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História A Mistura Perfeita - Capítulo 42


Escrita por: C_Mar_

Notas do Autor


~POV Natsu.

Boa leitura!

Capítulo 42 - Capítulo 42


Fanfic / Fanfiction A Mistura Perfeita - Capítulo 42

Nashi ainda suspirava e fungava. Lucy é tão má. Como ela teve coragem de fazer aquilo com uma criança?

— Papai, você sabia que meu 'anivesáio é no Natal?

— Eu sei.

— E o Natal 'tá chegando.

— Você sabe quando é?

— 'Xim! Mamãe me disse. É dia 25 de 'dezembo. É o dia do 'anivesáio do Jesus também.

— É verdade.

— O 'anivesáio da mamãe é antes. Eu 'dumo no 'deia e aí 'acodo no meu. – soltou uma risadinha. — Você sabia disso? 

— Sim.

— Você vai 'vim no meu 'anivesáio? – seus olhos estavam cheios de expectativas.

— Claro que sim! Não perderei por nada! – ela abriu um sorriso enorme.

— E no 'anivesáio da mamãe?

— Também.

— Obaaaa! 'Eia vai 'fica muito 'feiz! Você vai dá 'pesente?

— É segredo. – fez bico.

Ai meu Deus, que fofura.

— Eu 'sempe dou 'pesente 'pa mamãe.

— Qual presente você dá?

— É 'segedo. – soltou uma risadinha.

Vou morrer com toda essa fofura.

— Esse ano seremos nós três. – assentiu novamente, mas então negou.

— Você deve 'enconta o tio. – colocou a almofada no colo. — 'Eie deve 'vim dá o 'pesente 'deia e meu.

— Gray?

— Não, um 'outo tio. Como é o nome 'deie? É difícil. Hum… – pôs o dedo no queixo e olhou para cima. — Eu esqueci, mas 'eie veio e deu um 'pesente 'pa mamãe e um 'pa mim. 'Eia ficou tão 'feiz e 'abaçou 'eie assim. – abraçou forte a almofada e começou a rir. — E 'eia caiu em cima 'deie.

Oh, porra.

— Como caiu?

— Caindo, né, papai? – ela levantou com a almofada. — 'Eia 'abaçou assim e 'eie caiu 'pa 'tás. – se jogou e riu. — Mamãe caiu em cima 'deie.

— E o que mais?

— Hum… Depois 'eies 'ievantaiam 'indo e 'eia deu um beijo na bochecha 'deie e 'eie deu um beijo na testa 'deia. Foi tão 'engaçado! – não parava de rir.

Eu não estou vendo graça nenhuma. Quem era esse cara?

— Verdade, muito engraçado.

Ela cansou de conversar e pegou alguns brinquedos para brincar e enquanto isso, eu continuava remoendo o que ouvi. Quem era esse cara? Se ele caiu para trás, tenho duas opções: o homem é fraco ou Lucy se jogou com tudo nele. A segunda me desagrada tanto. Uma coisa que eu sei é que se ela o recebeu em casa, o abraçou e beijou na frente de Nashi, ele é especial de alguma forma. Quem era esse cara?

A tarde estava passando tranquilamente e eu evitei ao máximo pensar sobre o que Nashi me contou. Meu celular tocou e era Lucy avisando que estava chegando.

— Nashi? 

— O quê?

— Vamos à pracinha? Eu quero tomar sorvete.

— 'XIIM! – começou a pular.

A ajudei no banheiro, troquei sua roupa e peguei alguns brinquedos.

Ao chegarmos lá, não estava tão cheio quanto imaginei. Nashi saiu correndo e subiu no escorrega. Ela ficou brincando ali e eu apenas observando. Vi quando a menina sorriu e acenou, olhei o destino e era aquele menino. Minha pequena escorregou e correu até ele. Eles eram só sorrisos um para o outro.

Aproximei-me e o menino assustou-se quando parei atrás dela.

— Quem é esse, Nashi? É seu amiguinho?

— 'Xim! – ela envolveu o braço na cintura do moleque. Acho que meu coração até parou. — O nome 'deie é 'Iomeu.

— Romeu? – assentiu. — Oi.

— O-Olá, tio. – o garoto estava tão corado e não parava de olhar em volta. — A tia Lushi não veio? – brincou com a barra da camisa.

— Não, mamãe foi ao 'mecado. 

— Ah… – desanimou na hora.

O que é isso?

— Você 'queia 'faia com 'eia? – Nashi perguntou.

