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História A Mentira - Algumas doses de bebida e um equívoco


Escrita por: _xElliex_

Notas do Autor


Só foi eu falar que estava uma pessoa bem cronometrada que eu perdi o fio da meada kkkkk
E aí? Estão curtindo o carnaval nos blocos ou assistindo aos desfiles das escolas de samba? Ou como uma pessoa bem caseira como eu, estão em casa assistindo séries e lendo fanfics? Kkkkkkkk
Perdão pelo atraso, mas isso é comum para mim. Sorry 😁

Capítulo 5 - Algumas doses de bebida e um equívoco


Odeio festas. Odeio pessoas populares. Odeio bebidas alcoólicas. E principalmente, odeio está em uma festa com pessoas populares com copos de cerveja em suas mãos. 

Todos dançam animados e posso jurar que já vi pelo menos três casais fazendo lap dance sem ao menos se importarem se alguém irá ver e achar aquilo muito pornográfico. Jungkook me puxava animado pela casa e cumprimentava algumas pessoas, as garotas eram as mais assanhadas porque chegavam até beijá-lo na bochecha.

Me sentia espremida no meio de tantas pessoas e até me questionei como que a física explicaria tantas pessoas caberem em cada metro quadrado. Continuamos caminhando até que conseguimos chegar na cozinha. Aqui pelo menos não tem tanta pessoa. 

— Quer uma? — Jungkook ergueu uma garrafa de cerveja para mim e eu neguei. 

— Tem refrigerante? — ele me olhou por um tempo e riu. 

— Você acha mesmo que Jimin dá alguma festa em que servem refrigerante? — ele abriu a garrafa que segurava e deu um gole na bebida. 

Cruzei meus braços tentando me aquecer. Maldita hora em que escolhi usar vestido. Fiquei observando as pessoas caminhando pelo ambiente até que alguns garotos usando as jaquetas do time de basquete apareceram na cozinha. 

Será que eles não têm outra não? Ou será que têm medo de que esqueçamos que eles são os amados e idolatrados Tigers

Eles chegaram cutucando e colocando os braços por cima dos ombros de Jungkook; foi tudo tão rápido que quase não vi o momento em que eles o arrastaram junto para fora da cozinha. Fiquei parada com cara de tacho pensando no que eu iria fazer, não conheço nenhuma dessas pessoas que estão aqui, até pensei em chamar Will e Blair, mas eu não tinha certeza se eles iriam aceitar. 

Caminhei para perto da pia e peguei um copo que julguei está limpo, enchi ele com água mesmo e bebi. 

Rose entrou na cozinha acompanhada por Kimberly rindo horrores, elas pararam assim que me viram. 

— _______! — Rose veio até mim me dando um abraço. — Não sabia que iria vim. 

— Pois é… aqui estou eu. 

— Veio com Jeongguk? — Kimberly perguntou e eu assenti. — E cadê ele? 

— Uns caras apareceram aqui e o levaram sem mais nem menos — dei de ombros. 

Rose revirou os olhos provavelmente já familiarizada com esse tipo de situação, ela foi até a geladeira e de lá pegou algumas garrafas de cerveja.  

— Vamos para o meu quarto fazer uma festinha particular. Quer vim? — me olhou e eu ponderei, Jeongguk me deixou aqui a Deus dará e não vai ser com os jogadores do time de basquete que conseguirei me enturmar.

— Quero sim — ela fez um sinal para que eu a seguisse, então assim fomos para o segundo andar que tinha bem menos pessoas. Kimberly abriu uma das portas do corredor e entramos. 

Fiquei surpresa pelo quarto de Rose ser totalmente rosa e possuir pôsteres de algumas artistas americanas espalhadas por todos os lados, bem típico de adolescente americana. Mas também não sei o que eu queria, um quarto preto com pôsteres do Post Malone e Nirvana? 

Algumas das garotas que participavam das líderes de torcida estavam ali, mas senti falta de uma delas. Yeri. 

Depois do que Jungkook me falou na sorveteria estou disposta ajudá-lo, não sei exatamente o porquê, mas a minha alma de boa cristã me sensibilizou com a história do pobre garoto popular que tem uma crush; e de todas as meninas, escolheu uma que não liga a mínima para ele. Vou tentar descobrir os gostos da garota e talvez assim dá umas dicas para o coreano, obviamente, se ele me pagar hambúrgueres do McDonald's todos os dias. 

