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História A Mentira - Acabou


Escrita por: _xElliex_

Notas do Autor


É assim meu povo, uma atualização demora quase um mês, a outra vem mais rápida... não consigo me organizar e montar um cronograma.

Capítulo 12 - Acabou


                         JUNGKOOK


Estava mexendo no meu celular quando vi Jimin descer os degraus enquanto segurava sua cabeça, ele resmungou alguma coisa, mas acabei não entendendo. O loiro se sentou em uma das cadeiras de frente para mim.

— Ressaca? — perguntei rindo.

— Ressaca? Parece que eu fui para uma festa e grudaram a caixa de som no meu ouvido no último volume por horas — disse mal-humorado. Yeri que estava terminando de preparar o chá se aproximou e colocou uma xícara na frente de Jimin e depois entregou uma para mim.

— Obrigado — agradeci, ela piscou e sorriu.

— Vou lá em cima acordar as meninas para a gente tomar café da manhã logo — saiu da cozinha, então comecei a beber o chá.

Yugyeom pouco tempo depois entra na cozinha parecendo que acabou de acordar do seu “sono da beleza”; ele se senta ao meu lado e Jimin o encara.

— Como você consegue?

— O quê?

— Beber e parecer que acabou de sair de um spa? Por que comigo também não é assim? — questionou.

— Porque existe uma grande diferença entre “beber” e “cair de cara na cerveja” — ri da comparação do garoto e Jimin fez um bico. — Toda vez que você bebe parece que é o último lote de bebidas alcoólicas que verá na vida.

— Aish… — resmungou e pegou a xícara em que estava o chá.

As garotas entraram na cozinha dando “bom dia” para nós e logo após se sentaram à mesa também, ajudei Yeri a colocar as coisas na mesa e depois de poucos minutos já estávamos todos comendo. As meninas vez ou outra comentavam algo engraçado ou divertido que aconteceu na festa e todos riam. Mas ao todo não teve muito diálogo no café da manhã porque estávamos acabados.

Quando terminei de comer saí da casa e fui para o jardim descansar um pouco, a noite passada ia passando por minha mente até que _______ surgiu nas imagens.

Ontem ela estava linda, diferente do que estou acostumado a ver, mas linda mesmo assim. Comecei a sentir meus poros abrirem ao passo que ia pensando mais nela. Soltei um suspiro quando lembrei dela hoje mais cedo com as suas roupas largas, o cabelo nem tão arrumado assim e seus óculos de grau que a deixa mais fofa ainda. Sorri sem perceber e olhei para o céu aberto.

— O quê é esse sorriso bobão aí no seu rosto? — olhei para o lado e Lisa estava ali parada.

— Aish, não enche… — resmunguei e ela riu vindo até mim se sentando ao meu lado.

— O quê se passa nessa cabecinha? Vai conte para sua noona Ggukie — fiz uma careta e ela gargalhou.

— Você não é minha noona.

— Claro que sou, sou mais velha que você — disse se colocando com um certo ar de superioridade.

— Mas nem estamos na Coreia e você ainda é tailandesa…

— Jeongguk pare de enrolar e fale logo — me cortou e fechei o rosto.

— Bom, eu… tenho um amigo — disse já recebendo a atenção da garota ao meu lado.

— Hum…

— E esse amigo gosta de uma menina já faz anos — completei olhando para Lisa e vi que a mesma já nem piscava.

— Mas…? — ergui o supercílio e ela cruzou os braços. — Não se faça de sonso nessas histórias sempre existem um “mas”.

Suspirei já me arrependendo antecipadamente de falar essas coisas com Lisa, mas diante de tal situação acho que ela é a mais adequada para me dar conselhos. Lisa pode ser uma intrometida sem noção, mas é a que melhor entende dos sentimentos alheios.

— Mas meu amigo já não tem tanta certeza se gosta dessa garota — concluí. — Sei lá, já se foram tantos anos que talvez o encanto tenha ido embora.

Lisa ficou calada por um tempo e olhou para o céu.

— E tem um motivo para isso? — perguntou me pegando de surpresa.

— Como vou saber disso? — rebati.

— Tem razão, não tem como você saber das coisas que acontece com seu amigo — não sei porquê, mas percebi um tom irônico na voz de Lisa.

Ela não tocou mais no assunto depois disso nem dava para ser honesto, pois Jimin apareceu na porta nos “convidando” para ajudar a arrumar a casa, ajudei minha amiga a se levantar entqo voltamos para dentro da casa.


[ …. ]


Hoje

Você vai amanhã para a escola, né?

4:27 P.M

Claro, por quê?

