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História A Mistura Perfeita - Capítulo 21


Escrita por: C_Mar_

Notas do Autor


Boa leitura!

Capítulo 21 - Capítulo 21


Fanfic / Fanfiction A Mistura Perfeita - Capítulo 21

Sentia sua respiração contra minha nuca e seu braço por cima da minha cintura. Lógico que é a presença dele. Também senti algo pequeno e macio passando no meu rosto, parecia uma pequena mãozinha. Abri um olho e a vi agachada na minha frente, me encarando com os olhos marejados.

Ah, era apenas a Nashi.

Fechei o olho e ficha caiu na mesma hora: era minha filha. Sentei rapidamente, senti uma leve tontura pela ação rápida, e sorri nervosamente para ela, que parecia tentar entender o que estava acontecendo. Olhei para meu corpo e dei graças a Deus por ter colocado a camisola ontem antes de cair no sono. Olhei para ele e percebi que também estava vestido, apenas sem camisa. Suspirei aliviada.

— Bom dia, meu amor. – disse.

— Mamãe, 'po que você 'tá 'dumindo no chão?

— Ah… Ontem eu 'tava tão cansada e acho que dormi sem perceber.

— E 'po que o 'Nashu 'tá 'dumindo com você no chão?

Ela o chamou pelo nome.

— A-Ah, ele caiu do sofá e não acordou.

— V-Você não quer mais 'dumi comigo? – falou fazendo biquinho e fungou.

— Claro que eu quero dormir com você. Eu amo dormir junto.

— 'Juia? – passou o dorso da mão nos olhos.

— Juro! Vem aqui.

Ela me deu um abraço e apoiou a cabeça em meu ombro.

— Eu 'tava te 'pocuiando na cama. – falou descendo o rosto até meu seio e pôs a mão no outro.

— Pode tirar a cabeça daí, você não mama mais.

— Eu não 'queio 'mama.

Alguém estava carente e a culpa era minha. Droga, como eu pude dormir aqui? 

— Natsu, acorda. – o sacudi. Não entendia como ele conseguia dormir assim. — Natsu! – dei um tapa no seu braço e ele acordou no susto. — Levanta, você precisa se preparar 'pro trabalho.

— Bom dia 'pra você também, Lucy. – falou sentando e eu revirei os olhos. — Oi, filha. Dormiu bem?

— Não… – aconchegou-se mais.

Ele olhou para mim e eu neguei. Pedi para ela descer do meu colo e levantei. A peguei novamente e ela deitou a cabeça no meu ombro.

— Natsu, faz café, por favor? – assentiu.

Entrei no quarto, a pus na cama e deitei de frente para ela. Passei o braço em volta do corpinho e a aproximei mais de mim.

— Eu não 'queio 'dumi.

— Nem eu, mas quero ficar agarradinha com você, posso?

— 'Xim. – colocou o bracinho em volta do meu pescoço e apertou.

Ficamos assim e ela acabou dormindo novamente. Não muito depois, Natsu entrou no quarto.

O café 'tá pronto. Eu já vou, senão me atraso. – sussurrou.

Já comeu? 

Sim. Não fiz nada 'pra vocês, porque não sabia se comeriam agora. O que houve?

— Ciúmes. Ela acha que eu não quero mais dormir com ela e por isso passei a noite no chão da sala.

— Ela acha que você prefere dormir comigo?

— Não, ela acha que eu prefiro dormir no chão. Você 'tava ao meu lado porque caiu do sofá. – segurei a risada e ele também.

Continuei com o cafuné.

Espero que ela não fique estranha comigo de novo. Bom, eu já vou. – saiu do quarto, mas logo retornou e sentou na cama. — Eu não pensei que teríamos a manhã tão corrida. Depois de ontem à noite, eu queria que fosse uma manhã mais romântica, mas… – continuou baixinho e eu sorri. — Senti muitas saudades de você, Lucy e a noite passada foi muito especial 'pra mim. – passou a mão em meu rosto. — Como se fosse nossa primeira vez, de novo. Eu te amava naquela época e te amo agora. – me deu um longo selinho e saiu, sem me dar a chance de dizer algo, mas nem precisava, aquele choro deixou tudo claro.

Queria poder ficar na cama para tirar toda a sua insegurança, mas não podia. Será necessário sair mais cedo de casa. Levantei devagar e entrei no banheiro. Fiz minha higiene, voltei ao quarto e peguei a roupa. Depois de arrumada, fui à cozinha e comi. Terminei e preparei sua refeição, logo teria de acordá-la. Sentei na cama e passei os dedos por seu fios, com jeito para não puxar nada. Os olhinhos mexeram e abriram lentamente. Quando estava desperta, ela engatinhou até meu colo. Levantei e a ajudei com a higiene matinal. Depois da refeição feita e roupa vestida, saímos. Andamos tranquilamente até o ponto de ônibus. Ela tinha um lindo sorriso nos lábios e o motivo? Fiz novamente uma trança igual a dela e também usava uma blusa da mesma cor, rosa. Descemos do ônibus e nossa primeira parada era num lugar diferente do habitual. Passamos pela loja e pude ver uma expressão confusa surgindo no seu rosto.

— Mamãe, 'passo do 'tabaio.

— Eu sei, mas primeiro tenho que ir num lugar e depois a gente vai trabalhar.

— Que 'iugar?

— Aqui. – entramos na farmácia. — Não mexe em nada.

— Mamãe 'tá dodói de novo?

— Não, só vou comprar um remédio 'pra não ficar dodói depois.

Andei até o balcão vazio e esperei uma das poucas pessoas que não falava mal de mim.