— ________. Não esperava te encontrar aqui — Lalisa disse e segurou o meu pulso para que eu me sentasse ao seu lado. 

— Vim com Jeongguk — expliquei e a vi aquiescer. 

Ela me apresentou para as garotas que eu ainda não conhecia e ficamos ali conversando por um bom tempo; a maioria querendo saber como era namorar Jeongguk.

— Ele é legal… — menti, obviamente, e as vi franzir o cenho. Falei algo errado? 

— Não é possível um cara como Jungkook ser apenas “legal” — umas das meninas disse. 

— Como ele é no sexo? — Lalisa, que agora tenho permissão para chamar apenas de Lisa, perguntou tão naturalmente que acabei engasgando com a minha própria saliva. 

— O quê?! — As meninas riram da minha reação enquanto eu sentia meu rosto pegar fogo. 

— Ela ainda está muito sóbria para responder uma pergunta dessas Lisa — Rose disse e esticou uma garrafa de cerveja para mim. Vendo minha expressão aterrorizada diante daquele mero objeto ela voltou a falar. — Vamos lá _______, isso irá te ajudar a se soltar mais. É muito entediante participar de uma festa sem pelo menos beber um pouquinho. 

Fiz uma careta, porém peguei a garrafa mesmo assim, dei um gole e tossi um pouco. Negócio ruim.  

— Agora sim — Kimberly falou me olhando como sentisse orgulho de mim. — E então _______, como é fazer sexo com um cara daqueles? Tipo, rolou os boatos que vocês se pegaram no vestiário e tudo mais, então devo imaginar que seja bem emocionante e… selvagem — ela riu ao pronunciar a última palavra e tive que beber mais daquela coisa para finalmente tomar coragem para responder. 

— Eu e o Jeongguk… bom… a gente ainda não… como posso dizer?… — me embolei nas palavras.

— Espera aí! Vocês ainda não transaram? — Lisa questionou assustada. 

— É… — minha voz saiu meio esganiçada e todas ficaram chocadas.

— Não acredito nisso… tem certeza que ele gosta de você? — Kimberly soltou sem pensar muito e Rose deu um tapa no seu braço fazendo uma careta. 

— É que eu nunca… fiz — me senti constrangida de dizer aquilo mesmo a minha vida inteira achando que ser virgem hoje em dia era uma vantagem e não o contrário. As DST's estão rolando soltas por aí — Então eu pedi para que ele esperasse o meu tempo, sabe,  para quando eu estiver pronta... — completei com a frase mais clichê que vejo em filmes de romance.

— Ele realmente gosta de você então — Lisa disse sorrindo e eu franzi o cenho questionando-me como ela sabia disso. — Eu não sei se ele te contou, provavelmente não, mas o conheço há um bom tempo — ela pereceu ler minha mente; chega fiquei com receio de pensar e está de frente à um professor Xavier na versão feminina. 

— São amigos? — perguntei e ela assentiu. 

— Lisa e Jeongguk se conhecem desde criança — Rose começou falando. — Foi através dele que a conheci. 

— Nossa… não pensei que vocês fossem tipo melhores amigos, e sim uma coisa mais parecida com antigos ficantes — soltei sem pensar e quando reparei no que tinha dito coloquei minhas mãos sobre a boca. Deve ser o efeito da bebida. 

— Bom, para falar a verdade já rolou — admitiu e eu arregalei meus olhos. 

— Sério? 

— Sim, mas não foi nada demais. Tiramos o bv um do outro — deu de ombros e bebeu um pouco de cerveja. 

— E você, tipo, não gostou? Quer dizer, ao ponto de querer namorar ou algo semelhante? 

— Você é tão fofa — Rose disse sorrindo e Lisa a acompanhou. — Eles apenas ficaram ________, nada demais. 

— Ah… — soltei sem saber ao certo o que falar.  

— Me lembro que quando estávamos no quarto ano do fundamental. Ele morria de medo de que alguma menina chegasse nele — riu. 

— Mas e você? 

— Na época eu não era parecida com as meninas da nossa escola e Jeongguk se sentiu a vontade para se aproximar de mim. E participarmos do grupo de dança da escola ajudou também.

— Jeongguk… dança? — questionei surpresa.

