1. Spirit Fanfics >
  2. A Neko In My Life >
  3. Se Arrependimento Matasse...

História A Neko In My Life - Se Arrependimento Matasse...


Escrita por: Senhorita_Im

Notas do Autor


Olha quem voltou! Podem dizer, nem demorei taaanto dessa vez.

Não tenho muito o que dizer aqui em cima, mas leiam as notas finas, coisinhas.

Perdoa os erros e boa leitura!

Capítulo 18 - Se Arrependimento Matasse...


- POV. JB -

 

– Desisto! – Jackson hyung estava uma pilha de nervosos. Parece que ele tinha mandado várias mensagens ao Jae e todas elas foram ignoradas com sucesso. Isso tirando o fato de todas as ligações não atendidas.

– Amor, deixa isso pra lá, huh? – Bambam deitou sobre o corpo atirado do mais velho no sofá, deixando alguns beijos no queixo dele. – Não podemos tirar nenhuma conclusão precipitada. Às vezes o Kim só queria levar o Youngjae para conversar melhor. Quem sabe até arrumar uma maneira de se desculpar com o Jaebum?

Quase revirei os olhos. Duvidava muito que aquele tapado tramaria toda essas desculpas para tirar meu hyung favorito daqui em uma forma de me pedir desculpas.

– Vai nessa. – Jackson murmurou, abraçando o corpo sobre o seu. – Eu queria, pelo menos, avisar aquele idiota a ficar atento. Mesmo não parecendo, Kim Yugyeom é mais esperto do que imaginam.

– Até ontem você não via a hora do Jae dormir com ele.

– Bambam! – o mais velho o repreendeu, logo levando seu olhar até mim. Talvez eu tenha fechado ainda mais a cara com aquele comentário.

– Isso são águas passadas, Bummie. – Bam hyung se levantou e sentou-se ao meu lado, afagando meus cabelos. – Agora sabendo quem realmente nasceu para gostar, cuidar e amar Choi Youngjae. – o olhei ao tempo que ele esbanjava um sorriso. – Você fará todas essas coisas muito bem, tenho certeza.

– Obrigado por acreditar nisso. – agradeci baixo.

O meu maior desejo era poder dar o máximo de carinho ao Youngjae hyung. Carinho esse que lhe foi negado durante anos. Lembro-me de sempre ouvir seus desabafos e de como me sentia mal em não poder me comunicar com ele e dizer que tudo ficaria bem. Era praticamente uma agonia.

E agora que posso, que entendo muito mais sobre essa língua, sobre seus costumes, sentimentos, demonstrações, contatos... Agora sentia que podia fazer isso. Que podia externar todos os meus desejos a ele. Mas quando pensamos que tudo está bem, acontece algo e quando menos esperamos, tudo sai do controle.

Talvez seja meu sexto sentido gritando ou apenas cisma com aquele tapado, mas coisa boa não vai vir.

– Saindo desse assunto depressivo, – Bambam tornou a falar. – como foi a consulta? Vejo que não está usando mais usar aquela bota – ele parecia meio animado, talvez se forçando a mudar aquele clima da casa.

– Foi normal, eu acho – cocei a cabeça, sem muito ter o que dizer. – Ah! Eu conheci um garoto lá. O nome dele é Lee Minhyuk. O irmão dele é um pé no saco, mas ele é bem legal. – disse igualmente animado, não entendo muito bem os sorrisos estranhos dos dois. – O quê?

– Você... – Jackson hyung se levantou, sentando do meu outro lado no sofá – disse que conheceu um garoto? É isso?

– Sim – concordei ainda sem entender.

– E como ele é? – Bambam quis saber, sempre acompanhado daquele sorrisinho.

– Bem... Ele é como todo mundo.

– Nós sabemos, Jaebum – Jackson deu um fraco tapa em minha testa, me fazendo resmungar. – Queremos saber como ele te tratou. Se é legal, quantos anos, essas coisas.

– Ah, sim – parei para pensar por um momento. – Minhyuk foi super legal comigo. Ele é bem animado, me contou um monte de coisa sobre ele. Até sugeriu que eu estudasse na mesma...