— Bom dia, em que posso ajudá-la? – viu? Sempre cordial e educada.

— Bom dia, eu quero uma pílula do dia seguinte.

— Você sabe que não é 100% eficaz, né? Conhece as contra indicações e efeitos colaterais?

— Sim, sei tudo isso. – ela registrou o produto e eu paguei.

Saí da farmácia e fui direto para a loja. Ainda tinha uns bons 20 minutos antes de abrir e isso era tempo suficiente para tomar a pílula. Abri a mochila, tirei os brinquedos e o lençol de dentro. A menina foi para trás do balcão e eu à copa pegar água. Tomei o comprimido e rezei para que ele funcionasse. Tinha menos de 24 horas, então minhas chances eram maiores. Não podia engravidar, não depois de passar por tantos transtornos e dificuldades.

Enquanto esperava a hora de abrir, pensava nos últimos acontecimentos. Já que nossa relação evoluiu, era melhor procurar minha ginecologista e pedir anticoncepcional. Enquanto não volto com o remédio, o ideal era ter camisinhas na casa, mas eu não podia comprar com a menina por perto, então será responsabilidade dele.

Graças a Deus o dia passou rápido, porque eu não aguentava mais as náuseas e dores de cabeça. Com certeza eran os efeitos colaterais do remédio, fazer o quê? Fechei as portas e caminhamos até o ponto de ônibus, por sorte ele não demorou.

Entramos no apartamento e ela pegou a mochila da minha mão, arrastando até o quarto. Sentei no sofá e pensei que eu não estava em condições de cozinhar, me sentia tão cansada.

— Nashi, o que acha de comer pizza?

— 'Picha? Eu 'queio.

Peguei o celular e fiz o pedido. Enquanto a pizza não chegava, troquei nossas roupas por outras mais confortáveis. A campainha soou e eu peguei o dinheiro, mas ao abrir a porta, não era a pizza.

— Oh, Natsu?

— Oi… Posso entrar?

— Ué, pode. – dei espaço e ele entrou. 

Antes de fechar a porta, vi o entregador. Paguei, peguei o troco e a pizza. Fechei a porta e Natsu estava acomodado no sofá.

— Já 'iavei as m… Oh! – parou de falar.  — Papai. – correu e o abraçou. 

Ele a pegou no colo e deu um beijinho na bochecha gordinha. Tudo tinha voltado ao normal.

— Senta e vamos comer.

Ela andou até seu lugarzinho próximo a mesinha e esperou. Levei a caixa à cozinha e servi alguns pedaços no pratinho de plástico. 

— Você quer pizza? – perguntei.

— Não, eu quero conversar. – olhou a menina. — A sós.

Nossa, quanta seriedade. Será que ele se arrependeu? Não, não.

— 'Tá. Eu vou comer primeiro, tudo bem? – assentiu.

Me servi e sentei no sofá, observando o quão estranho ele estava. Terminei de comer e fomos conversar no quarto. Não fechei a porta, apenas deixei encostada.

— Então, o que foi? – perguntei.

— Mais cedo eu soube que minha mãe desmaiou e quando cheguei do trabalho, não aguentei e fui vê-la. Foi apenas um mal estar, nada grave. Vim direto 'pra cá, me senti tão mal por ter passado esse tempo com ela. – suspirou ao terminar.

— É isso? Você 'tava tão sério que eu achei que fosse me dizer que se arrependeu da noite.

— O quê?! De onde você tirou isso?

— Não importa. Por que você se sentiu assim? Ela foi má?

— Não, ela não disse nada sobre você ou Nashi, o que é estranho, depois de tudo o que houve. Na verdade, parecia até aquela Grandine de outros tempos.

— Não 'tô entendendo. Então por que você se sente mal? 

— Por ter estado lá e passado um bom momento junto com ela, mesmo depois de tudo o que aconteceu. Senti como se tivesse te traindo.

Eu ri.

— Que besteira. Olha, eu não considero traição, então pode ficar tranquilo. Sua mãe passou mal e você foi vê-la, só isso. Se fosse ao contrário, eu também iria. – dei de ombros.

— É diferente…

— Você deu corda quando ela falou mal de mim ou da Nashi? – negou. — Então. Você nos defendeu e eu agradeço. Aliás, se eu soubesse que sua mãe passou mal e você não foi vê-la por minha causa, eu teria ficado chateada. Essa visita deve ter feito muito bem a ela. Sabe, apesar dela ter agido de forma horrível, o amor que ela sente por você é inegável. As atitudes da sua mãe foram, e são, confusas e questionáveis, mas eu sou grata a ela.

— Grata por quê?

— Hum…? – droga, falei demais.

— Eu perguntei ao que você é grata?

— Por ela ter tido você.

Desculpa pela mentira, Natsu.

— Nossa, que brega, Lucy. – disse rindo. — O que seria de mim sem você? – me deu um selinho.

— Provavelmente nada. 

— Nenhum pouco convencida.

— Apenas realista. – ri e o beijei.

Subiu a mão pela minha coxa e eu a segurei.

— Nada disso. Tem gente vindo 'pra cá. – mal terminei de falar e Nashi abriu a porta.

— 'Queio mais 'picha!

— Eu também quero. – eu disse.

— Vamos ter que pedir outra, porque eu também quero. – ele riu alto.


Notas Finais


Quem pegar, pegou. Quem não pegou, tenta na próxima.

Obrigada pelos comentários!

✨Meus amores, todo mundo aqui já conhece minha outra fic, que é bem diferente dessa?✨

https://www.spiritfanfiction.com/historia/apenas-um-mes-ou-talvez-mais-17809826


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