu conversava com Sai.

— Como está se sentindo?

— Melhor.

— Você vai ficar bem. — passei uma mão pelos seus cabelos curtos.

— Não deveria ter ido procurar briga com Itachi. — Sai resmungou.

— Ele mereceu, deveria ver a cara dele .

— Ainda bem que tenho uma amiga valentona para me defender. — fez um comentário divertido, fazendo-me rir.

— É para sempre né? — juntei nossos mindinhos.

— Para sempre.

Desde a infância até ficarmos velhinhos. Nossa amizade seria eterna.

— Depois do que aconteceu, não vou continuar com esse acordo idiota. E você, fique longe da patricinha. — avisei vendo tristeza passar pelos seus olhos.

— Descobri da forma mais dolorosa que Ino não é para mim.

Até que enfim um pouco de razão

Ele parecia querer chorar e isso era deprimente. Não quero nunca me apaixonar por alguém e ter que passar por algo assim.

— Fica bem.

Me levantei o deixando pensar no que faria agora e sai da sala, encontrando Ino sentada em uma das cadeiras do corredor.

Não sei o que ela ainda fazia aqui, mas seu olhar falso de preocupação estava me irritando.

— Acabou tudo. — anunciei, parando a sua frente.

— Sakura, nós podemos consertar isso. — tentou dar uma de boazinha.

— Não quero mais saber de plano idiota nenhum. Pega aquela porcaria daquele Uchiha e vá se foder com ele, e fica longe do Sai, ele não merece alguém como você. — berrei apontando o dedo no seu rosto.

Ela deveria levar uma surra também, para aprender a parar de brincar com os sentimentos alheios.

— Eu sinto muito, não era para isso ter acontecido.

— A culpa foi minha, a idiota aqui deu corda pra essa ideia ridícula e agora meu amigo está sofrendo as consequências.

— Não queria que as coisas acontecessem assim. — lamentou.

— Não queria, mas aconteceu. Sai é importante para mim, não vou deixar que você o destrua.

— E o carro?

Sorri com raiva. Que se foda aquele carro, eu não queria aquela merda e nada que viesse daquela garota.

— Pega esse carro e enfia no meio da sua bunda. — grunhi irritada.

Respirei fundo vendo Ino arregalar os olhos para algo atrás de mim e ficar pálida. Já imaginando o que seria, me virei e encontrei Sasuke parado na porta.

Era outro problema que eu precisava resolver. Não sei o que estava acontecendo entre a gente e não queria parar, mesmo sabendo de todas as complicações de uma vida inteira.

Em tão pouco tempo o conheci mais que todos esses anos. O baby Uchiha não era tão filho da puta assim, me defendia por aí, conseguia me beijar como ninguém e me deixava tonta apenas com seus toques.

Era um desgramado que atormentava minha cabeça como ninguém nunca fez antes.

E agora ele estava ali, com os braços cruzados, me olhando com uma calmaria irritante e uma sobrancelha arqueada esperando por uma explicação.

— Um carro? Era isso que valia essa idiotice? Não sei qual de vocês duas é mais burra.


Notas Finais


E o parquinho tá pegando fogo.


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