4:28 P.M

Nada não :)

4:30 P.M

Coloquei o celular de volta no bolso da calça estranhando as mensagens da Tinker Bell, ela nunca me pergunta se vou para a escola ou não e nem me manda uma mensagem assim do nada, apenas se eu enviar uma primeiro.

— Espanhol é uma língua tão complicada por que o “mas” tem ser “pero”? Por que não pode ser como “hoje” que é “hoy”? Tudo seria bem mais fácil — Yeri comentou ainda olhando para o seu caderno fazendo os deveres.

Ainda continuo a ensinando algumas coisas, ela teve uma leve melhora na prova passada, mas ainda não é algo excepcional quanto esperava. 

— Terra chamando Jeongguk — vi dedos estalarem na frente do meu rosto e tive um leve sobressalto.

— Hã?

— Você está bem?

— Sim, claro — dei um sorriso falso, mas isso só fez com que a garota largasse sua caneta e levantasse seu supercílio.

— Desembucha — disse.

— O quê?

— Você estava sorrindo agora mesmo, mas só foi olhar no celular que ficou estranho. Aconteceu alguma coisa? — ela se endireitou na sua cadeira e me encarou.

— Eu… bom… — não sabia por onde começar porque antes de tudo era Yeri ali, só estou acostumado a falar sobre coisas, mais pessoais, com Jimin. — É a Tinker Bell.

— Tinker Bell? — fez uma expressão confusa. — Ah sim, a ________, o que tem ela?

— Ela está estranha, desde quando a gente se viu no mercado ontem — concluí.

— Por que acha isso?

— É só um pressentimento, sei lá.

— Talvez seja algo da sua cabeça ou também pode ser algo que fez — falou e parei para pensar por um minuto.

— Mas eu não fiz nada, tenho certeza disso.

— Hum… pare para pensar por um minuto Jeongguk, talvez seja algo que não percebeu, uma brincadeira, esqueceu uma data importante, algo assim…

— Bom, aniversário dela não é… — comecei a pensar. — Brincadeira também não.

— Às vezes vocês garotos não percebem quando fazem algum tipo de burrada — foi sincera.

Encarei os cadernos de Yeri por um bom tempo pensando por um bom tempo se realmente cometi algum erro com a Baker que a deixou estranha do nada.

Também pode ser algo que aconteceu na família dela ou algo semelhante, mas isso não faria sentindo entrando em contraste com as mensagens.

Estava tão distraído que só saí de meus devaneios quando ouvi o ranger da cadeira de Yeri, vendo ela mudar de posição e sentar em cima de uma das suas pernas.

— Relaxe, talvez não seja nada — olhei para a garota e ele deu um pequeno sorriso para mim.

Ela voltou a olhar para os seus cadernos e anotar algumas coisas e percebendo o silêncio da minha parte resolveu puxar assunto.

— Posso ser sincera com você? — perguntou do nada fazendo eu franzir o cenho. Aquiesci e ela continuou. — Nunca pensei que namoraria alguém como a ________.

— Alguém como a ________? — questionei confuso.

— É, sempre achei que namoraria alguém mais parecida com Lisa, Kimberly ou até mesmo…

Ela deixou a frase morrer no ar, mas sabia o que ela iria falar.

— Você — ela me olhou e deu um sorriso sem graça.

— Isso, admito que no começo estranhei junto com as meninas e até achamos que fosse algo passageiro ou até mesmo uma brincadeira, mas quando percebemos que era sério ficamos felizes por você — Yeri parecia sincera nas suas palavras. — Vocês combinam.

Fiquei calado e desviei meu olhar para baixo.

— Você acha?

— Sim. Claro, vocês têm suas diferenças, mas isso parece mais um complemento do que algo divisório. Tipo, você é popular na escola e a ________ não era tanto assim e nem fazia parte do nosso ciclo social, mas ela é uma garota muito divertida e legal.

— É, ela realmente é — falei distraído. — Tipo, ela é muito inteligente e sempre diz coisas que não é qualquer pessoa vá entender, é uma garota com piadas ácidas e sempre parece ter uma resposta na ponta da língua. Nunca vi uma pessoa ser tão boa nas palavras como ela. Fica sempre falando sobre estrelas, constelações e essas coisas — ri. — Tem uma que se chama… como é mesmo o nome? Ah sim! Órion, caralho, ela ama falar sobre essa constelação. A Tinker Bell também tem a senha de computador mais estranha que já vi, acredita que ela me obrigou a ler um livro só porque queria falar dele comigo? Pelo que pude perceber ela odeia saias, inacreditavelmente, jogos de basquete também e é péssima mentindo. A _______ fica muito fofa quando está preocupada comigo ou quando coloca aquele óculos de grau para estudar. E ela não sabe receber elogios, mas ainda assim é uma das garotas mais incríveis que já conheci.