 Para mim as únicas habilidades de Jeongguk era jogar basquete e encher meu saco. 

— Sim, ele era o melhor da nossa escola — Lisa disse sorrindo. 

— No que Jeon Jeongguk não é o melhor, não é mesmo? — Kimberly disse sorrindo. 

Nesse momento ouvimos algumas batidas na porta do quarto e Rose se levantou para abrí-la, me surpreendi quando vi Jimin entrar no quarto e seu olhar se cruzar com o meu. 

— Por que bateu? Nunca fez isso — Rose disse se jogando na cama e seu primo ainda me olhava. 

Reparei que o seu rosto não estava tão azul quanto o dia anterior, no sei que ritual ele fez para que aquilo saísse mas deu certo. 

— Pensei que pudesse ter alguma garota pelada aqui, mesmo que eu me sentisse um privilegiado por tamanha visão decidi que era melhor bater — sorriu e eu revirei os olhos pelas suas palavras. Parece que ele voltou a ser o garoto famosinho que eu conheço. 

— Precisa de algo? — Rose questionou encarando o coreano.

— Na verdade não, mas agora que estou vendo _______ Baker aqui posso avisá-la que seu namorado está revirando a festa de cabeça para baixo atrás de você. 

— Ah, é mesmo? — fiz pouco caso. Ele me abandona e depois fica preocupado comigo? 

— Sim, se quiser posso levá-la até ele — ofereceu-se e me senti tentada a recusar, pois estava tão confortável ali com as meninas, elas são tão simpáticas e no quarto de Rose é mais aquecido.

— Vai atrás do seu homem — Kimberly me estimulou e me segurei para não fazer uma careta. Mal sabem as garotas que o “meu homem” está atrás de outra mulher. Bem legal está em um relacionamento desses.

Às vezes me questiono o quão distante eu estou de uma pessoa corna. Será que só pelo fato de ser de mentira nosso namoro impeça de nascer um chifre na minha cabeça? E se nascesse seria um chifre semelhante ao de um unicórnio ou de um rinoceronte? 

— Tudo bem — me levantei da cama com a garrafa de cerveja em mãos e acenei para todas as garotas me despendido delas. 

Jimin deu espaço para que eu saísse primeiro e ele veio logo atrás, andamos pelo corredor aonde tinha algumas pessoas que queriam um pouco mais de privacidade e quando chegamos as escadas ele desceu ao meu lado. 

— Não sabia que bebia — O loiro disse alto e eu o encarei.

— Nem eu — Jimin riu da minha resposta. 

— Acho que Jeongguk está no jardim com os caras — apontou para o lado indicando para que eu seguisse por ali. — Não sabia que era amiga das garotas. 

— Elas apenas estão apenas sendo simpáticas comigo, porque estou tentando entrar para as líderes de torcida — expliquei rapidamente e o vi me olhar de soslaio. 

— Líderes de torcida é? Você é uma caixinha de surpresas ________ Baker — riu consigo mesmo e chegamos a área externa. 

Jungkook estava junto com algumas pessoas perto de uma mesa de ping pong, eles brincavam de um jogo em que os copos estavam organizados em formato de duas pirâmides localizados nos dois extremos da mesa e eles jogavam as bolinhas dentro dos tais copos e quem acertasse fazia os adversários beberem o líquido que continha dentro. 

— Por que isso é tão filme adolescente? — questionei para mim mesma, mas o loiro ao meu lado ouviu.

— Porque somos adolescentes e nossa vida é uma ficção — piscou para mim e aproximou-se dos seus amigos. 

Respirei fundo e também caminhei para mais perto. Jungkook acertou no copo dos garotos e um deles teve que beber, sempre que alguém acertava as meninas que estavam em volta gritavam animadas. Enquanto o meu “namorado” comemorava seu olhar encontrou com o meu e ele pediu um tempo.

Virando a festa de cabeça para baixo é Park Jimin? Jungkook parecia mais tranquilo do que nunca. 

— Aonde estava? — perguntou assim que se aproximou de mim. 

— Por aí — fiz pouco caso. — Se divertindo? 

— Sim — sorriu. — Vem, vamos jogar um pouco de Beer Pong — segurou minha mão, mas a soltei rapidamente e cruzei os braços. 

— Eu não quero beber mais cerveja — disse.

