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História A Mulher que ela Ama Odiar - Festa


Escrita por: QueenShipper

Notas do Autor


Olá Pessoas !!!
Mais um cap pra vocês,
vamos ver o que vai rolar kkk

Capítulo 11 - Festa


Fanfic / Fanfiction A Mulher que ela Ama Odiar - Festa

Regina se vestiu para o jantar com todo o cuidado. Nem todas as mulheres podiam vestir roupas douradas, mas ela podia. Um dourado opaco, não brilhante, a seda da cor de ouro velho, com a bainha na altura dos joelhos. Era um vestido simples e estonteante. Ela prendeu os cabelos em um coque, usou as pérolas da avó no pescoço e brincos de pingentes. Sentia-se pronta para enfrentar qualquer coisa que a família e os cole­gas de trabalho de Emma jogassem em cima dela. Regina pegou o casaco, um modelo Chanel vintage, de veludo preto. Assim como as pérolas, o casaco também pertenceu à avó.

Poderiam culpá-la por muita coisa naquela noite, e prova­velmente era o que fariam. Mas não seria acusada de estar ves­tida inapropriadamente.

Emma não estava no quarto. Já se aprontara. Ela passara boa parte da tarde examinando os papéis que Elsa lhe levara, dando e recebendo telefonemas. Regina a deixou em paz, pegou seu bloco de desenho e saiu para o jardim de Emma. Precisava de um tempo para si mesma, um tempo longe da realidade.

Emma a chamou por volta das 17h e já eram quase 18h. Emma não parecia nervosa.

— Eu estou parecendo nervosa? — perguntou Regina em voz alta.

— Não — respondeu a loira.

— Que bom. — Era difícil de acreditar, mas era bom.

— Você está estonteante, Regina.

— Obrigada. — O olhar de Emma lhe deu confiança. Isso a fez sorrir. — Vamos?

— Acho que é melhor mesmo irmos logo — falou Emma com a voz rouca. — Caso contrário, vamos acabar não indo.

A noite começou bem. Com drinques no bar do hotel elegante onde alguns dos gerentes de Emma estavam hospedados. Mais tarde passariam para o restaurante do hotel, porém por enquanto ainda estavam todos se cumprimentando, com Emma fazendo as apresentações e Regina se esforçando ao máximo para lembrar os nomes.

O fato de que todos pareciam se conhecer não ajudava mui­to. Assim como não ajudava que todos os executivos quises­sem conversar com Emma. Ela, ao que parecia, estava empe­nhada em centralizar os processos que eram comuns a todos os negócios individuais.

— Vou andar um pouco por aí — murmurou Regina, quando um cavalheiro grisalho que estivera falando sem parar com Emma finalmente fez uma pausa para respirar. “Andar um pouco por aí”... Como se isso fosse a coisa mais fácil de fazer.

Emma encarou-a com preocupação e olhou ao redor.

— Não vamos demorar a passar para o restaurante. Estamos só esperando mais algumas pessoas.

Regina também examinou as pessoas ao redor. Elsa não estava à vista, nem Ingrid Swan. Emma havia telefonado para a mãe naquela manhã e lhe contou que levaria Regina ao jantar.

Talvez Ingrid tivesse decidido simplesmente boicotar o evento.

A emoção predominante em Regina em relação a isso era um profundo alívio.

Ela colocou um sorriso confiante no rosto e se afastou da proteção de Emma, para se aventurar sozinha pelo bar cheio de estranhos. Fora isso o que prometeu a si mesma que faria. Es­colheria uma máscara, qualquer máscara e se esforçaria para se ambientar.

As pessoas mais próximas dela eram um grupo de esposas de empresários, que deviam ter pouco mais de 50 anos. Quatro delas estavam juntas, conversando cordialmente. Regina perce­beu seus olhares, se encaminhou na direção delas e viu quando as mulheres se afastaram discretamente.

Ela tentou outro trio de esposas. Essas era mais jovens, menos experientes naquele jogo social. Elas ainda trocaram alguns comentários sobre o tempo antes que uma das mulheres percebesse o marido acenando e outra descobrisse que perdera a bolsa. Essa saiu com a amiga para tentar achar a bolsa, dei­xando Regina sozinha.

Então Elsa chegou de braços dados com uma mulher de olhos duros e rosto anguloso. E tudo ficou muito pior.

A mulher se encaminhou na direção de Emma e Elsa foi se juntar ao grupo de mulheres mais próximo, o das mais ve­lhas, que conheciam bem aquele jogo. Elas a cumprimentaram como a uma filha e Elsa Swan deixou que fizessem isso.