— Meu papai 'queiia.

— Seu papai pode 'faia com o meu papai. 

Ele cruzou os braços e fez bico.

— Acho que é só com a tia Lushi. Eu ouvi 'eie 'faia que 'eia é 'iegal, bonita e gosta muiiiiiito de 'faia com 'eia. Papai até disse que ia se 'aiuma mais 'cando a gente viesse aqui.

Hum… Que merda, hein. Eu não tenho um minuto de paz. 

— Mamãe é 'iegal mesmo! E bonita também!

— 'Eia é mesmo! Eu 'queia que 'eia fosse 'miia mamãe. – sorriu.

Que pegadinha é essa?

— Não pode! 'Miia mamãe é só 'miia! Você tem que 'tê a sua mamãe.

— Eu não 'teio mamãe.

— Ah… Hum… 'Agoia não sei. – cruzou os braços.

— ROMEU, VAMOS! – um homem o chamou.

— JÁ VOU, PAPAI! 'Chau, Nashi. 'Chau, tio. – se abraçaram e meu coração pulou uma batida, que ousadia desse moleque.

Olhei novamente para o pai de Romeu. Francamente, um homem daquela idade e ainda arrastando asa para Lucy. Esses velhos… 

— Nashi, v… – olhei para baixo e ela não estava mais ali.

Me virei rapidamente e vi que Nashi estava brincando… na lama. Ontem choveu e o que mais tem aqui agora são poças. Fiquei aliviado por ela estar ali, mas desesperado pela sujeira. Com tantos brinquedos, ela tinha que brincar na lama?

— Nashi, não saia mais de perto de mim, ok?! – assentiu. — Você vai brincar aí?

— Papai, você 'qué 'faze 'casteiio de 'iama comigo?

— Castelinho de lama? – assentiu. — Minha mão 'tá doendo. – desanimou, mas logo sorriu. — Vou sentar ali no banco e te ver. Sei que será um castelo muito bonito. – assentiu sorrindo.

Nashi que me desculpe, mas não quero brincar na lama e me sujar. 

Olhei em volta e havia uma menina parada perto dos balanços. Aquela garotinha me chamou atenção, pois parecia estar sozinha e ela me era familiar.

— Papai! – correu até mim. — 'Oia, fiz 'boio de 'chocoiate. – sorriu e me mostrou uma bolinho de lama.

— Nossa, você tem talento e parece muito gostoso. – assentiu e voltou ao lugar anterior.

Meu Pai, Nashi está toda suja, até na testa tem lama. Suspirei ao imaginar o trabalho que terei para tirar essa sujeira de seu cabelo.

Voltei minha atenção a outra menina e eu vi que tinha razão, ela estava sozinha. A garotinha parecia ter uns 4 ou 5 anos. Levantei e aproximei-me dela.

— Oi.

— Oi.

— Você 'tá sozinha? – assentiu. — Cadê seus pais?

— E-Eu não sei. – fungou. – Me 'pedi da mamãe.

Baguncei seus fios brancos e pensei um pouco.

— Quer brincar no balanço? Eu te empurro e daqui a pouco seus pais estarão aqui. – ela me olhou e assentiu. Olhei para trás e Nashi nos olhava, sorri. — Qual é seu nome, princesa?

— Angel.

— Anjo? – sorriu e assentiu. — Uma princesa e também um anjo. Que fofo. – corou.

Senti um leve impacto na perna e quando olhei, era Nashi a abraçando. 

Angel sentou no balanço e eu a empurrei.

— Oh, Nashi. Terminou o castelo?

— 'Xim. – me encarou. — Eu 'queio 'coio.

— Agora? – assentiu. — Mas você não 'tava brincando? – novamente.

— 'Xim, mas 'agoia eu 'queio 'coio.

Ela segurou minha mão livre e tentou me puxar. Eu não queria me sujar de lama e agora estou sujo. Continuava empurrando Angel de vez em quando, enquanto Nashi puxava minha mão.

— O que foi?

— 'Binca comigo na 'iama.

— Mas você não terminou?

— Não, eu 'queio 'binca 'iá com você. – seus olhos encheram e eu não entendi nada. — 'Q-Queio 'faze 'boio junto.

— ANGEL! 

— MAMÃE!

Segurei o balanço, a menina desceu e correu até a mulher. Agora está explicado o porquê de eu achar a menina tão familiar. É filha de uma ex-namorada minha, Lisanna. Ela aproximou-se e sorriu.