— Não é cerveja bobinha — segurou meu queixo e balançou meu rosto para os lados delicadamente. — É vodka. 

Ele não esperou que eu reclamasse e já me puxou para o lado extremo da mesa e disse que iríamos começar uma nova rodada. Ele me explicou rapidamente as regras e tive o breve pressentimento que de todos ali eu seria a que beberia mais. No outro lado da mesa estava Jimin com um sorriso muito suspeito para o meu gosto e uma garota loira do qual não sei o nome era sua parceira. Começamos a jogar. Dei as honras a Jungkook e ele acertou um dos copos dos outros dois e Jimin bebeu com muito gosto. 

— Esses copos estão muito vazios — disse animado e o coreano ao meu lado riu. 

Jimin jogou e eu tive que beber, quase vomitei, obviamente, porque pela minha percepção vodka é bem mais forte do que cerveja. E assim o jogo continuou e até onde eu pude contar, vi que eu já tinha bebido uns quatro ou cinco copos, mas não tenho certeza, depois do sétimo copo minhas lembranças daquela noite começaram a ficar muito confusas. 

Me lembro de beber muito depois que a brincadeira acabou e ter caído na piscina quando tentei me equilibrar em uma perna só enquanto estava na borda, não nado muito bem sóbria imagina bêbada, Jungkook me tirou da piscina comentando o fato de agora meu vestido está muito colado ao corpo e os caras dali estarem me “secando”, ele pegou uma toalha para mim e me levou para dentro da casa do Jimin. Eu ri, depois vomitei, me lembro de ter chorado também dizendo algo desconexo sobre a constelação de Órion ser muito distante. Mas o pior de tudo foi quando Jungkook estava me ajudando a me limpar e eu simplesmente virei meu rosto sorridente para o garoto, lembro de ter o comparado a um príncipe na minha cabeça e ter olhado descaradamente para o seu peitoral, enquanto o tocava já que o mesmo estava bem marcado pelo mesmo está molhado, então em um ato impulsivo o beijei, simples assim. Beijei Jungkook no banheiro da casa de Jimin logo após ter passado um bom tempo vomitando. Nojento e bizarro, eu sei. Depois disso um apagão como um buraco negro invadiu minha mente e eu dormi. 


[ …. ]


Segunda-feira não devia simplesmente existir, nunca entendi de fato a metodologia usada pelas as escolas para darem apenas dois dias de descanso para os alunos, mas a única certeza é que eu não concordo nem um pouco com isso.

— Meu Deus! — Blair exclamou assim que me sentei ao seu lado no refeitório.

— Você foi atropelada por um ônibus em alta velocidade? — Will disse sem poupar suas palavras nada amigáveis. 

— Eu estou acabada.

— Isso a gente já está vendo. Mas o que aconteceu? 

— Uma festa, sábado — falei abaixando a minha cabeça na mesa e suspirei por conta dela está voltando a dar pontadas. 

— Você em uma festa? — só pela entonação de voz eu sabia que Will estava com uma expressão confusa. 

— Mas você não odiava esse tipo de coisa? 

— E odeio, mas Jeongguk insistiu para que eu fosse — voltei a levantar minha cabeça e comecei a massagear minhas têmporas. 

— Hum… Jeongguk — Will não precisou de mais nada para entender essa equação nada complexa. 

Minhas aulas de segunda-feira não são as melhores e só por esse simples fato eu sei que meu dia será cheio. Quando o primeiro sinal tocou fui logo para a sala e me sentei na última cadeira para assim tentar dormir um pouco na aula de filosofia, o que acabou não dando muito certo porque o professor queria que realizássemos um debate sobre a visão que os pré-socráticos tinha sobre a Arkhe

Tentei dormi no meio do falatório? Tentei, mas fui chamada a atenção, então decidi que seria bem melhor para minha nota que eu passasse cola nas minhas pálpebras e mantesse os olhos abertos. 