Regina se encaminhou para o bar e pediu apenas um refri­gerante. Ela endireitou os ombros, virou-se e examinou mais uma vez os executivos que trabalhavam para Emma e suas acompanhantes, procurando um modo de se enturmar. Havia uma mulher elegante, mas em adiantado estado de gravidez, sentada sozinha e observando as pessoas com interesse, mas Regina não se aproximou dela. A mulher parecia estar precisan­do descansar e não conseguiria fazer isso se Regina se aproximasse e ela achasse que precisava se levantar e se afastar.

Regina optou por se aproximar de dois homens, escolhendo-os de propósito, porque tinham em torno de 40 anos e não haviam levado acompanhantes. As mulheres logo ficavam na defensi­va quando Regina se aproximava de seus maridos ou namorados. Algumas se tornavam imediatamente hostis. Sempre.

Os dois homens foram agradáveis. Gostaram do que viam. Um era mais educado que o outro. Menos inclinado a ficar encarando-a.

— Você está aqui com... Com quem mesmo? — perguntou o mais educado.

— Com Emma.

O homem assentiu. Ele tinha olhos sorridentes e absolu­tamente nenhum interesse sexual em Regina. Talvez houvesse feito a pergunta por causa do amigo que, por sinal, imediata­mente se lembrou de suas boas maneiras.

A conversa fluiu tranquilamente. Eles lhe perguntaram onde ela trabalhava e Regina lhes contou. Falaram sobre Tolkien, sobre filmes e sobre jogos de batalha. Logo mais alguns homens se juntaram ao grupo e a conversa seguiu animada.

Depois de algum tempo, Regina ficou em silêncio e deixou os outros levarem a conversa. Ela não precisava ser o centro das atenções em um círculo de homens. Não queria ser o centro das atenções em um círculo de homens. Só precisava de um grupo onde ficar, um grupo de pessoas que não se afastasse ao vê-la.

Regina deu um gole no refrigerante e olhou ao redor para ver onde estava Emma.

Logo a viu perto da porta, de costas para ela, concentrada em uma conversa com Elsa e com a mulher de olhos frios.

Regina desejou que outra mulher se juntasse ao grupo em que estava, mas isso não aconteceu.

Elas ficavam apenas observando, com diferentes graus de hostilidade no olhar.

Por fim, pediu licença da conversa e perguntou ao barman onde ficavam os toaletes.

— Saindo pela porta, vire à direita.

— Muito obrigado.

— Provavelmente são falsas — disse uma mulher, levando a mão às próprias pérolas quando Regina passou.

— Provavelmente é uma vaca — respondeu Regina, e conti­nuou andando.

Ela estava saindo do salão e encontrou Emma, que estava prestes a entrar.

— Já vamos jantar — disse ela, quando a viu. — Preciso ape­nas fazer algumas mudanças na disposição dos lugares à mesa.

— Sua mãe não virá — disse Regina. — Quem mais não virá?

— Ninguém. Você está indo muito bem, Morena. Obrigado por me dar espaço para conversar sobre negócios.

Regina a brindou com um sorriso cheio de uma confiança que ela estava longe de sentir.

Emma se inclinou e lhe deu um beijo cheio de promessas do que estava por vir.

— Vá — disse Regina, antes que acabasse encurralando-a em um canto. — Vá fazer negócios.

Ela foi na direção dos toaletes. O corredor estreito que leva­va a eles não estava vazio. Um dos gerentes de setor de Emma, um homem mais velho, vinha na direção dela, sorrindo com simpatia.

— Mas que beleza! — disse ele. — Você deve ser a namorada da Emma. — O homem parou diante dela e estendeu a mão. — Rufus Edwards.

Ele tinha mãos pegajosas.

E também era uma dessas pessoas que costumava segurar a mão de uma mulher com as duas mãos.

— Conheço a sua mãe, por isso logo a reconheci — disse Ru­fus, em voz baixa. — Uma linda mulher, a sua mãe. Fabulosa. Era uma pena que Gold não fosse do tipo que compartilhasse o que era dele.

Regina queria muito que ele soltasse sua mão.

— Mas creio que você logo irá descobrir que a jovem Emma é muito menos constante em suas atenções do que o pai foi — continuou o homem em voz afável. — Os jovens de hoje são mesmo muito inconstantes.

— Gostaria que soltasse a minha mão, por favor, Sr. Edwards — disse Regina, entre os dentes. — Agora.

O sorriso de Rufus ficou mais largo, mas ele fez o que ela pedira.

— Se me permite acrescentar — murmurou ele —, esse não é o jeito de falar com um cliente em potencial.