— Natsu! Muito tempo que não te vejo. – disse sorrindo. — Tudo bem? – assenti. — Muito obrigada! Essa menina ainda vai me deixar sem cabelos. – riu.

— Eu 'tô ótimo e você? Sei bem como são essas meninas! – ri. — E não precisa agradecer.

Conversamos um pouquinho e ela se foi. Angel ficou acenando durante um bom tempo e eu acenava de volta. 

Me virei sorridente para Nashi e ela tinha um bico enorme nos lábios. Me deu as costas e seguiu para onde brincava antes, mas parou no meio do caminho. Abaixou e abraçou os joelhos. Aproximei-me vi que a menina chorava.

— O que foi?

— M-Meu 'casteiio caiu! – apontou e não havia nada ali.

— Pox…

— Eu 'queio 'i 'emboia! – começou a chorar alto. — E-Eu 'queio 'miia mamãe! 

Fui pego de surpresa por esse pedido.

— Quer tomar um sorvete? – fungou e negou. — Nem de chocolate? – fungou e assentiu.

Tomamos o sorvete, mas mesmo assim, Nashi continuou emburrada e pedindo por Lucy. Poxa, esse castelinho era realmente importante para ela.

Voltamos ao apartamento e a loira ainda não havia chegado. Que estranho, ela disse que estava próxima e por isso mesmo saí. Será que está tudo bem? 

— Mamãe ainda não voltou do 'mecado? – assenti. — 'iga 'pa 'eia. – fingi ligar e disse que não atendeu. — 'Queio 'toma 'baio.

Foi difícil tirar toda aquela lama do cabelo, mas depois de uma luta, consegui. A sequei, vesti e penteei seus fios.

— Quer ver desenho?

— Não, eu vou 'domi na cama. – simplesmente disse e entrou no quarto.

Que coisa estranha.

Depois de alguns minutos, entrei no cômodo e ela estava mesmo dormindo.

Assistia televisão quando ouvi o barulho da porta. Lucy entrou e passou direto para a cozinha, colocando as bolsas nos armários.

— Cadê minha filha? – perguntou.

— Dormindo.

— A tarde deve ter sido agitada. – disse rindo e assenti.

— Você disse que 'tava chegando. Fiquei preocupado. – falei.

— Eu fui à farmácia do outro lado e por isso demorei.

Sentou ao meu lado e eu segurei seu rosto, nariz e olhos vermelhos.

— Você chorou?

— Não.

— Do outro lado… Encontrou meus pais?

Ela abriu a boca para falar, mas foi interrompida.

— Mamãe... – Nashi veio arrastando os pés e coçando os olhinhos.

Lucy pegou a menina e a trouxe para seu colo. Nashi me olhou, fez bico e desviou o olhar, apertando mais o abraço na mãe. Ué?

— E como foi na praça, filha?

— 'Iegal… – ué?

— Aconteceu alguma coisa?

— Não… – ué?

Lucy me olhou interrogativa e eu dei de ombros, realmente não estava entendendo aquela atitude. Duas coisas para me preocupar: Lucy chorando e Nashi estranha.

— Já que 'tá tudo certo, vou tomar banho. – ela sabia que não estava certo.

Sentou a menina no sofá e levantou, indo em direção ao banheiro. Luce está muito enganada se pensa que vou esquecer desse assunto que foi interrompido.

— Você 'tá com fome? – perguntei.

— Não…

Ainda não sei lidar com Nashi quando ela fica assim. É bem filha da Lucy mesmo, se fecha e eu preciso adivinhar o que aconteceu.

O silêncio tomou conta do local e não importava o que eu falasse, ela era monossilábica nas respostas. Depois de alguns minutos, a menina me olhou e desceu do sofá, indo em direção ao banheiro. Esperei um tempinho e fui atrás. Precisava descobrir o que estava acontecendo e obviamente, ouvi escondido. Elas estavam no quarto e para minha sorte, a porta estava entreaberta.

—… e então 'eie disse que a mão 'deie 'tava machucada e não podia 'binca comigo, mas aí 'eie foi 'iá e 'bincou com 'eia.

É sobre isso?

— Ele não brincou com você?

— Não.

— Vai ver que a mão dele 'tava doendo muito.

— A mão 'deie não 'tava doendo 'pa 'binca com 'eia.

Ah, que burro. Eu nem me liguei na hora.

— Vai ver que melhorou.

— E 'eie ainda chamou 'eia de "'pincesa" e "anjo". Eu ouvi!

— Tem certeza?