– Mesma...? – Bambam incentivou, meio expectante.

– Mesma... Hum... – como dizia mesmo?

– Escola? – Jackson completou pensativo.

– Isso! Escola. Mas, acho que o hyung não gostou da ideia. Na verdade o hyung não parecia muito feliz enquanto Minhyuk falava comigo. – os dois ao meu lado trocaram alguns olhares quando parei de falar.

– JB. Por um acaso o Youngjae ficou com ciúme de vocês? – mordi o lábio inferior com a dúvida de Jackson hyung. Seria uma boa dizer a verdade?

– Hum... Talvez? – totalmente inserto respondi, logo me arrependendo. O mais velho parecia radiante, como se tivesse ouvido a melhor coisa de sua vida.

– Jaebum, qual o nome da escola?

**

- POV. YOUNGJAE -

Mal havia chegado na casa do Kim e já queria sair correndo de volta para a minha. Não é que eu tiveste adquirido algum tipo de repulsa por ele, nem era para tanto também. Era apenas... Não sei, estranho. Ficar praticamente sozinho com o cara que eu idolatrei por meses a fio era bem estranho.

Deixei minha bolsa sobre o enorme sofá que tomava metade do espaço daquela ampla sala, ficando próximo do mesmo. Aquela casa tinha um clima tranquilo, a decoração incrivelmente moderna, cores claras, atmosfera leve. Não conseguia associar bem a personalidade de Yugyeom com aquele ambiente. Será que ele morava com alguém...? Mas é claro que não! Se isso fosse verdade por que pediria minha ajuda?

Cocei a nuca meio incomodado e olhei ao redor, notando estar momentaneamente sozinho ali. Meu pé batia incessantemente no chão, os braços cruzados no peito e a mente borbulhando em súplica para eu sair vazado dali.

Mas meio que seria uma mancada, né?

– Desculpa demorar, hyung – ouvi a voz de Yugyeom e me virei para olhá-lo. As mangas da camisa social que ele vestia estavam dobradas e alguns botões da mesma desabotoados. Seria muito feio dizer que não me afetei com a imagem? – o Hun acabou adormecendo e achei melhor levá-lo logo para o quarto.

– Ah, sim... Nós deveríamos medir a temperatura dele pelo menos – coloquei as mãos nos bolsos da jaqueta, sem saber onde enfia-las – Sabe... Só pra ter certeza de que ele está bem.

– Concordo – ele sorriu, entrando em uns corredores logo depois. Como estava lá justamente para ajudá-lo, decidi por o seguir.

Aquela casa era imensa. Haviam tantos corredores e portas que vez ou outra esquecia até meu nome. E rapidamente já estávamos no quarto da criança, tendo Yugyeom a inserir delicadamente o objeto na axila do sobrinho e eu, como um bom observador, a olhar todos os cantos do quarto.

Era um cômodo muito cheio de frescura para uma criança daquele tamanho, se bem que ali não era verdadeiramente sua casa. Mas, sabe, por ser o sobrinho do Kim e provavelmente passar um tempo lá uma vez que fosse por ano, seria legal deixar aquele ambiente mais infantil...

Claro, um detalhe e opinião totalmente alheia e pessoal minha.

– Trinta e seis e meio – Yugyeom disse assim que retirou o termômetro da criança.

– Com febre ele não está. – disse com um pequeno sorriso.

Recebi um de volta e, brevemente, lembrei o quanto sentia falta daquele ato. Lembro-me que o sorriso do Yugyeom era o que mais me encantava em si. Visualizar aquela bonita fileira de dentes brancos e corretamente alinhados junto aquelas fracas covinhas... Era realmente de tirar o fôlego.

Talvez eu estivesse confundindo as coisas durante esses meses todos. Eu gostava de Yugyeom, gostava mesmo. Mas se eu for parar para pensar bem, o que eu mais nutria por ele a partir desse "gostar" era zelo, carinho. Como se fosse... Um grande amigo. E toda aquela história de querer beijá-lo, tocá-lo e afins, seja consequência daquela famosa seca. Tanto que após Jaebum entrar em minha vida, tudo isso desapareceu.