Quando fomos liberados para o intervalo poderei sobre ficar na sala e tirar minha tão preciosa soneca ou ir para o refeitório comer, nem preciso dizer que a primeira opção ganhou. Olhei as grades horárias e percebi que na próxima ninguém estaria na sala de música, então sem pensar duas vezes arrumei minhas coisas e segui para lá. A sala estava aberta para a minha alegria e assim que me certifiquei que não tinha ninguém ali fechei a porta e fui para uma mesa mais ao fundo e abaixei minha cabeça virando ela para o lado oposto o da entrada. Quando já estava sentindo que minha mente iria ficar no completo breu e eu seria abraçada pelo sono ouvi um barulho atrás de mim, mas por está meio grogue não dei muita importância e demorei um pouco para levantar a minha cabeça e olhar para trás. 

Quase pulei da minha cadeira quando vi que não estava ali sozinha e o garoto que abriu a porta estava me encarando de um jeito que eu não sabia decifrar.

— Desculpe, não queria acordá-la — disse sem graça, enquanto entrava e trazia alguns equipamentos musicais consigo.

— Não, tudo bem — sorri coçando os meus olhos rapidamente e me levantando, ele olhou-me de esguelha. 

— Se quiser pode ficar aqui, eu não me importo — deu de ombros, colocando as coisas em um canto da sala — Só espero que não se incomode se eu tocar um pouco, é que eu preciso ensaiar — coçou a nuca e eu neguei com a cabeça.

— Gosto de dormir com trilha sonora — respondi rápido e o vi rir. 

— Okay — ele foi até o piano e se sentou de frente para ele, e eu ao invés de virar minha cabeça novamente e dormir fiquei o observando alongar seus dedos e posicioná-los em cima das teclas. 

Me lembro da primeira vez que ouvi Min Yoongi tocar piano, eu simplesmente me apaixonei pela melodia, ele é um dos músicos mais talentosos da nossa escola. Ano passado tínhamos algumas aulas em comum então sempre o via compor músicas nas aulas em que não se interessava muito, ou seja, quase todas. Nunca conversei com ele e por isso tenho certeza que ele nem sequer sabe que estudamos por um ano inteiro juntos, o que me abala de certo modo, porque na aulas de física, história e francês eu sempre ficava o olhando de esguelha porque talvez, mas só talvez ele fosse o meu crush do ano passado. Mas talvez.

Ele começou a tocar uma melodia muito boa que eu nunca tinha ouvido, então supus que ele a tivesse a criado, saí de onde estava e me aproximei chocada com o que ouvia, ele é muito bom. Não entendo muito de música, mas sei que Yoongi possui uma habilidade incrível para tocar notas suaves. 

— Isso está muito bom — falei assim que ele parou de tocar. Ele me olhou e vi ele abaixar um pouco a cabeça bagunçando um pouco o seu cabelo. — Foi você que compôs? 

— Sim — ele deu um sorriso tímido. — É que eu estou treinando para conseguir entrar em uma escola de artes lá da Europa, mas é meio difícil. 

— É realmente impressionante — falei tomando a liberdade para me sentar no espaço que tinha no banco. — Acho que com isso você consegue entrar em qualquer lugar — estimulei-o passando confiança. 

— Você acha? 

— Sim, eu acho — sorri.

— Bom, se você diz — Yoongi voltou a olhar para o piano. — Quer ouvir mais? 

— Claro — fiquei animada pelo simples fato de ser Min Yoongi tocando para mim. Queria que Lucy estivesse aqui, ela era a patricinha metida a Afrodite que sabia do meu pequeno precipício por Yoongi e sempre me zoava dizendo que ele nunca iria sequer reparar em mim. Agora quem está sentada do lado dele enquanto ele toca piano? Hã? Hã? 

— Okay, lá vai. Agora será Waltz No.1 in E flat Major, Op.18 — disse me olhando de esguelha e eu assenti fingindo que tinha entendido o que ele falou.  

Yoongi deslizou suas mãos pálidas pelas teclas brancas do piano intercalando com as pretas e imediatamente reconheci a melodia, não sabia aonde, mas já tinha a escutado em algum lugar. Ao todo era uma melodia rápida e quase não conseguia acompanhar os movimentos do coreano. Quando ele terminou de tocar bati palmas e ele fez uma reverência com a cabeça parecendo levemente envergonhado. 

— Quem toca? — perguntei curiosa.

— Chopin. Gosto dele — esclareceu e eu aquiesci. 

Yoongi me encarou esperando que eu dissesse alguma coisa, mas eu não sabia o que falar. Ele era bom e tenho certeza que tinha ciência disso e temo que ficar repetindo muitas vezes uma coisa seja irritante para ele. 