— Você não é um cliente em potencial, velho. Não pode me comprar. Por sinal, diga-me... — Regina se inclinou mais na dire­ção dele, falando baixo —... Qual daquelas ali é sua esposa? Eu adoraria encontrá-la.

Rufus desapareceu rapidamente.

Regina encontrou o toalete e foi direto até a pia. Sabão pre­cisava de sabão para lavar as mãos, para limpá-las do toque desagradável de Rufus Edwards e das palavras feias que ele dissera.

Emma achava que ela estava se adaptando bem ao seu mundo. Regina não concordava.

Ela deixou as mãos sob a água para tirar o sabão. Então, ainda com as mãos dentro da pia, fechou os olhos e desejou estar de volta a Boston, a seu apartamentinho com vista insignificante e seus desenhos amigos empapelando as pare­des. Não precisava daquele tipo de pessoa em sua vida, do tipo que não se importa em destruir os outros para subir na vida.

— Você consegue — sussurrou Regina, mas não havia muita convicção em sua voz. — Prometeu que daria o melhor de si.

O som da porta de um dos cubículos se abrindo atrás dela fez com que abrisse os olhos assustada. Seu olhar encontrou o da outra mulher no espelho. Uma mulher de cabelos negros sedosos, caprichosamente arrumados para emoldurar um rosto que já fora tão familiar a Regina quanto o dela mesma. Elsa, com diamantes nas orelhas e usando um vestido azul. Elsa, com os olhos vermelhos de chorar.

— Por que ela? — perguntou ela, em uma voz amarga e soluçante. — Você poderia ter tido quem quisesse. Bastaria estalar os dedos. Não poderia ao menos ter ficado longe da Emma?

— Acha mesmo que eu não tentei? — perguntou Regina. — Acha mesmo que eu queria me apaixonar por uma mulher que me tra­ria de volta a isto? A uma sala cheia de pessoas que me conside­ram uma vagabunda, e a você, que me odeia a mais tempo do que eu consigo me lembrar por uma coisa que nunca foi culpa minha? O que eu lhe fiz, Elsa? — Era um grito desesperado que fez as duas voltarem no tempo e que trouxe novas lágrimas aos olhos de Elsa. — O que eu lhe fiz de mal?

— Eu tive que escolher — retrucou furiosa, a mulher com lágrimas nos olhos do outro lado do espelho. — Ela me foz es­colher, e agora está me fazendo escolher de novo. Porque Emma pousou os olhos em você e você devolveu o olhar. Não poderia simplesmente ter ido embora e não olhado para trás?

— Eu tentei — retrucou Regina. — Elsa, eu tentei, mas Emma veio atrás de mim. E ela me faz bem, assim como eu faço bem para ela. O que temos juntas é tão forte e tão intenso... Me cega, Elsa. Cega a nós duas. Tudo o que pedimos é uma chance para explorar o que há entre nós. Será que é pedir muito? Não sou uma má pessoa. Você me conhece. Sou mesmo tão errada para ela?

— Você não tem ideia do que está enfrentando — disse Elsa, ainda chorando. — Não restou nada de bom dentro da minha mãe, Regina. Nada além de amargura e ódio. Você não imagina a facilidade que ela tem para odiar alguém. Isso é con­sequência de ter sido deixada em último lugar na lista de afetos do meu pai, atrás da preciosa empresa dele, da preciosa Cora e de muitas outras coisas. É consequência de anos e anos sendo alvo dos comentários daquelas bruxas presunçosas lá fora, que não perdiam uma oportunidade para jogar na cara da mamãe que ela não conseguia satisfazer o marido. Você acha que está tendo uma noite ruim com elas? Acha que é o pior que vai ter que aguentar? Porque não é. Vai ficar pior, muito pior, e você já está se escondendo no banheiro.

— Você também veio se esconder aqui — disse Regina, em voz baixa. — Por que está se escondendo? Afinal, não está conse­guindo exatamente o que queria? Me ver crucificada lá fora?

— Emma não lhe contou, não é? Você não tem nem ideia do que está realmente acontecendo esta noite. Está ocupada demais se preocupando com o que as pessoas pensam de você — disse Elsa, dando uma risada fria, que ecoou nos ladrilhos. — Pois bem, deixe-me esclarecê-la um pouco. Emma está lá fora esta noite lutando para manter o controle da empresa, Regina. Minha mãe está levantando um voto de desconfiança contra ela. Emma está arriscando tudo pelo que trabalhou. E destruindo a nossa família. Por você.


Notas Finais


Discussãozinha básica no banheiro tinha que ter né rsrs
Gostaram??


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