Ah, sim...

Jaebum me mostrou o verdadeiro significado de amar. Diferente do Kim, meus sentimentos pelo meu ex-felino eram fortes, presentes e que me consumiam na medida em que aprendia a aceitar todos eles. Era como se além de zelo e carinho, eu quisesse protegê-lo, dar tudo de mim para não o decepcionar e mostrar que não cultivo apenas sentimentos carnais por ele.

Porque Im Jaebum, de diversas formas, é diferente de tudo o que eu já enfrentei.

Eu me encanto por tudo nele. Desde suas manhas e teimosia até seu jeito marcante e decidido de ser. Ele dizia o que sentia sem preliminares, isso além de não cansar de dizer o quanto gosta de mim. Só esse detalhe já conforta minha alma em uma intensidade demasiadamente alta, mas que não deixa de ser maravilhoso. Quem diria que Choi Youngjae estaria perdidamente fodido de tão apaixonado por um ex-gato?

Exatamente, apaixonado. Pois é a vida dá dessas.

Suspirei meio abobado e arrependido de estar ali, tendo em vista que o Hun não parecia estar tão ruim a ponto de ter recorrido a minha ajuda. Mas, como diz aquele famoso ditado: "Já que tomou no cu, continue até gozar ".

Não sei se existe mas 'tô aderindo.

– Acho que deveríamos ir, hyung – Yugyeom tornou a falar, sussurrando – o Hun deve estar exausto.

Concordei silenciosamente e o segui até o lado de fora do quarto, encostando a porta logo depois. Voltamos para aquela enorme sala, em meio ao silêncio, cada um aéreo em seus próprios problemas. Eu na verdade pensava em JB e aqueles dois irresponsáveis sozinhos, sem supervisão, com o fogão tão perto...

Senti até uma pontada no coração. Por que eu acho que algo muito ferrado vai acontecer lá?

– Você parece tenso, hyung – nem notei que Yugyeom havia me deixado novamente sozinho e logo retornado com duas taças e uma garrafa de vinho.

– É-é impressão – sério que eu gaguejei?

Ele deu uma risadinha e se sentou no sofá. Colocou as duas taças na mesinha de centro - que de diminutivo não tinha nada - e pediu para que eu me sentasse também. O que receosamente fiz.

Claro, com uma distância segura entre nós dois. Nunca se sabe, né?

– Sabe, Jae, eu fiquei bem mal com o nosso distanciamento – Yugyeom tornou a falar, enchendo taça por taça com aquele líquido que me inundava de ânsia. Eu nem me lembro mais a última vez que degluti essa maravilha – não acho que deveríamos prolongar isso.

– Hum? – é, talvez eu tivesse o ignorado sem dó enquanto boiava nos movimentos dele. Só talvez.

Ele voltou a rir.

– Espero que nós não continuemos como dois estranhos um para o outro, hyung – Yugyeom me estendeu uma das taças e, olha, juro que tentei negar, mas foi mais forte que eu – porque realmente não somos.

– Você tem razão, Yugyeom – olhei para o líquido dentro de meu próprio copo, dando uma leve misturada. Parecia estar deliciosa – mas sabe que o problema não é bem comigo, certo? – dei meu primeiro gole na bebida, faltando chorar de tão boa. Ah, observação: estou pagando tanto pau pra esse vinho pois tinha jurado que não colocaria mais álcool na boca... Mas é feio demais recusar, sabe?

– Bem... – Yugyeom também deu um curto gole na bebida dele – pretendo me redimir com o Jaebum logo mais. Não se preocupe – sorriu logo após finalizar sua frase. Mas por algum motivo não gostei muito daquela ação.

Olhei para frente, deixando que o silêncio nos fizesse companhia momentaneamente. A sensação daquela bebida doce e em temperatura prefeita agraciava minhas papilas gustativas enquanto a apreciava. Eu na verdade nem queria mais prolongar aquele diálogo. Só queria acabar logo com aquela taça e ir dormir para logo amanhã chegar e eu finalmente voltar para casa e permanecer junto do meu JB como chiclete grudado em calça jeans - ou até eu voltar a trabalhar de novo.