— Bom, eu… — comecei a falar e ao fundo ouvi o barulho fino e irritante do sinal soar. — Tenho que ir — me levantei e ele me acompanhou. — Aula de biologia — sorri pegando minhas coisas. 

— Valeu por ter me ouvido e dado sua opinião sincera — agradeceu. 

— Que nada Yoongi, você é bom e sabe disso — não sei se foi por eu ter soado muito íntima nessa frase que o garoto ficou me encarando por um bom tempo. Maldita língua que não fica quieta.

— Mas foi importante para mim ter ouvido sua opinião. Então aceite o meu agradecimento ________! — ele falou em um tom falso de reprovação. 

Mas não foi isso que fez que eu ficasse ali parada que nem uma boboca; e sim o fato dele saber quem eu sou. Durante toda a minha vida escolar previamente acabada do ano passado, eu pensava que ele nem sequer sabia que tinha uma _______ na mesma turma que ele. Porém me lembrei dos boatos muito convencionais sobre o meu namoro que se espalharam pela escola e constatei que era por isso que ele me conhecia. Mas sonhar não custa nada. Eu que lute. 

— Tchau — poderia ter dito outra coisa? Poderia, mas não queiram ver uma _______ incrivelmente idiota em ação.


[ …. ]


Não tinha sequer me recuperado do sapo dissecado da aula anterior e já vi na saída Jungkook com os garotos do seu grupo de super populares e blá blá blá no portão da escola. Eles estavam mais animados do que o comum, entretanto não liguei muito para isso. Me aproximei de Jungkook com a cara mais lavada que eu tinha.

Lembro daquele fatídico beijo? 

Lembro.

Vou fazer a egípcia? 

Vou. 

— Oi.

Ele me encarou de cima a baixo talvez com pena por eu está aparentemente destruída. 

— E aí, como você 'tá? Não te vi o dia inteiro — virou-se para mim. 

— Estava ocupada com alguns assuntos — olhei para o lado mordendo o interior da minha boca fazendo pouco caso da minha situação deplorável. 

— Beleza então. Vamos? — apontou para a rua e eu assenti. 

O caminho inteiro ficamos calados, o que era muito estranho para Jungkook. Vai por mim. Para esse garoto calar a boca por mais de dez minutos é milagre, agora calar-se por vinte era com certeza feitiçaria. Será que é por causa de sábado? O beijo e tudo mais? Não que eu tivesse culpa no cartório, mas não quero que ele se sinta tão incomodado ao ponto de não falar nada. Foi só um beijo. 'Tá certo que eu não costumo dizer que algumas coisas podem ser definidas pela expressão “só”, mas esse caso era diferente. 

— Está entregue — disse quando chegamos em frente a minha casa. 

— Obrigada — dei um meio sorriso e ficamos ali parados, um sem saber o que falar para o outro. 

— Parabéns por hoje — sorriu e eu franzi o cenho. 

— Parabéns pelo quê? 

— Você entrou. Para as líderes de torcida. 

Ah não…

— Ah não — deixei meus ombros caírem e o garoto a minha frente riu. — Merda — resmunguei.

— Lisa pediu para que avisasse que amanhã já tem ensaio e me entregou isso — ele abriu sua mochila e tirou uma roupa que estava protegida por uma sacola transparente. — Seu uniforme — estendeu para mim.

Tirei a roupa da sacola e reparei na saia. Curta demais.

— Eu vou ser sexualizada por conta dessa roupa — olhei para o garoto.

— Vai nada — deu de ombros. — Vai é ficar mais atraente.

— Atraente? Para quem? Para você ou pessoas que têm a mesma linha de raciocínio que a sua? — cruzei os braços. 

— Garotos gostam de pernas — externou seu pensamento enquanto olhava diretamente para as minhas. Graças a Deus vim de calça moletom por que senão Jungkook iria receber um chute bem nas suas jóias. 

— E você acha que eu estou ligando para o que a merda de um garoto gosta? Se gostam tanto de pernas vocês que comprem um manequim, arranquem o tronco e só fiquem com as pernas — guardei a roupa novamente na sacola. 

— Alguém acordou com o pé esquerdo hoje — me olhou fazendo pouco caso. — Não se preocupe, com o tanto de garotas que terão lá eles nem vai reparar em você.