Parei de falar e olhei para Yeri que me encarava sem nenhuma expressão, fiquei sem entender até que ela pareceu acordar para a realidade e riu.

— Uau Jeongguk… seria incrível se todo garoto que namorasse fosse alguém que nem você. Que realmente conhece a namorada — sorriu.

Fiquei quieto e desviei meu olhar do seu. Nem eu mesmo sabia que conhecia a Tinker Bell ao ponto de ter reparado tanto nela.

— ________ é uma garota de sorte.

Tocou o meu ombro, encarei Yeri por um tempo, seus olhos, boca, nariz, bochechas e percebi algo que eu estava tentando ocultar de mim mesmo… eu não sinto mais nada por ela.

— E você também é um sortudo por eu não ter chegado antes… — disse voltando para o seu caderno.

— Hã? — não tinha entendido a frase de Yeri, ela riu.

— Tome cuidado porque do jeito que você fala faz a ________ parecer a garota mais incrível do universo e assim talvez eu também possa me apaixonar já que passamos um bom tempo juntas.

Meu cérebro tentou processar a informação, mas parece que deu pane. Eu não sei se o que entendi está certo ou…

— Você… quê?

Yeri tirou sua atenção do caderno risonha.

— Você não sabia? — perguntou naturalmente e eu neguei. — Eu não gosto de garotos, Jeonggukie.

Meu queixo foi praticamente no chão. O quê? Yeri não gosta de garotos? Esse tempo inteiro eu gostei de alguém que gosta da mesma fruta que eu gosto?

— Você é…

— Homossexual? Sim — abri minha boca abismado e Yeri gargalhou. — Mas não espalha por aí… só a escola inteira sabe disso — brincou.

— A escola inteira?

— Sim, eu pensei que você também sabia, achei que Lisa tinha comentado.

— Não, ela não comentou — falei ainda perplexo. — E desde quando você…?

— Faz algum tempo, mas para ser honesta eu sempre soube — deu de ombros. — Quando eu era mais nova tentava me iludir pensando que gostava de garotos e até arrumava uns crushs aleatórios para falar com as minhas amigas, um deles era você — confessou.

— Eu?!

— Sim, mas aí eu pensei: “se eu não consigo gostar de verdade de um menino legal como ele por que ainda eu tento?”. Fiquei com alguns garotos, mas nada além de alguns poucos beijos.

— Eu estou… muito surpreso — disse e Yeri riu.

— É, eu sei, todos ficaram.

— Uau…

— Por isso que acho que você tem que dar valor para alguém como a _______, se não se você der bobeira eu estarei lá para consolá-la — falou brincando, mas mesmo assim um alerta vermelho acendeu dentro da minha cabeça.

Fiz uma careta e foi motivo de mais risadas da coreana.

— Vamos voltar para os estudos? — perguntei tentando mudar o assunto e depois de regular sua respiração ela concordou.

— Tudo bem.


[ …. ]


Por conta de ter ficado até mais tarde ontem assistindo séries hoje acabei acordando tarde demais, o que resultou em eu perder o primeiro horário que é o de física. Não posso dizer que fiquei realmente triste, porque o professor é uma merda. Enquanto não dava o horário para eu ir para a minha aula de geografia decidi esperar no pátio. Peguei meu celular e fiquei mexendo nele até ouvir o primeiro sinal.

Quando acabou as três primeiras aulas teve o sinal para o intervalo, saí da sala acompanhado por Yugyeom e Jimin, conversavámos sobre a reprise de um jogo que teve ontem e enquanto os dois se mantinham entretidos no diálogo vi ________ sair da sua sala carregando alguns livros em um braço e no outro minha jaqueta do time, me aproximei dela sem a mesma perceber e quando estava perto o suficiente coloquei minhas mãos sobre os seus olhos.

— Pode tirar que eu já sei que é você Jeongguk — ela disse alto e eu sorri tirando minhas mãos do seu rosto. Tinker Bell se virou para mim e me encarou.

— Bom dia para você também — brinquei.

— Ah sim, bom dia — pareceu sem graça, estranhei.

— Em que aula estava agora? — perguntei mesmo sabendo que aquela sala era a de matemática.

— Matemática — respondeu e logo após estendeu minha jaqueta. — Aqui, trouxe para você — peguei a peça de roupa de sua mão e a vesti.

— Eu sabia que você não iria me deixar na mão Tinker Bell — me aproximei mais de si e coloquei meu braço por cima dos seus ombros. — Agora vamos, estou morrendo de fome.

Por força do hábito já comecei a andar na frente a trazendo comigo, mas _______ parou de repente se afastando de mim.