É, quando eu quero eu sou bem grudento. Risos.

Suspirei, já agonizado com aquele mortífero silêncio prolongado e olhei discretamente ao redor, como se assim conseguisse achar algo como pauta para um novo diálogo. Também não queria que aquele clima como se fossemos desconhecidos um para o outro se seguisse. Bem, eu sou Choi Youngjae, não consigo ficar quieto por tanto tempo quanto pareço.

– Sua casa é muito bonita, Yugyeom – este me olhou rapidamente, provavelmente com aquele sorrisinho no rosto. Eu ainda continuava olhando ao redor, admirando.

– Obrigado, hyung – finamente foquei meus olhos em si – admito ter recebido uma ajuda dos meus pais, eles que não têm problema nenhum com despesas – franzi o nariz em dúvida.

– Quer dizer que seus pais...

– São bem ricos – arregalei meus olhos com a nova informação – mas nem por isso me dou ao luxo de ser sustentado por eles. Vez ou outra recorro a eles, mas isso raramente.

– Nem cogitei isso, relaxa – dei mais um gole em minha bebida, pensando em um Yugyeom extremamente mimado pelos pais podres de rico. Se ele for mesmo, está conseguindo esconder muito bem. Mas não que isso seja ruim também, nem todos os herdeiros ricos crescem e ficam insuportáveis.

– Eles são gente boa, sabe? – sorriu, meio nostálgico. Já disso o quanto gostava do seu sorriso? – Às vezes ficar aqui bate uma tremenda de uma solidão.

– Você mora mesmo sozinho nessa casa imensa? – talvez estivesse meio indignado e sentido pela frase do Kim.

Ele riu baixo, se levantando.

– Se não contar a diarista, cozinheira e empregadas que periodicamente vêm aqui a pedido dos meus pais, sim – mordi meu lábio inferior contendo a vontade de consola-o - porque, galera, ele tá tão tristinho - e o observei esticar sua mão em minha direção. Meio perdido e abobado, estiquei minha própria a ele que tornou a rir e apontou para a taça vazia com a cabeça em minha outra mão. Quase morri de vergonha por ser tão tapado – irei pegar um vinho que particularmente é o meu favorito. Já venho, hyung.

E sem aguardar minha resposta ele se foi, levando ambas as taças. Eu ainda me mantinha meio envergonhado pelo micão que paguei agorinha. Isso porque eu já não nutro aquela admiração monstruosa pelo Kim, imagina se fosse antes?

Logo mais ele retornou, com as taças cheias. Agradeci junto a um sorriso quando ele me entregou a minha. Senti, novamente, por um momento a maravilhosa fragrância junto a leves mexidas no recipiente antes de dar o primeiro gole. E esse vinho era mesmo muito bom, um pouco mais adocicado, me instigando a beber uma maior quantidade daquele líquido sublime.

E nesse meio tempo pude sentir o olhar de Yugyeom sobre mim, o que não me incomodou tanto. O que de fato passou a me incomodar fora a sensação de meus sentidos ficarem mais lentos e, em seguida, minha visão ficando turva. Fechei demoradamente os olhos como se isso fosse me ajudar em algo e me forcei a me levantar do sofá, mas fui impedido por um par de mãos. Ainda que tudo girasse ao meu redor num quase breu total, ainda sabia que era o Kim ali.

– Y-Yug... – não consegui terminar de falar pois senti meu corpo ser, cuidadosamente, deitado sobre o sofá e algo que nem me lembrava mais ser solto por minha mão.

Eu estava tão confuso e perdido nos milhares de pensamentos e na força que meu cérebro fazia para se manter são, que a única coisa que pude ver antes de apagar totalmente, fora o sorriso ladino de Yugyeom e uma frase extremamente conturbadora:

– Após tanto tempo você finalmente conseguiu o que sempre quis, hyung: a mim.

 

 

 

Bônus

– Estamos entendidos, certo, Jaebum? – Jackson verificava o perímetro pela milésima vez afim de ter certeza de que Youngjae não estava por perto.