— 'Xim! Cheguei 'peto e ouvi. E depois 'eie me chamou de "Nashi". Só 'eia é "'pincesa" e "anjo"… 'Aqueia boba! Boba!

Oh, é a primeira vez que a vejo se referir assim a alguém.

— Quem era?

— A Angel! – afinou a voz.

Eu quase ri.

— Agora 'tá explicado.

O que está explicado?

— Mamãe, 'po que eu não sou mais uma 'pincesa?

— Claro que você é uma princesa. A mais linda desse universo. – a menina riu.

— Aí a mamãe 'deia chegou e 'eie nem 'igou mais 'pa mim. Ficou muito tempo 'faiando com 'eia e nem me 'oiou.

— Não te olhou e ficou conversando?

Por favor, filha.

— 'Xim!

Poxa, filha.

— Huum… A mãe dela, é? Huuum…

— Aí meu 'casteiio caiu. – parecia chateada.

— Quando a gente for lá, eu vou te ajudar a fazer um castelo bem grande. Então não fica assim.

— 'Tá!

— E bolo de chocolate.

— Obaa! Eu fiz 'boio, mas o papai não 'igou. – fungou. — 'Eie nem pegou.

— É porque seu pai ainda precisa aprender algumas coisinhas.

Voltei ao outro cômodo e esperei até elas aparecerem. Lucy me olhou e soltou uma risadinha. Nashi subiu no sofá e mexeu os pezinhos.

— Quer assistir desenho, princesa? – ela virou a cabeça tão rápido, fiquei com medo dela quebrar o pescoço. — O quê?

— Nada… – disse sorrindo. — Eu 'queio 'vê 'deseio, 'Nashu.

Olhei desesperado para Lucy e ela deu de ombros. Faz tempo que não ouço isso.

— Sabe, filha, eu 'tava pensando, o que você acha de outro dia irmos à praça e brincarmos no balanço?

— 'Séio? – assenti. — Obaa! – sentou no meu colo e me deu um beijo na bochecha. — Eu 'queio, 'Nashu. – ela está fazendo de propósito e eu não posso reclamar.

Depois de um tempo, levantei e sentei na banqueta, ao lado de Lucy, que estava jantando.

— Você ouviu? 'Nashu… É de propósito, né? – assentiu. — Mas ela 'tá mais animada.

— Que coisa, né? Você sabia exatamente o que dizer, parece até que ouviu nossa conversa. – disse rindo.

Ela sabe que ouvi atrás da porta. Que vergonha.

— Nashi consegue ser bem ciumenta e eu nem percebi, mas agora parece óbvio.

— Pois é. Ela é muito ciumenta, crianças são assim e ainda é sua filha. – riu. — Ela me contou que você falou com o Romeu hoje.

— Aquele moleque… Eles se abraçaram, sabia? 

Ela inclinou-se e sussurrou apenas para que eu ouvisse.

— Ela já deu um beijo na bochecha dele.

Se eu não estivesse sentado, certeza que cairia.

— Quando?

— Um dia desses. Ele pegou a bola dela e ela deu um beijinho de agradecimento. – eu estava horrorizado com a naturalidade que ela falava.

— Isso não 'tá certo! Ela é um bebê, não pode sair beijando e abraçando um menino. Palhaçada! – encarei Lucy que abaixou a cabeça rindo. — Aliás, o que é aquele velho dando em cima de você?

— Q-Que velho? – ainda ria.

— O pai do Romeu.

— O senhor Macao? – dei de ombros. — 'Tá maluco?! O homem tem idade 'pra ser meu pai.

— Avô, né? Pelo visto 'pra ele isso não importa.

— Pai, Natsu, não exagera e também, nada a ver isso. – levou o prato. 

Lucy é desse jeito desde nova. Ela não percebe quando tem alguém dando em cima dela. Até percebe, mas não sempre. Como se fosse difícil interessar-se por essa mulher.

A loira passou por mim, indo em direção ao quarto. Fui atrás, entrei e fechei a porta.

— Bom, pode falar sobre o encontro com meus pais. – me olhou surpresa. — Sério que você achou que eu tinha esquecido? – e tinha mesmo. — Você não sairá daqui até me contar o que houve entre vocês.


Notas Finais


Crianças ciumentas kkkkkkkkkkkk

Viram que Nashi é brava, né? Chamou a menina de boba. E de quebra, ainda se queixou do comportamento do pai pra mãe.

Obrigada pelos comentários! ^^
Olá novos favoritos!


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