Obrigada pela parte que me toca.

— Okay então. Bom, se é só isso que temos para falar eu vou… 

— Não só isso exatamente — me interrompeu. — Temos que conversar sobre sábado…

Merda. 

— Sobre o que mais especificamente? É que eu não me lembro muito desse dia por conta de está bêbada

Faça a egípcia _______. Faça a egípcia. 

— O beijo. 

— Ah… — desviei meu olhar seu e pigarreei. — Sobre isso. Tá. O que quer falar? 

— Bom, eu queria saber o porquê de você ter feito aquilo? — perguntou. — Tipo, eu sei que eu sou um puta de um cara gostoso 'pra caralho e que nem você poderia resistir a mim por muito tempo…

— Jeongguk, menos. Bem menos — fechei a cara. – Eu estava bêbada. 

— Mas dizem que quando estamos bêbados é que não podemos mais ter controle sobre aquilo que realmente queremos — falou confiante e eu senti minhas bochechas esquentarem. — O beijo em si não foi ruim, pelo menos não foi o pior da minha vida. 

— O quê? Você se acha muito playboyzinho mimado. Seu beijo também não era lá essas coisas, por ser o Jeon Jeongguk seria algo melhor, nada de muito especial. 

Okay, minha experiência com beijos é bem menor comparada com a dele, isso admito mentalmente, mas nunca irei externar esse tipo de pensamento. 

Jungkook me encarou por alguns segundos e depois respirou fundo massageando as têmporas. 

— Por que nunca conseguimos conversar sem ter um momento de conflito? — perguntou, mas pela sua entonação supus ser uma pergunta retórica. 

Uma brisa fria soprou entre nós e eu abracei mais o meu corpo, enquanto ainda olhava para o moreno a minha frente. 

— O beijo de sábado não tem problema de acontecer mais vezes — eu já ia reclamar, mas ele levantou uma das mãos pedindo silenciosamente para que eu esperasse ele terminar de falar. — Eu só não quero que isso que estamos fazendo comece a ser o estopim de um sentimento que não tem espaço para existir. 

Ali eu pude ver que Jungkook realmente estava preocupado com essa questão e até me senti meio mais cálida ao perceber que grande parte do seu desespero por não querer que algo aconteça entre nós é para não me machucar; mas ele não precisa se preocupar porque no momento meu coração não tem espaço para nenhuma pessoa. 

— Tudo bem, não precisa se preocupar que eu não irei me apaixonar por você e ficar te seguindo que nem uma louca para cima e para baixo implorando para que você retribua meus sentimentos — sorri tocando levemente no seu braço, ele me encarou por um tempo tentando ver veracidade em minhas palavras e quando a encontrou também sorriu. 

— Que bom, é que para mim você é praticamente lésbica — falou e eu franzi o cenho. — Sem ofensas.

— Você não me ofende ao me chamar de lésbica — dei de ombros, desde muito jovem minha mãe me ensinou que não há nada de pejorativo em uma pessoa que ama outra do mesmo sexo. — E para mim você é praticamente meu colega gay, mesmo sendo esse hetero top — fiz careta e ele sorriu. 

— Tudo bem, então. Trégua? 

— Trégua. Por enquanto… — acrescentei e ele riu. 

— Ah, antes que eu me esqueça… quarta-feira eu venho te buscar para ir na minha casa, preciso te ensinar umas coisas para ser a “namorada ideal” — ele sorriu malicioso e eu dei um tapa bem forte no seu braço, Jungkook se afastou fazendo uma careta, mas ainda sorria.

— Que merda está passando nessa sua cabeça libidinosa? — disse já sentindo as pontas das minhas orelhas esquentarem por conta da raiva. 

— Você fica brava com muita facilidade — segurou meu pulso antes que eu pudesse lhe dar outro tapa. — É algo teórico, não prático, se é que me entende. 

— Não, não entendo, mas eu prefiro assim — conseguiu soltar o seu pulso do garoto. — Nos vemos depois.

— Até mais esquentadinha. 


Notas Finais


Quero chegar logo na parte do romance, que saco kkkkk, mas não posso mudar a cronologia das coisas, então paciência.
Não me aprofundei muito no assunto do beijo, porque não significou nada para nenhum dos dois, mas isso irá mudar. Tenham calma😁

Meu perfil: @_xElliex_


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