– Sim, hyung – JB sorriu contido – não deve ser tão difícil fazer isso... Por mais que eu não saiba nem como começar.

– Tsc. Deixa rolar, Jaebum. Beijar o Youngjae vai ser incrível tanto pra você quanto pra ele – o mais velho deixou um confortante sorriso adornar seus lábios, logo sendo correspondido por um confiante JB.

– Tudo bem – o Im murmurou, ajeitando-se no sofá antes de iniciar sua leitura.

– KUNPIMOOK, VAMOS LOGO, PELO AMOR DE DEUS! – o platinado berrou o namorado, nem se importando com o olhar ameaçador do mais novo ali.

– Para de berrar como uma gazela –Kunpimook descia as escadas acompanhado de uma carranca – Pronto, vamos logo.

– Aish, que mal humor – resmungou o mais imperceptível possível antes de subir a máscara que descansava em seu queixo sobre a boca e abaixar um pouco mais o boné.

– ESTAMOS SAINDO, HYUNG! – Kunpimook olhou por cima dos ombros como se pudesse ouvir Youngjae e sua resposta.

– Ai, porra! – todos sorriram já imaginando o desastre que devia estar a cozinha tendo um Choi tentando fazer o almoço do dia.

Logo Bambam e Jackson seguiam a curta viagem dentro do carro do mais velho, num silêncio demasiadamente irritante para Wang. Desde hoje cedo teve que lidar com um rabugento Kunpimook por, aparentemente, desconhecidos motivos. Pois, oras, o que poderia ter acontecido nesse meio tempo?

Influenciado por essa dúvida, o platinado franziu a testa e brevemente olhou para o outro, constatando que a mesma cara de bunda de hoje cedo ainda o acompanhava. Suspirou.

– O que aconteceu, Bammie? – por fim decidiu indagar, passivo. Ouviu o resmungo incompreensível de Bambam.

– De última hora o Jin decide me avisar que vai viajar e que irá me deixar a cuidados de um recalcado de quinta – cruzou os braços numa raiva que só ele. Jackson queria socá-lo para depois enche-lo de beijos.

– Então é só por isso que está com essa cara de bunda, amor?

– Só por isso? – olhou indignado para o mais velho que ainda se mantinha vidrado na estrada – eu odeio aquele cabelereiro e sei que ele me odeia também. Sabe o que ele pode fazer com meu neném? – choramingou acariciando os fios escuros de seu coro cabeludo.

– Por que não marca isso para outro dia? Quando o tal Jin voltar?

– Se eu fizesse isso, o Claude ia saber que me afeta de alguma maneira e definitivamente não posso permitir isso.

Jackson se surpreendeu mentalmente com o fato de seu namorado parecer com aquelas mulheres obcecadas por seus cabelos e que passavam a tarde toda fofocando no salão sobre homens e o quanto a novela das sete estava pegando fogo. Mas tinha que admitir, esse era um dos muitos motivos por amar mais e mais aquele cara.

Sorriu bobo consigo mesmo e seguiram ouvindo os monólogos do namorado sobre seu ódio para com o pobre cabelereiro e unhas - não fazia ideia de como tinham chegado nesse assunto - até que entrassem no estacionamento do luxuoso salão. Jackson fazia questão do bom e do melhor para seu neném no fim das contas, e não é como se Kunpimook reclamassem.

Entraram lado a lado, com o mais velho sendo o mais discreto possível e seguiram até a recepção, onde Bambam e a atendente tiveram um entusiasmado diálogo até passar a arrastar o namorado para que conhecessem o lugar.

Jackson nunca o acompanhava para esses tipos de afazeres - porque, convenhamos, fazer o cabelo nem sempre é a atividade mais atrativa de se assistir -, mas como sabia que logo mais estaria de volta a China, queria prolongar ao máximo seu tempo perto do moreno. Por conta disso não reclamava do nítido tédio que sentia e sorria para tudo que Bambam lhe mostrava.