— Para a falar a verdade, eu preciso falar com você antes de irmos para o refeitório — foi rápida nas suas palavras.

— Não pode ser lá? Eu estou com muita fome Tinker Bell — resmunguei.

— Eu realmente preciso falar com você — frisou e eu suspirei me dando por vencido, vi o corredor começar a ficar vazio então a encarei.

— Tudo bem.

— Vem, vamos para outro lugar — ela se virou de costas para mim e começou a andar.

Não sabia para onde exatamente ela queria ir, mas quando vi que a mesma abriu a porta do antigo laboratório de química, que hoje serve mais para depósito de entulho, percebi que _______ queria falar sobre algo que ninguém pudesse ouvir.

Entramos e ficamos em silêncio, mesmo apenas observando _______ de costas sabia que a mesma estava tensa, seus ombros a denunciava.

— E então… do que quer falar Tinker Bell? — decidi dar o primeiro passo já que parecia difícil para ela.

— Eu… bom… — ela apertava as mãos uma na outra e andava de um lado para o outro. Parei ela segurando no seu braço e fazendo com que a mesma olhasse para mim.

— Você está bem? — não me importava mais em parecer preocupado pois já estava claro que tinha algo errado.

— Estou, é que... é um pouco difícil para mim fazer esse tipo de coisa — riu nervosa. — Eu nunca fiz.

— Okay, eu não sei do que você está falando, mas respira fundo e faça o que precisa fazer — tentei acalmá-la o que pareceu dar certo.

Me sinto bem sabendo que consigo de ter essa espécie de “influência” sobre _______. Isso mostra que ela confia em mim.

— Ontem à noite eu liguei para Lisa e pedi para sair das líderes de torcida — confessou sem me olhar diretamente.

— O quê? Por quê fez isso?

— Eu… isso não é para mim Jeongguk. Admito que foi muito divertido ter ficado com elas e participar do grupo, mas não dava mais. Além de que daqui à alguns dias eu terei que me dedicar 100% aos meus estudos para no final do ano letivo fazer a prova de admissão da Stanford — explicou.

— Eu sei, mas é que, sabe, isso vai atrapalhar a...

— Mentira. Sim. Mas não se preocupe, nesses últimos dias eu pensei muito sobre isso e… Jeongguk, estamos quase no final do ano, o baile vai vim, formatura e depois faculdade... — ela ainda falava sem me olhar e isso estava começando a me incomodar. Não estava gostando do rumo daquela conversa. — Foi muito divertido esses últimos dias, você é um porre, mas sempre foi legal comigo — brincou dando um riso sem graça, mas eu não conseguia esboçar nenhuma reação é como se o meu subconsciente já soubesse o que fosse acontecer antes de mim. — Mas não dá mais. Acabou. — finalizou.

— Acabou? — perguntei sem entender.

— Não vamos mais fingir nada, sem mais teatros ou mentiras, acho que chegou a hora de seguirmos os nossos caminhos separados, vai ser melhor assim.

— Por que isso do nada?

— Não é do nada. Não acha que já passamos muito tempo mentindo para as pessoas, principalmente, mentindo para nossos amigos? Não acho isso justo.

— Eu sei, é que… você me pegou de surpresa, não podemos acabar com as coisas, assim, de repente. Vão estranhar, sempre andamos juntos e do nada nos separamos?

— Não vão estranhar Jeongguk, isso é normal. Estamos no ensino médio, pessoas terminam o tempo inteiro sem um motivo aparente.

— Normal? — ri me afastando. — Você está me deixando na mão.

— O quê? — ela parecia confusa, mas já era tarde demais, quando começo a ficar nervoso não consigo manter a boca fechada.

— Sim, me deixando na mão, tínhamos um combinado ________.

— Mas o combinado acabou — ela disse já perdendo a paciência. — Não posso viver com o objetivo apenas de te ajudar com os seus problemas, eu tinha uma vida antes de você, sabia?

— Que bela amiga da onça fui arrumar — resmunguei debochando da situação. — Quer saber, tudo bem, não importa. Era só isso que você queria falar?

Eu estava explodindo de raiva por dentro, mas outros sentimentos se misturavam a esse o que me deixava mais confuso ainda.

— Sim.

— Okay, beleza — abri a porta e parei por um tempo olhando para trás vendo que _______ ainda me observava. — Eu pensei que tínhamos uma boa sintonia e não que eu mais atrapalhava sua vida do que ajudava.

Sei que minha voz saiu muito amargurada, pois _______ esboçou uma expressão culpada e mesmo não sendo o meu real desejo terminar as coisas daquele jeito, apenas — com todo o meu orgulho — saí e fechei a porta atrás de mim deixando-a para trás.


Notas Finais


Meu perfil: @_xElliex_


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