Emma, Elsa e Ruby conseguiram terminar o relatório trimestral bem cedo na manhã de domingo. Alguns telefonemas foram dados e um plano estratégico de negócios foi montado. As 19h15 da noite Emma desligou o telefone e desabou na cama. Ruby e Elsa haviam ficado até o fim, porque Emma queria que Elsa estivesse plenamente informada sobre todos os aspectos que envolviam o comando da empresa.
Ela não perguntara à irmã a quem ela daria seu voto. E Elsa também não dissera.
A única coisa que ela disse, antes de sair, fora que ela deveria conversar com a mãe sobre seus sentimentos.
As palavras de Elsa ficaram na cabeça de Emma e, por fim, ela pegou o telefone e ligou para a casa da mãe. Como Ingrid não atendeu, ela lhe deixou uma mensagem.
— Mamãe, é Emma. Só quero dizer que sei que está magoada e que lamento que, com a morte do papai, você não tenha conseguido seguir em frente com a sua vida. Perdoar e esquecer.
Emma respirou fundo.
— Não vou desistir da Regina por sua causa. Não sou o papai. Sou filha dele e finalmente encontrei uma mulher que amo. Acho que mereço mais do que um ultimato da sua parte. Você sequer deu uma chance a Regina. É isso o que mais me magoa. Mas finalmente parei de me importar com o que você sente. Pode encarar isto como um aviso.
Como não restava mais nada a dizer, ela desligou.
Emma ligou para Regina logo depois, mas ela também não atendeu ao telefone. As palavras que haviam trocado na noite anterior calaram fundo nela. Achava que tinha algumas respostas para ela, mas não todas. E também precisava se deseulpar, mas não sabia por onde começar.
— Oi — murmurou Emma para a secretária eletrônica. — Viramos a noite trabalhando, ontem, e continuamos pelo dia de hoje, mas o relatório está terminado, assim como um plano estratégico de negócios. A reunião do conselho executivo será amanhã e, comigo ou sem mim, a Swan Holdings ficará bem. Você parecia preocupada com isso e só queria que soubesse que não há necessidade disso.
Ela achou que tinha ido bem até ali. Então continuou.
— Você me acusou de não ouvir as pessoas a meu redor e de forçar você a enfrentar uma situação para a qual não estava preparada. Sinto muito por isso. Estou disposta a ouvir agora, portanto, se tiver mais alguma coisa a dizer... Estou ouvindo.
Emma fez uma pausa, sentindo-se triste e exausta.
— Você me acusou de ser dura e, até certo ponto, está certa. Estou, sim, sendo dura ao não deixar que a amargura e o ódio da minha mãe ditem as regras da minha vida. E não vou me desculpar por isso. Mas não sou sempre implacável e nem de longe tão egoísta quanto meu pai. Deus, você me magoou, morena, quando disse que olhava para mim e o via. Porque passei a maior parte da minha vida fazendo o possível para não ser como ele.
O que mais poderia dizer para a mulher que conquistara seu coração?
— Não desisti de nós. Não posso. Ainda não. Fico lembrando do tempo que passamos juntas e sei que você não estava brincando comigo. Sei que sente alguma coisa por mim. E ainda há a questão da confiança. Você sabe o quanto é difícil para uma pessoa na minha posição confiar em alguém? Até mesmo na família? Sabe há quanto tempo eu busco uma mulher em quem possa confiar? Acho que agora a encontrei, Morena. Em você.
Emma precisava dormir. Sabia que suas palavras começavam a não fazer sentido.
— Gostaria que você não tivesse ido embora. Sei o quanto pode ser obstinada. Vi isso na montanha. — Um tremor a percorreu e seu corpo finalmente se rendeu ao desespero. — Por que fugiu?
Emma desligou, deixou o telefone no chão e dormiu o sono dos inocentes e dos malditos.
Na manhã de segunda-feira, Emma assumiu seu lugar na cabeceira da mesa do conselho executivo aparentando uma calma que estava longe de sentir. Não estava confiante em relação ao relatório trimestral, nem em relação ao plano estratégico de negócios. Mas estava aberta à negociação em alguns pontos.
Agora não havia mais nada a fazer além de declarar a reunião aberta e ver o que aconteceria.
A moção de censura de Ingrid foi proposta assim que o relatório trimestral foi abordado. Ela logo ressaltou o prejuízo com a avalanche e o baixo valor do seguro da estação de esqui.
Ingrid também apontou vários outros problemas que Emma nem imaginava que ela poderia estar a par. E não olhou para a filha nem uma vez.
— Eu custo a acreditar Ingrid — argumentou Ruby, que você esteja imputando os custos com a avalanche a uma inabilidade de Emma em gerir a Swan Holdings. Você sabe tão bem quanto eu quem foi que assinou a apólice de seguro da Estação.
— Gold estava doente — retrucou Ingrid, seca. — Emma deveria ter checado isso.
— Eu até concordaria com você — falou Ruby — se Gold houvesse permitido isso. Emma só assumiu o controle da Swan Holdings depois da morte do Gold.
Rufus apoiou a moção de Ingrid.
Ruby fechou os olhos.
— Elsa? — Ingrid chamou com a voz severa e, por um momento, Elsa pareceu se render. Não importava o que acontecesse, Emma disse a si mesma. A empresa ainda estaria a salvo, apesar das maquinações da mãe.
O olhar dela encontrou o da irmã, torturada, e Emma deu de ombros discretamente. Prometera a si mesma que não se aborreceria. As pessoas faziam escolhas, era assim mesmo. E tinham que viver com essas escolhas. Ela mesmo fizera isso ao cortar a mãe de sua vida.
— Elsa — disse a mãe novamente. Dessa vez Elsa respondeu.
— Você nem sequer olhou para o plano estratégico que Emma lhe mandou ontem, não é, mamãe? — disse ela em uma voz sem expressão. — Não se importa com o que vai acontecer com a empresa. Tudo o que quer é punir Emma porque ela não desistiu da Regina Mills.
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