– Ah! Kumpie! Como é bom revê-lo, amor! – um homem, extravagante de mais na opinião de Jackson, abraçou Bambam com uma afobação surreal. Se não fosse pela expressão desgostosa no rosto do namorado teria prontamente interferindo.

– Sem intimidades, Claude, por favor – Kunpimook o afastou, desamassando suas roupas no processo.

– Claro, claro – olhou curioso para Jackson – este é o cara de que tanto fala, Kumpie? – agora olhos predadores caíam sobre o Wang assim que retirou o "disfarce" calmamente.

– Sim, é ele – Bambam estreitou os olhos – meu namorado.

– Ah! Jackson Wang! É um prazer conhecê-lo – estendeu as mãos para o platinado que, sentindo o peso do olhar do namorado sobre si, retesou o contanto imediatamente.

– Oi – restringiu-se a dizer.

– Sem gracinhas – Kunpimook declarou, novamente mal-humorado, e arrastou o namorado até a cadeiras de espera e sentou-se na destinada a aplicação de produtos para os cabelos – E chega de babar no meu namorado e acabe logo com isso – com o pseudo berro de Bambam, Claude seguiu até próximo ao cliente, analisando meticulosamente os fios escuros deste.

Enquanto discutiam sobre o que fariam no cabelo que, para Jackson, já estava ótimo, este tentava associar o ódio de Kunpimook a pessoa pacificamente comum que trabalhava arduamente em seu coro cabeludo. Isso, logicamente, até passar a receber o olhar constante e banhado de um brilho que incomodava demais o chinês. Não sabia se continuava sentado e evitando contato ou se acabava por pronunciar-se a respeito de seu incomodo e iniciar a Terceira Guerra Mundial.

Sem saídas acabou por ficar ali, tentando ao máximo deixar sua visão em um Kunpimook que enxaguava o cabelo - pois era tanto tédio que a única distração mesmo era acompanhar cada processo feito. Entretanto, quase saiu correndo dali ao que o cabelereiro terminava de tirar o excesso de água dos fios, agora loiros, de Bambam com a toalha. Lembrava claramente dele dizendo que não queria de forma alguma aquela cor - justamente para não ficar tanto loiro e platinado na relação que levava.

Jackson mordeu o lábio inferior em expectativa quando o namorado foi instruído a sentar-se novamente na cabeira de aplicações quando viu o espanto nos olhos dele. Não sabia se ria ou chorava com aquela visão.

– Mas que merda é essa?! – totalmente desacreditado, Kunpimook tocou os fios, claros, de seus cabelos, logo olhando enfurecido através do grande espelho o causador daquele estrago.

– Seu cabelo, amor – Claude respondeu cinicamente – mas relaxa que com umas hidratações milagrosas ele fica bacana.

– Escuta aqui, seu bastardo, eu disse que não queria essa maldita cor!

– Eu claramente ouvi você dizer que a queria – ainda fazendo papel de desentendido, rebateu.

Bambam, já perdendo as estribeiras, levantou-se furioso e, como esperado, não mediu esforços ao avançar no cabelereiro sem remorso algum. Jackson, como o sensato que sempre foi, não teve outra reação a não ser rir. Seu Bammie era alguém exótico, tinha de reconhecer. E, de qualquer forma, aquele cara estava merecendo a surra que levava.

A confusão apenas cessou-se com a chegada de algumas pessoas, estas que os separaram logo depois. O Wang tornou a por a máscara e boné, discretamente, finalmente caminhando até o namorado.

– EU VOU PROCESSAR VOCÊ POR AGRESSÃO, SEU RIDÍCULO! – Claude se soltou das pessoas, olhando enfurecido sua pessoa toda desarrumado em frente ao espelho.

– E EU POR DANOS CAPILARES! ACHA QUE NÃO SEI QUE FEZ DE PROPÓSITO?! – Jackson tentava, inutilmente, acalmar o agora loiro.

– A culpa é sua por não se expressar direito – por pouco Bambam não avançou nele novamente.

– Isso não vai ficar assim! – a passos duros, Kunpimook caminhou para fora, sendo prontamente acompanhado pelo namorado – Eu sabia que ele ia fazer algo assim, sabia!

– Amor, fica calmo... – o loiro parou de súbito, olhando irado para o chinês que quase se encolheu de medo – vamos fazer umas compras, huh? Tirar esse acontecimento da cabeça. O que acha?

– Você nem para fazer nada, não é? – já mais calmo, Bambam seguiu com o namorado até o carro. Bem, iam fazer compras, certo? Não havia melhor forma de relaxar, por ora.

– Foi mal. É que foi meio engraçado.

E com um revirar de olhos de Kunpimook, ambos seguiram até o shopping mais próximo, onde compraram mais coisas desnecessárias do que qualquer outra vez. Mas de fato isso não incomodou Jackson. Desde que seu neném parasse de dar chilique sobre o que ele insistia em dizer que estava ótimo e nas tentativas de realmente ligar para um advogado com fins bem óbvios.

Mais para o fim da tarde, os dois voltaram para casa, debatendo assuntos aleatórios e casuais - lê-se novamente o maldito assunto do cabelo.

– Você nem pra me defender também – Kunpimook voltou a resmungar assim que passavam pela porta de casa. Aquela era a o quê? Décima oitava vez que ouvia aquela frase?

– Você discute com o cabelereiro e ainda quer que eu interfira quando decidem sair na porrada? Não estava afim de morrer ainda – o loiro bufa.

– Agora vou ter que conviver com esse cabelo loiro por, pelo menos, um mês – choramingou.

– Já disse que você 'tá lin... estamos atrapalhando? – Jackson não perdeu a oportunidade de encerrar aquele assunto e iniciar o que mais gostava: irritar o Choi.

– Jackson, você me atrapalha desde o dia em que nasceu – Youngjae apenas tentou não deixar sua fúria transparecer na voz.

– Aish, azedo – o Choi revirou os olhos – mas, diz aí, foi bom?

– O quê?

– "O quê"? Você sabe muito bem.

– E-eu não sei do que você está falando – Youngjae fez-se de desentendido sendo que era bem nítido o climão que rolava ali.

– ... Como foi, Jaebum? – Jackson direcionou sua pergunta agora para o mais novo dali. Este que não estava tão ranzinza quanto ao Choi.

– Você tinha razão, Jack hyung. Beijar o Youngjae é incrível! – Jackson sorriu orgulhoso. Sorriso esse que logo sumiu com a carranca de Youngjae em sua direção.

– Jackson. O que você anda ensinado para ele? – o mais velho deu de ombros, atiçando-o.

– Nada do que você mesmo não irá ensinar.

Youngjae parecia entrar em uma luta interna dentro de si, só pelo seu semblante sombrio. O Wang até sentiu uma pequena necessidade de sair correndo antes que o menor sacasse alguma arma dessa vez - já que não seria uma novidade ele tentar lhe matar de novo. Mas não faria tanto sentido. Apenas estava tentando juntar dois tapados que visivelmente se amavam e enrolavam demais para dar um passo nessa relação toda estranha.

Entretanto, a indagação inesperada de Choi o fez permanecer no lugar e, claro, agradecer aos céus:

– Kunpimook. Por que raios você está loiro?

 

 

 

 

 


 


Notas Finais


Tá aí.

PRIMEIRAMENTE NÃO VAI TER ESTUPROOO!!

Galera, como vocês devem ter visto nos avisos, não vai ter nada disso na fic. No MÁXIMO uma pseudo insinuação que será explicada no decorrer da fic. Então, sem apedrejar tanto o Yug, rs.

Mas sobre o cap. de hoje... Eita laia, o que esse Kim tá querendo? Quero nem ver o que vai rolar quando o Jae acordar, aiai. E esse final aí foi mais pra dar uma quebrada nesse clima pesadão que formou ali, espero que tenham gostado!

NOVIDADE!!

Dei uma att nas minhas fics hj e entre elas está uma OS kids do nosso 2Jae cheroso. É uma drabble very cutie e espero que vocês deem uma lidinha sz

link: https://spiritfanfics.com/historia/a-little-chocolate-9352213

Partiu, até mais, coisinhas

Bj e ~Atéé c:


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...